Força Aérea Brasileira intercepta 4.000 aeronaves suspeitas em cinco anos
A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou 4.020 aeronaves sem autorização para voar no espaço aéreo brasileiro de janeiro de 2019 até 3 de julho de 2024. Em 90 dessas operações, foram necessários disparos para que os pilotos advertidos pousassem ou mudassem suas rotas.
Segundo dados obtidos pela Folha de São Paulo através da Lei de Acesso à Informação, até 3 de julho deste ano, 207 aeronaves foram interceptadas, o que representa quase uma por dia. A maioria dessas aeronaves suspeitas estava envolvida em tráfico de drogas ou voava em áreas proibidas, como a Terra Indígena Yanomami, cujo espaço aéreo foi fechado devido a ações contra o garimpo ilegal.
Entre os casos mais notórios está a interceptação de um Cessna 172 na fronteira com o Peru em 28 de julho. Após disparos de alerta, a aeronave foi incendiada por seus ocupantes, que fugiram após um pouso de emergência em Barcelos (AM). Nos destroços, foram encontrados 95 quilos de pasta base de cocaína e clorídrico de cocaína.
Embora o número de interceptações até 3 de julho seja menor que nos anos anteriores, o ano de 2021 registrou a maior quantidade de ações, com 1.147 operações entre janeiro e dezembro. A Aeronáutica atribui a redução das interceptações à eficiência em ações de inteligência e monitoramento.
A FAB tem intensificado o uso de aeronaves E-99, equipadas com radares avançados, para melhorar o monitoramento do espaço aéreo. As abordagens seguem regras estabelecidas em um decreto de 2004, que prioriza ações contra o tráfico de drogas e ameaças à segurança.
Segundo a legislação, os pilotos militares devem inicialmente orientar as aeronaves suspeitas via rádio ou sinais visuais. Se as instruções forem ignoradas, são autorizados disparos de aviso com munição traçante para persuadir a tripulação a obedecer.
Em situações extremas, o piloto militar pode disparar contra a aeronave, que passa a ser considerada hostil. A FAB não informou se, nas 90 vezes em que foram necessários disparos desde 2019, algum avião foi atingido ou se foram apenas tiros de advertência.
Rondônia, Roraima, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo são os estados com maior número de operações este ano, devido à sua localização fronteiriça e ao envolvimento com tráfico de drogas e garimpo ilegal.
Pra mim o mais notório foi aquele vídeo do a29 atirando na aeronave mas infelizmente nao derrubou. Aeronave fugiu pela fronteira depois apareceu toda cravada de bala no sul do brasil.
Várias outras foram abatidas. Não sai na imprensa. O trabalho do 2°/6° GAV é intenso.
Se é o mesmo vídeo que imagino (que apareceu no fantastico). O avião foi encontrado no Paraguai ate onde lembro, não no sul.
E quando a aeronava a ser interceptada é mais veloz que um super tucano?
Se acionam os F-5.
Têm videos na web de F-5 da FAB entrando em ala de jatos executivos, para averiguação ou simulação. Filmado do jatinho.
Seguem 3 links de interceptação com F-5.
(18) Caça F-5M da Força Aérea Brasileira interceptando uma aeronave da Argentina – YouTube
https://youtu.be/uXsbw8FmKc0
https://youtu.be/HWCb8OIF_JM
F-5
Têm videos na web de F-5 da FAB interceptando aeronaves de maior performance. Fazendo acompanhamento na ala e averiguação.
Achava que os F-5 estivessem mais atentos às aeronaves militares, e não nesse policiamento doméstico, como abordar narcotraficantes. Será que o Gripen fará esse tipo de serviço também?
O alerta é 24/7. Voo ilícito pode ser de vários tipos, e o alerta também inclui ajuda a aeronaves comerciais ou da aviação geral e executiva com algum tipo de pane.
Em tempo de paz tanto Super Tucano quanto F-5 atuam na Defesa Aérea e Policiamento Aéreo, e mais pra frente o Gripen atuará também.
Pra isso tem os F5.
Uma baita combinação E99/A29. Ja demonstrou varias vezes a eficiência de atuarem juntos.
O salto se dará quando esses operadores atuarem dentro Link BR2.
Esses números significam uma média de 2 interceptações por dia! É bastante coisa!
