VÍDEO: Caça Northrop F-5 Tiger II – 50 anos defendendo a soberania do espaço aéreo brasileiro

A Força Aérea Brasileira (FAB) celebra hoje (06/03) os 50 anos do recebimento das primeiras aeronaves de caça Northrop F-5 Tiger II. As três unidades iniciais, do modelo F-5B, decolaram de Palmdale (EUA) no dia 6 de março de 1975, realizando seu primeiro pouso em território nacional na Base Aérea de Belém (BABE) e, após aproximadamente 6.200 milhas náuticas percorridas e mais de 12 horas e 30 minutos de voo, efetuaram o pouso final na Base Aérea do Galeão (BAGL), no dia 13 de março de 1975.
A chegada do F-5 e o início de uma nova era
Devido às novas demandas operacionais e à necessidade de atualização da sua frota de aviões de combate, naquele ano (1973), o Governo Federal adquiriu 42 caças F-5, sendo 36 unidades da versão E (monoplace, ou seja, para apenas 1 piloto) e 06 do modelo B (biplace, para dois tripulantes).
A chegada desses caças marcou um avanço significativo na defesa aérea do país, que estava sob recente modernização. Com duas turbinas a jato e a capacidade de ultrapassar a velocidade do som, os F-5 ampliaram substancialmente a capacidade de combate da FAB, sobretudo na continuidade das operações aéreas e aumento do alcance através do reabastecimento em voo, potencial inédito e destravado com a chegada dos novos “Tigres”.
O 1º Grupo de Aviação de Caça, Unidade Aérea tradicional sediada na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), foi a Organização Militar responsável por acolher esses novos vetores e desenvolver sua doutrina de operação.
Em 1996, os F-5B foram desativados e um segundo lote de 22 F-5E e 04 F-5F foi adquirido da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). Em 2008, a FAB adquiriu um terceiro lote, desta vez de 11 unidades da Real Força Aérea da Jordânia, dando fim ao ciclo de modernização da frota que se iniciou no início dos anos 2000.
Processo de modernização: afiando as garras do “Tigre”

Com seu design ágil, sua grande capacidade de manobra, baixo custo operacional e fácil manutenção, o F-5 é, sem dúvida, um dos grandes sucessos da aviação militar mundial, tendo seu valor comprovado em diversos conflitos pelo mundo por meio dos seus mais de 20 países operadores. Entretanto, em virtude da constante evolução tecnológica militar e da necessidade de manter-se à altura da liderança regional que o Brasil possui, a FAB optou por iniciar um processo de modernização no início dos anos 2000, que estenderia a vida útil dos F-5 e os colocaria em paridade aos novos conceitos do combate aéreo moderno.
Dessa forma, em uma parceria com a EMBRAER e AEL Sistemas (subsidiária da israelense ELBIT), este processo colocou os “Tigres” no patamar de caças de 4ª geração, com enlace de dados (datalink), suíte de armamentos modernos e mísseis além do alcance visual (BVR – beyond visual range), novo radar de bordo, painel digital, conceito de mãos na manete e no manche (HOTAS – hands on throttles and stick), capacete com display integrado (HMD – helmet mounted display), dentre outros. Desta vez, o 1º Esquadrão do 14º Grupo de Aviação, Esquadrão Pampa, sediado na Base Aérea de Canoas (BACO), foi o responsável pela adaptação doutrinária e logística deste salto tecnológico.
O F-5 Tiger II e a soberania do espaço aéreo brasileiro
Após o seu processo de modernização, o F-5 manteve-se relevante no cenário internacional e passou a ser designado F-5M, ou simplesmente “Mike”, forma descontraída como os pilotos de caça o apelidaram. No decorrer dos seus 50 anos de trajetória e nas mais de 300 mil horas de voo, hoje nas cores do 1º Grupo de Aviação de Caça e do 1º Esquadrão do 14º Grupo de Aviação, Esquadrão Pampa, o vetor mostrou-se sempre pronto e presente nas mais diversas demandas nacionais, de norte ao sul, de leste a oeste. Pontua-se sua participação destacada em grandes exercícios, como a Red Flag (Base Aérea de Nellis, Estados Unidos), Salitre (Base Aérea de Cerro Moreno, Chile) e Cruzeiro do Sul (Base Aérea de Natal, Brasil), bem como sua relevante atuação nos grandes eventos nacionais, como a Copa do Mundo de 2014.

