Para se tornar piloto, é necessário passar pela Academia da Força Aérea, fazer especialização em Natal (RN) e, então, atuar nos esquadrões operacionais

Quem sonha em se tornar piloto da Força Aérea Brasileira (FAB) precisa, inicialmente, passar na seleção para o Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAV) da Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga, a 210 Km da capital paulista. A disputa por uma vaga na AFA é tão concorrida quanto o curso de medicina em uma universidade pública. O candidato tem que enfrentar provas teóricas, além de testes físico, psicológico e de saúde. Ele também realiza o Teste de Aptidão para Pilotagem Militar, conhecido como TAPMIL, em que é avaliado o potencial psicomotor para a pilotagem e, também, habilidades cognitivas, como a atenção e o raciocínio espacial.

A FAB também possui uma Escola de Ensino Médio, a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), localizada em Barbacena, no interior de Minas Gerais. Quem cursa a EPCAR não precisa fazer um novo exame de admissão para a AFA porque parte das vagas é reservada aos alunos que, ao final do curso, tiveram as maiores notas e foram aprovados no TAPMIL.

Esse é o caso do Cadete Aviador Rodrigo Moreira de Brito Macedo que, em 2011, entrou na EPCAR e, atualmente, está no quarto ano da AFA. “Meu pai é Coronel Aviador da reserva; eu sempre admirei o trabalho dele e quis seguir os mesmos passos. Quando fiquei sabendo da EPCAR, resolvi me preparar para o exame de lá. Ao final do curso, fiz os testes necessários e entrei direto na AFA”, diz ele.

O curso na Academia da Força Aérea é realizado em regime de internato. O aluno tem instruções militares e acadêmicas. Ao final dos quatro anos, é conferida a graduação de Bacharel em Administração, com ênfase em Administração Pública; e de Bacharel em Ciências Aeronáuticas, com habilitação em Aviação Militar.

Para realizar o primeiro voo, os Cadetes se dedicam, inicialmente, a estudar manuais de aeronaves e de procedimentos de voo. Ele tem que saber toda a teoria antes de começar as instruções práticas, que são realizadas no segundo e no quarto ano. O primeiro avião a ser voado é o T-25, no segundo ano, em que os cadetes aprendem as regras elementares do voo, além de fazer manobras e acrobacias. No quarto ano, é utilizado T-27 Tucano, que voa mais rápido e mais alto.

T-25 Universal
T-27 Tucano da AFA
T-27 Tucano

O Programa de Especialização Operacional

Ao se formar na AFA, os Cadetes se tornam Aspirante a Oficial e seguem para a cidade de Natal (RN), onde passam um ano recebendo instruções no Programa de Especialização Operacional (PESOP) na aviação de combate escolhida ao final do quarto ano da academia: Caça; Asas Rotativas; Transporte; Patrulha ou Reconhecimento.

O PESOP é coordenado administrativamente pela Ala 10 e operacionalmente pelo Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE) e pelas três unidades aéreas sediadas em Natal. De janeiro a março, os estagiários passam pelo Curso de Tática Aérea (CTATAE), no GITE, em que aprendem os princípios e orientações teóricas necessárias para atuar em combate. O curso, também, prepara o Aspirante para assumir responsabilidades como Oficial da FAB.

Depois são encaminhados para os esquadrões de acordo com a aviação: Esquadrão Joker (2º/5º GAV) prepara os pilotos da Aviação de Caça; Esquadrão Rumba (1º/5º GAV) capacita os pilotos de Transporte, Patrulha e Reconhecimento; e o Esquadrão Gavião (1º/11º GAV) é responsável pela formação dos pilotos de Asas Rotativas (helicópteros).

Para o Aspirante Matheus Albuquerque Brum dos Santos, que faz o Curso de Especialização Operacional de Asas Rotativas, o que mais marcou foi a transição da vida de Cadete para Oficial. “Como Cadete, você tem atribuições que, apesar de ter grandes responsabilidades, ainda está em processo de formação, então, o nível de orientação é muito maior que o de iniciativa. E, quando você chega ao PESOP, passa a ter uma autonomia muito maior. A gente precisa ter iniciativa, ser proativo, buscar o melhor caminho para cumprir aquela missão”, explica.

Os Cursos de Especialização Operacional nos esquadrões são compostos, basicamente, por duas fases, uma básica e outra avançada. A primeira consiste na adaptação ao tipo de aeronave a ser voada na aviação escolhida e pode ter uma exigência cognitiva maior, por conta da quantidade e complexidade dos sistemas embarcados a serem operados, como é o caso dos bimotores. Na parte avançada do curso, os estagiários aprendem as missões específicas de cada aviação como, por exemplo, missões de combate (dogfight), tiro aéreo, emprego de armamento (ar-solo), reconhecimento e busca.