Muitas interceptações graças aos novos radares LP23SST NG com função de altimetria instalados na fronteira com Paraguay e Bolívia.
Ajuda, mas o trabalho é feito pelos E-99.
Depende. Os radares tem raio de 256 NM. E estão instalados na fronteira. Os nossos controladores já estão vendo as aeronaves suspeitas ainda dentro do Paraguay e Bolívia, antes mesmo de entrarem no Brasil. Por exemplo, a apreensão de cocaína subir 722% depois de dois meses do radar de Ponta Porã instalado.
Guilherme, só um aparte: Creio que você saiba disso, mas é sempre bom lembrar a todos que o alcance máximo de um radar em terra é para aeronaves voando em grande altitude. Para aeronaves voando baixo, esse alcance é menor devido à curvatura do planeta. Para aeronaves rente ao solo, por exemplo, o alcance cai para a linha do horizonte (cerca de 40km). Por isso os voos ilícitos do tráfico são em baixa altitude, buscando dentro do possível os “buracos” na cobertura radar em baixa altitude. Radares transportáveis em terra ajudam a reduzir esses buracos durante algumas operações, e no… Read more »
Obrigado. Os leigos pensam que o traficante voa na aerovia, acima do FL100.
Não acho que seja o caso do Guilherme também mas, em tempos em que tem gente que afirma acreditar em terra plana, essa explicação é muito importante 🙂
Diante da informação de que para voos rente ao solo; o que eu imagino ser 300 FT ou menos, o alcance dos radares são reduzidos há algo em torno de 40 KM.
Seria sensato dizer que radares fixos como os LP23SST NG são equipamentos com pouca ou nenhuma eficiência no que diz respeito ao combate ao tráfico e outros crimes?
Por outro lado seria sensato dizer que o ideal seria manter aviões radares como os E99, 24 horas por dia, 7 dias por semana… em voo cobrindo a fronteira?
Não seria sensato dizer nem isso nem aquilo. Suas hipóteses estão na linha do “8 ou 80”.
É impossível manter AWACS no ar 24/7. Não há aviões nem tripulação pra isso. Nem a USAF consegue.
FAB faz um bom trabalho nesse sentido, infelizmente carece de recursos, equipamentos e infraestrutura.
Precisamos de mais radares LP23SST NG ao longo da fronteira, bem como uma melhor distribuição das aeronaves A29.
Parabéns pela matéria!! Infelizmente esse tipo de informação não é divulgado pela grande mídia, e a maioria da população fica sem conhecer a importância dos investimentos em Defesa para o país.
Essa matéria original veio da grande mídia.
Teriam esse número de interceptações se m os E99?
Chuto 15%.
Eu concordaria com os 15% há 10 anos atrás. Hoje, com os LP23SST NG na fronteira com Paraguay e Bolívia, eu diria que este número é maior que 50%.
Como foi postado acima, uma interceptação completa só será conduzida pelo radar de solo se o traficante estiver acima do FL100, o que NUNCA ocorre. Acho que como ex cmt do 2°/6° entendo um pouco desse assunto.
Ja que esse avião e tão necessario, imagino que deveriamos ter mais unidades.
Sim. São só 150 milhões de dólares cada um.
Que fosse o dobro do valor, se o equipamento da resultado tem que investir. Diferente de pensões que nao gera NADA de retorno.
Não discordo. Convença o GF.
Problema nao e só o GF.
O dinheiro é de quem?
Como se o problema fosse so dinheiro.
Tenho certeza que tu sabe bem disso.
Não, não sei.
Kkkkkk
De fato! Está também na sociedade e no Congresso que não tem ou finge não ter consciência dessa realidade.
Esses números são impressionantes.
E mostram também que nem sempre soluções importadas, de prateleira, servem para todos.
Muitas vezes é preciso adaptar em casa mesmo algo mais adequado à realidade encontradiça no local (estou me referindo à essa solução feita por nós mesmos aqui: a dupla E99/A29).
E parabéns à FAB.
Concordo contigo, so que o radar do E99 não e nacional.
O fato de ser sueco não tira o mérito.
Mas em momento algum desmereci. É um equipamento sueco instalado em um avião da Embraer. Inclusive, falei antes que deveria ter mais E99.
Na época era essa a opção. Quem sabe se no futuro não possam vir da EDS?