Nauru 1000C

XMOBOTS e MBDA assinam MoU para o desenvolvimento da versão armada do RPAS Nauru 1000C com mísseis Enforcer

A XMobots, a empresa de drones número um na América Latina, e a MBDA, a maior empresa de mísseis da Europa, assinaram um MoU (Memorando de Entendimento) para trabalhar em conjunto na prova de conceito para a integração do míssil ENFORCER no RPAS Nauru 1000C.

O Nauru 1000C é o RPAS CAT 2 selecionado pelo Exército Brasileiro para missões ISTAR (Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvos e Reconhecimento), pesando 150kg.

O míssil ENFORCER é um sistema de armas leves guiadas de nova geração, pesando cerca de 7kg e fornecendo a capacidade de derrotar uma ampla variedade de alvos leves e ligeiramente blindados, incluindo veículos de movimento rápido e alvos protegidos.

De acordo com Giovani Amianti, CEO da XMobots, além das atividades de prova de conceito, o MoU também traz a oportunidade de cooperação industrial e projetos de compensação com a indústria brasileira.

“A XMobots sempre se destacou no mercado de drones civis e por suas certificações ANAC (CAA brasileira), tornando-se a única empresa de drones com RPAS certificadas pela ANAC a voar acima de 400 pés (aproximadamente 122 metros) ou BVLOS em um alcance de 30 km. A entrada no mercado de Defesa em 2019 trouxe o objetivo de atender demandas recorrentes das Forças Armadas Sul-Americanas. Essa parceria com a MBDA consolida nossa capacidade tecnológica, colocando o Brasil em um grupo diferenciado de países que desenvolvem e produzem drones armados”, explica Amianti.

“Um ponto relevante é o fato de o ENFORCER ser o primeiro míssil a ser integrado a um drone brasileiro, o que resultará em uma disrupção tecnológica no mercado de drones armados de baixo custo, já que os mísseis RPAS Nauru 1000C e ENFORCER são significativamente pequenos e leves, e ambos apresentam melhor relação custo-benefício”, elogia Amianti.

Patrick de La Revelière, vice-presidente da MBDA para a América Latina, disse: “Estamos muito satisfeitos em estabelecer formalmente nosso novo relacionamento com a XMobots. Este MoU demonstra mais uma vez nosso compromisso com parcerias de longo prazo com a indústria brasileira. Por meio da cooperação industrial, a MBDA continuará fortalecendo nossos laços com organizações brasileiras para criar tecnologias de primeira classe para as Forças Armadas Brasileiras, após projetos anteriores de transferência de tecnologia bem-sucedidos no Brasil. Estamos ansiosos para trabalhar com a XMobots, aprofundando assim nosso relacionamento estratégico para o futuro”.

Nauru 1000C

A MBDA é o único grupo de defesa europeu capaz de projetar e produzir mísseis e sistemas de mísseis que correspondem a toda a gama de necessidades operacionais atuais e futuras das três Forças Armadas (terrestre, naval e aérea). A MBDA é de propriedade conjunta da Airbus (37,5%), BAE Systems (37,5%) e Leonardo (25%), e atualmente fornece às Forças Armadas Brasileiras mísseis de defesa aérea de curto alcance Mistral, todas as três versões do míssil antinavio Exocet e os sistemas de defesa aérea Sea Ceptor, entre outros, no programa de fragatas classe Tamandaré. A MBDA também se orgulha de oferecer mísseis de classe mundial, como Meteor, Brimstone e ASRAAM, entre outros, para aeronaves de combate.

FONTE / IMAGENS: XMOBOTS

Nota do editor: o título da nota à imprensa original divulgada pela XMOBOTS é o subtítulo desta. Em dezembro do ano passado, foi anunciada a aquisição, pelo Exército Brasileiro, do Nauru 1000C. A aquisição, segundo a XMOBOTS, compreende um “Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP) Categoria 2 (CAT 2 – até 150 Kg), contendo 3 aeronaves remotamente pilotadas de 150 kg equipadas com radares, scanners 3D e um refinado sistema de câmeras com transmissão de vídeo em tempo real.” Para mais detalhes, clique aqui para ver publicação no blog das Forças Terrestres. Na ocasião, foram divulgadas as seguintes especificações deste SARP, além de um vídeo:

Características do Nauru 1000C:

  • Dimensões: Envergadura 7,7 m | Comprimento 2,9 m | Altura 0,98 m
  • Peso Máximo à Decolagem (MTOW): 150 kg
  • Peso Máximo de Cargas Pagas: 18,0 kgf
  • Aeronave VTOL: Asa fixa + multirotor
  • Propulsão híbrida: Combustão e elétrica (monomotor asa fixa, octacóptero multirotor)
  • Autonomia: 10 h
  • Velocidade cruzeiro: 111 Km/h
  • Teto operacional: 10.000 ft

 

 

 

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Vitor

Saiu uma noticia também que a FAB integrará o MICLA-BR no Gripen. O MICLA inclusive foi considerado projeto prioritário pela FAB. Poder aereo poderia buscar mais informações e publicar uma reportagem completa.

Pedro Fullback

Excelente notícia. Um míssil de 300km, R-99 e a suíte eletrônica do Gripen vai deixar o nosso país com uma força aérea muito próxima das principais forca aéreas de primeira linha.

Foxtrot

E forças aéreas são feitas só disso ?
Se esqueceu da inteligência espacial, comunicações satelitais, JSTAR,s, aeronaves estratégicas, bombardeiros de logo alcance etc etc etc etc etc.

Rinaldo Nery

Temos um JSTAR tupiniquim, chamado R-99.

Foxtrot

Sim Cel.
Mas para a FAB está no patamar das maiores e mais modernas forças aéreas do mundo, falta muito muito e muito mais para isso !

Fernando "Nunão" De Martini

Vitor,
Desconheço notícia recente a esse respeito, não vi nada nas principais mídias especializadas, ou divulgado pela FAB ou fabricante nos últimos dias a esse respeito. Pode informar mais?

O que temos aqui de informação é o memorando de entendimento assinado há cerca de 1 ano e meio:

https://amp.aereo.jor.br/2020/11/24/fab-e-avibras-firmam-parceria-para-desenvolver-missil-de-cruzeiro-micla-br/

Vitor

Victor Barreira / Defence 360° no Twitter: “O caça multimissão @Saab @saabdobrasil F-39E/F Gripen da https://s.w.org/images/core/emoji/13.1.0/svg/1f1e7-1f1f7.svg @fab_oficial terá a capacidade de efectuar o lançamento do míssil de cruzeiro com alcance de 300 km MICLA-BR. O míssil MICLA-BR é desenvolvido em conjunto pela @fab_oficial e a empresa https://s.w.org/images/core/emoji/13.1.0/svg/1f1e7-1f1f7.svg Avibras. https://t.co/Y5yjTpk7ee” / Twitter

Fernando "Nunão" De Martini

Ok, Vitor. Obrigado pelo link.

Mas continuo sem entender o que tem de novo nessa informação. Além da data recente, não tem nada de novo nesse tweet.

Vitor

Nunão , você tem razão. porém de fato de 2020 pra cá não temos tido mais notícias. Eu tampouco sei se o Astros 2020 já está lançando a versão de 300km, ou seja, muito pouco se sabe desse programa e os reais avanços.
Quanto ao MICLA, ele será integrado somente ao Gripen ou F-5 também? a Versão Full com capacidade Ar-Solo do Gripen deve vir somente lá pra 2026-28.

Fernando "Nunão" De Martini

Vitor, desconheço esforços para integrar mais armas ao F-5M nesta reta final de vida operacional.

Já sobre o andamento do MICLA-BR, acatei sua sugestão de procurar alguma novidade. Tem matéria nova a respeito, saída do forno, embora não traga lá muita coisa nova. Mas está andando (ou estava, há 6 meses).

https://www.aereo.jor.br/2022/05/17/sugestao-de-leitor-em-que-pe-esta-o-micla-br/

Last edited 1 ano atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Bueno

Fonte: Eu mesmo. kkk

Felipe Maia

Olá! Onde você viu essa notícia? Não seria algo antigo? Faz tempo que não saia nada novo sobre o MICLA-BR.

Luís Henrique

Existem alguns canais no YouTube fazendo vídeos sobre equipamentos e aquisições, a maioria de notícias antigas e várias sem confirmação. Da a impressão que o criador do canal quer aquilo ou acha aquilo e publica o vídeo como sendo fato.

Vitor

ta cheio de caçador de like

Leonardo

Só impressão ? kkkkk YouTube tá f*oda

Fernando "Nunão" De Martini

Pra quem quiser debater o MICLA-BR, fui atrás de como andam as coisas quanto ao Memorando de Entendimento assinado há um ano e meio:

https://www.aereo.jor.br/2022/05/17/sugestao-de-leitor-em-que-pe-esta-o-micla-br/

LucianoSR71

Fazendo uma ligação entre essa e a matéria anterior do Ipanema, em live no YT perguntei ao CEO da Stella Tecnologia se não seria bom eles desenvolverem um drone agrícola c/ capacidade acima dos utilizados hoje no Brasil, até não p/ depender das encomendas das forças armadas, mas ele disse que o foco total é no mercado de Defesa. Vendo como a XMOBOTS fez buscando justamente o mercado civil p/ crescer e poder depois entrar forte no mercado de Defesa, penso que não falei bobagem.

Pedro Fullback

Depender da nossa Defesa é um erro grave, precisa diversificar para o público civil.

Sensato

Toda empresa precisa diversificar as fontes de receita. Não apenas as ligadas a defesa.

LEONARDO BASTOS

O futuro da defesa aérea pertence aos DRONES! O Brasil não pode ficar pra trás nisso…

YuriBfranca

Tamanho bom pra um drone armado, mas, acompanhando as notícias da guerra na Ucrânia fica claro a vantagem tática que dispõe as tropas em solo com um drone pequeno e simples para vigilância. Por incrível que pareça no Telegram a maioria dos vídeos de drones são com o Dji da Mavic que acaba desempenhando bem o papel já que sua imagem e em hd.

ANDRE DE ALBUQUERQUE GARCIA

Excelente! Estão acordando para anova necessidade. Precisamos de drones armados.

Rinaldo Nery

Concordo. Já cheguei a pensar que não precisávamos, mas mudei de idéia.

Felipe Morais

Excelente notícia. Estamos vendo empresas brasileiras investindo nesse seguimento. Espero muito que as FAs possam implementar capacidades variadas de drones, gerando demanda para que essas empresas possam continuar o desenvolvimento de produtos.

Espero ansiosamente desdobramentos das notícias de que a Embraer iria desenvolver um ucav.

horatio nelson zhirinovsky

parece q o eb anda prestando atenção na operação especial na ucrania…boa noticia.

Foxtrot

“O MICLA inclusive foi considerado projeto prioritário pela FAB. ”
Deus te ouça amigo.
O MAR-01, A-Darter, MAA1, SMKB, FPG-82 etc etc também eram “prioridades” para a FAB.
O Falcão Avibras era prioridade para a FAB, que inclusive investiu no desenvolvendo de sistemas para o mesmo.
Aí chegaram os Israelis da AEL com seus Hermes, e as prioridades da FAB mudaram.
Duvido muito viu, pois há boatos que a FAB quer o Brahmos para os Gripens !

Guacamole

É por isso que a AVIBRAS tá quebrando.
Não tinha como comprar um míssil nacional?

Matheus

Que míssil do porte do Enforcer a AVIBRAS faz?

Allan Lemos

Mesmo se houvesse um, duvido que a FAB o compraria.

Matheus

Eu nem porque voces estão falando que a FAB vai ou não usar.
Esse negócio é entre a XMobots e MBDA, FAB e demais forças não tem nada a ver com isso.

Fernando "Nunão" De Martini

FAB?

Mas quem comprou esse drone foi o EB.

E, de fato, é um acordo entre empresas para eventualmente integrar o míssil ao drone.

Matheus

Desculpa, engano meu.
Mas mesmo assim, a não ser que o EB compre o míssil(o que duvido muito), esse negócio é entre as empresas.

Foxtrot

FOG MPM.
Não está no patamar tecnológico do Enforce, porém com modernizacões pontuais, teria uma grande Vália no “arsenal” nacional.
Acho que a cooperação para instalação do Enforce é bem vinda.
Porém acho que as empresas que fabricam drones nacionais e Avibras deveriam reviver o FOG MPM, elevando ele para um padrão semelhante ao Spike NLOR

Matheus

Um míssil de 40 anos de idade que nunca nem chegou a ser disparado e voce acha que é fácil modernizar pra um padrão igual ao Spike? Muito inocente.

Mesmo que eles pegassem o FOGMPM e trouxessem de volta iria levar pelo menos uns 5 anos até eles fazerem os primeiros testes, depois de mais 5 anos de “testes” eles anunciam um lote piloto de apenas 10.
Depois disso com sorte (e bota SORTE nisso) eles compram pelo menos outros 10.

Dai o projeto morre porque esse país não sabe usar diplomacia pra vender arma.

Foxtrot

Sério? Nunca chegou a ser disparado ? Cara tem fotos de testes do míssil com impacto no alvo. E se não sabe o Spike NLOS tem a mesma tecnologia do MPM (os dois são guiados por fibra óptica). Lógico que o Spike é mais moderno que o MPM que não entrou em produção seriada (adivinha porque). Mas não seria coisa de outro mundo ou tecnologia alienígena evoluir o MPM, por isso mesmo falei na versão MK2. Uma proposta de evolução para o MPM que aconselharia, seria a inclusão de um sistema de controle autônomo em caso de rompimento do fio… Read more »

Foxtrot

Mas sou obrigado a concordar com o que escreve no final de seu depoimento!
Por isso mesmo isso aqui é o Bananasil.
Acho que a Xmobots está melhor só no ramo civil.
Vão perder tempo e paciência com esses militares nacionais de hoje !

MAB

Olha como a independência tecnológica é importante. Alguns já devem ter se esquecido , mas a Noruega pegou na lata, que os F35s que tinham comprado estavam enviando informações sem consentimento deles. Acho que até noticiaram aqui no PA. Depois o assunto sumiu. Agora na guerra da Ucrânia, os drones estão fazendo muita diferença. Desde as gambiarras russas até os drones domésticos dos ucranianos. Porém, parece que os chineses estão enviando geolocalização para os russos. Mesmo o fabricante tendo negado de pés junto. Existem dezenas de relatos que após o drone pousar, segundos depois começa a artilharia russa no mesmo… Read more »

AMSS

Esse míssel é adequado contra quais tipos de alvo, alguém pode especificar melhor? Veículos civis, infantaria e “blindagem leve”, um Guarani sem blindagem complementar/reativa se enquadraria em “blindagem leve” ou já seria algo acima deste conceito?

Rinaldo Nery

Boa pergunta. Tbm gostaria de saber.

Fernando "Nunão" De Martini

Veículos sem blindagem ou com blindagem leve é o que diz o fabricante, no caso da versão atual que está começando a ser entregue, que é para uso em terra. Acredito que blindagem leve seja o caso de viaturas como o Guarani, protegida contra fogo de fuzis e metralhadoras (exceto .50), estilhaços e IEDS. Mas o Guarani e outros podem receber blindagem adicional, embora em geral esta seja instalada na frente, assim o míssil teria que atingir partes menos protegidas. Já no caso de versão aerolançada, em desenvolvimento, isso seria relativo pois no topo a blindagem é mais fina, em… Read more »

Matheus

Caiafa postou fotos do Nauru com o Míssil na Droneshow 2022.

https://twitter.com/beto_caiafa/status/1527027433530085376