GAO: Marinha dos EUA e USAF lutando para manter os aviões prontos para decolar

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YUMA, Ariz. (Oct. 23, 2020) A U.S. Marine Corps KC-130J Hercules aircraft with Marine Aviation Weapons and Tactics Squadron One (MAWTS-1) lands at Assault Landing Zone (ALZ) Hawkeye aboard Marine Corps Air Station (MCAS) Yuma training ground, October 23, 2020. This was the first landing of an aircraft on an unimproved assault strip aboard MCAS Yuma. (U.S. Marine Corps photo by Lance Cpl. Gabrielle Sanders)

As frotas F-22 e KC-130T têm os piores resultados das oito frotas avaliadas pelo GAO

WASHINGTON: Tanto a Marinha quanto a Força Aérea dos EUA têm lutado para manter alguns aviões prontos para voar nos últimos anos, e isso só está piorando, de acordo com um novo relatório de auditoria.

“As taxas de missão – uma métrica usada para avaliar a saúde e a prontidão de uma frota de aeronaves – e outras tendências de métricas de manutenção relacionadas pioraram desde o ano fiscal de 2015 para oito aeronaves selecionadas”, escreveu o Government Accountability Office (GAO) em um relatório publicado no dia 15 de junho. “Embora a Força Aérea e a Marinha tenham iniciativas para enfrentar os desafios de manutenção em nível de unidade, nenhum dos serviços mitigou os riscos persistentes de sustentação de aeronaves de asa fixa.”

A agência de prestação de contas chegou a essas conclusões depois de estudar as taxas de capacidade da missão para oito frotas de aviões de combate diferentes: B-1B, C-5M, F-22, KC-135 da Força Aérea e C-130T, KC-130T, F/A -18E/F e P-8A da Marinha. O relatório foi criado em resposta a um projeto de lei da Câmara que orienta o GAO a avaliar as taxas de capacidade de missão para certas frotas desde o ano fiscal de 2015 e como ambos os serviços lidaram com o risco.

O GAO caracteriza “mission capable” como a porcentagem de tempo que uma aeronave gasta quando é capaz de “voar e realizar pelo menos uma missão”. Enquanto isso, a aeronave pode não ser capaz de realizar a missão se não puder voar devido à espera da manutenção necessária ou se a unidade não tiver uma peça sobressalente necessária para reparar o avião.

As taxas de capacidade de missão para todas as oito frotas diminuíram, com o F-22 e o KC-130T experimentando as piores quedas (ambas as aeronaves tiveram uma queda de 16,7% desde 2015). As frotas F/A-18E/F (3,9%) e KC-135 (4,1%), embora ainda em declínio, tiveram as menores mudanças nas taxas de capacidade de missão.

Embora o GAO atribua aos serviços a tomada de algumas medidas para impedir o declínio, como a implementação da Marinha de seu Sistema de Sustentação Naval, o GAO descobriu que nenhum serviço concluiu “revisões de manutenção” para frotas específicas que foram exigidas na Autorização de Defesa Nacional do Ano Fiscal de 2017.

Oficiais da Força Aérea disseram ao GAO que o serviço ainda não havia conduzido as revisões devido à ambiguidade em como interpretaram inicialmente a lei, mas iniciaram as avaliações depois que o estatuto foi esclarecido em 2021. As revisões do F/A-18E/F e P-8A serão concluídas no FY-22 e no FY-23, respectivamente.

“Oficiais da Força Aérea relataram que planejam trabalhar com o acúmulo dos sistemas restantes até o final do ano fiscal de 2025”, de acordo com o relatório do GAO. “Os oficiais da Marinha relataram que esperam concluir as revisões de manutenção de 54 sistemas nos próximos 13 anos, entre agora e o ano fiscal de 2035.”

Como é costume em todos os relatórios do GAO, o órgão de auditoria fez uma série de recomendações ao Pentágono, que se concentram principalmente em ambos os serviços completando suas revisões de sustentação necessárias, bem como no desenvolvimento de planos de mitigação para conter as taxas de capacidade de missão em declínio. Respondendo pelo Departamento de Defesa, Vic Ramdass, um alto funcionário de prontidão do Pentágono, concordou amplamente com as recomendações do GAO.

A única recomendação contestada por Ramdass foi que a Marinha acelerasse suas avaliações planejadas de cada frota, argumentando que o serviço elaborou um cronograma que equilibra uma variedade de necessidades programáticas “sem criar uma onda de revisões de sustentação em nenhum ano”.

FONTE: Breaking Defense

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Antonio Neto

Interessante.

As taxas de capacidade de missão dos C130 e KC130 foram as piores em 2021.

Para uma meta de disponibilidade de 75% só alcançaram 32% e 36% em 2021. Horrível.

Vai ao encontro de alguns pontos do relatório Holandês, que norteou a escolha do KC390 para a Força Aérea deles.

