O protótipo do AMX no primeiro voo

Em 15 de maio de 1984, o primeiro protótipo do Aeritalia-Aermacchi-Embraer AMX (A01/MM X594) decolou para o voo inaugural a partir das instalações da Aeritalia, em Turim.

O voo inaugural estava programado para 2 de maio, mas foi mudado para o dia 15, que amanheceu nublado e chuvoso, com nuvens carregadas e teto baixo.

Isso não impediu que Manlio Quarantelli, piloto-chefe de testes da Aeritalia, realizasse o primeiro voo de ensaios do AMX.

Durante 48 minutos foram executadas manobras de verificação dos parâmetros básicos de comportamento em baixas velocidades, capacidade de manobra a baixa altitude e calibração dos instrumentos de bordo.

No dia 1º de junho daquele ano, aquele protótipo realizou seu quinto e último voo, também com Quarantelli no comando. O AMX decolou por volta das 10h da manhã, mas voou por apenas um minuto e meio.

O avião fazia algumas demonstrações para observadores estrangeiros no aeródromo de Caselle e, após realizar o primeiro toque na pista e acelerar para ganhar altitude, o motor perdeu potência muito próximo do solo.

O piloto ainda tentou executar um pouso forçado numa área rural próxima ao aeródromo, mas acabou ejetando-se no solo e seu assento Martin-Baker bateu na copa das árvores. Quarantelli não resistiu aos ferimentos, falecendo dias depois. A aeronave incendiou-se, ficando destruída.

Protótipo do AMX ao lado de Tornados italianos
Protótipo do AMX ao lado de Tornados italianos

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Flamenguista

Nosso querido “Pocket Tornado”.

Claudio Moreno

Bom dia Senhores!

Foi um divisor de águas para a FAB e a própria EMB.
Por falar em Embraer, eis uma razão a mais do por que a EMB vai sobreviver a despeito da não concretização do acordo com a Boeing e o receio (chego até agreditar, desejo de alguns comentaristas só para dizer que tinham razão em seus comentários) de alguns, abaixo nota de outro site de notícias e que saiu na infomoney…

Azul adia entrega de 59 aeronaves Embraer E2s (mas faz acordo de não cancelar as encomendas).

CM

Nota:já a Boeing todos tem sido cancelados.

Claudio Moreno

Na segunda foto, vê-se ao fundo um F104S, ainda que tenha sido um mal fadado aparelho, eu acho ele muito elegante, de linhas limpas.

CM

Maurício Veiga

Foi mal falado porque foi mal utilizado pelos Europeus, como interceptador foi excelente!!! Um dos grandes projetos de Kelly Johnson…

Fabio Araujo

Um avião de ataque de respeito!

Jagderband#44

Na realidade um downgrade do italiano.

pangloss

Eu era criança quando o “Globo Repórter” divulgou o AMX. Criei um monte de expectativas que não se confirmaram. O AMX merecia um desenvolvimento mais completo de suas capacidades, mais encomendas, e, quem sabe, servir de base para um vetor supersônico.

GFC_RJ

Caro Pangloss,

Discordo.
O AMX é uma caça para promover interdição e apoio aéreo aproximado. Não tem e nunca teve função de interceptador ou tática em superioridade aérea. Foi feito para ser de características similares ao SU-25.
Em tempos de caças multi-missão, nenhuma evolução dele valeria a pena. Um caça próprio multi-missão teria que ser um projeto novo, aproveitando-se pouquíssimo desse avião.

O AMX cumpriu sua missão bem (continuará cumprindo por um tempo mais). Se 30, 35 ou 40 anos. Mas vida que segue.

Abraços.

pangloss

Caro GFC-RJ,
Obrigado pela resposta. Mas creio que não me expressei bem.
Não cogitava uma evolução para um perfil multi-missão, mas um desenvolvimento de suas capacidades iniciais.
Por exemplo, a capacidade de disparar mísseis antinavio é uma lacuna que não foi preenchida.
Abs

GFC_RJ

Caro Pangloss, Eu compreendi o que falou. A questão é que já nos anos 90 se verificava a tendência mundial de utilzação de caças multi-missão. Para a FAB, desde o FX-1 já se previa que o novo caça deveria ser multimissão e ser um único modelo, substituindo o Mirage, o F-5 e o AMX. O desenvolvimento de uma nova versão do AMX, inclusive supersônica, iria ser sem sentido. Seria legal? Seria muito legal. Mas não seria prático e nem realista. Somente a FAB iria utilizá-la, pois dificilmente alguém mais compraria um conceito ultrapassado de aeronave dedicada a interdição e CAS.… Read more »

Maurício Veiga

Os teus comentários foram precisos e pontuais, também acompanhei o projeto desde o início e tive a mesma decepção, mas para o TO em que opera acabou sendo uma evolução para a FAB!!!

Robert Smith

pangloss… quando vice era criança? putz como me sinto velho….

Tomcat4,2

Cumpriu e ainda cumpre sua missão. Digamos que é nosso A-10, Su-25 etc. como mencionado pelo sr GFC_RJ.

OSEIAS

Lembro-me dos americanos em um exercício red flag (não me lembro se foi nesse exercício mesmo ou outro e nem o ano), em que confundiram o AMX brasileiro com o A4 em capacidades. Ledo engano, pagaram caro por isso e apelidaram nosso AMX de Bee, pequeno mas mortal.

Robert Smith

É impressão minha ou o AMX é quase do tamanho do Tornado?

Flanker

O AMX é 3,5 metros mais curto e 1,4 metro mais baixo que o Tornado e, com as asas completamente enflechadas, o Tornado tem 8,6 metros de envergadura contra 8,87 metros do AMX. Portanto, o AMX é consideravelmente menor que o Tornado. O AMX carrega um máximo de 3800 kg de armamento, contra 9000 kg do Tornado.

WSMDAL
Henrique

Com a experiência da parceria para desenvolvimento do AMX, se o Brasil tivesse uma Política de Estado de fato estabelecida e forte, estaríamos mais avançados não só em versões mais modernas do referido vetor mas também em outros projetos que diminuiriam nossa dependência externa. Vide o tempo que levamos (+ 10 anos) para definirmos um novo caça principal para nossa FA.

Jhon

Todo mundo sabe que o A1 só foi bom negócio para Embraer, porque para FAB os 56 A1 tiveram o custo de 120 F16 e o sucateamento da força aérea que enterrou bilhões em uma aeronave sub armada e incompleta até hoje. O projeto e o propósito foram bons, mas preço custou caro d+ para FAB.

Renan

Uma pesquisa difícil de se fazer, mas que seria bacana, seria analisar quanto tempo os 56 A-1 da FAB estiveram em serviço, pois já tem muitos anos que apenas uma pequena parcela deles está operacional. Recentemente foi divulgado que os A-1 modernizados atingiram a marca de x horas de vôo. Não me recordo se foram 500 ou 1000. Em ambos os casos é uma quantidade baixa, que só se sustenta ao ser comparada com os países vizinhos. Após essa pesquisa, e com o passar do tempo, certamente o apelido do A-1 vai se consagrar como F-64. Os argumentos favoráveis ao… Read more »

angelo

Curiosidade intrigante: esse piloto de testes morreu nesse mesmo ano : Falecimento19 de agosto de 1984, Milão, Itália