Segunda-feira, 26 de agosto de 2019, às 8h do horário de Brasília. Enquanto muitos se levantavam para viver mais um dia normal de trabalho, Richard Ljungberg se preparava para pilotar, pela primeira vez, o primeiro Gripen E brasileiro, em Linköping, na Suécia. Confira abaixo, sob a ótica do piloto, como foi a experiência de voar com o novo caça da Força Aérea Brasileira.

Acostumado a pilotar caças da Saab, especialmente as aeronaves Gripen, Richard Ljungberg, primeiro piloto a conduzir o Gripen E Brasileiro, conta que o voo foi uma experiência única em sua carreira, tanto pelo fato de o caça ter se tornado um assunto de interesse mundial, quanto por ele contar com um cockpit totalmente novo.

Em se tratando de uma oportunidade incomparável, Richard contou que toda essa grandiosidade se tornou ainda mais evidente nos momentos que antecederam e sucederam o voo. De acordo com os relatos do piloto, durante o primeiro voo, 100% do foco foi voltado para os testes de manobrabilidade e qualidade de voo em diferentes altitudes e velocidades.

O principal objetivo foi verificar se o comportamento da aeronave estava de acordo com as expectativas. “Estamos falando de um cockpit novo se comparado às demais aeronaves Gripen. Ele está equipado com a tela panorâmica Wide Area Display (WAD), com o Head Up Display (HUD), um painel de controle frontal, e outros tipos de monitores e painéis. Este foi um marco muito importante na minha carreira”, afirma Ljungberg.

Richard destacou que o novo cockpit trará uma flexibilidade importante ao piloto em termos de configuração da tela, onde será possível adotar a apresentação para apoiar o piloto em diferentes estágios de uma missão. Isso aumentará a conscientização situacional e a tomada de decisões durante um combate aéreo.

Após 65 minutos no ar, o Gripen Brasileiro aterrissou na pista de Linkoping, completando seu primeiro ensaio em voo com sucesso e expectativas realizadas. “O voo foi tranquilo e a aeronave se comportou exatamente como ensaiamos nas bancadas de testes e nos simuladores. Esta também foi a primeira vez que voamos com o Wide Area Display no cockpit e estou feliz em dizer que as minhas expectativas foram atendidas”, contou Richard.

Por fim, o piloto afirmou ter consciência do quão importante o voo foi para a Saab, para a Força Aérea Brasileira (FAB) e para a Força Aérea Sueca, e sabendo sobre o interesse mundial por esse fato, ele fez com que esse momento não fosse apenas mais um voo em sua carreira, mas uma experiência ímpar em sua vida.

Saab F-39E Gripen

DIVULGAÇÃO: Saab

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Paulo Neves

Excelente!!!
A FAB escolheu muito bem.
Teremos um grande avião por muito tempo.
Tomara que consigamos comprar mais.
E manter atualizados os que tivermos.
Para o nosso TO está ótimo.
Parabéns FAB.

Paulo Sollo

“Para o nosso TO está ótimo”… Pelamordedeus cara, ainda esta coisa de elogiar depreciando, fruto de crenças distorcidas? Diga aí porque para outro TO o Gripen E não serve? O Suecos são linha de frente contra os russos e seus poderosos caças e tem um longa tradição produzindo vetores altamente elogiados. Será que seriam estúpidos a ponto de confiarem sua defesa num vetor inferior? Certamente que não. Como já foi exposto trocentas vezes, a única coisa na qual o Gripen E não se equipara aos rivais e na capacidade de carga, e isto não é demérito, é opção. Usuários do… Read more »

Chico Tripa

Excelente comentário. Disse tudo ao pessoal que discorda do Gripen e de sobra discorreu sobre as vantagens dele sobre os demais. Podemos comparar o operador do Gripen a estória do sujeito andando no trânsito com uma camionetona, grandona, com pneuzão, manutenção caríssima, ruím de estacionar (paga a mais), beberrona e etc. Tudo bem…é top de linha? …É…é top de linha! E o outro sujeito , andando no trânsito num Fiat MOBI Track, bem menor porém também recheado de tecnologia embarcada de última geração, pequenino, completo, rápido, ágil, bemmmmm mais econômico, fácil de estacionar /guardar (fácil de esconder em beira de… Read more »

Paulo Sollo

O número pretendido anunciado pela FAB foi de 108 unidades, porém já foi levantada a hipótese de que devido a falta de recursos e a desvalorização do Real, a quantidade não passaria de 40.