Hrnrique

O documento se refere a variante “T” não há mais recente “J”.

Carvalho2008

Pois é….será uma nova sina…??? Logo apos a derrota do C130j para o C390, vem este relatorio do GAO sobre o declinio acentuado de disponibilidade dos C-130k….

Isto é não é bom para eles….pois pode virar folder de venda….se os EUA enfrentam dificuldades com sua frota, será que vc tambem nao teria??? Talvez o KC390 possa ajudar você!!!…

Last edited 1 ano atrás by Alexandre Galante
Fernando "Nunão" De Martini

Carvalho, só um alerta, não são “C-130k”, são C-130T e KC-130T, designação dada aos Hercules mais antigos da Marinha dos EUA.

Parece ser um problema (grave, de qualquer forma) especificamente com os velhos Hercules da USN, não de Hercules em geral das forças armadas dos EUA.

Flanker

Isso! Os KC-130T são do início da década de 80. Inclusive, já foram retirados de serviço no USMC.

Oséias

Solução muito fácil. É só ir de KC390 que seus problemas acabaram.

Camargoer.

Olá Oséias. Exatamente o C130T e adquiria uma frota menor de C390M.

Jorge Knoll

Falta a Embraer o “lobby” para aumentar as vendas do C390,- Millenium

Sensato

Exatamente o que pensei. Está na hora de investir na contratação de um bom escritório de lobby lá. Vendas para os EUA, gostando ou não, dão um impulso para as vendas como nenhum outro.

Varg

Tirando o F-22, o B-1 e o KC/C-130 são aeronaves antigas e que viram expressiva utilização no Iraque e Afeganistão. Isso agora está cobrando o seu preço na disponibilidade dos mesmos.

carvalho2008

Faz lembra aquela mensagem subliminar da Embraer…”após a guerra da Ucrania fomos contatados por países que sequer imaginávamos”…..

Jorge Augusto

Da pra entender a péssima disponibilidade do F-22. Caça caro, complexo e com linha de produção fechada.

Mas o C130 sofrendo é algo surpreendente

glasquis7

É por que são os vetores mais antigos. Os C 130 mais novos tem uma disponibilidade melhor.

Sensato

Ok. De quanto? O mesmo número do C390?

glasquis7

Desculpe, eu mencionei o C 390 em algum momento?

Pergunto por que até onde entendi, o forista Jorge Augusto postou:

Mas o C130 sofrendo é algo surpreendente”

E eu comentei sobre isso e nada mais.

Flanker

Os KC-130T já tem 40 anos de serviço.
O F-22 tem 50% de disponibilidade. Mesmo percentual do F-18E/F. Não é um número bom, mas também não e ruim.

Last edited 1 ano atrás by Flanker
Adriano RA

O problema é a Lockheed Martin. Faz tempo que os relatórios do Pentágono alertam para o aumento do custo de manutenção dos Hércules. A LM sabe (ou pensa) que não tem concorrência e quer empurrar o C-130J novo em substituição à enorme frota de antigos Hércules. A taxa de aumento anual do custo de manutenção dos Hércules é a maior da USAF.

Silvano

Estados Unidos ainda vão acabar comprando o KC-390. Essa necessidade vai se impor.

SGT MAX WOLF FILHO

Tomara mesmo e que sejam produzidos em solo Brasileiro! Para gerar impostos e empregos para o Brasil e não para o tio citado, como foi o Tucano! ( vendido para Afeganistão / Iraque / África )

Last edited 1 ano atrás by SGT MAX WOLF FILHO
Welington S.

Algum tempo atrás eu tinha dito que eu via o KC-390 voando na Força Aérea Americana…

Fernando "Nunão" De Martini

Pra mim, um dado que chama a atenção é o da disponibilidade dos velhos KC-135 da USAF.

São aviões produzidos na década de 1960, remotorizados em mais de um programa a partir dos anos 80, e que ainda conseguem disponibilidade superior a 70%.

Na minha opinião não está nada mal.

Claro que não atingiram a meta, que era de… 100%!!! Exigente esse pessoal hein?

glasquis7

O pessoal não entende isso. Leram C 130 e já descem a lenha. KKK

Agora a pergunta, qual a disponibilidade de outros vetores similares a esse no mundo?

Flanker

Pois é, Nunão. 70% de disponibilidade para uma aeronave sexagenária, é algo muito bom.

sergio

Se tivessem usando o kc-390…..

Flanker

Quase certamente vão trocar ps quarentões KC-130T por KC-130J novos de fábrica.

Camargoer.

Olá Flanker. Daqui a pouco será a Lockheed que vai bater na porta da Embraer para propor a produção do KC390, dando um drible da vaca na Boeing. Seria um excelente negócio para a Embraer e para a Lockheed produzirem juntas o KC390 para substituir toda a frota de C130.. já imaginou? riso.