A-29 Super Tucano

As aeronaves utilizadas no treinamento são: A-29 Super Tucano, para os aviadores de Caça; C-95 Bandeirante, para os estagiários das aviações de Transporte, Reconhecimento e Patrulha; e o H-50 Esquilo, para as Asas Rotativas. Cada Aspirante realiza, em média, 100 horas de voo durante o ano.

As aeronaves modernas voadas pela FAB chegam a embarcar cerca de 30 sistemas operacionais básicos, considerando apenas os que o piloto deve estar apto a operar (ex.: aviônica, que é a interface piloto-aeronave; sistema de alerta; de iluminação; de combustível; de freio; de oxigênio; de proteção contra gelo; de navegação; de comunicação; etc).

“Quando o Aspirante chega a Natal, a adaptação dele ao avião em si, ele tira de letra. A dificuldade maior é a parte modernizada, a parte da aviônica embarcada, os sistemas eletrônicos do avião que precisam ser operados”, explica o Instrutor da Aviação de Transporte, Capitão Emanuel do Socorro Verderosa Santos. “Se antigamente o piloto não tinha que saber operar tantos sistemas, o voo em si era muito mais suado, muito mais trabalhoso, porque ele precisava checar várias vezes o funcionamento da máquina. Hoje, o avião faz todo esse trabalho, só que a preparação teórica é muito mais complexa, mais exigente, mas, uma vez que o piloto absorve isso, o voo é muito mais tranquilo, mais preciso e mais seguro”, complementa.

Ao concluir o PESOP, o aviador é transferido para os esquadrões da FAB distribuídos em todo o País, de acordo com a sua especialização (veja a arte acima), onde vai colocar em prática o que aprendeu na especialização, já no contexto operacional.

FONTE: Força Aérea Brasileira

NOTA DO EDITOR: A matéria é de 2017, mas serve para tirar muitas dúvidas que aparecem nos comentários sobre como se dá a formação dos pilotos da FAB.

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Dilbert_SC

Excelente informação pra quem pretende um dia ingressar na carreira de aviador da FAB.

Rinaldo Nery

O Curso de Tática Aérea foi modificado, e hoje tem outro nome. A FAB resolveu reformular a instrução aérea na AFA, com um estágio seletivo no primeiro ano. Em função das exigências do MEC, relativas à carga horária da graduação em Administração, a quantidade de horas na instrução aérea foi reduzida. O que, pessoalmente, acho um erro grave. Me parece que o Aspirante será pior formado do que era antes. Lembro-me que me formei na AFA, em 1986, com aproximadamente 150:00h. Hoje, o Cadete voa menos. Muitas fases de vôo foram cortadas. Por exemplo, hoje o Cadete não é mais… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Rinaldo, Interessante problema esse. Sabe se alguém nesse meio-tempo cogitou a ideia de ampliar a duração total da formação na AFA para compatibilizar exigências do MEC (para mais carga horária em administração) sem reduzir a carga horária de instrução aérea? Por exemplo, virar um curso de cinco anos? Afinal, diferentes exigências de cursos superiores podem levar a diferentes durações. Engenharia no ITA tem cinco anos, cursos de medicina tem seis, e por aí vai. Evidentemente o custo total para a formação de cada aluno ficará maior, além de outros problemas. Estou escrevendo sem gastar muitos neurônios pesando prós e contras,… Read more »

Wagner Cavalcante

Engenharia na França são 3 anos, muito focado.

Joli Le Chat

São três anos pois o básico de engenharia é feito nas escolas preparatórias, antes da Escola de Engenharia.

Rinaldo Nery

O Alto Comando vai ter q pensar “fora da caixa” pra aprovar uma mudança dessas. A Escola Naval chilena eram 5 anos.

Fernando "Nunão" De Martini

Quem sabe ele sai da caixa, já que algumas das mudanças dos últimos anos podem ser consideradas fora da caixa (ao menos quando comparadas aos anos anteriores). Ainda que se busque outro tipo de solução ao invés de aumentar em um ano a formação, esse caminho de reduzir a carga de horas de voo para ampliar a de administração, mesmo justificado pelas exigências do MEC, também me parece um passo atrás em algo que funcionava.

Bezerra (FN)

A Escola Naval já foi por muitas décadas com nosso Curso de Ciências Nauticas com duração de 3 Anos, mais o ano de Guarda Marinha com a viagem de ouro, atualmente é de 4 anos e com o ano de Guarda-Marinha com a viagem de ouro. Podemos dizer que na prática, são cinco anos, pois, apenas após este período o Guarda-Marinha então promovido a 2ºTN irá para sua Escola de Especialização.

