Para aumentar a atuação aeroespacial do Brasil, reduzir a dependência externa e buscar soluções melhores, mais rápidas e acessíveis na área espacial, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) inaugurou, no dia 28 de janeiro, em São José dos Campos (SP) o Centro Espacial CEI. O Centro será responsável pela capacitação de recursos humanos, bem como pela pesquisa e desenvolvimento no setor espacial no âmbito do Ministério da Defesa (MD).

O chefe do CEI, Major Aviador Pedro Kukulka de Albuquerque, ressaltou os sete anos de desenvolvimento do CEI, como também explicou a funcionalidade dos laboratórios apropriados para concepção, desenvolvimento, montagem e operação de pesquisas e desenvolvimento do Centro. Todos os projetos acontecem por meio de diversas atividades que envolvem o ITA e a Força Aérea Brasileira (FAB).

Para o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da Agência Espacial Brasileira (AEB), Paulo Braga Barros, sempre apoiará iniciativas dessa natureza, uma vez que o CEI irá capacitar e fornecer mão de obra qualificada, pois permitirá aos alunos do ITA em um mesmo ambiente (engenharia simultânea), vivenciarem todas as etapas do ciclo de desenvolvimento de um projeto da área espacial. Portanto, espera-se que no final, os alunos conheçam todos os processos de engenharia de sistema, assunto de alta relevância quando se trata de sistema complexo como os da área espacial

Segundo o chefe do Departamento de Sistemas Espaciais do ITA, professor Luis Eduardo Vergueiro Loures da Costa, recursos humanos são de grande relevância no CEI, pois irão contribuir com o andamento de importantes projetos, como o cubesat Scintilation Prediction Observations Research Task (SPORT).

O SPORT faz parte de uma parceria entre a Agência Espacial Norte Americana (Nasa), a AEB, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o ITA. O satélite vai investigar possíveis causas do surgimento de bolhas ionosféricas, responsáveis por falhas de comunicação aeroespaciais, inclusive no uso dos sistemas de localização geográfica.

Laboratórios e estrutura

Alguns laboratórios apoiarão as atividades de concepção e desenvolvimento de sistemas espaciais. A Sala Integrada de Gestão de Projeto (SIGP) foi estruturada para suportar e ensinar o processo colaborativo da Engenharia Simultânea; e o Laboratório de Simulação de Sistemas Aeroespaciais (LSSA) foi estruturado para suportar e ensinar a simulação distribuída e multi-domínio de cenários de conceitos de operação.

No Laboratório de Simulação foi apresentado um projeto em parceria com a empresa SIATT de um míssil ar-solo. “A infraestrutura do CEI viabiliza as simulações de produtos desenvolvidos na SIATT, já que o custo para criar um local como esse, na empresa, é inviável”, destacou o diretor da SIATT, Carlos Alberto Carvalho. O Laboratório de Sistemas Espaciais (LSE) foi desenvolvido para suportar e ensinar os processos de Engenharia de Sistemas para o acompanhamento do desenvolvimento de sistemas espaciais.

O Laboratório de Testes de Sistemas Aeroespaciais (LTSA) foi estruturado para suportar e ensinar o desenvolvimento das engenharias das especialidades. Nesse laboratório, foi apresentado o conceito de FlatSat do projeto SPORT, sendo possível ver todos os sistemas do satélite operando, para a verificação das funções pretendidas.

O CEI é um marco para a Força Aérea Brasileira na execução do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), possuindo um papel importante na concepção das constelações do PESE, como o Carponis (satélite óptico) e o Lessonia (satélite radar).

A cerimônia foi presidida pelo então diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), tenente-brigadeiro do ar, Luiz Fernando de Aguiar, e contou com a participação de representantes do Ministério da Defesa (MD), do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), de Indústrias de Sistemas Espaciais e de chefes e diretores dos institutos do DCTA.

SPORT

A missão SPORT tem o INPE como responsável pelo sistema de solo e operação do satélite, integração e testes, e ainda pela operação do satélite por meio da infraestrutura e rede de solo. Os dados científicos serão armazenados pelo Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace), que fará também a distribuição pública.

Participam também do projeto membros das Universidades Estadual de Utah, Universidade do Texas em Dallas e Universidade do Alabama em Huntsville, nos Estados Unidos.

Sobre a AEB

É uma autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para empreender os esforços do governo brasileiro na promoção da autonomia do setor espacial.

FONTE: AEB

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Marcelo Bardo

Grande passo rumo ao desenvolvimento nessa área.

zézão

Logo o trilogia vai ter que virar quadrilogia com a tendência de expansão militar para a fronteira final.

