Primeiro Gripen E brasileiro

A Saab e seus parceiros brasileiros deram outro passo importante no programa de transferência de tecnologia do País. No dia 25 de novembro, o chamado S-Rig, abreviação de Systems-Rig, primeiro simulador de desenvolvimento do Gripen fora da Suécia, foi inaugurado no Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN, do inglês Gripen Design and Development Network), na planta da Embraer, em Gavião Peixoto no Estado de São Paulo. A implantação faz parte do programa de transferência de tecnologia do novo caça brasileiro, em uma parceria entre Saab, Embraer, Atech, AEL Sistemas e Força Aérea Brasileira (FAB).

A inauguração do S-Rig é um marco importante no Programa Gripen, pois proporciona ao GDDN maior autonomia para conduzir mais projetos de desenvolvimento no Brasil. O simulador será usado para testes de desenvolvimento e verificação dos sistemas, subsistemas e funcionalidades do Gripen no Brasil, especialmente de sistemas desenvolvidos pela Saab, Embraer, Atech e parceiros no GDDN, , mas também poderá ser usado para testar funcionalidades produzidas em outros locais, pelas demais empresas brasileiras parceiras do programa. O S-Rig também dará suporte as atividades do Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC, do inglês Gripen Flight Test Center) que será instalado no GDDN em 2020.

“O S-Rig é um simulador completo da aeronave que possibilitará que o Brasil tenha total capacidade para testar todos os sistemas do Gripen. O Brasil é o único país com essa capacidade fora da Suécia. Este é um grande diferencial para a indústria de defesa brasileira”, diz Mikael Franzén, vice-presidente e head da unidade de negócios Gripen Brasil da Saab Aeronautics.

O evento de inauguração contou com a presença do Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos Augusto Amaral Oliveira, Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), Walter Pinto Junior, diretor dos programas de defesa da Embraer e outras autoridades da Força Aérea Brasileira (FAB), além de Mikael Franzén, vice-presidente e head da unidade de negócios Gripen Brasil na Saab Aeronautics, representando a empresa sueca.

“Este simulador é uma importante ferramenta de desenvolvimento onde os engenheiros podem testar novos softwares e funcionalidades, além de permitir que pilotos se preparem para os ensaios em voo, realizando testes na plataforma antes de realizar na aeronave real”, completa Franzén.

A plataforma do simulador, que foi construída a partir da parceria entre Saab, Embraer, Atech, AEL Sistemas e Força Aérea Brasileira (FAB), possibilita que as empresas brasileiras adquiram conhecimento em tecnologia e operações avançadas de simuladores, além do desenvolvimento moderno de caças. Depois que os caças forem desenvolvidos e entregues, o simulador de desenvolvimento continuará sendo útil para a FAB e a indústria nacional de defesa, para o desenvolvimento e acesso a novas funcionalidades do caça como, por exemplo, a integração de novas armas.

Programa de transferência de tecnologia:

Mais de 200 engenheiros brasileiros já participaram de treinamentos teóricos e práticos, na Suécia, como parte do programa de transferência de tecnologia do Gripen. Até o fim do programa, terão sido treinados mais de 350 brasileiros.

Principais marcos do Programa Gripen Brasileiro:

  • Dezembro de 2013: Governo Brasileiro anuncia a escolha do Gripen para reequipar a Força Aérea Brasileira;
  • Outubro de 2014: Assinatura do contrato entre Saab e Força Aérea Brasileira;
  • Setembro de 2015: Eficácia do contrato e assinatura do acordo de financiamento entre Brasil e Suécia;
  • Outubro de 2015: Primeiro grupo de brasileiros chega à Suécia para participar do programa de transferência de tecnologia;
  • Novembro de 2016: Inauguração do Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN), na planta da Embraer, em Gavião Peixoto;
  • 2017: Após dois anos de transferência de tecnologia, primeiro grupo de brasileiros da Embraer e AEL Sistemas retorna ao Brasil. Grande parte deles para trabalhar no desenvolvimento do Gripen F (biposto), em áreas como: sistemas veiculares, engenharia aeronáutica, design de fuselagem e instalação de sistemas, integração de sistemas e armamentos, aviônica, interface homem-máquina e comunicação.
  • 2018: Primeiro Gripen brasileiro entra em produção, em Linköping, com a participação de engenheiros brasileiros e suecos;
  • Maio de 2018: A fábrica de aeroestruturas da Saab no Brasil, a Saab Aeronáutica Montagens (SAM), iniciou a sua implementação e os engenheiros que lá atuarão começaram o programa de transferência de tecnologia, na Suécia, para aprender a desenvolver seis segmentos aeroestruturais que serão produzidos em São Bernardo do Campo;
  • 2018: A AEL Sistemas se tornou um dos fornecedores globais da Saab para a produção do Wide Area Display, do Head up Display e do Helmet Mounted Display não só para o Gripen brasileiro, mas também para as novas aeronaves adquiridas pela Força Aérea Sueca, e como oferta padrão do Gripen E.
  • 26 de agosto de 2019: Primeiro voo do Gripen brasileiro;
  • 10 de setembro de 2019: O primeiro Gripen Brasileiro foi entregue para o início da campanha de ensaios em voo na Suécia. 