Flanker

Até 1998, quando os esquadrões de SM substituíram os AT-26 pelo A-1, as duas Unidades aéreas de SM também ministravam curso de líder de esquadrilha aos seus pilotos. Era comum, mas comum mesmo, ver voos de esquadrilha (com 4 AT-26) realizando voos de acrobacias sobre a própria cidade. Looping e tunneaux barril eram as mais comuns. Lembro de, no início da década de 1990 assistir durante 15, 20 minutos…as vezes até mais, 4 AT-26 voando em sincronia perfeita e realizando loopings, um após o outro, as vezes intercalados com tunneauxs…voavam sobre a cidade e, graças a Deus, nunca houve acidentes… Read more »

Rinaldo Nery

Quando receberam os A-1, as UAE de Santa Maria passaram a ser ¨primeira linha¨, onde só recebem Líderes de Esquadrilha de Caça. A formação dos líderes passou para os Esquadrões do Terceiro Grupo. Quintiliano foi meu 4° ano na AFA, e serviu no 1°/16° GAV, sendo um dos pioneiros do A-1 na FAB. Seu Operações no 3°/10° foi o Ribeiro, da minha turma (posteriormente cmt do 1°/10° GAV), um dos oficiais (juntamente com o Kabzas) que realizaram o vôo mais longo da Aviação de Caça no Brasil (10:50h), com dois A-1 do Centauro, decolando de Santa Maria com ataques em… Read more »

Flanker

Exatamente! Perfeito!

nonato

Mas afinal de contas, é curso de administração ou de pilotos?
?

Piloto de Combate

É Curso de Formação de Oficiais Aviadores.
Forma Piloto e Gestor.

Saldanha da Gama

Não duvido, que tentem retirar também, o conceito militar destas escolas…Só falta isto…

SPQR

Excelente artigo. O aspirante a oficial aviador sai com diplomas de administração e ciências aeronáuticas e o intendente, com diploma de administração? Seria isso? Obrigado.

Rinaldo Nery

Sim.

nonato

Essa situação de carga horária.
A maioria dos cursos de graduação é 4 ou 5 anos, considerando apenas um turno de aulas.
Na AFA é só um turno?
Por que essa dificuldade de carga horária?
O curso de medicina são seis ano em dois turnos mais muitos estudos a noite.
Se é regime de internato, não entendi a dificuldade de conciliar administração, ciências aeronáuticas e rotina militar (polichinelo e flexões as 5 da manhã…).
E por que administração?
Não precisaria sair com graduação em administração, necessariamente.

Flanker

E quem tu achas que administra a Força depois que deixa a rotina de voo? E mesmo enquanto ainda faz parte de uma Unidade Aérea, o militar tem várias funções burocráticas além daquela de voar e treinar. Para isso, a graduação em administração é fundamental. Ou vc prefere que sejam formados oficiais especificamente em administração e outros especificamente em aviação militar? Se fosse assim, quanto maior seria o quadro de pessoal??

Bruno SL

Tenho 16 anos, pretendo cursar essa academia, agradeço pela matéria pois é de bastante utilidade e qualidade, devo avisar aos novos aventureiros no concurso, que na minha experiência de estudo, o vestibular em questão é com certeza bem mais difícil que a admissão em um de medicina (dado como exemplo na matéria).
Minha proeficiencia em matemática como exemplo no ENEM está num nível excelente, cerca de 85% de acerto, já para a AFA está anos luz e distância da habilidade necessária, entretanto sigo estudado.
Boa sorte aos que assim como eu se aventuram n a busca da aprovação nesse concurso.

Paulo

Te desejo toda a sorte, Bruno. Quem sabe no futuro você estará’ aqui contribuindo também com sua experiencia, assim como o Rinaldo Nery…

Carlos

Desejo uma boa trajetória nos estudos! Sucesso!

Chesterton

Já vai checando sua saúde também, quanto a visão, coluna e desvio de septo. Se já tiver algum problema q seja difícil de solucionar nessa parte, já parte para outra coisa, nem perde tempo. Quanto prestei fiquei na coluna tanto na afa quanto na epcar 3 º ano , tirando o vestibular do ita não acredito q a prova seja assim tão mais difícil quanto uma faculdade de medicina de ponta.

Bezerra (FN)

Verifique as provas de anos anteriores da Escola Naval, verá que ITA e IME são parelhos, o concurso mais simples é o da EPeCEx, ainda sim, bastante concorrido na relação candidato/vaga. Agora ITA, IME e EN são outro nível. Calculo Full…

Saldanha da Gama

Bruno SL!!! Não pude deixar de me emocionar e ter esperança na nossa juventude, ao ver sua perseverança, norte, ao contrário de muitos (quiçá maioria) de sua faixa etária….Trilhará um caminho complexo e árduo, mas os louros da vitória e o orgulho provocado em você e sua família pela entrega, será muito maior e compensador… PARABÉNS GAROTO….BRASIL.