A importância do F-5 para o Brasil é notória. O “Tigre” é um verdadeiro alicerce na construção da aviação de caça moderna da FAB, e seu legado de inovação e excelência segue inspirando o adestramento dos novos pilotos e o desenvolvimento de novas táticas, técnicas e procedimentos de combate, permitindo que a FAB continue sempre pronta para cenários de combate real.
A FAB não apenas celebra os seus 50 anos de operação, mas também reconhece o impacto duradouro da aeronave no fortalecimento da aviação de caça do Brasil. Ao olhar para o futuro, a FAB se prepara para novos desafios, porém sempre mantendo o espírito e a qualidade operacional que o F-5 ajudou a consolidar ao longo dessas cinco décadas na defesa da soberania do espaço aéreo brasileiro.
A história contada por quem a viveu
Para o Brigadeiro do Ar Teomar Fonseca Quírico, hoje atual presidente da Associação Brasileira de Pilotos de Caça (ABRA-PC) e um dos pilotos que foi aos Estados Unidos, em 1974, realizar o curso operacional do F-5, é um orgulho imenso ter vivido essa experiência. “Há 50 anos, tive a honra de fazer parte da primeira esquadrilha de F-5, que decolou de Palmdale rumo ao Brasil, marcando um novo capítulo na história da Força Aérea Brasileira. Com orgulho, vimos o “Tigre” revolucionar nossas doutrinas e consolidar a FAB como uma Força Aérea de excelência. Hoje, celebramos não apenas o passado, mas a contínua evolução da nossa Aviação de Caça. Senta a Púa! Brasil!”, disse o Oficial-General.
Clique aqui e confira um extrato da missão de traslado, denominada “Operação Tigre”, contada pelo Brigadeiro Quírico.
Em 1980, aluno do 1° ano da EPCAR, fui à Santa Cruz para ver os F-5. Nem sabia que haviam chegado somente 5 anos antes. Acabei fazendo um vôo de U-42 Regente para o Galeão, com o então Cap Rocha, piloto do 1° GAVCa. Hoje reside, também, em Indaiatuba. Seu filho voa na Azul. Nos encontramos no shopping anos atrás. Relembrei a ele nosso vôo para o Galeão.
Oi Nery, o Regente é um projeto que sempre nutri simpatia. Na visão do piloto, é um bom avião?
Voei muito. Não, não é. Mas servia ao fim q se destinava. O L-42 era outro avião, bem melhor.
Obrigado
O U-42 era mais “parrudo”, com mais espaço para carga e ocupantes. Talvez por isso fosse mais limitado em seu desempenho. Já o L-42 era mais afilado e leve, o que favoreceria m melhor desempenho. As diferenças de desenho são bem visíveis entre ambas as versões.
Os motores eram distintos.
Entendi.
Orgulho da história e tristeza do presente, FAB com 9 caças novos e o restante é resto que deveriam ter dado baixa com TD entrega dos 36 Gripen, se este pais levasse a sério sua segurança territorial e espacial…
Seguimos contando com a sorte
Ter caças com 50 anos e modernizados a 15 – 20 anos atrás , não consigo ter orgulho não , 40 anos era o limite.
Não acho que seja contar com a sorte não. É bem mais uma questão de prioridades. A prioridade de nossa classe política é e sempre foi alcançar poder pessoal e enriquecimento.
Dois reparos no texto:
“…naquele ano (1975), o Governo Federal adquiriu 42 caças F-5…”
A aquisição ocorreu em 1973.
“Em 1988, os F-5B foram desativados…”
Os F-5B foram desativados em 1996.
Obrigado! abs
👍😉
Deveria voltar, lendário matusa.
No início de 2026 a FAB não terá o A-1, os F-5M continuarão a dar baixa e não terá 12 Gripen (que não estão totalmente operacionais).
Perde a capacidade de ataque tático/estratégico, perde em quantidade de aviões.
Então, cobra “L” !
Na edição 152 da Revista Força Aérea tem uma matéria maravilhosa sobre a compra desses aviões e seu traslado. Alias, a Edição 12 esta disponível 0800 no próprio site da Força Aérea! Corre lá porque não sei se o estagiário apertou o botão errado!!!