YAT-29

Um dos mais consagrados aviões de contra-insurgência e ataque ao solo da atualidade tem a sua origem um tanto quanto inusitada. E é esse papo que o Coronel Nery conta no sexto episódio de Fox 3 Kill Podcast.

Quem imaginaria que a sugestão de um tenente com ampla experiência em missões de ataque e apoio aéreo aproximado resultaria em um programa de sucesso de exportação? A história do Super Tucano começa assim, no início dos anos 1990, durante uma visita do então Tenente Wagner Rocha à Embraer.

Com base no EMB-312 Tucano, a empresa havia desenvolvido um protótipo para concorrer ao Joint Primary Aircraft Training System (JPATS), um programa que tinha por objetivo selecionar a futura aeronave para fazer o treinamento dos futuros pilotos da Força Aérea e da Marinha norte-americana.

EMB-312H Super Tucano, conhecido como “Ana Raio”, no MAB

Ao ver aquele protótipo no pátio de estacionamento no aeroporto de São José dos Campos, que era maior e parecia mais moderno e capaz que o “Tucaninho”, Wagner Rocha esboçou um questionamento natural:

“Por que a Embraer não faz uma versão armada do JPATS? O Coronel Schittini falou para o Wagner escrever a ideia num papel e levar para ele, lá na Embraer. E eu o ajudei a escrever isso. Foi então que imaginamos o que o avião poderia ter com base nas tecnologias existentes na época”.

Aquele questionamento foi o gatilho para uma sequência de fatos e acontecimentos que culminaram no programa do ALX, o Super Tucano. E tudo isso você vai ouvir nesse novo episódio.

Acesse aqui para ouvir esse episódio!

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Willber Rodrigues

Vou deixar salvo pra ouvir quando voltar do trab a noite, mas desde já fica a pergunta:

Já não é chegada a hora da Embraer/FAB começar a esboçar um substituto pro ST?
Ou, quem sabe, usar o ST como base pra um drone de ataque ao solo 100% BR?

Rinaldo Nery

Não há necessidade de substituto. Basta a frota passar por um MLU.

Willber Rodrigues

E esse MLU já teria previsão?

Rinaldo Nery

Não que eu saiba, mas já foi pensado pelo EMAER.

Marcelo

Pra que? Não prestou nem pra pegar garimpeiro…

Pablo

Quantos ele pegou desde 2004, quando ele foi entregue para a FAB??

Marcelo

Nenhum!!! hahahahaha…
Alias, a FAB nem viu os garimpeiros voando pela Amazônia…

Santamariense

Que bobagem!! Tu não tem a menor ideia do que está falando!!

Rinaldo Nery

Deixa, Flanker. Deve ser um adolescente, pelo nível dos comentários. Ignore.

carvalho2008

Don´t look up…

Frederick

O professor Wagner Rocha é um sujeito como poucos. Bem poucos.
Macedo, figura ímpar. Caçador, iteano e asas rotativas. Era um cara bom e sabia bem disso. hahah

Grande história, Rinaldo. Parabéns.

Last edited 1 ano atrás by Frederick
Rinaldo Nery

Obrigado, amigo. Há mais podcast a ser liberado, acerca da criação do 2°/3° GAV.

Frederick

Muito bom saber. Estou ansioso para ouvir.

Thomaz

Por que a FAB não compra mais algumas unidades do Super Tucano? Eu acho que já estaria na hora, um caça de grande importância na interceptação de pequenas aeronaves do tráfico e até do garimpo ilegal, e alguns foram perdidos em acidentes e outros repassados para a Esquadrilha da Fumaça.
Não vi novas compras desde que a encomenda original foi concluída.

Rinaldo Nery

Necessita, sim. Como falei, há espaço prum 4°/3° GAV. A fim de permitir a formação e de absorver mais caçadores.