Saldanha da Gama

E ainda tem gente com like negativo…Ou é escárnio total ou inveja doentia…Aos editores, por favor, faça com que apareça quem o faz ou retire o mesmo da postagem…

nonato

Para Rinaldo Neri e a quem mais interessar. Vi matéria que há um teste de aptidão para de tornar piloto antes de entrar na AFA. Esse problema é semelhante ao rapaz ou moça de 18 anos que ingressa no curso de letras para dar aula de inglês, espanhol, japonês, etc, sem ter conhecimento prévio algum ou muito limitado da língua. Ou seja, curso de graduação em letras não é curso de línguas. O ideal nesses casos é que o aluno já tenha conhecimento prévio mínimo. No caso da AFA seria interessante que fosse exigido ou ministrado a título de curso… Read more »

Parabéns, Nonato, muito bem colocado e explicitado!

Flanker

Mas, o TAPMIL é o testa para verificar a aptidão ao voo. Aqueles quem não tem as capacidades mínimas, não vão adiante. Sua ideia da AFA ministrar cursos de voo para depois selecionar aumentaria quanto o custo? Aumentaria muito, algo que já tem limitação orçamentária nos moldes de hoje. E se fosse dar preferência para quem já tivesse conhecimento prévio e esse conhecimento não fosse oferecido pela AFA, deveria ser obtido em cursos privados, em Aeroclubes. E você sabe quanto custo um curso em um Aeroclube? É muuuito caro! Aí, tu limitatia somente àqueles que possuem condições financeiras e os… Read more »

nonato

Flanker, não sou do ramo. Dei uma opinião genérica. Até porque se falou em um problema recente com o MEC relativo a carga horária (em quanto o aumento de carga horária aumentaria o custo?). Acabei dando outras opiniões. Se falou tanto em testes seletivos e realmente esse TAPMIL parece ser uma boa. Só falei porque se é tão concorrido e talvez alguns abandonem (ou não?) devido tantas exigências do posto, talvez exigir algum conhecimento mínimo de vôo pudesse ser útil. Apenas uma sugestão. Mas realmente sei que um curso privado de vôo é caríssimo, o que poderia afastar pessoas mais… Read more »

Rinaldo Nery

O TAPMIL resolve o problema seletivo relativo à aptidão psicomotora. Quase ninguém é desligado no vôo no quarto ano. Muito raro. Fui instrutor na AFA.

ANGELO CHAVES

Em medicina, o nome disso que você falou é PBL, PROBLEM BASED LEARN, ou aprendizado baseado em problemas. Algo muito difundido.

JuggerbBR

Se tivesse tido acesso a essas informações lá atras quando me interessei em ser piloto, quem sabe seria um hoje… Internet faz toda a diferença na busca por informação…

nonato

Até os 5 anos eu tinha medo de avião ao vê-los passar.
Depois, como a maioria das crianças, falava que queria ser aviador quando crescesse.
Mas coisa de criança mesmo.

Fabio Mayer

Há alguma notícia sobre a substituição ou modernização dos T-25 e T-27?

M65

No caso de miopia e o candidato usar lentes de contato mesmo assim ele não estaria apto para ser piloto? Se sim, então a cirurgia corretiva seria a solução.

Rinaldo Nery

Cirurgia a laser é aceita. Proibido lente de contato devido à ejeção. As lentes vão parar no pé…

CARLOS FERREIRA DA SILVA FILHO

Parabéns pela reportagem. Poderia completar com a formação dos pilotos das outras armas?

Marlon r maia

Sim e muito bababa eu me formei em gastronomia na cidade em Amsterdam e no primeiro dia já vamos para uma conzinha e lá ficamos 2 anos e meia o curso foi todo dado dentro de uma cozinha tudo assim vc sai de lá já sabendo como adminitrar um restorante ou a cozinha ser um chefe.acredito que para ser piloto e ver aptidão e no primeiro 3 meses por os cara em simulador e depois no avião e aí vai ver quem tem aptidão para as coisas.

Flanker

Aqueles que não tem aptidão para o voo, ou são eliminados do voo durante o curso, podem optar por seguir o curso de oficial intendente ou de infantaria. Pelo menos era assim, não sei se hoje permanece desse modo.

Clésio Luiz

Formado em Gastronomia, mas escreve “restorante” e desconhece pontuação.

Okay.

Fabio Araujo

OFF – A princesa Salma da Jordânia concluiu de piloto de jatos e é a primeira mulher a jatos na Jordânia.

https://defence-point.com/2020/01/13/jordanian-princess-becomes-country-s-first-female-jet-pilot/