Estrutura foi instalada na Ala 12, em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e é composta por 16 câmeras interligadas a 14 monitores de alta definição, que proporcionam uma visão de 360 graus da área a ser controlada

O dia 18 de outubro de 2019 ficará marcado para a história do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. Nesta data, entrou em operação no aeródromo de Santa Cruz, no Rio de Janeiro (RJ), a primeira Torre de Controle Remota da América Latina. A apresentação ocorreu durante a cerimônia alusiva ao Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira, ocorrida em Brasília (DF).

Para o Diretor-Geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, Tenente-Brigadeiro do Ar Jeferson Domingues de Freitas, o DECEA vem desenvolvendo projetos voltados para a qualidade e segurança dos usuários. “O objetivo é tornar o transporte aéreo mais rápido, eficiente e econômico”.

A partir desta nova modalidade de operação, a visualização do controlador de tráfego aéreo da torre de controle convencional será substituída pelo acompanhamento de monitores que reproduzem imagens de um conjunto de câmeras posicionadas próximas da pista, proporcionando ao controlador uma visão abrangente.

Foram, aproximadamente, seis meses de obras para equipar a torre e tornar exequível esta nova tecnologia, a primeira a ser estabelecida no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

A estrutura, instalada em Santa Cruz, na Ala 12, é composta por 16 câmeras fixas, sendo duas com a tecnologia Pan Tilt Zoom (PTZ), a partir da qual será possível a mudança de enquadramento, ou seja, o aumento da imagem até 24 vezes, para dar mais nitidez a objetos localizados a quilômetros de distância.

O Comandante do Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Santa Cruz, Major Aviador Bruno Michel Marcondes Alves, explica que as câmeras PTZ podem, ainda, acompanhar aeronaves, automaticamente, ou bandos de pássaros e animais nas pistas de táxi e de pouso e decolagem, o que contribui para a redução do risco de colisão com a fauna. “O sistema permite, ainda, a realização de vistorias sobre as pistas, além da visualização de posições estratégicas, como, por exemplo, pontos de espera”, acrescenta o Major.

As câmeras, fixadas na área externa, estão interligadas a 14 monitores de 55 polegadas de altíssima definição, que proporcionam uma visão de 360 graus da área a ser controlada.

“Foi sem dúvida um imenso desafio, que demandou o máximo esforço dos profissionais e das empresas envolvidas. Um ponto positivo dessa solução é a visualização a partir de displays de controle, que permitem a integração entre os sistemas existentes, aumentando, significativamente, a consciência situacional do controlador”, detalhou o Presidente da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), Major-Brigadeiro Engenheiro Fernando Cesar Pereira Santos.

Outro benefício com a utilização da torre será a expertise operacional que será agregada à Força Aérea Brasileira, ou seja, este conjunto de habilidades e conhecimentos do sistema e da tecnologia será o suporte técnico para o processo de estruturação normativa.

Em tempo oportuno, serão disponibilizadas publicações que norteiem o processo de implantação da modalidade remota do serviço de controle de aeródromo à comunidade aeronáutica.

Na torre remota, serão realizadas as mesmas atividades de controle de uma torre convencional: informação de voo, prestação do serviço de alerta, autorização para pousos, decolagens e cruzamentos, orientação para o taxiamento de aeronaves, além da disponibilização de quaisquer informações necessárias à condução segura das operações aéreas, como dados meteorológicos e informações aeronáuticas.

No futuro, o novo conceito tornará possível o gerenciamento e controle de tráfego aéreo em regiões de difícil acesso, como nos Estados e Municípios da Região Norte do país.

“Não devemos julgar nossos dias pela colheita, mas sim pelas sementes que foram plantadas. Hoje, com a inauguração da primeira torre remota do Brasil, temos a plena convicção de que uma bela semente foi plantada, que renderá excelentes frutos para o futuro do SISCEAB, em termos de economicidade e eficiência nas operações”, completou o Major-Brigadeiro Fernando.

FONTE: Força Aérea Brasileira

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Tadeu Mendes

Pelo que eu entendi, o sistema funciona para approach control e ground control, mas esta’ integrado ao SINDACTA.

Elton

Também para “departure control”… O Órgão de controle, no caso a Torre de Controle, apenas será “operada remotamente”, ou seja, de um local remoto, que não é a própria edificação física normalmente conhecida por Torre. Tanto os operadores como os próprios sistemas, continuarão integrados aos demais sistemas necessários, inclusive aos dos Órgãos dos CINDACTAs e SRPV-SP.

Rinaldo Nery

Approach control é outra coisa: controle de terminal. Estamos falando de controle de aeródromo.

João Moro

Espero que dê frutos…

Dodo

Mto irado, bem futurista. Me lembrou a torre de controle do filme “Avatar” de James Cameron

Thiago Mibach

Imagina com um óculos desses de realidade virtual? SENSACIONAL!

