Esquadrão apresentou o adesivo comemorativo da marca de 90 mil horas voadas no A-29 Super Tucano estampado em uma de suas aeronaves

Na manhã desta sexta-feira (04), duas aeronaves do Esquadrão Joker (2°/5° GAV) decolaram da Ala 10, em Parnamirim (RN), para realizar um treinamento de manutenção operacional de instrutores da Unidade Aérea. Durante o treinamento, o Esquadrão apresentou o adesivo comemorativo da marca de 90 mil horas voadas no A-29 Super Tucano estampado em uma de suas aeronaves.

Recebida inicialmente na Força Aérea Brasileira (FAB) pelo 2°/5° GAV, em outubro de 2004, a aeronave A-29 Super Tucano passou efetivamente a ser utilizada pela Unidade Aérea na formação operacional dos pilotos de Caça somente no ano seguinte. Daquele ano em diante, a aeronave foi a responsável por entregar quase 400 desses pilotos para a FAB, Marinha do Brasil e Forças Aéreas de nações amigas.

A inserção da aeronave de fabricação nacional em substituição aos AT-26 Xavante que já estavam havia mais de 40 anos em operação, representou uma mudança significativa no processo de instrução e doutrina da Aviação de Caça Brasileira. Ao contrário do seu antecessor, o Super Tucano conta com uma interface homem-máquina avançada, modernos e precisos sistemas de emprego do armamento e navegação, que desenvolvem competências necessárias para atuar em complexos cenários e em modernas aeronaves de combate, como o A-1M, F-5EM e o F-39E Gripen.

Além disso, o A-29 Super Tucano possui um diferencial no processo de ensino-aprendizagem da instrução aérea. Por meio de diversas estações de debrifim, os instrutores e alunos podem extrair rapidamente os dados armazenados pelo sistema de gravação de áudio e vídeo da aeronave, o que facilita a assimilação dos conhecimentos passados pelos instrutores.

“No contexto da instrução aérea, o A-29 representou um salto na excelência da formação operacional dos pilotos de Caça, em virtude de seus avançados sistemas de navegação e emprego de armamento. Com a possibilidade de rever todo o voo em estações de debrifim e realizar análise apurada de dados, o estagiário pode perceber mais rapidamente suas dificuldades e aprimorar para o voo seguinte, incrementando sua curva de aprendizagem”, afirmou o Comandante do Esquadrão, Tenente-Coronel Aviador José de Almeida Pimentel Neto, que realizou sua formação na Aviação de Caça na época do AT-26 Xavante e hoje, como instrutor, analisa a diferença.

Adesivo comemorativo

A arte do adesivo foi concebida por pilotos do Esquadrão Joker e procurou reconhecer os principais símbolos que identificam a rotina no 2°/5° GAV. O fundo vermelho com as margens verde e amarelas são as cores predominantes no seu Distintivo de Organização Militar, uma alusão ao sangue derramado nos céus da Itália pelos pioneiros da Aviação de Caça Brasileira, durante a Segunda Guerra Mundial. O avestruz reproduz a imagem do instrutor transmitindo os ensinamentos ao aluno, na figura do pinguim, representando a principal missão da Unidade Aérea. As esquadrilhas de voo são simbolizadas pelos naipes de jogos de cartas e há, por fim, a inscrição relativa à marca de 90 mil horas de voo na aeronave.

Em virtude das restrições impostas pela COVID-19, as comemorações da referida marca que estavam planejadas para maio, quando foi atingida a referida marca, foram canceladas, uma vez que, para executar a adesivagem, a aeronave ficaria à disposição da equipe de manutenção e indisponível para o voo até o término do trabalho, prejudicando diretamente a continuidade do Curso de Especialização Operacional na Aviação de Caça (CEO-CA) de 2020, por isso, a execução do projeto teve que ser postergada.

“As marcas atingidas por uma Unidade Aérea, em qualquer aviação, representam todo esforço sinérgico dos seus integrantes em busca do cumprimento da sua missão fim, manutenção operacional e do aperfeiçoamento da sua doutrina ao longo dos anos”, ressaltou o Comandante do Esquadrão Joker, Tenente-Coronel Pimentel, ao considerar a importância de valorizar o alcance da marca e exaltar o trabalho dos homens e mulheres que tornaram possível esse momento.

Segundo ele, as dificuldades que se apresentaram ao longo do ano fortaleceram ainda mais o significado desse momento. “Tivemos que ter a responsabilidade de focar na missão do Esquadrão Joker e dar continuidade à formação dos pilotos de Caça. Hoje, além das 90 mil horas de voo no A-29, coroamos um ano muito intenso, para todos os alunos e instrutores”, completou.

A bordo da aeronave pilotada pelo Tenente-Coronel Pimentel estava o Comandante da Ala 10, Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero. No regresso da missão, a formação foi recebida pelos integrantes do Esquadrão Joker.