E vale ressaltar que o Real foi a moeda que mais desvalorizou no mundo desde o início da pandemia.

Renato

“o Real foi a moeda que mais desvalorizou no mundo desde o início da pandemia.” –> FAKE

Last edited 2 anos atrás by Renato
Spitfire

Olá amigo, seu comentário é irretocável… só não vi no comentário do amigo nenhum demérito a escolha feita pela fab, muito pelo contrário

Chico Tripa

Onde se lê “contidade”, leia-se “quantidade”!

Pedro

Isso. Precisamos ser pragmáticos, mas também não precisamos nos depreciar tanto e muito menos sermos ufanistas imbecis.

Abraço

Felipe W.

yeahhhh falô e disse hein

paulo cesar

Para a OTAN vão querer aeronaves de quinta geração com características furtivas.
Se não, teriam ficado com Rafales, Gripens e Eurofighters,
Japão, Coréia, Austrália, idem. Ficariam com o que já têm.
Mas o TO deles não permite esta acomodação.
Para o nosso, provavelmente nos servirá por muito tempo, com as devidas atualizações.
Não entendo onde vistes depreciação.
Não deprecio o Gripen de nenhuma forma.
Mas se no lugar do Chile tivéssemos a China…

Spitfire

Excelente caça!!! Ideal para nossa realidade!!! Foi a melhor escolha que a FAB poderia ter feito!!! Cabe no orçamento para mantê-lo operacional e pronto para a missão, com elevadíssimo poder de dissuassão!!! Parabéns a FAB mesmo!!! Demorou mas chegou!!! Aliás, quanto a FAB, ela conseguiu modernozar grande parte de seu inventário de meios!! Falta ai complementar os Gripens com novos lotes, claro, porque a quantidade é insuficiente para as dimensões continentais do nosso país, porém observe as modernizações feitas na última década!!! Gripen, KC390, Casa C295, AMX-A1m (pouca qtde mas alguns modernizados), Super tucano, E/R 99 (incluindo modernização), o A320… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Spitfire
Vinicius Momesso

O EB não teve um programa de renovação do nível do FX-2 nos tempos atuais. Isso se deve por opção do mesmo ou indisposição do Governo em liberar os fundos necessários?

Spitfire

Na minha opinião, a diferença ai é que o EB vem fazendo ao longo das últimas décadas mais o uso de compras de oportunidade ou FMS!!! E ai o que ocorre, é que são materiais já usados e com menor tempo para uso operacional…vamos aos exemplos: Leo1, Gepards, M113s, obuses entre outros…. exceção ao Astros, que é nacional e vem recebendo aprimoramentos. O EB priorizou modernizar estes meios à comprar novos…A falha ai, na minha opinião, é não ter tocado logo após essas aquisições tampão os projetos de reposição destes meios com veículos novos. Exceto o Guarani, que o projeto… Read more »

Nilson

Infelizmente, tenho que discordar. O cronograma de substituições dos F-5 já está atrasado há anos, seus 46 substitutos já deveriam estar voando. E sequer temos um substituto, isso já em meados de 2021, pois o único Gripen que por aqui chegou ainda não está operacional. Tudo bem que não fez falta, afinal não tivemos conflito, mas daí a dizer que o cronograma é bem planejado (e muito menos bem executado) não temos como concordar.

Spitfire

Errr…. Legal….excelente matéria!!! Experiência fantástica, zeradinho, tecnologia de ponta, Wide Area Display para babar e etc….Mas…. Sr. Richard Ljungberg, passa a chave do bicho para nós, que agora é nosso viu!!! Larga o osso!!! kkkkkk

Mathias

Com toda essa demora quando o último Gripen for entregue, ele já estará obsoleto. Já podem começar agora o programa FX-3 pra quem sabe daqui a 25 anos chegar um caça de quinta geração.

Last edited 2 anos atrás by Mathias