Embraer KC-390

Embraer KC-390
Embraer KC-390

Por Andrea Jubé

O avião militar KC-390 da Embraer, entrou na fase de finalização na linha de montagem na unidade de Gavião Peixoto (SP): pelo menos três aeronaves serão entregues no ano que vem à Força Aérea Brasileira (FAB). Um dos projetos prioritários da área de defesa em parceria com a Embraer, ao lado dos caças Gripen, o novo cargueiro de uso militar e civil deve ser apresentado pela FAB em uma solenidade organizada para o Dia do Aviador, em outubro. Até lá, há a expectativa de que o avião receba o certificado de tipo da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

O Valor acompanhou a demonstração da aeronave ao ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, na segunda-feira na unidade fabril em Gavião Peixoto.

Há dois aviões já na fase de finalização, outros dois na etapa de estruturação (um com a fuselagem quase completa, outro com uma das asas prontas), e o quinto já tem as peças encomendadas, o que tem de ser feito com meses de antecedência.

O presidente da EMBRAER Defesa & Segurança, Jackson Schneider, confirmou ao Valor que o certificado da ANAC será emitido ainda neste ano, e as primeiras unidades entregues à FAB em 2019, quando completam-se dez anos do início do projeto. O contrato de aquisição dos aviões, entretanto, remonta a 2014. O comandante da FAB, Nivaldo Rossato, disse que o órgão conta com o avião operando já no ano que vem.

A FAB encomendou 28 aeronaves à Embraer: o orçamento da Força para 2019 reservou R$ 750 milhões para a aquisição dos aviões. As negociações de vendas também estão avançadas com Portugal, que deve encomendar cinco unidades. Argentina, Chile, Colômbia e República Tcheca já assinaram cartas de intenção de compra do modelo, o maior avião militar produzido no Brasil, que encabeça o consórcio formado por Portugal, Argentina e República Tcheca.

De acordo com os engenheiros da linha de montagem, assim que a empresa atingir a “fase de aprendizado”, será possível acelerar a produção e fabricar 1,5 ou duas unidades por mês, a fim de atender a expectativa de crescimento da demanda internacional.

Conforme um acordo celebrado em 2013, na França, caberá à Boeing a promoção internacional do KC-390 e o impulso das vendas em mercados onde a gigante da aviação tem atuação estratégica. Essa parceria foi celebrada cinco anos antes da joint venture anunciada em julho, evidenciando a vocação das duas empresas para atuarem juntas.

O cargueiro da Embraer atinge um nicho de mercado onde a Boeing atua com modelos muito maiores, e enfrentava a concorrência da Lockheed, fabricante do Hércules C-130, também de transporte militar, mas desenvolvido há cerca de 60 anos. É justamente o avião de cargas utilizado pela FAB, que já completou 53 anos. “O nosso está antigo, o KC-390 é mais rápido, carrega mais carga com o custo de hora de voo mais barato, vai fazer a diferença no transporte e na logística”, afirma o brigadeiro Rossato.

Desde que encomendou à Embraer o desenvolvimento de um avião de transporte tático em 2009, a FAB investiu R$ 5 bilhões no projeto. Na fase de testes, o protótipo sofreu dois incidentes: em 2017, durante um voo, e em maio, quando deslizou na pista.

Além do documento da ANAC, o avião precisa concluir o ciclo de certificação, com a obtenção da Final Operational Capability (FOC), emitida pelo Instituto de Fomento Industrial (IFI), o que só deve ocorrer no ano que vem. Em dezembro de 2017, a aeronave obteve a Capacidade Inicial de Operação (IOC), que assegurou as condições necessárias para o início da operação, bem como um certificado provisório da ANAC, atestando a adequação do projeto aos requisitos de certificação da categoria transporte.

Segundo a EMBRAER, o avião está em campanha de ensaios, progredindo de forma “extremamente satisfatória”, atingindo os objetivos de desempenho e capacidade estabelecidos, e já tem acumuladas mais de 1.800 horas de voo. Para concluir a campanha de certificação, é preciso atingir 2.000 horas de voo.

FONTE: Valor Econômico

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Marcelo Bardo

Very good!

Flick

E os testes em ambiente gelado, acontecerão ou já aconteceram?

DOUGLAS TARGINO

No caso deve manter uma média de 3 aeronaves por ano?

Rafael Antonio Oliveira

Ajustados os processos de produção a embraer afirma capacidade de produção de até 1,5 unidade/mes

ALEXANDRE

Que top,e vc sabe tb a taxa de producao de gripens?

