É com muito orgulho e alegria que estamos aqui para mais um marcante evento histórico para as Forças Armadas e para o Brasil.

Há 4 anos, engenheiros e técnicos brasileiros desembarcaram em solo sueco para juntos construírem um novo sistema de combate. Aqui encontraram muito mais que isso. Encontraram amizade, gentileza e apreço. Aqui, se sentiram em casa.

Sabemos que um projeto desta magnitude exige dedicação, paciência, trabalho em equipe e espírito empreendedor. O Brasil reconhece o comprometimento e o talento de cada um dos envolvidos, brasileiros e suecos, na concepção deste marco da história da aviação militar no nosso País. O fascínio por voar nos aproximou e a união desta multiplicidade de talentos garante que esta colaboração de sucesso se estenda a longo prazo.

Estabelecidas há quase 200 anos, a relação entre os países se consolidou e evoluiu para uma cooperação técnico-militar. A opção pelo caça sueco aproximou os países e transpôs os mais de 10mil quilômetros que nos separam.

Estamos construindo uma parceria sem precedentes na história dos dois países. Efetivamente, foi a possibilidade de participar de todas as etapas do processo o fator decisivo na escolha do Gripen.

Não estamos simplesmente adquirindo um produto, estamos adaptando às necessidades da nossa Força Aérea para atender a diretriz da Estratégia Nacional que dispõe sobre a nossa soberania e defesa.

Ao adquirirmos o Gripen, aumentamos a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira e impulsionamos uma parceria que garante transferência de tecnologia para o Brasil, fomenta a pesquisa e o desenvolvimento dos parques industriais de ambos os países, abrindo assim a fronteira para o conhecimento e o desenvolvimento de novos projetos conjuntos.

As boas novas da capacidade brasileira de criar e desenvolver sofisticados projetos de defesa também chegaram à Suécia. O sistema de displays desenvolvido no Brasil foi adotado também pela a Força Aérea Sueca, o que contribuirá para uma significativa economia na manutenção da aeronave e no futuro desenvolvimento de software.

As perspectivas de crescimento em torno do setor de Defesa, renovada pelas políticas adotadas pelo governo brasileiro, reforça a necessidade de capacitar nossas Forças e nossos profissionais para fortalecer nossa capacidade em âmbito regional e global.

E para isso, a consolidação da nossa Base Industrial de Defesa é primordial. Temos o dever de garantir a soberania dos quase 17 mil km de fronteira, 4,5 milhões km2 de área marítima, 8,5 milhões km2 de área terrestre e 22 milhões de km2 de espaço aéreo.

O setor também representa 4% do Produto Interno Bruto do País, gerando mais de 285 mil empregos diretos e 850 mil indiretos, com salário médio de aproximadamente duas vezes maior ao da média nacional. O projeto Gripen vem para robustecer estes números.

Devemos ressaltar que grande parte dos produtos de defesa apresentam uso dual, atendendo as demandas de diversos outros setores econômicos, qualificando profissionais e difundindo a tecnologia em benefício de toda a sociedade.

E é em nome de todo o povo brasileiro que podemos dizer que estamos no caminho certo. Nos orgulhamos do trabalho já realizado e estamos ansiosos pelo o que está por vir. Estamos edificando as Forças Armadas que o nosso País merece e construindo um Brasil mais forte para todos.

Por fim, parabenizo a Força Aérea Brasileira pelo esforço e perseverança na condução deste importante projeto de Estado, bem como a SAAB e suas parcerias pela excelência do seu produto que pelas próximas décadas será a espinha dorsal da Defesa Aérea do Brasil e um dos principais responsáveis pela manutenção da soberania e da democracia do nosso País.

Obrigado a todos e vamos em frente, continuemos a jornada!

Muito obrigado!

Ministro da Defesa Fernando de Azevedo e Silva

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Grozelha Vitaminada Milani

Boa tarde! Alguém saberia informar sobre o cronograma da versão bi-place desenvolvida pela Embraer Defesa?

Quando deve ser iniciada a construção do 1o. protótipo? E o 1o. voo?

Os testes de homologação e ensaios de voo da versão bi-place serão feitos no Brasil?

Gostaria de ter mais informações do desenvolvimento.

Grato.

Luís Henrique

Muito bom. Excelente discurso.
Sem dúvidas uma ótima escolha da FAB que foi a melhor proposta em transferências de tecnologias e participação industrial.

Willber Rodrigues

Muito bom o discurso. Concordo com cada palavra. Espero sinceramente que isso seja apenas o começo, e que a parceria Brasil-Suécia se aprofunde ainda mais na área tecnológica.

Minuteman

O Gripen foi a melhor escolha para ao Brasil. Pois não representa apenas um caça de última geração. Mas sim grandes oportunidades para o país.

Com esse programa conseguimos obter a auto-suficiência em produção e desenvolvimento de caças de alta-performance, abrindo portas para o tão esperado caça com DNA 100% nacional no futuro.

A parceria com a Saab também vai trazer outros grandes frutos, com uma possível participação em um programa conjunto de desenvolvimento de um caça stealth de 5ª ou 6ª geração.

Space Jockey

Acho que poderia Juntar Embraer/Saab e mais alguem, talvez Italia ou Africa do Sul pra um quinta geração.

Cleber

O mercado de Defesa evolui muito rápido , principalmente o aeronáutico , a FAB precisa pensar sempre no futuro : Cadê os Vant´s , Drones armados inclusive . Não podemos ficar sempre só pensando em Gripen Ng , tem muita coisa a fazer .

Top Gun Sea

Penso que haverá muitos produtos de defesa que a Embraer Defesa poderá desenvolver com os camaradas Suecos, mas lamentavelmente não temos condições financeiras de explorar essa gama de tecnologia na área de defesa que os Suecos têm.

Mauricio R.

Rezem para Canadá, Índia e Finlândia darem pra trás e não selecionarem o Gripen.
Senão o Brasil vai pro fim da fila e dança.
Aliás o que foi que a Embraer aprontou, para os suecos oferecerem a Colômbia, o mesmo que ofereceram ao Brasil????