DIVULGAÇÃO: Saab/MSLGROUP Publicis Consultants

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Adriano silva

Excelente! Notícia.

Hugo Vigneron

Essa pintura na última foto é top d+

Marcelo Andrade

Hugo, esta será a pintura da FAB, de acordo com a Revista Força Aérea a partir de informação do COPAC. Dois tons de cinze, como os suecos.

Denis

Boa notícia.

Willber Rodrigues

Esse é o Brasil que dá certo e nos dá motivo de orgulho.

Luiz Antonio

O Brasil “que dá certo” não ocorre por ações eficazes e sim por projetos isolados que não se mantém para futuros projetos. Todos esses esforços e dinheiro para apenas 36 caças. Então nós enganamos mantendo o discurso da transferência de tecnologia como se o mundo fosse o mesmo de 40 anos atrás quando as comunicações eram pouco melhores do que sinais de fumaça. Antes mesmo de entrarem em operação plena esse projeto já estará ultrapassado pela evolução natural de conceitos e tecnologias. Uma versão atual do Projeto do AMX que morreu antes de nascer porque o mundo havia mudado. Infelizmente

luiz antonio

Fui e ainda sou dos que consideraram acertada a decisão da FAB pelo GRIPEN, porém do fechamento do contrato até o presente, muita coisa mudou (ou ficou com antes, apenas não tinha percebido) pois o fator que move qualquer projeto chama-se DINHEIRO e em se tratando de equipamentos de defesa é MUITO DINHEIRO, coisa que o Brasil tem, mas que os políticos preferem puxar para si. Somam-se os fatos do custeio das FA não sobrando nada para investimentos em equipamentos, vão sobrar para 36 caças e olhem lá. Quais projetos sustentarão os custos da EDS? Quantos GRIPEN’s a EDS vai… Read more »

Marcelo Andrade

Luiz, seu receio é fundamentado pelo passado ,mas, muitos aqui previram que o KC-390 era um avião de computador, que os Subs em Itaguaí eram ocos , só tinham o casco e que o F-39 era virtual! Acho que se tivessemos todas a capacidade das FFAA dos EUA, ainda teríamos vários descrentes!

Luiz Antonio

Caro Marcelo Andrade.
O fato é que não aprendemos com o passado, somos experto em recorre-lo. A unica política que funciona no Brasil é a de privilégios individuais e corporativos dilapidando recursos. Nós EUA também acontece? É claro que sim, porém preservam o principal e não a política “terra arrasada” que é marca registrada tupiniquim. É qualidade do “DNA”.
Abraços

Fabio Araujo

Excelente!

Leonel Testa

Na minha opniao os gripens e o prosub sao disparados os melhores projetos pra termos algum poder de de defesa real . So espero que nao haja mais atraso e que pelo menos um segundo lote de F39 e pelo menos mais um sub nuclear de prosseguimento ate o inicio da decada de 30

FERNANDOA

Boa!
Será que eles emprestam para eu testar???

Âncora

Suponho que esse S-Rig seja importante para o desenvolvimento do Gripen F, o biplace.

kaleu

Simulador poderá ser empregado em outros projetos de caças, excelente notícia !

marcos.poorman

Valeria a pena um projeto de caça pesado baseado no Gripen bimotor? (assim como a Dassault tentou no M2000/M4000)

Luiz Floriano Alves

Mais uma notícia sobre o Grippen. Ainda bem que não precisamos de caças avançados, neste momento. Até a chegada da primeira esquadrilha teremos muitas publicações do gênero. Bom para termos a sensação de possuir uma força de caças modernos em ação. Até lá as republicas vizinhas já estarão operando com seus F-35 de segunda mão.

Marcelo

Que longa novela.

Luiz Antonio

Correção: “experts”