Em suas palavras, o Brigadeiro do Ar Rivero parabenizou o Esquadrão pela marca atingida e destacou o profissionalismo e comprometimento dos seus integrantes. “Sabemos a responsabilidade que é receber uma nova aeronave e iniciar um trabalho para implantar doutrina. A comemoração dessa marca resgata o legado de valores e ensinamento deixados pelos seus antecessores e ressalta o trabalho continuado e desenvolvido pelos seus integrantes do presente”, afirmou o Oficial-General.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Flanker

Marca significativa! 90 mil horas em 16 anos de instrução……média de 5625 horas de voo por ano! Parabéns!

Gustavo

Parabéns!

Luís o As

O esquadrão de caça da fab mais voado.

Cel. Azambuja Pantaleão

Vejo e entendo que em breve será necessário a troca desses modelo por novos visto a grande quantidade de horas voada destes equipamentos que são de extrema importância para nossa defesa aérea regional, com eles somos o número 1 no espaço aéreo sulamericano! Cordialmente!

Rinaldo Nery

Não tão breve. Acho que o limite de fadiga são 12 mil horas.

Flanker

No Joker, assim como em qualquer esquadrão que opere o mesmo tipo de aparelho na FAB, as células operam em regime de rodízio….é recebida no esquadrão, opera, alcança limite para inspeção nível parque, vai para inspeção e, depois de revisão, não necessariamente volta para a mesma Unidade Aérea. Mas, digamos que fossem as mesmas 24 células operando no Joker desde o início: 90.000 horas ÷ 24 = 3750 horas por célula, em média…..isso em 16 anos. 3750 ÷ 16 = 235 horas por ano por célula. Vida prevista da célula = 12.000 horas 12000 ÷ 235 = 51…..logo, nesse ritmo,… Read more »

Tallguiese

Pode colocar o selo de “feito para durar”

Paulo

Fiz outra conta.

Não temos nem 200 caças (contando A29, A1, F5 e A4). Então 400 caçadores formados em 16 anos implica que em menos de 8 anos formamos pilotos suficientes para comandar nossos aviões do combate. O que me leva a questionar, a FAM e a MB perderam (por quaisquer motivos) quantos pilotos nesse período de 16 anos?

Flanker

Nesses 400, muitos são da MB e de outras Forças Aéreas de países amigos. Na FAB não existem apenas 2 pilotos por aeronave….salvo engano, são 3 tripulações para cada aeronave. Agora, quantos pilotos foram desligados do voo porque se demitiram ou foram promovidos para patentes de comando em que não voam mais, ou se aposentaram, etc, etc…aí eu não sei te dizer o número.

Cleber

Sera q a FAB planeja num futuro um Upgrade dos mesmos ?

Rinaldo Nery

Sim.

Cleber

Obrigado

Nestor

Preguntas para los entendidos.
¿ no se queda corto el Súper Tucano a la hora de dar el salto a los Gripen?
¿ no habría un paso previo a un reactor de entrenamiento armado?

Henrique

A lógica assim diz, mas ”la plata” fala mais alto. A FAB não tem dinheiro pra comprar treinador avançado sem sacrificar alguma coisa.

Clésio Luiz

Caças mais novos são muito mais fáceis de voar. A possibilidade de o piloto perder o controle de um caça moderno com FBW é mínima.

A antiga necessidade de deixar apenas os pilotos mais habilidosos voarem caças, deu lugar para aqueles que sabem trabalhar melhor com a grande quantidade de informação que os caças modernos possuem.

Em resumo, é preciso menos habilidade física e mais habilidade mental para voar um caça moderno. Sendo assim, o treinamento em turboélices como o Super Tucano é perfeitamente aceitável.

Rinaldo Nery

Acho que 24.

Entusiasta Militar

Eu desejaria ver um LIFT como o Aermacchi M-346FA neste esquadrão em substituição aos nossos antigos Aermacchi_MB-326 Xavante ….

Rinaldo Nery

É, mas tão cedo não verá.

Flanker

É impossível ter um post sobre o Super Tucano, e sua missão de treinamento, em que não apareça alguém dizendo que precisamos de um LIFT!! Meu Deus!! Será que ainda não entenderam que não vai acontecer?? Depois de milhares de posts discutindo isso, será que ainda nao perceberam que o substituto do AT-26 na FAB é o A-29??

Tallguiese

Eu acho que o A-29 faz a conversão perfeitamente. Depois e só o caçador voar o gripem biplace no esquadrão para se adaptar a velocidade do bicho!

Nilson

Quando o assunto sempre volta, é porque há uma ponta de dúvida mesmo. Essa é daquelas que nunca vão cessar.

José C. Messias

Parabéns Esquadrão Joker, parabéns Força Aérea Brasileira!
Tive o privilégio de estar presente quando da chegada dos três primeiros exemplares na então Base Aérea de Natal, durante a Operação CRUZEX II.
Foi um verdadeiro salto tecnológico na instrução e formação dos nossos pilotos de caça.

angelo

Pergunta de leigo: O fato do Xavante ser (ter sido) um jato e o A29 um turbo helice, tem algum demérito técnico apenas por este fator, na formação de pilotos de caça, q normalmente pilotarão jatos?