Reportagem do jornal Washington Post dos EUA informava em 1980, no auge da Guerra Fria, que apenas metade dos caças F-14 e F-15 podia voar por falta de peças de reposição.

O texto dizia que política do Pentágono de adquirir novas aeronaves ao invés de investir dinheiro para manter as existentes era a causa da canibalização, prática em que peças são retiradas de aeronaves para que outras possam voar.

Os pilotos também eram obrigados a voar menos horas, o que produzia desgosto e vontade de deixar o serviço militar.

As informações tinham sido disponibilizadas pelo deputado republicano Jack Edwards de Alabama, membro da Subcomissão de apropriações de defesa da Câmara.

O deputado dizia que as pessoas tinham o sentimento de que a Força Aérea estava pronta para combate, enquanto na realidade havia uma grande quantidade de aeronaves paradas aguardando reparos.

Na época, apenas 53% dos caças F-14 Tomcat da US Navy e F-15 Eagle da USAF estavam em condições de voo.

Os aviões que estavam posicionados na linha de frente na Europa estavam um pouco melhores: 70% podiam voar.

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Munhoz

E hoje não é diferente o problema é os custos operacionais numa indústria que visa o lucro. Vão me taxar de maluco mas vamos cair numa real um míssil Samart com ogivas manobrável chega mais rápido e é um meio de entrega mais letal que um B 2 no meu ponto de vista no entanto o custo operacional de um B 2 é bem maior outra coisa um grupo de combate de porta aviões é bom até certo ponto pois se tiver numa guerra nuclear um grupo de navios é o mesmo que todos os ovos num mesmo cesto .… Read more »

Humberto

Munhoz, Na década de 50, os britânicos pararam de investir nos jatos de combate, pois existia a “certeza” que os mísseis iriam fazer o trabalho deles, o Lightning não foi cancelado pois já estava nas bocas para entrar em serviço. E deu no que deu. Quanto ao B2 e o míssil, vc não deixa de ter razão MAS, o B2 assim como os outros vetores, fazem parte da triade de ataque (bombardeiros, submarinos lançadores de mísseis e mísseis em terra). Basicamente os mísseis em terra são em maior número mas tem a sua localização conhecida, os submarinos são em menor… Read more »

Ricardo Bigliazzi

“Visa lucro”?!?!?

Estamos no planeta Terra, até na China os caras “visam lucro”, ou você acha que os caras compram um CPFL (aqui no Brasil) apenas por caridade?

Rui chapéu

Me diga qual indústria não visa lucro?

A complexidade das armas de hoje que aumentaram os custos absurdamente.

Compara o que um dos melhor caças de 1945 fazia com um F-35 de hoje.
Nem radar. Nem míssil, nem fusão de dados, nem velocidade, nem stealth, nem assento ejetor se tinha aquela época.

Põe isso na conta pra ver como fica caro.

Compare o custo de um Fusca com um fusion. Mais ou menos isso.

Munhoz

Você não entendeu meu ponto de vista , compare o custo operacional de um Mig 23 com um F 4, um caça operado num porta aviões custava 3 x mais que um em terra , compara o custo operacional dos meios eu não estou me referindo a eficiência mas sim ao custo operacional e de desenvolvimento , um país gasta um um tanto para alcançar um objetivo e o outro gasta metade e alcança o mesmo objetivo . Atualmente a Rússia gasta bem menos que a OTAN e porque a OTAN está preocupado com ela ? Repare que as indústrias… Read more »

André

Se 50% dos atuais F35 da USAF tivessem condições de vôo e 100% dos su35 tivessem, em um hipotético conflito, haveria a mesma quantidade de aviões de cada tipo de enfrentando.

Valim

Tá !!!!!! ….. mas, essa metade eram quantos???? Provavelmente mais do poderíamos contar…. ou ao menos mais do que a URSS…. bem, pelos menos eu acho isso….

Gilson Moura

A Força Aérea dos EUA detinha em média nos anos 80 mais de 4000 caças, eu não saberia dizer quantos seriam F-15, mas este número já dá para ter uma ideia.
Aqui está o link sobre a Força Aérea: https://higherlogicdownload.s3.amazonaws.com/AFA/6379b747-7730-4f82-9b45-a1c80d6c8fdb/UploadedImages/Mitchell%20Publications/Arsenal%20of%20Airpower.pdf

Só baixar.

Gilson Moura

Ledo engano.

Está na matéria a quantidade de F-15 no inventário da Força Aérea dos EUA, na média 650 F-15 no arsenal.

Quatzy

Obesidade está atrapalhando o F-35. Avião gordo e cheios de problemas.

Washington Menezes

O problema não será a Russia e sim a China.

Marcos10

Quantos eram a metade?

Clésio Luiz

Se não me engano, Reagan investiu muito na área de defesa nos anos 80, inclusive facilitando de forma considerável, o acesso de Hollywood às forças armadas, daí o grande número de filmes com temática militar na época, culminando com Top Gun, que fez disparar o número de voluntários, acabando com o problema de falta de candidatos que aconteceu após a Guerra do Vietnam.

Thiago

Bem colocado Clésio, mas a indústria cinematográfica americana e seus grandes produtores sempre trabalharam lado a lado com diversos segmentos do estado, inclusive com a CIA. Incrível ferramenta de propaganda .

Rafael_PP

Os anos 80 representaram uma revolução na área militar como um todo. Os projetos iniciados naquela época são, até hoje, os pilares das Forças Armadas norte-americanas. E não, não havia orçamento para manter e revolucionar ao mesmo tempo!

Walfrido Strobel

Visar lucro não é crime, mas a ganância não tem limites.
Só como exemplo hoje tem boneca para meninas por 1.000 reais, e não fazem nada, nem aquelas gravações sem graça.
Tem celular de 2.500 reais.
O mundo ficou maluco, tem quem cobre isso porque tem quem pague.
.
O Min. Def. da Austrália comprou uma briga com os militares a uns anos ao dizer que fazer compras para militares é como levar uma criança a uma loja de brinquedo, se agarram ao mais caro chorando e esperneando e só aquele serve.

Antunes 1980

Manter sua presença global e em um estado de prontidão aceitável custa muito caro, tento no âmbito financeiro, logístico e produtivo.
Os desafios futuros para os Estados Unidos já não são fáceis. Inimigos convencionais como Rússia e China e outros extremamente complexos, como o terrorismo e o narcotráfico. Esta colcha de retalhos exige demais, e tomara que todos os objetivos sejam alcançados!