F-35 Joint Strike Fighter: desenvolvimento está quase completo, mas deficiências encontradas nos testes precisam ser resolvidas

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F-35 em voo de teste com armas externas

F-35 em voo de teste com armas externas e baias de armas abertas

F-35 em voo de teste com armas externas
F-35 em voo de teste com armas externas

Por Anthony Capaccio

O escritório do Departamento de Defesa que supervisiona o programa F-35 foi criticado por um órgão de fiscalização do governo por seus planos de adiar a correção de deficiências críticas no caça até que seja tomada uma decisão de iniciar uma produção de cadência total – uma medida que não virá antes de outubro de 2019.

O F-35 – o programa de armas mais caro do mundo – tinha 966 “deficiências abertas” em janeiro, disse o Government Accountability Office (GAO) em um relatório anual divulgado na terça-feira. Desses, pelo menos 180 “não serão resolvidos antes da produção de cadência total” de acordo com os planos atuais do escritório do Pentágono, segundo o relatório.

A decisão de produção comprometeria os EUA a construir 77 ou mais aviões da Lockheed Martin Corp por ano nos próximos 12 anos, em comparação com os 70 deste ano. A produção atingirá o pico de 105 aeronaves em 2023, com um custo anual de US$ 13,4 bilhões e permanecerá nessa taxa por seis anos. Isso torna imperativo para o Pentágono corrigir as deficiências antes que uma decisão sobre a produção – a fase mais lucrativa para a Lockheed – seja feita, segundo o relatório.

O problemático F-35, de US$ 406,5 bilhões, é um caça de próxima geração, programado para encerrar este ano sua fase de desenvolvimento de 17 anos. A partir de setembro, o programa deve passar por intensos testes de combate que provavelmente levarão um ano, um exercício que já está atrasado pelo menos 12 meses. O teste de combate é necessário antes que o avião possa ser aprovado para produção com cadência total de produção.

Linha de montagem do F-35

‘Pressa’ até a linha de chegada

No ano passado, o Pentágono “progrediu na conclusão do programa de desenvolvimento do F-35”, disse o GAO. “No entanto, em sua corrida para cruzar a linha de chegada, o programa tomou algumas decisões que provavelmente afetarão o desempenho, a confiabilidade e a manutenção das aeronaves nos próximos anos.”

O relatório do GAO dividiu as deficiências em duas categorias: as deficiências da categoria 1 são definidas como “aquelas que poderiam colocar em risco a segurança, ou outro requisito crítico”, enquanto as deficiências da categoria 2 são aquelas que podem impedir ou restringir o sucesso da missão.

O relatório citou 111 deficiências da categoria 1 e 855 deficiências da categoria 2.

“Se as metas de confiabilidade não forem cumpridas, os serviços militares e o contribuinte terão que se contentar com aeronaves menos confiáveis, mais caras e que demorem mais para serem mantidas”, segundo o relatório do GAO. “Dado que a acessibilidade a longo prazo do programa já está em questão, garantir que a aeronave seja confiável para a maturidade planejada de cada variante é fundamental.”

Para acessar o relatório completo (55 páginas em PDF) no site do GAO, clique aqui.

FONTE: Bloomberg News

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Tomcat3.7

Da série, “Os Causos do F-35”.rs

Ricardo da Silva

Será que ainda tem espaço para “c o n t i n u a . . . .” ?

cwb

Como dizem alguns foristas:
Manda para tio jacó que ele resolve..
Lá os caras colocaram o bicho em combate e parece que funciona…

Antonio Palhares

Em postagens mais antigas eu disse que este avião seria melhorado por Israel e funcionaria muito bem. Israel tem o melhor corpo técnico/científico para tratar aperfeiçoar equipamentos de defesa.

RicardoNB

Mas não iriam cancelar o programa ? E a realidade bate a porta mais uma vez. 77 F-35 só no fy2019. Em 2023 em 1 ano os EUA irão comprar mais F-35 que a quantidade de Su-57 prevista até 2025, mais que os 98 Su-35 produzidos em 10 anos para a Rússia e mais da metade das unidades totais do F-22.

Luís Henrique

Quase.
Parte da produção será destinada para os aliados que compraram F-35.

A produção não 100% para as forças americanas.

Bosco

Ricardo,
Você é o Ricardo do Tecnomilitar?

RicardoNB

Ele mesmo…

Bosco

Cara! Tá de parabéns.
Passei lá hoje e deixei dois “parabéns”.
Você manja muito da “coisa”. rrsss
Um abraço!!

JPC3

Assino em baixo.

Parabéns pelo excelente trabalho.

RicardoNB

Então era vc rs ? Muito obrigado, a recíproca é verdadeira.

RicardoNB

Obrigado JPC3.