Fabio Araujo

Esse é o caminho formar técnicos, engenheiros, físicos e especialistas!

André Sávio Craveiro Bueno

Isso já é feito desde muito tempo.
O que sempre faltou foi um real compromisso dos governos federais para um efetivo desenvolvimento dos projetos [leia-se financiamento público], desde meados da década de 60 até hoje.

Sergio Cintra

Finep atrelada ao MCTIC e com excelentes gestores profissionais, ex-milicos administradores, se não for agora, não vai mais!

MMerlin

Sim! O Barroso tem a visão necessária para investir em projetos e pesquisas que tragam reais resultados práticos. Como você disse: se não for agora, não vai mais.

Marcelo

Boa noticia, o Brasil esta bem atras na area espacial…precisamos correr atras do prejuizo.

Gostaria de ter noticias sobre como esta o VLM, veiculo lancador de Microsatelites.

Leonardo de Araújo

Vai nesse canal que você terá as ultimas informações.
https://youtu.be/S5bYzpMlavI

Foxtrot

Não sei para quê.
Não temos mais um programa espacial sério, política espacial séria, base de lançamento ( pois Alcântara não é mais nossa), programa de foguetes autônoma, satélites etc.
Nem mesmo uma verdadeira agência espacial temos, a que temos está sendo gerida pelo “turista” espacial previlegiado.
Isso deve servir para mais um cabide de empregos estatal !

Alessandro

Eu tenho uma casa de 110 m2 parada, e tava pensando em ALUGAR para ter uma renda extra, mas depois que li seu comentário Jenial e muito bem “informado” mudei de ideia, vou deixar lá parada as moscas me dando prejuízo.

Foxtrot

Faça o que quiser com sua casa caro Alessandro, afinal de contas você comprou ela com seu dinheiro.
Diferente de Alcântara, que é dinheiro do povo brasileiro.
O problema é que políticos pensam como você, o dinheiro do povo não é deles, e uma decisão como essa deveria ter ido a consulta popular.
República, do latim reres publicque, ou bem público.

Alessandro

Eu penso como eles? rsrs.. vamos lá, vamos analisar com calma seu comentário mais profundamente e ver quem é que pensa como esses políticos. No segundo parágrafo parece que sua consciência retorna, e diz algo mais sensato com a realidade: “Nem mesmo uma verdadeira agência espacial temos” Vamos analisar esse trecho. Pq não temos uma agência espacial de verdade? Pq nossa classe política é uma vergonha, nunca se importaram com esse setor, acredito que nesse ponto estamos de acordo não? Continuando seu comentário: “a que temos está sendo gerida pelo “turista” espacial previlegiado” Agora que temos um cara ESPECIALISTA na… Read more »

Foxtrot

Vamos lá caro Alessandro. Concordamos que não temos uma verdadeira agência espacial, pois a mesma é gerida por incompetentes e os programas estratégicos fica a cargo dia militares da FAB, que em sua maioria não possuem visão administrativa para gerar tais projetos, culminando em cancelamentos de projetos importantes como VLS, SIA, SISNAV etc etc etc. Então hoje temos um especialista no comando da agência e que a solução encontrada pelo mesmo foi alugar a base para ganhar dinheiro e conhecimentos, segundo você. Já que era para ganhar dinheiro, porquê não se buscou alugar sítios da base para países como Rússia,… Read more »

João Rodrigues Dos Santos

Se tudo o que vc falou, for verdade, e vc não for mais um esquerdista tentado não parecer muito vermelho, o seu número de likes, será maior que os deslikes… Espere para ver…

Foxtrot

Sou um vermelho nato caro João.
Foice e marreta .
Só não sou desmentado e capitalista corrupto como você e seus ídolos!
Já que é para ser boçal, então vamos a seu nível!

Alessandro

Foxtrot é a última e não lhe incomodo mais, acredito que vc tem das melhores intenções, acredito que vc quer que o Brasil caminhe com seus próprios pés sem precisar alugar a base para ninguém, e adquirindo conhecimento com seus próprios esforços, se realmente for esse o seu pensamento, quero deixar claro que é o meu também! Acontece que não temos vontade política e muito menos dinheiro, essa é a REALIDADE na qual vc parece não querer aceitar (a minha percepção) portanto, acredito que seja por isso que tu não gostou dessa solução que o ministro Pontes encontrou e teceu… Read more »

João Rodrigues Dos Santos

Cara, continue assim!! De novo, meus parabéns, vc foi perfeito!

João Rodrigues Dos Santos

Alessandro, Perfeito!! Perfeito!!

