Bombas guiadas dos EUA poderão usar sinais de GPS chineses e russos

No futuro, militares dos EUA poderão usar dados de localização dos sistemas de navegação por satélite da China (BeiDou) ou da Rússia para orientar armas inteligentes, afirmaram pesquisadores da Força Aérea e da Força Espacial durante o AFA Warfare Symposium, em 4 de março. A ideia de utilizar múltiplos Sistemas Globais de Navegação por Satélite (GNSS) pode inicialmente causar desconforto, mas oferece vantagens estratégicas.
Jeffrey Hebert, cientista sênior do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea, destacou que superar essa resistência inicial permite avaliar os benefícios. O espaço é essencial para operações militares e, para manter superioridade na guerra de navegação, os EUA devem explorar sistemas além do GPS, incluindo Galileo (União Europeia) e BeiDou. Essa abordagem ajudaria a garantir resiliência contra tentativas de interferência ou bloqueio dos sinais GPS por adversários.
O maior desafio do uso de múltiplos GNSS é a confiança nos sinais de sistemas estrangeiros. Hebert propõe aprender com a aviação civil, que confia em sinais GPS para navegação e pousos seguros, utilizando sistemas de monitoramento e informação adicional para aumentar a confiabilidade. O mesmo princípio poderia ser aplicado ao contexto militar, adaptando-o às suas necessidades operacionais específicas.
Enquanto isso, a Força Espacial dos EUA trabalha na modernização de sua frota de satélites GPS. Além do lançamento das gerações Block III e IIIF, previsto para 2027, a estratégia inclui o desenvolvimento do programa Resilient-GPS (R-GPS), que prevê o lançamento inicial de oito satélites até 2028. Diferente dos satélites tradicionais, esses novos sistemas serão implementados com tecnologia mais ágil e processos de aquisição mais rápidos.
O conceito de “resiliência por design” também envolve maior diversidade orbital para os satélites, reduzindo vulnerabilidades a ataques. Os novos satélites R-GPS estarão em diferentes planos orbitais dentro da órbita média da Terra (MEO), aumentando a redundância e a capacidade de resposta do sistema. Essa diversificação fortalece a resiliência e melhora o desempenho geral da navegação militar.
Embora o R-GPS não elimine completamente problemas como interferências, ele ampliará as opções e a eficácia do sistema, beneficiando também usuários civis. Segundo o tenente-general Philip A. Garrant, chefe do Comando de Sistemas Espaciais, essa iniciativa reflete o esforço contínuo para garantir que os EUA permaneçam à frente em guerra de navegação e segurança espacial.
Me parece normal.
Usa varios sinais diferentes mais Sistema de Navegação Inercial, e se o desvio de algum deles for maior que a margem de erro esperada, muda pra INS e seja feliz.
É isso mesmo, chips de celulares já são multisistemas porém por outros motivos, em especial em cenários urbanos densos onde edificacoes “sobreiam” muitos satélites, é realizada uma fusão de dados entre GPS, Glonass, Beidou e Galileo.
Agora vocês entendeu o pq dos russos usar o Gps americano no seus caças na Ucrânia.
Interferência no sinal do glonass.
A concordância passou longe, não?
Interferência… kkk
Mas isso não denunciaria pros russos/chineses onde estão as armas ucranianas/americanas? Não é uma comunicação de mão dupla?
Um dos motivos para usar uma munição em calibre diferente do inimigo é dificultar que ele use o mesmo armamento contra vc (além de outras questões táticas). Eu fiquei me perguntando isso e mais outra coisa: dados falsos não podem ser transmitidos para prejudicar propositalmente as munições?
Não. O consumo (utilização) destas modelos de dados é passivo, ou seja, o sistema recebe as informações e não envia qualquer resposta.
Até aonde sei, sinal GPS não é mão dupla. Um emite, outro recebe.
Eu partiria logo para melhorar o INS, mesmo pq alguns já tem erro de 9mts, então uma bomba nesse alvo já vai destruir ele.