Caio

Há comentários de que haveriam Super Tucanos ofertados a venda, demonstraram interesse na época: Ucrânia; Portugal e Uruguai. Essas notícias não procedem mais, certo?
https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/uruguai-pode-estar-negociando-compra-de-cacas-super-tucano-da-fab.html

Marcelo

Pelas noticias são mais de 200 aeronaves de garimpeiros e não pegaram nenhum!!
Ou o ST não presta ou os “fabianos” não servem pra nada!!

carvalho2008

Don´t look up…..

Santo desejo de falar algo…mesmo que impensado…..sabe a diferença entre trafico e garimpeiro?….é claaaaaarooooooo que não…..dou uma chance incomoda….não tente pensar na respostas do ponto de vista moral…..pense no tecnico….

LucianoSR71

Já havia assistido há 2 dias no YT (Canal Hunter Press) e achei interessante nosso conhecido e que respeito muito, Cel. Nery, revelar que o pessoal da Embraer foi ao Musal ver um P-47 p/ entender e replicar como era a instalação da metralhadora na asa, afinal esse arranjo deixou de ser usado logo após a 2ªGM. Vale muito a pena ouvir esse podcast.

Foxtrot

Pois é.
Para essas missões é que o MAA-1B (ou mesmo o A um pouco mais melhorado) cairia muito bem.

Rinaldo Nery

Houve, anos atrás, uma monografia dum caçador dos Terceiros demonstrando a inviabilidade da utilização de qualquer míssil ar-ar pelos A-29. Creio que foi publicada aqui. Se não foi aqui foi no site da ABRAPC. Me convenceu.

Caio

Era relacionado ao efeito da umidade sobre os componentes do míssil se não estou enganado…, pelo que me lembro era demonstrada a inviabilidade de operar tais sistemas de armas pois em um determinado período o equipamento iria se degradar, principalmente em aeródromos remotos.

Foxtrot

Aí fica melhor explicado ainda.
Realmente em tal situação fica ruim mesmo.
Só não entendo como os americanos conseguiram operar os Saidwinder,s no Vietnã.

Caio

Até operaram mas o desempenho foi bem ruim, tanto na USN quanto na USAF…”Kill probability”de 0.18. Mas acho que deveria ter sido mais preciso na minha postagem, digo: certamente operar essas armas em ambiente de alta umidade é possível, mas é necessário analisar se do ponto de vista operacional e somado a complexidade logística de armazenamento além da necessidade de equipamento de diagnose e ferramental para manutenção e reparo é necessário verificar se a adoçāo desse meio se faz necessário. E ainda…No caso da Guerra do Vietnã os componentes eletrônicos sofriam degradação de forma diferente por pertencerem a uma geração… Read more »

carvalho2008

hummmm…confundi com uma tese que falava da pequena velocidade e baixa transferencia de energia deixando sempre o avião em absoluta desvantagem de alcance do missil…..achei que era esta…

Caio

Mas o meu também nāo é certeza…kkk
Mas botei porque achei totalmente convincente também.

Teixeira

Foi aqui mesmo. O autor demonstrou (e muito bem) que mísseis são muito pouco eficazes para um engajamento por turboélices, podendo chegar a um alcance inferior a 2 km pela limitação de velocidade da aeronave lançadora.

Foxtrot

Fica mais lógico essa explicação do que as anteriores, já que é de conhecimento geral o emprego em massa de mísseis AIM-9 na guerra do Vietnã ( ambiente tão ou mais úmido que a Amazônia).

Foxtrot

Ok obrigado pela resposta !

carvalho2008

Mestre Nery,…..mas uma pergunta pragmatica…vi esta tese….mas ela não seria contestavel sobre certos aspectos? Não queremos brigar contra as leis da fisica sobre a energia doado da aeronave ao missil paraagregar alcance….mas seu aceite não seria o mesmo que condenar qualquer missil ar-ar em helis? OU seu reaparecimento em drones….?

Rinaldo Nery

Não conheço os dados sobre o emprego de mísseis ar-ar em heli. Houve algum caso em algum conflito? Obteve sucesso? Não confundir com ar-solo.

carvalho2008

Sobre as .50…..o alcance efetivo operacional é de quanto?