TJLopes

Assino em baixo também, ótimo site.

Ivan

Ricardo Barbosa,
Parabéns pelo seu trabalho no Tecnomilitar.
Muito bom ter mais gente disposta a divulgar assuntos militares, aumentando a circulação de informações. Quem, sabe no futuro, defesa venha a ser encarada com seriedade no Brasil.
Infelizmente meu tempo é apertado, mas sempre que sobrar um pouco vou dar uma passada por lá.
Forte abraço,
Ivan, o Antigo.

Marcelo

Nunca ouvi ou vi alguem dizer que o programa iria ser cancelado. Apenas que o modelo adotado de desenvolvimento paralelo com producao em serie foi um fiasco, que nem a LM tem coragem de desmentir.

Bruno

Exato! Quando eu joguei a real aqui sobre o F-35 em um post, porque tem um certo indivíduo que é da turminha do “ai, não gosto do F-35”, veio outro zé mané me ofender… Eu não sou de torcida organizada, aeronave de caça não é time de futebol, eu enxergo as coisa como elas são, dentro da realidade, o F-35 vai ser o principal caça da OTAN e do ocidente no século XXI, PONTO!
Não vai ter linha de produção fechada, vai voar no mundo todo e ainda vai ver muito combate! E quem não gosta que chore na caminha.

HMS TIRELESS

Seja lá que deficiências são esses não apenas não impediram o aparelho de estrear em combate, e estamos falando de ingressar em espaço aéreo contestado e não de disparar mísseis contra barbudinhos de sandália e AK-47, como não foram óbice para ele fazer um bom estrago nos alvos iranianos na Síria..

Defensor da Liberdade

Qual espaço aéreo no OM é contestado? Síria? Líbano? Síria acho que não tem mais nem narguilé para elevar a moral da tropa, quanto mais uma equipe eficiente de monitoramento aéreo.

Felipe Morais

E os russos que estão na síria não contam?

Defensor da Liberdade

Sempre que eu vejo as notícias sobre os ataques aéreos na Síria são os sírios que estão operando as antiaéreas. Acho que até um recruta BR faz mais estragos com um bofors 40 mm do que os sírios.

Felipe Morais

Além do que, quando se “noticiou” que os sírios teriam derrubado 980 dos 100 e poucos mísseis lançados pelos americanos, eles tinham defesa antiaérea forte e eficiente. Já quando a notícia é de que o F35 deitou e rolou lá, vem com essa de que é bater em gato morto? Faça o favor né.

Flamenguista

Foi como vender um carro para o seu vizinho, com um pequeno defeito nos freios!
Esse GAO seria o equivalente ao TCU nosso??

SRN

HMS TIRELESS

É e não é! Salvo engano é um órgão independente e não vinculado ao legislativo como é o caso das nossas cortes de contas.

Marcelo

O GAO é diretamente ligado ao Congresso dos EUA…

HMS TIRELESS

Se é vinculado ao congresso é equivalente ao TCU. A CGU é que é um órgão autônomo.

Marcelo

O GAO eh ligado ao congresso dos EUA (nao “se”), mas tem funcoes similares a CGU do Brasil.

Manuel Souza

O TCU, apesar de alguns doutrinadores entenderem que é vinculado ao Poder Legislativo, é órgão autônomo e independente. O TCU auxilia o Congresso Nacional e fiscaliza os 3 Poderes. https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/98003/o-tcu-pertence-a-algum-dos-poderes
https://portal.tcu.gov.br/ouvidoria/duvidas-frequentes/autonomia-e-vinculacao.htm

Marcelo

O GAO é equivalente à CGU

nonato

Não sei se é ligado a algum dos poderes. Mas é o equivalente ao TCU. Em nível mundial chamam-se entidades de fiscalização superior, inclusive há organizações internacionais por meio das quais se reúnem com certa frequência para estabelecerem diretrizes de fiscalização. Fazem o chamado controle externo, isto é, a fiscalização por um órgão ou entidade que nada tem a ver com orgão ou entidade fiscalizada. A CGU realiza o controle interno, isto é, integra o legislativo, subordinada a presidência da república, fiscaliza órgãos do executivo, ou, no caso de convênios, até mesmo prefeituras, estados e entidades privadas. Há dois modelos… Read more »

Fox-2

Tarde de mais pra voltar atrás !
Terão que engolir o F-35 do mesmo jeito que no passado tiveram que engolir o F-4 Fhanton.

HMS TIRELESS

Os iranianos que morreram nos ataques desfechados contra os depósitos de armas já sabem que o F-35 disse a eque veio….

E quanto ao F-4 Phantom, teve e tem uma longa e prestigiosa carreira. No caso de Israel foram 116,5 caças árabes derrubados.