Paulo Guerreiro

acho que 0,5 unidade/ano pela demora kkk

ALEXANDRE

Kkkkk,mas,é pq tem os testes etc acho q depois q entrar pra linha de produção deve ficar mais rapido

Glober J F Knuth

Podendo chegar a 2 por mês. Muito bom.
Após a saída da pista houve a informação de que conseguiriam entregar 1 ainda este ano. Não foi possível devido à contingenciamento, alguém sabe?

Rodrigo

Boas noticias, mais e quanto ao acidente com o protótipo 001 não deram ais explicações sobre que aconteceu ? e se este protótipo poderá ser recuperado ? e operado pela FAB/

Victor Hugo R. T. de Freitas

Seria esse acordo entre Boeing e Embraer de 5 anos atrás, uma decisão estratégica da Boeing, já visando essa Joint Venture comercial e a colocação de tentáculos na área de defesa e segurança?

Vendo tantas cifras altas, é difícil pensar em coincidências rs.

WFonseca

Victor, por motivos outros, pode até ser… Apenas lembrando que são a segunda maior empresa de defesa do mundo e produzem coisas como: A64 Apache, A-10, C17, B1b, F15, SH, Growler, MQ25, P8, Osprey, KC46a, Jstars, ICBMs, etc, etc, etc e nem vamos mencionar armas e a parte aeroespacial. Vai saber né?

Marcio

Já era hora! Anunciado na LAAD em Abril de 2007, entre projetos, logísticas, parcerias, dinheiro e adequações, ja se vão 11 anos. Com a entrega em 2019 serão 12 anos. Muito tempo! Os brasileiros precisam fazer um workshop com os chineses para aprenderem a fazer as coisas mais rápidas. Sou crítico mesmo, amo este pais e sinto tristeza em ver o pouco caso e falta de interesse dos nossos empresários, governantes.

Rui Chapéu

o Y-20 chinês foi anunciado em 2006 e entrou em operação em 2016.

Comac C919 lançado em 2008 e vai entrar em operação em 2021.

Não tem nada de muito diferente da Embraer ai não. Sua crítica não tem fundamento.

Flamenguista

Concordo… Tempo aceitável para uma aeronave multifunçao que foi projetada do zero. e que se propoe a rivalizar com um ícone da industria aeronaval.
Lembrando que o projeto do Gripen é da decada de 80!!

Renato de Mello Machado

Em se tratando de Brasil, é recorde.

Mauricio R.

Serão 8 longos anos até todas as 28 células serem entregues, deu no Jane’s já faz um tempão.
Isso pq o Brasil é o único comprador.
Haja C-130 até lá.

Marcos R.

E vai lá saber como é o processo de certificação chinês, vide os diversos problemas do J17 depois de estar em produção.

Robsonmkt

Nem tanto. Tomemos como exemplo outro avião projetado do zero. Os Gripen A/B teve seu projeto foi anunciado entre 1980 e o primeiro voo foi somente em 1989.
fonte: http://www.robotechresearch.com/rpg/vehicles/ebsis/gripen/gripen.htm

Mas somente foi considerado operacional em 1999
fonte: http://www.alide.com.br/joomla/component/content/article/78-edicao-40/304-saab-o-ninho-do-gripen

Além disso, como tudo na China é cercado de sigilo, como saber, de fato, quando começaram os estudos para o desenvolvimento de um avião até o mesmo ser considerado operacional?

rommelqe

Isso tudo sem dizer que houve contenção de recursos na produção do KC390, coisa que na china não ocorre em produtos militares.

Walfrido Strobel

Mais dinheiro do que a Dona Pres. entubou neste KC-390, acho difícil que algum outro Pres. teria gasto tanto.
Estariamos de KC-130J.

rommelqe

Isso porque aqui houve uma contenção de recursos destinados ao programa KC390, coisa que na China não é a regra, pois lá produtos militares considerados estratégicos são proridade.

Oseias

amigo, entendo sua insatisfação quanto aos nossos políticos (todos estamos). Mas da maneira como você escreve, parece que a FAB e Embraer são piores que os chineses tecnicamente. Digo sobre os chineses, com dinheiro da para fazer uma interprise. Quem deveria fazer um workshop com alguém seria os chineses conosco, afinal nós conseguimos fazer excelentes produtos com pouco investimento e interesse popular. Queria velos em nosso lugar o que eles fariam.

charles

perfeita colocação

Thiago Afonso

É um comentário superficial, porém não posso deixar de ressaltar o quão lindo é o KC-390. Que bela aeronave!