Aéreo

Parabéns à FAB pelo pioneirismo. Se considerarmos a quantidade enorme de aeródromos no interior que tem demanda para receber um ou no máximo dois voos de aviação regional por dia e cuja presença de uma torre de controle é anti econômica pela baixa escala, temos uma inovação que pode fazer diferença na aviação nacional.

Eduardo dos Anjos

Pensei a mesma coisa meu caro, há muitos locais que só não recebem maior volume de aviões justamente por este problema, Bauru é uma destas cidades, possui apenas 3 vôos por dia e não possui torre de controle… certa vez voltando de SP, o avião arremeteu 2 vezes por condições ruins, com certeza o apoio em solo faz muita diferença…

Thiago Mibach

Mas além do órgão de controle (torre, por exemplo), são necessários auxílios a navegação aérea e a criação de procedimentos de maior precisão e qualidade nesses aeroportos… Muito disso só é implementado em função da demanda existente…

Wellington Góes

Quero ver na hora que o sinal cair…….

nonato

Acho isso estranho também.
Uma coisa é a tecnologia para complementar.
Outra é substituir.
Se você colocar 10 câmeras no seu carro, não substitui o olho do dono.

Aldo Ghisolfi

Não há como substituir a presença física dos controladores…
Penso que esse sistema é mito inseguro!

Beserra(FN)

Já ouviu falar em submarinos? Utilize este raciocínio do olho. ?

Elton

O procedimento será semelhante ao do fechamento do aeródromo por mau tempo. Em outras palavras, “O que se faz quando cai o sinal de internet em nossas casas?”

nonato

Você fica sem internet…

ANDRE DE ALBUQUERQUE GARCIA

Esse tipo de equipamento possui, obrigatoriamente, algum tipo de redundância.

Tadeu Mendes

Andre,

Tem que ter muita redundancia mesmo. Tres no minimo, para cada tipo de funcao.

Se o Wellington esta’ falando eletricidade; eu penso em 3 fontes energia.

1 – Se a energia local falha, entao deveriam entrar os geradores, e por ultimo, baterias.

2 – Tambem se poderia utilizer uma configuracao mixta de geradores e baterias, simultaneamente.

Aldo Ghisolfi

Essas redundâncias não seriam precisas com a segurança da presença física dos controladores.

Thiago Mibach

Todos os sistemas são interligados e possuem redundâncias e backups para casos de emergência. Wellington, Nonato, Aldo, Elton, André e Tadeu: Hoje, mesmo com o controlador com o microfone na mão e com os olhos no avião, se falhar o sistema inteiro (não só parte elétrica, mas os demais sinais de rádio/radar e enlace de comunicações telefônicas) mesmo nesse cenário catastrófico, a presença do controlador não faz a diferença. Existem planos de degradação previstos em normas e manuais. Essa situação é muito rara de acontecer, mas é prevista e treinada. Se é importante o controlador “ver” o avião, o controle… Read more »

Elton

Caro Mibach! É isso mesmo! Acho que não entenderam minha colocação… O que quis dizer é que “esse medo todo” não deve existir… Como numa Torre guarnecida por controladores, em caso de “mau tempo”, a gente espera melhorar… Na Torre Virtual, como também é chamada, em caso de pane elétrica ou falha de alguma câmera (que possui redundância), os procedimentos de segurança serão utilizados. E posso garantir que a segurança (safety) foi incrementada com esse projeto. Isso era requisito básico logo no início, quando começamos a elaborar a Concepção do uso da Torre Remota.
Forte abraço.
Elton Bublitz

nonato

Alguém poderia dar uma aula sobre torres de controle?
Eu acho isso estranho.
Falam em substituição.
Qual é a visão hoje?
Na minha impressão, câmeras não substituem o olho nu.
Poderiam complementar.
E se uma câmera quebrar? E na chuva?
Só duas câmeras têm zoom?
PTZ significa que tem zoom e pode girar na vertical e horizontal.
Não acho que câmeras sejam a melhor forma de ver pássaros.
Talvez radares.
É apenas uma primeira impressão.
Parece que a primeira torre desse tipo foi instalada em 2015, na Europa.
Ainda em fase de testes.

Marcelo Andrade

Nonato, isso é o futuro. Na Europa a Saab já tem esta solução para aeroportos civis.

Renato B.

Eu achei a idéia genial, tanto pela redução de custo nos aeroportos civis como pelo aumento de segurança no caso dos militares. A partir disso a torre de controle poderia funcionar até dentro de um bunker.