Leonardo M.

Eu se fosse a Embraer já oferecia o C-390 para a USAF e ser fabricado na Flórida.
Umas 70 unidades até que não seria ruim para um primeiro lote

Marcelo

os números do C-130 são horríveis! Será que são versões antigas?

Fernando "Nunão" De Martini

Sim, antigas e da USN. Parte recebeu novas hélices anos atrás.

glasquis7

São

Silvano

São mais novos que estes que o Chile utiliza, aquele que se desintegrou sobre o mar que parecia novinho, foi fabricado em 1978. Os do Brasil também padecem da idade, mas nós temos quatro KC-390 balas.

Sabes dizer a disponibilidade dos C-130H do Chile?

Flanker

Os primeiros KC-130T da USN entraram em serviço entre 1982/83.
Hoje, a FAB opera somente C-130M ex-itália, que fpram recebidos no Brasil em 2001, mas operavam na Itália desde 1972/73. E os 2 KC-130M foram recebidos novos pela FAB em 1976.
Temos 5 KC-390.

glasquis7

Tem também os do Primeiro Grupamento Aéreo de Transporte da FAB que são de 75.

Flanker

Tu está falando do 1°/1° GT? Glasquis, este esquadrão, o Gordo, é o único operador de C-130 atualmente na FAB. Todos os C/KC-130M são operados lá. E os C-130M ativos são os que vieram da Itália em 2001, mas foram recebidos pela Itália em 1972/73 e os 2 KC-130M foram recebidos pela FAB em 1976. Hoje, são em torno de 6 C-130M + 2 KC-130M.

glasquis7

“aquele que se desintegrou sobre o mar que parecia novinho,” Se desintegrou? Nossa, vc tem acesso a informações que nem a FACh tem. Vc sempre fala nesse Hercules Chileno e nem sei o que tem a ver no assunto. Vc já falou que caiu na Antártida, que se perdeu no Pacífico e até que foi derrubado pelos argentinos… Tem que se decidir aí. Uma pena ter perdido apenas um Hercules numa zona muito complicada de se operar. Muita incompetência da FACh que até essa data operava apenas 5 unidades para suprir as necessidades de um país tão curtinho e compacto… Read more »

Last edited 1 ano atrás by glasquis7
Bardini

A versão Tango tem 3 décadas nas costas, apenas a US Navy como operador e alguns problemas de manutenção no histórico…
.
Eles querem comprar C/KC-130J novos, com urgência.

Willber Rodrigues

Bom, considerando-se que o F-22 foi produzido em poucas quantidades, e que sua produção parou a uma década, presume-se que seus estoques de peças estejam chegando ao fim, certo?

Last edited 1 ano atrás by Willber Rodrigues
DSC

O KC-130T foi introduzido em 1983 e o C-130T em 1991.  Ambos são versões do clássico/legacy C-130 Hercules e não do moderno C-130J Super Hercules que é baseado nesse antigo C-130, mas é basicamente uma aeronave nova com muitas e grandes melhorias em praticamente todas os quesitos. E mesmo só entre as versões desses mais velhos, legacy, C-130 Hercules, as taxas de capacidade de missão abismais do KC-130T e C-130T são a exceção e não a norma. Eu não tenho dados para os legacy C-130 que o USMC/USN operam, mas no caso das versões legacy do C-130 que a USAF… Read more »

Last edited 1 ano atrás by DSC
Luis Carlos

É grave a crise.
E vai piorar.

Regis

Que horrível a situação deles. E pensar que ontem (20 de Junho) vi o Maverick detonar dois Su-57 Felon, além de um abatido por um piloto de F-18, quando realizavam missão em um certo “estado pária” do Oriente Médio. Saudades do F-14 TomCat.

Carlos Campos

olha esses números no geral são assustadores, quase 50% da USAF não estaria pronta para decolar agora, em caso de guerra acredito que iam forçar os aviões a voarem mesmo com a manutenção em atraso, mas a USAF é uma força rica, imagino pra nós como deve ser.

Henrique

Por que a FAB não revela dados semelhantes?

Fernando "Nunão" De Martini

Henrique, os dados da FAB são revelados ao órgão equivalente ao GAO americano, o TCU, em relatórios de gestão anuais. A fonte original dos relatórios desta matéria é o GAO, não a USAF ou a USN.

Se vc procurar, não vai ter muita dificuldade de encontrar relatórios de anos anteriores da FAB.

Aqui tem os relatórios de gestão de 2021 e anos anteriores.
Lembro que anos atrás encontrei dados de disponibilidade de aeronaves (metas e porcentagem obtida), mas não estou com tempo de ver.

Boa pesquisa!

https://www.fab.mil.br/relatoriodegestao

Rinaldo Nery

Os russos divulgam esses dados pros ucranianos lerem?

Zé lesqui

Preferimos nossos amigos orientais…