A Marinha dos EUA retomou o interesse sobre estudos de atualização do motor F414 que alimenta o Super Hornet e o Growler, incluindo a possível adição de novas tecnologias. Decisão pode ter reflexos para o Brasil

 Instalação-de-motor-F414-num-F-18-F-Super-Hornet-no-hangar-do-porta-aviões-Enterprise-foto-Marinha-dos-EUA
Instalação de motor F414 num F-18F Super Hornet no hangar do porta-aviões Enterprise foto-Marinha dos EUA

No início do mês de fevereiro, o Naval Air Systems Command (NAVAIR) notificou a indústria que pediria à GE Aviation que apresentasse uma proposta de contrato para que os engenheiros da companhia realizassem um estudo sobre uma avaliação de aprimoramento do propulsor F414-GE-400.

Tais notificações são necessárias quando o governo planeja adjudicar um contrato sem convidar concorrentes. Nenhum outro detalhe sobre o conteúdo ou objetivos do estudo foi fornecido no estudo da NAVAIR, que é descrito apenas como uma avaliação de “como atualizações … poderiam melhorar o desempenho do motor, bem como dos caças que os utilizam”.

GE F414

A proposta do projeto de motores avançados da GE veio à tona quando a empresa participou da concorrência para oferecer o Boeing Super Hornet para a Índia. A GE testou as melhorias de durabilidade e aumento de potência em plataformas de laboratório. A NAVAIR também contratou a GE no final de 2013 para avaliar o F414 Enhanced Engine, com a possibilidade de financiar um programa de desenvolvimento de dois anos, embora esse contrato subsequente nunca tenha se materializado.

“Acreditamos que este estudo seria uma atualização do trabalho anterior para incluir novas tecnologias”, informou a GE.

Um termo no título do último estudo da NAVAIR – “melhorias no núcleo” – sugere que a marinha está se concentrando agora nos três módulos no núcleo do motor, que incluem compressor de alta pressão, combustor e turbina de alta pressão.

Quaisquer novas tecnologias viriam em cima das propostas da GE para o F414 Enhanced Engine. Na seção do núcleo, estes incluíram a modelagem aerodinâmica 3D das pás do compressor e um sistema de arrefecimento melhorado para as pás da turbina. A GE tinha anteriormente considerado a inserção de compósitos de matriz cerâmica na turbina do F414 Enhanced Engine, mas no início de 2014 havia resolvido continuar usando lâminas de liga metálica.

O interesse da NAVAIR em atualizar o sistema de propulsão do F/A-18E/ F surge depois de uma notável mudança na linha de produção da Boeing em St. Louis. Um ano atrás, o programa parecia estar perto do seu encerramento após completar as entregas restantes para a USN. Em seguida, a Boeing ganhou acordos de longa data para entregar pelo menos 28 Super Hornet ao Kuwait, 36 caças para o Qatar e um compromisso do Canadá para comprar pelo menos 18 F/A-18E/F. Além disso, o secretário de Defesa dos EUA Jim Mattis disse no final de janeiro que o F/A-18E/F poderia continuar a ser usado como um competidor interno contra o F-35.

“O Super Hornet agora parece ser um dos programas de aeronaves mais sólidos ao invés de estar à beira da morte”, disse Richard Aboulafia, vice-presidente de estratégia do Grupo Teal, falando na conferência Pacific Northwest Aviation Alliance em 15 de fevereiro.

FONTE: Flightglobal (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

NOTA DO EDITOR: Se os entendimentos entre a GE e a USN sobre os propulsores F414 forem à diante e se os novos motores que sairão da linha de produção da GE tiverem essas melhorias, isso poderá afetar o Brasil e a Suécia. Ambos os países optaram pelo Gripen F, que emprega o motor F414 da GE  com pequenas alterações (necessárias para uma aeronave monomotor). Não acredito que seja viável o estabelecimento de duas linhas de montagem na GE (uma para o F414 original e outra para o F414 melhorado). Esta é uma medida que trará desdobramentos para o Brasil, com certeza. Tanto nós como o Comando da Aeronáutica acompanharemos os desdobramentos dessa decisão.

Subscribe
Notify of
guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments