No dia 23/7, o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) completou 15 anos. O IPEV é responsável pela ação de ensaio em voo na Força Aérea Brasileira e realiza voos de desenvolvimento, certificação, avaliação operacional e recebimento de aeronaves militares.

A atividade de ensaios em voo busca determinar o desempenho e qualidades em voo de aeronaves e artefatos embarcados para garantir a segurança e o cumprimento de uma missão.

Ela está presente em diversas fases do desenvolvimento de uma aeronave, desde o seu planejamento até sua certificação, recebimento e emprego operacional. O mesmo acontece com projetos de desenvolvimento e certificação de artefatos embarcados como sistemas aviônicos, equipamentos e armamentos.

Durante a execução desses projetos, a atividade de Ensaios em Voo estuda o comportamento de uma aeronave, sistemas, equipamentos e/ou armamentos para uma missão específica, auxiliando também na análise de risco desses projetos.

Credenciais

Os cursos de ensaios em voo do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) são reconhecidos Internacionalmente pela SETP Society of Experimental Test Pilot.

A SETP é uma organização internacional que tem como objetivo promover, além da segurança em voo, a troca de conhecimento e ideias entre as comunidades de ensaios, colaborando para o fomento da atividade de ensaios em voo ao redor do mundo.

O reconhecimento foi conferido ao IPEV em 2004, tornando assim a Divisão de Formação em Ensaios em Voo (EFEV), do IPEV, uma das apenas oito escolas do mundo a possuir esse reconhecimento.

O IPEV é responsável pela formação de pessoal especializado em ensaios em voo no Brasil, formando: Pilotos de Ensaio Experimental, Engenheiros de Ensaio Experimental, Engenheiros de Instrumentação de Ensaio e Técnico de Instrumentação de Ensaio.

Histórico

A atividade de Ensaios em Voo no Brasil teve início em 19 de julho de 1906, quando o inventor brasileiro, Alberto Santos Dumond, realizou o primeiro voo de um aeroplano no Campo de Bagatelle, na França.

Para garantir que ele pudesse testar com segurança o voo do modelo recém-construído, Santos Dumond acoplou um balão de nº 14 ao aeroplano. A função do balão era reduzir o peso efetivo da aeronave e facilitar a decolagem. Com isso, o brasileiro Santos Dumond realizava o primeiro Ensaio em Voo da história do Brasil.

Anos depois, na década de 1940, o Aviador Casimiro Montenegro Filho viajou aos Estados Unidos e visitou o Massachusetts Institute of Technology (MIT). Maravilhado com o que vira no MIT, decidiu criar um Instituto parecido no Brasil, com o objetivo de capacitar engenheiros para construção de aeronaves. Assim nasceu o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

O ITA foi construído na cidade de São José dos Campos – SP –, durante a década de 1950 e com ele, o Centro Técnico Aeroespacial (CTA), hoje denominado Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). O DCTA é um complexo de pesquisa e desenvolvimento aeroespacial que englobava diversos Institutos, entre eles o ITA e o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD).

Duas das responsabilidades do IPD eram: “ensaiar e homologar novos tipos de aeronaves produzidas no país bem como aeronaves modificadas ou alteradas e fornecer os certificados de tais homologações” e “ensaiar e homologar equipamentos, componentes e materiais de interesse dos órgãos da aeronáutica, por solicitação de outros órgãos do governo ou da indústria”.

O primeiro voo oficial de ensaio de uma aeronave desenvolvida no Brasil ocorreu em 18 de dezembro de 1958, envolvendo o protótipo do helicóptero BF-1 Beija-Flor. Em fins de 1961, foi criada a Seção de Operações e Ensaios em Voo subordinada ao IPD, a qual seria mais tarde denominada Subdivisão de Ensaios em Voo.

Esta Subdivisão foi evoluindo ao logo dos anos até se tornar uma Organização Militar em 10 de fevereiro de 2006, por meio da Portaria nº 175 / GC3, de 06/02/2006, revogada pela Portaria nº 48 / GC3 de 23/01/2007, a qual instituiu o Grupo Especial de Ensaios em Voo (GEEV).