Luiz Henrique

Esse Tio Sam é muito maldoso mesmo, depois de comprar o Alasca a preço de banana dos russos, agora ele comprou Alcântara a preço de rapadura, como diria aquela música os yankes são “Bad a Bone”.

#AlcantaraCityLaunchCenter

Rinaldo Nery

¨Alcântara não é mais nossa¨. hahahahahahaha.
Só rindo mesmo….

Rodrigo Martins Ferreira

Pior que esta gente pensa assim mesmo… é de f….

MMerlin

E nunca vão entender. Mas é obrigação tentar tirá-los desta bolha surreal. O Brasil, devido a interferência (nacional mesmo) de seres e tempos específicos (que não vem ao caso agora), encravou alicerces de vitimismo em boa parte da população, que vem entreguismo e interferência (desta vez internacional) em tudo.
E alguns, mesmo lendo os projetos, lutam para não entender.

OSEIAS

Caro Foxtrot, senti em seu comentário toda frustração que temos com nosso programa espacial devido a falta de visão de nossos governos. Tenha esperança, é melhor estar preparado para quando surgi a oportunidade. Vai que os bons ventos volte a soprar para o lado do nosso programa.

Welington S.

– Foxtrot ”Alcântara não é mais nossa” – Meu amigo, da onde você tirou isso? Como assim, não é mais nossa? Você tá achando o quê? Que teremos aqui militares americanos, fardados, com seu fuzil carregado, pronto para matar militares brasileiros? Meu amigo, resumindo de forma simplória, o acordo de Alcântara, nada mais foi que um ALUGUEL para empresas espaciais que queira lançar seus micros-satélites do Brasil. Ou seja, vem os Estados Unidos, aluga um pedaço de terra. Logo depois, vem a Rússia, China, Índia e por aí vai. Você tem noção da quantidade de milhões/bilhões de dólares isso trará… Read more »

MMerlin

E não vem para cá apenas o retorno do valor do aluguel Wellington. Projetos, principalmente o espacial devido aos riscos, envolve outras áreas além da tecnológica.
São processos, metodologias, controle de qualidade, segurança, saúde, logística, etc, etc. Para estes segmentos não deve existir tanta restrição e, em alguns casos, o compartilhamento possa até ser solicitado.
O tempo traz a confiança, e a confiança pode trazer a parceria. O importante é seguir com o trabalho. O caminho é esse.

Foxtrot

” No laboratório de Simulação foi apresentado um projeto em parceria com a empresa SIATT de um míssil ar-solo.”

Seria o renascimento do MAR-01 ou o Míssil Ar/Solo do EB ( esse último baseado no MSS 1.2. Um Hellfire nacinal)?

Vindo da SIATT espero que seja as duas opções, pois os dois projetos eram tocados pela extinta e importantíssima Mectron.

Rafael Cordeiro

O míssil em questão é a versão do AV-TM 300 lançada a partir de vetores aéreos, ou seja, acredito que é o projeto MICLA-BR (Míssil de Cruzeiro de Longo Alcance). De acordo com informações preliminares, ele: “será equipado com sistema de navegação e controle por coordenadas referenciadas, empregando sistema inercial/GPS e sistema redundante de navegação por correlação de imagem. O MICLA poderá ainda ser dotado, em função do tipo de missão, de sensor de proximidade Infravermelho (IR) ou radar de abertura sintética (Synthetic Aperture Radar – SAR), com câmera na faixa do visível/IR ou sensor magnético.” Temos matéria aqui no… Read more »

Foxtrot

Caro Rafael , tem um vídeo no YouTube sobre esse assunto.
Lá também estipulam que possa a ser o MAR-01, já que o próprio diretor da SIATT afirmar que em futuro próximo poderão terminar o MAR-01.
Ainda há também o M.A.S do Ctex/ EB que estava em desenvolvimento na Mectron.
Acredito que o Micla-BR seja um projeto Avibras/ FAB já que o mesmo deriva do MT-300, sendo esse último produto da Avibras .

Rafael Cordeiro

Caro Foxtrot, realmente faz mais sentido ser o MAR-01, uma vez que alguns dos projetos da extinta MECTRON foram para as “mãos” da SIATT, sendo que a Avibrás (desenvolvedora do AV-TM 300) continua viva no mercado e possivelmente também desenvolvendo a versão ar-solo do AV-TM 300.

Luis

humilde sugestão, deixem os melhores cientistas a uma distância segura em cada teste de foguetes, senão os pobres pagadores de impostos tem q pagar tudo do começo outra vez, assim como foi vls, com a base na antártida, com a p-36, isso quando não damos de graça refinaria para bolivianos e entregamos os valemax pra china de tão otários q somos.