Ozzy

Os iranianos poderiam ter sido mortos por um F16 por metade do preço.

HMS TIRELESS

Ou não amigo! Talvez o alto comando da Heyl Ha’Avir após analisar as informações de inteligência tenha constatado que as defesas antiaéreas na área, especialmente os SAM, fossem fortes o suficiente para provocar baixas.

Assim, para não correr riscos e uma vez que dispunha da combinação F-35+ GBU-39 SDB, preferiram estrear em combate os novos jatos.

Lucas Senna

Pera, 116,5? Como que se abate “meio caça”? rs

Flanker

Em casos assim, pode ocorrer que dois pilotos reivindiquem a vitória sobre o mesmo caça, ou que dois pilotos tenham disparado sobre o mesmo adversário e não tenha sido possível determinar qual dos dois foi o responsável pelo abate.
Em todas as guerras em que houveram combates aéreos ocorreram scores decimais.

Tomcat3.7

Matéria falando de F-35 e tal e a galera vem comparar com avião russo,quantidade de compra de um e de outro. Nada a ver, cada país com suas doutrinas e necessidades. Cada país com seus produtos e equipamentos.
Os problemas de um produto e sua quantidade produzida não afetam em nada um outro produto e seus devidos problemas e ou sua qualidade superior ou inferior.
O F-35 é um vetor fantástico e ainda vai dar o que falar e idem pro J-20, Su-57,Gripen E(que não é da mesma categoria) e demais que vierem,cada um com sua função e suas peculiaridades.

Sérgio Luís

Os caras da Lockheed disseram que é limitado! Acho que se tivesse mais um motor eu até que olharia com outros olhos!
Basta olhar para a foto da matéria parece que falta alguma coisa!

RicardoNB

FC-31 possui 2 motores que entregam menos potência que o único motor do F-35. O F/A-18 tinha 2 motores que entregavam menor energia em relação ao F-16. Dois motores eleva o custo de manutenção e aquisição, não é interessante para um caça q deve custar menos do que o F-22.

Tadeu Mendes

Sergio Luis,

O F-35 tem o maior motor já produzido no mundo, para um caça monomotor. Não faz falta um segundo motor.

Gilberto Rezende

Desde que o seu único não der pane.. 🙂

HMS TIRELESS

A confiabilidade dos motores só cresce com o tempo meu caro Giba!

J-20

Cara, um único motor do f-35 fornece 190kN de empuxo no pós combustão, isso dá quase a força dos dois motores do F-18E/F

HMS TIRELESS

43.000lbs de empuxo!

Sérgio Luís

Senhores,
Calma aí não sou eu quem disse que ele é limitado não!!! Agora me digam com essas “coisas” penduradas sob as asas?!?! Como é que fica furtividade?!?!
Que potência é essa pra Mach 1,6 ????
Agora se ele faz 1.6 limpo, fico imaginando com essa quantidade penduricalhos?!?!?

HMS TIRELESS

Os cabides sobre as asas são para quando não for mais necessária a furtividade, o Su-57 também faz uso de cabides subalares para as mesmas condições. E Mach 1.6 foi um requisito do projeto.

J-20

Ele não precisa ser um caça de superioridade aérea, por isso não precisa de uma velocidade tão grandes. Além disso, já foi mais que comprovado que velocidade bruta de uma aeronave não influencia em muita coisa, tanto é que nem o Rafale e o F-18 passam do Mach 2.

HMS TIRELESS

Ambos (Rafale e F/A-18A/B/C/D/E/F) possuem velocidade máxima de Mach 1.8

RicardoNB

Todo caça furtivo pode ter “essas coisas penduradas ai” quando a furtividade n for necessária. Mach 1,6 armado é a velocidade do F-35. A velocidade final máxima divulgada dos caças não furtivos é com o mesmo desarmado, equipe um F-16 com tanques e armas e ele nem chega a Mach 1,6. Em fim, 99% dos embates envolve velocidade abaixo de Mach 1,6.

Gilberto Rezende

A furtividade só é importantíssima no primeiro ataque do dia 1 de conflito, se seu inimigo for da mesma classe.
Depois do início do conflito aberto o que vale mesmo é quanto de munição cada aeronave pode carregar por missão.
Qualquer configuração reduzida stealth é uma burrice numa campanha aberta conflagrada. Só serve para ataques a alvos pontuais de inteligência.
Por isso os projetos russos não dão tanta primazia às características stealth como os americanos, eles não podem dar-se a este luxo…

HMS TIRELESS

Nada a ver meu caro Giba!