Delfim

Os 750 milhões de reais a serem liberados em 2019, serão para a aquisição das três aeronaves a serem produzidas no mesmo ano ?
O texto cita 28 aeronaves mas aí sairia MUITO barato.

Alex Nogueira

Que venham logo, assim como os F-39BR, assim FAB vai estar dando show!

F-39, A-29, E-99, KC-390!

Com F-5EM, A-1M e A-4M da MB dando combate dissimilar enquanto voarem, estaremos em um cenário privilegiado se as próximas gestões garantirem ao menos as verbas necessárias para as horas de voo regulares para se manter operacional.

Pedro Rocha

Olá senhores! No meu ponto de vista o teste mais esperado será de reabastecimento de helicópteros…. A Alemanha e a França tiveram de adquirir KC-130 J somente para essa missão… Se Portugal fizer um reabastecimento num exercício conjunto da OTAN será o sucesso! Por ventura o US Marines não querem uma demonstraçãozinha? (Rs)

Walfrido Strobel

Será mesmo que os EUA ainda fabricam o KC-130J e os USMC usaram 14 KC-130R desde 1975 antes de comprarem os 46 KC-130J e agora de uma hora para outra iriam querer comprar KC.-390 ? Acho difícil.

ALEXANDRE

Que top,e vc sabe tb a taxa de producao de gripens?

Paulo Guerreiro

Força Aérea encomendou 30 unidades(02 protótipos e 28 linha) mas talvez seria melhor encomendar mais 10 unidades ja que os X-130 serão retirados de serviço

Tadeu Mendes

Se vão seguir com êsse cronograma de 3 aeronaves por ano, vai demorar de 6 a 7 anos para entregar 20 unidades..

Muito tempo para que a FAB receba a encomenda. A defasagem entre os tres primeiros aviões e os outros 17 aviões em termos de eletrônica embarcada será bem grande.

Mas se o KC-390 tiver sistemas eletrônicos modulares, aí não há problema, é só trocar por outros sistemas mais avançados fazendo um plug and play.

Marcos10

O sistema embarcado será o mesmo para todos.

Rommelqe

Prezado Tadeu: no texto ha menção relativa a produzir de 1,5 a 2 unidades por mes.

BILL27

Isso para mais clientes do que ja tem hoje .

Rafael Oliveira

Até parece que em 7 anos vão passar a empregar uma nova eletrônica no KC-390.
No mais, 7, 8 anos é um prazo razoável para manutenção da linha de produção e que comporta pedidos de outros clientes – os, quais, aliás, duvido que estejam dispostos a pagar por uma nova eletrônica para uma quantidade pequena de aeronaves.

Marcio

Vi o KC-390 fazendo em testes fazendo sobre vôo sobre a cidade entre pousos e decolagens em meados de 2014 em São José dos Campos. De lá até aqui são 4 anos. Anapolis ja esta pronta para receber a primeiras unidades agora em 2018, foi adiada para 2019. Minha crítica e quanto ao tempo, exemplo parecido com as fragatas que agora serão corvetas e ainda assim indefinidas. Sei que são projetos demorados, mas 12 anos para um cargueiro/reabastecedor é muito tempo. Se estiver errado peço desculpas.

fernandoEMB

Está errado. Não ė muito tempo não. Considerando as circunstâncias. Quanto aos tempos de desenvolvimento na China .. não são parâmetro para comparação.

Luiz Floriano Alves

Três aeronaves por ano? Deve haver um engano. Não se produzem aviões em ritmo tão lento. Não é a corveta Barroso. é produto de fabricação em massa. Se tiver encomendas, cinco por mês é o mínimo.

Leonardo M.

Isso se a FAB tiver o tamanho da USAF + vendas internacionais.
Coisa que você sabe muito bem que não será e não teremos tantas vendas assim para o exterior.
Parece que você vive no fantástico mundo de Bob

Foxtrot

Pois é, a FAB investiu 5 bilhões em um projeto que a Embraer não possuía conhecimento algum e gerou esse belo avião (que no final, infelizmente a Boeing irá levar de lambuja e de graça kkk). Como sempre digo, não entendo o porquê de não terem solicitado a Embraer uma variante do AMX (que a Embraer já dominava todo o conhecimento), supersônica e com melhorias? Creio que o investimento neste projeto seria muito semelhante ao do KC-390, e também geraria um excelente avião de combate. E como não entraremos em guerra amanhã, ano que vem e muito provável que nunca,… Read more »

Robsonmkt

Oi Fox, tudo bem?
Bom, desde que a empresa foi privatizada, tudo dela que era estatal passou a ser privado, incluindo os projetos da época em que era estatal.
De qualquer forma, a área de defesa não será vendida à Boeing, então o KC-390 não será dela.
O AMX foi um avião pensado e projetado para ser um bombardeiro leve, não um caça supersônico. Projetado com a tecnologia disponível na década de 70. Não há nada para se aproveitar nele para um caça supersônico para o cenário do século XXI.