Finalmente, em 9 de março de 2011, por meio da Portaria no 131/GC3, aprovada pelo Decreto no 5.196, de 26 de agosto de 2004 e alterada pelo Decreto no 5.657, de 30 de dezembro de 2005, o GEEV passou a ser o atual Instituto de Ensaios em Voo – IPEV.

Em homenagem ao primeiro voo de ensaio da história da aviação brasileira, o IPEV elegeu a data de 23 de julho para celebrar o seu aniversário, a contar de 2006, ano em que se tornara oficialmente uma Organização Militar.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Foxtrot

Dois grandes projetos nacionais.
O primeiro a SMKB que não se tem mais notícias sobre aquisições, evolução do projeto para versões com asas de planeio, propulsão adicional, novo kit guiado a laser etc.
O segundo o MICLA-BR, que ao que parece está em fase avançada de desenvolvimento.
Só espero que o segundo não tenha o mesmo destino de seus irmãos anteriores (MAR-01, MAA1, SMKB etc etc etc).
Enquanto isso a FAB anuncia como se fosse a melhor coisa para o país, o investimento de milhões em aquisição e “nacionalização” de armamentos importados.
Quanto ao instituto, parabéns ao mesmo !

Allan Lemos

Em se tratando de forças armadas brasileiras, “estar em fase avançada” é algo bem relativo, já que há uns 10 anos ouço dizerem que o MTC-300 também estaria em “fase avançada” com a produção começando “em breve” e até agora nada.

Wellington Góes

Bem, o MTC-300, no EB, está dentro do planejamento, mas é no EB, já na FAB…. Por lá só anda o que eles querem que ande, o que não querem deixam morrer, por mais capacidade autóctone que possa deixar na indústria nacional, ou mesmo na capacidade de dissuasão estratégica… Aliás, o MICLA BR só existe hoje, porque o EB comprou a ideia do MTC-300. Outros projetos, da FAB, que vieram até bem mais cedo do que o MTC, morreram por inanição provocada pela própria força (cortando os recursos financeiros dos projetos). Exemplo são os US$ 120 milhões de dólares (talvez… Read more »

Foxtrot

Excelente caro Wellington.
Onde assino ??
É o que canso de escrever, no frigir dos ovos, os militares (da reserva ou não) se sabotam.
Para mim, deveriam acabar com esses circos denominados centros de P&D de defesa nacional, pois não temos mais indústria de defesa própria, as poucas que sobraram daqui a pouco viram espelho das multi estrangeiras.
Até o jargão da propaganda da FAB mudou.
Antes era “Asas de um povo soberano” agora é alguma outra coisa qualquer.
E ainda aparece alguns alardeando “Brasil acima de tudo” !
Só rindo mesmo.

Kit Carson

Apenas por curiosidade, como ficou o “Piranha” e a evolução deste? Foi descontinuado? Não me recordo de ter visto aquisições de Sidewinders pela FAB… estamos apenas com os AIM-9B?

Leandro Costa

Usamos os mísseis da família Python para AAM IR’s. Salvo engano tínhamos alguns MAA-1A em operação. Nunca vi nenhum MAA-1B além de mockups.

Foxtrot

O piranha após aquisições de um lote não informado da versão A, foi apresentada a versão B que seria um 4G+ em se falando de mísseis ar-ar (uma geração ou meia abaixo do A-darter, ou seja ainda de grande valia e muito útil para muita gente). Aí os “gênios” da FAB resolvem apostar no A-darter (algo ótimo na minha modesta opinião, porém acredito que havia espaço para os dois produtos no mercado nacional e internacional). Com o A-darter pronto e em testes, mais uma vez algum “gênio,” da FAB resolve descontinuar o projeto para comprar armamento importado. Ou seja, numa… Read more »

Rinaldo Nery

O Piranha nunca prestou. Buscapé ar-ar. Foi tarde.