A furtividade é necessária enquanto o seu inimigo tiver sistemas de defesa aérea e caças operando. Apenas depois que ambos, os sistemas de defesa aérea e os caças, houverem sido neutralizados é que você pode abdicar da furtividade. Aliás estamos vendo o valor da furtividade na Síria seja pela incapacidade dos Su-35 de escoltas russos em detectar a aproximação dos F-22 norte-americanos, seja pela capacidade demostrada por Israel em atacar alvos iranianos bem defendidos.

Sérgio Luís

Sugiro que vejam também o relatório (idioma inglês) de Robert F. Behler IOT&E

Sérgio Luís

Felipe Moraes,
Depois de aposentar os F-15 e com o número reduzido e a desmontagem da linha de produção do f-22 talvez você mesmo vá com o agora onipresente e onipotente caça de superioridade aérea f-35 a mach1.6 interceptar os Su-57 bimotores!! Pode ser?!?!

Sérgio Luís

Vi falar que o tucano é um bom interceptador! Estão lá em Nevada!

Felipe Morais

Quem me dera eu tivesse uma oportunidade dessas Sérgio.
Não de ir atrás dos russos, mas de pilotar uma aeronave formidável como o F35 é e será, mais ainda, nas próximas décadas.

O mesmo digo em relação ao Su 57. Uma pena, ou não, eu ter escolhido outro rumo pra minha vida.

E já que citou, pilotar um ST tbm me faria bem feliz.

Felipe Morais

Sérgio, convenhamos, ele poderia ter 03 motores que você continuaria com a mesma ladainha de sempre.

Ele deve ter 01 motor pq os americanos não sabiam que tinha que ter 02 e esqueceram de perguntar aos russos.

Joli Le Chat

É impressionante ver a foto da linha de montagem do F-35 e ler no texto que ainda estão esperando para a produção com cadência total.

Washington Menezes

17 anos de desenvolvimento, aqui no Brasil daria para alistar ele e
então serviria em
nossas forças armadas.

Leandro Assis

Esse caça é fantástico, mas acho q a baia interna de armas dele é menor que o porta-malas do meu carro!

nonato

Acho que o gao deveria mandar parar essa produção enquanto não forem sanados os problemas. De certo modo é um prejuízo para o contribuinte. Provavelmente há mil desculpas para continuarem com a produção de um caça cheio de problemas. Mas o fato é que a primeira leva foi feita para depois consertar e agora não dá mais para consertar por custar demais. Isso não existe. Se o executivo não teve cuidado, acredito que o gao pode intervir, assim como aqui a CGU, o TCU e o ministério público podem até mandar cancelarem determinados programas ou projetos se forem detectadas ilegalidades… Read more »

Anderson

Não há dúvida que EUA possuem as melhores aeronaves do Mundo (F22 e F35), porém o custo desta tecnologia, até mesmo para eles é muito elevado. Acredito que talvez mais tempo de pesquisa seria o suficiente para o desenvolver uma tecnologia superior.

Saldanha da Gama

Esta foto do F5 armado ficou animal!!! st4

Sérgio Luís

Desde de quando a furtividade não será necessária ?!?! Pense antes de afirmar!
O SU-57 é outra utopia!!! Ele só tem furtividade no radome do radar!!!
Me diga em qual teatro de operações uma aeronave entra impunemente????!!! Cita uma!?!? A furtividade só funciona estando totalmente limpo!!
Lembre-se! ” Tudo que ocupa lugar no espaço emite em algum momento sinal e isso é o suficiente para o abate!”
Entendeu?!?

Bosco

Sérgio,
Há 3 fases do domínio aéreo. A primeira é a fase de “paridade aérea”. A segunda é denominada de “superioridade aérea” e a terceira é chamada de “supremacia aérea”.
Nas fases de paridade e superioridade um caça stealth utiliza sua furtividade no modo pleno, só com armas internas. No modo “supremacia” ele pode abrir mão da superioridade em favor de um maior poder de fogo.
Há outras situações em que a furtividade plena não é necessária, como por exemplo a guerra assimétrica/contra insurgência e operações CAS (apoio aéreo aproximado).

Sérgio Luís

Boscao,
Seria um sacrilégio usar o f-35 em COIN!!!
De você não espero uma afirmação dessa!

Felipe Morais

Seria sim. Existem outras aeronaves mais apropriadas para isso. Mas e se não houver outra opção?
Tenha certeza que a usaf está mais preocupada com o custo de suas operações do que todos nós juntos.

DM Filho

Com certeza seria um sacrilégio, mas recentemente calhou da França ter que usar Rafales no Mali.

É bem improvável que aconteça com os F-35, mas caso ocorra, não fará mal colocar os suportes e lançar umas bombas externas.

Bosco

Correção: “… ele pode abrir mão da “furtividade” em favor de um maior poder de fogo.

Sérgio Luís

HMS Tireless leia acima!