Mikhail Bakunin

Isso já foi lhe explicado diversas vezes e você continua insistindo. Já que você afirma que é viável, cite alguns casos de aviões projetados para serem subsônicos que depois ganharam uma versão supersônica.

Carlos Alberto Soares

Devagar.

Corrigiram o problema do consumo ?

O protótipo acidentado não voara nunca mais.

Se a Boeing não der um empurrão…..

Bueno

Projeto que acompanhamos aqui no Aéreo , passo a passo.
Obrigado por existirem! Trilogia.

Os projetos do K390, Gripem e guarani caminham de forma menos turbulentas do que os projetos Navais devido a complexidades e o mercado para os produtos desenvolvidos.

Nilton L Junior

Primeiro lugar parabéns a todos que estão e estiveram envolvido nesse projeto de sucesso, inclusive a tia, penso que fazer comparação do KC ou qualquer outro material bélico com outras nações as vezes soa como sentimento de vira latas pois levam a comparação como se as condições de produção e execução são iguais ainda bem que pelo menos não considera como inferior ou defasado.

Hawk

Enfim, uma ótima notícia!

sergio ribamar ferreira

Concordo com os Srs. Rafael oliveira, Bueno, Nilton L Junior e um grande abraço para o Sr. Carlos Alberto soares, “Guerreiro velho mas não obsoleto”(mais 50 anos para perturbar e manter seus excelentes comentários) . Seja bem-vindo

willhorv

Excelente….
Dentro do esperado estes 10 anos de desenvolvimento.
A frequência de recebimento das aeronaves tem mais a haver com as possibilidades financeiras da FAB, e acredito que isso possa ser mudado de acordo com os acontecimentos, inclusive políticos meus senhores(as)! Por isso, muito cuidado com o pinico que chamamos de urna!!!
Com o tempo acho que um outro pedido deva contemplar mais 10 unidades…
Estas primeiras 2 serão fundamentais para doutrinar, criar toda a logística operacional e de disponibilidade da FAB.
Tenho orgulho disso!

Salomon

Boa notícia e um alento, ao mesmo tempo que contribui para diminuir o pessimismo geral do brasileiro em relação a qualquer coisa.
A entrada da Boeing é bemvinda e acelera a futura aceitação mundial.

RODRIGO DE SOUZA

Pessoal reclamando, esqueçeram que estamos no Brasil? Te garanto que se a FAB tivesse o cacique iriam produzir os kcs mais rapido. Problema nao é embraer! mas a sim a fab que nao sabe se vai ter dinheiro pra seus programas. Se a uniao liberar te garanto que a embraer entrega 1 aeronave por mes.

EduardoSP

A FAB comprou 28 aeronaves, sendo que nunca operou essa quantidade de C-130, aeronave com desempenho inferior. Ou seja, possivelmente as 28 unidades são mais do que a FAB realmente necessita. No entanto, essa deve ter sido o contrato mínimo necessário para estabelecer a linha de produção.
Imagino que a FAB não comprará nenhum KC-390 além dos 28. E ficará grata se algum país comprar e ela puder ceder alguna “slots” de produção, atrasando o recebimento completo da sua encomenda.

Rinaldo Nery

Já comentei várias vezes a razão dos 28. Não tem nada a ver com estabelecer linha de produção.

Foxtrot

Robsonmkt 21 de setembro de 2018 at 11:01 Oi Fox, tudo bem? Bom, desde que a empresa foi privatizada, tudo dela que era estatal passou a ser privado, incluindo os projetos da época em que era estatal. De qualquer forma, a área de defesa não será vendida à Boeing, então o KC-390 não será dela. O AMX foi um avião pensado e projetado para ser um bombardeiro leve, não um caça supersônico. Projetado com a tecnologia disponível na década de 70. Não há nada para se aproveitar nele para um caça supersônico para o cenário do século XXI. Mikhail Bakunin… Read more »