Leandro Costa

Em 2003 eu estive em Santa Cruz em um portões abertos e conversei um pouco com os pilotos. Escutei uma escabrosa do Piranha. Quando perguntei se era bom eles me responderam dizendo que não confiavam no míssil e que em um teste na Barreira do Inferno quase perderam a aeronave lançadora quando o míssil detonou logo após o lançamento e na maioria das vezes ele não mantinha o lock IR no alvo.

PCOA

não dava pra o projeto evoluir ?

Foxtrot

Não no Brasil.
O melhor aqui e comprar de fora e colar bandeirinha do Brasil localmente.
Aqui nada evolui, nem a me te dos militares, olha os exemplos.

Marcelo Oliveira dos Santos

Bons tempos de AEV foram 5 anos de trabalho como militar !! Parabéns a todos militares e civis que se dedicam neste setor importante da FAB.

Allan Lemos

Se esse MICLA-Br sair do papel mesmo, colocará o Brasil em outro patamar regionalmente.

Carlos Campos

Espero que continuem o desenvolvimento do MICLA, agora que já pararam de trabalhar no EXOCET, acredito que sobra mais tempo

AK-130

Mais um que tira informação da bunda e diz que pararam de mexer no mansup…

Filipe

Esse Missil vai trazer a paz no Continente, imaginem os Gripens Armados com 2 Miclas-BRs , o Brasil vai pacificar a Venezuela e talvez Cuba… Os ditadores não vão dormir.

Flanker

?‍♂️?‍♂️?‍♂️?‍♂️

Adriano Madureira

Que sonho ! “Pacificar”… Não conseguimos nem nós pacificar, quanto mais querer dar uma de “Peacemaker” nos problemas dos outros.

Barak MX para o Brasil

Que imaginação de minhoca.

Leandro Costa

Parece uma espécie de ditador que usa cartas de super trunfo inventadas em um tabuleiro de War.

Veiga 104

Boa Noite a todos. Gostaria de fazer uma pergunta que não diz respeito a matéria. Quantos caças f5 tem a FAB ? Li em algum lugar que 49 foram modernizados. É essa a quantidade de caças f5 prontos para o combate ? .

Hellen

A princípio sim,mais vc sabe muito bem que nem todo avioes desses 49 estao disponível,sempre parte dessa frota esta passando por manutenção ou inspeção no PAMA !!!

Flanker

Olá, Veiga. Sim, foram modernizados 49 F-5, sendo 43 F-5EM e 6 F-5FM. Desses, 1 EM foi perdido, o 4830 e 1 FM tb foi perdido, o 4811. Então, ativos são 47 unidades. Mas, nunca tem-se esse total disponível, pois vários encontram-se sempre em manutenção, em diferentes estágios de complexidade.

Alexandre Barros
Rinaldo Nery

Não era eu. E que manchete estúpida: ¨passageiro ajuda a pousar o avião¨. Quem lê a chamada da matéria pensa que era um qualquer de bermuda e chinelo que sentou lá e pousou o avião. Jornalismo rasteiro…

José Luiz

Quando se pesquisa e se tem conhecimento de toda a saga que foi o projeto da família de mísseis Piranha não tem como não ficar triste com o fim que levou. Penso que além da FAB o Piranha podia ter tido uma vida como arma antiaérea. Em que pese os problemas de motor por ser um míssil ar ar, tendo que talvez ter um motor booster como estágio de partida para aceleração inicial. Daria uma arma nacional. Pois existem muitos SAM guiados por IR e hoje Israel comercializa o Python 5 como SAM também. E somos tão carentes nesta área.… Read more »

Rinaldo Nery

O Piranha nunca prestou.

Foxtrot

O melhor mesmo é depender eternamente de importações né Cel?
Ou melhor ainda, investir num ótimo projeto (A-Darter) para depois cancelar e comprar outro produto.
Não entendo vocês.
Reso a deus que esse país nunca entre em guerra com ninguém, se entrar quem mais vai sofrer serão vocês mesmos (ou infelizmente os soldados, já que Cel e general não vai para o campo de batalha).
Não conheço uma só nação que prosperou sendo dependente de importações, ainda mais numa área tão sensível.
A história tem ensinado isso há anos, mas acho que vocês foram reprovados nesta matéria.