Thiago Mibach

Nonato, como falei no comentário anterior, as câmeras ajudam muito o controlador a ver coisas que com o olho nu ele não vê. Existem diversos videos na internet explicando o conceito dessas torres remotas. Você pode comparar o uso das torres remotas no controle das aeronaves pousando e decolando em um aeródromo como emprego do radar no controle das aeronaves que estão voando em rota (portanto fora de alcance visual) Gostaria de dar uma explicação de forma sucinta sobre como funciona o sistema de tráfego aéreo (sou controlador de voo) mas sou meio prolixo pra isso…kkkkk…. Antes de tentar te… Read more »

Tadeu Mendes

Thiago,

Voce saberida dizer, se nos sistemas como este e do SINDACTA, existem contramedidas para proteger os circuitos eletricos/eletronicos, contra um eventual ataque por EMP. (PEM)?

Thiago Mibach

Tadeu, desconheço se existe algo do tipo… acredito que não.
Abraço!

Tadeu Mendes

Thiago,

Obrigado.

Abraço

Elton

Só pra colaborar mais uma vez, as proteções operacionais se darão através de ações de simples substituição dos equipamentos, o que é uma proteção técnica. Não há necessidade de nenhuma contra medida fenomenal. A ligação entre as câmeras e os sistemas que processam as informações (imagens) se dá por fibra ótica, em rede dupla. Os servidores, também em modo dual, usam o mesmo princípio de segurança dos demais servidores de qualquer sistema de controle do tráfego aéreo. Volto a dizer que não é nenhum “bicho de sete cabeças”, nem na parte tecnológica nem na operacional. É só uma questão inicial… Read more »

nonato

Obrigado pela aula. Conforme pedi.
Não quer dizer que agora entendo tudo.
Mas pelo menos você tentou explicar cada pergunta, o que facilita a compreensão.

Tomcat4.0

Pelo vídeo de apresentação mostrando a operação desta magnífica tecnologia parece coisa de filme de ficção científica. Parabéns à FAB !!!

Farroupilha

Parabéns ao sistema, realmente deve ser mais econômico que uma torre tradicional. Mas quanto a sala da foto acima… Puxa vida! Apesar dos elogios dos colegas, não gostei. Como sala de controle pioneira e que vai para fotos na mídia, é pobre e improvisada. Me desculpem os colegas, mas era para ser muitíssimo melhor… Faltaram: Uma bandeira do Brasil numa parede; O logo da FAB e Força Aérea Brasileira escrito numa parede também; O nome e funçao da sala também faltou em algum lugar da sala; Os controladores estão tipo empilhados. Deveriam estar com mais espaço e em bancadas modernas;… Read more »

Marcelo Andrade

Cada uma que a gente tem que ler…..Eita vira-lata!!!!

Farroupilha

Elogiar o que é bem feito e criticar o que pode ser melhorado certamente não é possível para quem se contenta com pouco.
A esses cabe, como sempre, aquilo que até crianças podem fazer, ataques pessoais. rsrs!

Thiago Mibach

Já viu como são as torres de controle hoje em dia? Espaço, equipamento, conforto, tecnologia? Vai por mim, essa sala tá muito boa! Sim, concordo com vc em alguns aspectos de mais “vibração” tais como bandeira e símbolos… mas isso não faz diferença para a operação em si… então é tido como supérfluo… Tanto o forro quanto o piso são “falsos” pois tem sistemas que passa por ali, as paredes não são “rígidas” são de um tipo de pano, por assim dizer, que é um isolante acústico. Tudo ali tem uma especificação pra atender uma função. Não é ao acaso… Read more »

Farroupilha

TM… Supérfluo… É por se considerar bom visual um item supérfluo (e isso é uma característica, ainda, da maioria dos brasileiros), que somos péssimos em turismo, e deixamos de arrecadar dezenas de bilhões de dólares por ano com esta atividade econômica moderna. Mesmo sendo um país de verão o ano inteiro e de centenas de praias lindas, e de muitas outras belezas naturais maravilhosas, isto não tem funcionado para o nosso Brasil cativar a turistada, nossas cidades são horrorosas e não germinam a multiplicação de turistas. Muita, mas muita coisa feita com desleixo e de forma bruta, muita mediocridade em… Read more »

Thiago Mibach

Farroupilha, entendo seu ponto de vista e concordo com ele mas como comentei acima, a presença desses itens não causa influência na operação. Os equipamentos instalados são de ultima geração e ótima qualidade, não devem nada aos usados em outros países. Como também falei em outro comentário, não faço parte do projeto da torre remota, mas trabalhei em torre e hoje opero com um radar que usa software de desenvolvimento nacional, tido como referência para muitos países. O que quis dizer com supérfluo é que órgão de controle de tráfego aéreo não é ponto turístico, ali não deve ter nada… Read more »

Denis

Outra vez: equipamento de cutting edge. Vira-latas piram.

Marcelo Andrade

Espetacular, isso, quem puder veja o vídeo institucional!

Thiago Mibach

Caso os editores queiram colocar o video na reportagem….

https://www.youtube.com/watch?v=DSgY-EFfbUg

Abraço!

Bardini

Tecnologia SAAB…