Rinaldo Nery

Não sei de cabeça. Vou checar. Chuto algo em torno de mil metros.

Diego Tarses Cardoso

Uma coisa que não me desce à garganta é não termos concluído o projeto do MAA-1A e MAA-1B Piranha. O primeiro foi pelo “rolleron” ter sido deixado de ser fabricado nos EUA, simplesmente aqui no Brasil ninguém buscou pegar os que já existiam e copiar, preferiu-se abandonar o projeto todo. O segundo é um mistério, ele é praticamente uma cópia do Magic 2 francês, não tinha rolleron, porém não foi concluído e pronto, a Fab ficou sem um míssil ar-ar nacional de curto alcance, dependendo de compras externas. Entendo que a aquela altura os dois projetos já estavam defasados, havia… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Diego Tarses Cardoso
Foxtrot

Coisas de FAB.
Não se esqueça do A-Darter.
Ao que parece nas FAAs nacionais (mais na FAB), a dependência é proposital e até incentivada e aceita.
O “complexo” de vira latas deve ser a política que as rege !

Arnold Silva

Seria bom se eles dessem na época o palpita de adquirir um modelo aeronave a jato chamada: MFT-LF ou EMB-330 que viria se sucedida pela A-X1. Aí diria que seria genial a ideia e não bestial, mas enfim, nossa cultura se baseia nisso ter o mínimo e não necessário.

Rinaldo Nery

Aproveitamos uma aeronave que já existia. Ninguém queria começar um projeto do zero. Nem havia recursos pra isso, nem da FAB tampouco da EMBRAER. A EMBRAER estava num buraco de 400 milhões de dólares. Por isso não houve esse ¨palpite¨.

Velho Alfredo

Parabéns para nossa FAB pelo excelente trabalho e profissionalismo!!

JCuritiba

Ficou muito bom esse podcast. Parabéns Coronel pela iniciativa de vocês! Nem imagino o tamanho do orgulho de vocês em ver o ST operando por ai!
A FAB poderia convidar o senhor para mais uns voos com ele. Um único voo foi sacanagem. rsrsrsrs

Rinaldo Nery

A FAB não me deu nem ¨muito obrigado¨! kkkkkkk

Tarso Silva

Sei que não é o assunto, mas é a oportunidade que tenho de fazer duas perguntas.
1) porque não temos um motor a jato nacional?
2) porque não temos um avião a jato de combate, tipo caça, 100% nacional ?

CAIO ANDRADE GARCIA

Temos motores a jato nacional, como o TJ 1000 da Turbomachine, evidentemente não se pode comparar a potência e a própria finalidade com o General Electric F414-GE-39E, motor do Gripen E. Ambos turbojatos, mas com finalidades distintas, o primeiro com aprox 4,5KN de empuxo e capacidade de conduzir nosso míssil tático de cruzeiro e o segundo com ate 98KN capaz de ser a “locomotiva” de nossos caças. Mas para termos motores a jato da capacidade que alguns países tem, teríamos de ter começado o desenvolvimento entre 1930 e 1935. Não temos um avião de combate a jato 100% porque são… Read more »

Nilo

Cel. esperei o sabado para ouvi-lo, quando se fica na espectativa a cada minuto por novas revelações significa que valeu a pena os 53 min.
Esse seu trabalho que rendeu para nos 53 min, acredito que lhe deve ter custado mais de hora de dedicação do seu tempo.
Obrigado.

Rinaldo Nery

Vale cada minuto. Já se falou muito sobre o A-29 no blog, e essa é a oportunidade de conhecer a verdadeira história da gênese do projeto.

carvalho2008

Meus cumprimentos ao Mestre Nery!!!

Sacada de mestre onde acreditar é 90% do sucesso!!! E convencer do obvio 95% da dificuldade!!!

Eu tenho fissura em tentar compor soluções , como todos sabem, mas o A-29 é algo quase impossivel de superar no equilibrio dado ao avião!!!! é impressionante como ficou bom!!!