Força Aérea dos EUA enfrenta déficit de 500 pilotos de caça

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Um piloto de F-22 faz o check pré-voo antes da decolagem

Por Lara Seligman

WASHINGTON – A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) tem um déficit de cerca de 500 pilotos de caça do total de suas necessidades, uma lacuna que deve crescer para mais de 800 pilotos em 2022, advertiram ao Congresso oficiais do serviço.

Oficiais da Força Aérea atribuíram as recentes reduções nos esquadrões de combate e treinamento de caças aos cortes no orçamento, segundo o testemunho escrito enviado à subcomissão das Forças Armadas do Senado em 8 de março.

A USAF foi forçada a reequilibrar a sua estrutura de força de combate em 2012, devido a restrições fiscais severas, reduzindo a força em 100 aeronaves, de acordo com o comunicado. Atualmente a Força Aérea tem 54 esquadrões de caça, significativamente menos do que os 134 esquadrões de caça que existiram durante a Guerra do Golfo, no início dos anos 1990.

Os esquadrões de caça restantes do componente ativo não produzem pilotos de caça experientes em número suficiente para satisfazer todas as exigências da Força Aérea, escreveram oficiais no comunicado.

“Sem esses pilotos de caça, a Força Aérea será muito desafiada a continuar a fornecer a supremacia aérea da qual dependem todas as outras forças”, diz a declaração.

A Força Aérea está tendo problemas para reduzir o déficit por causa da concorrência das companhias aéreas comerciais, disse o tenente-general John Raymond, vice-chefe de gabinete, ao subcomitê durante uma audiência na terça-feira. As companhias aéreas estão contratando cerca de 3.500 pilotos por mês, ele disse.

A Força Aérea irá apresentar os legisladores um plano concreto para preencher a lacuna de pilotos de caça no próximo ano, informou o tenente-general Mike Holmes, vice-chefe de pessoal para planos e necessidades estratégicas, à subcomissão. O plano incluirá duas unidades de formação de combate adicionais para treinar os alunos na formação de pilotos de graduação (UPT), e aumentar a produção UPT, ele disse aos legisladores.

No curto prazo, a Força Aérea está focada em manter a força de pilotos de caça existentes através de bônus e outras ferramentas, Holmes disse aos legisladores. O serviço também vai trabalhar para absorver os pilotos que deixam o serviço ativo na Reserva ou da Guarda “para manter essa experiência”, acrescentou.

“Achamos que, se fizermos isso, podemos começar a preencher essa lacuna, e no próximo ano vamos trazer-lhes um plano”, disse Holmes. “Nós vamos fazê-lo caber no nosso orçamento, mas alguma coisa ficará de fora, e vamos trazer-lhes outro plano no próximo ano para abordar a questão.”

Mas mesmo com as mudanças planejadas para lidar com o déficit, no ambiente fiscal em curso a Força Aérea só vai ser capaz de retardar o declínio no número de piloto de caça, não interrompê-lo, oficiais disseram no comunicado. A Força Aérea vai precisar de dólares adicionais para resolver totalmente o problema, disse Holmes a repórteres após a audiência.

“É um grande problema para nós, em geral, para sobreviver como uma Força Aérea e para sermos capazes de continuar a fazer o nosso trabalho, é um problema prioritário para resolvermos”, disse Holmes. “Eu acho que sei como resolvê-lo, mas tenho que conseguir o dinheiro para fazê-lo.”

FONTE: Defense News / Tradução e adaptação do Poder Aéreo

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zecaglob

Grande sonho pilotar F-15 no Alasca e ir para um tudo ou nada com os SUs vermelhos

Rinaldo Nery

Que coisa! E tanta gente boa desligada no 2°/5° GAV. Abram vaga pros brazucas!

Rafael

É só obrigar os pilotes de cacas recém formados a ficarem por uns 10 anos no serviço militar , é a USAF q forma ela tem esse direito, os pilotos q se virer

Rinaldo Nery

Tem que saber como são as regras lá, pra pedir reserva (retirement).

José Flavor Lessa

Exercer essa função deve ser algo fantástico.

Não vou dizer que é meu sonho, porque meu sonho é adentrar o olimpos de cueca, usando meu chapéu de pantaneiro enquanto montaria em uma tartaruga gigante argentina e tocando um berrante.

Mas pilotaria de muito gosto um caça para interceptar soviéticos.

Mauricio R.

Já quis ser astronauta era fascinado pela nave “Gemini”, da qual vi um mock-up, pela missão Apollo 08 aquela do astronauta Frank Borman II; vi tb algumas das pedras trazidas da Lua. Depois piloto de caça, mas meus 3,5/3,75 de miopia somente me conseguiram o posto de “tenente-coronel” naquele joguinho “F-117 Stealth Fighter”. E tb teve uma época em que queria ser “projetista militar” ou o raio, raios duplos, raios triplos que isto significasse.
Mas hoje, bah, orra meu, quero ir a Marte e cornetar a Embraer de lá!!!

W.K.

Rafael 9 de março de 2016 at 19:25

“É só obrigar os pilotes de cacas recém formados a ficarem por uns 10 anos no serviço militar , é a USAF q forma ela tem esse direito, os pilotos q se virer”

_______________________________________________

Ai a USAF sofreria ainda mais com menos jovens se alistando…

E para mim isto não é novidade, desde os ano 90 já leio e ouço sobre previsões que as FA americanas sofreriam uma redução nos quadros, tanto por causa de reduções no orçamento, como por causa do desinteresse de jovens em se alistarem etc…

Alfredo Araujo

A verdade é que a vida de um militar não é fácil em lugar nenhum do mundo… é uma vida para poucos

Ocidental Sincero

Está na hora dos Estados Unidos começar a importar pilotos canadenses, ingleses, australianos e porquê não brasileiros.

Mauricio R.

OFF TOPIC… . …mas nem tanto!!! . USAF deseja obter mais rapidamente caça de nova geração, e não mais F-22: . “The US Air Force has no interest in restarting production of the Lockheed Martin F-22, partly because it’s too expensive and because it wants to move quickly on a next-generation fighter.” . “Because we want to do it faster and don’t want to do another 20-year development programme for a whole host of reasons, we’ll try and go with technology that are at a high readiness level now with manufacturing capabilities that are at a high readiness level now,…”… Read more »

Renato Vieira

Para alguém de um país subdesenvolvido pode parecer até estranho que os caras que pilotam os caças mais tops do mundo estejam pedindo “150” da USAF, mas o país top em caças também é tem muitas oportunidades para um jovem, principalnente os natos, que o diga a turma do Vale do Silício!

johnatan warp drive

Creio que importariam pilotos israelenses ao invés de brazucas

Alexandre Samir Maziz

A diferença é mesmo com cortes no orçamentos deles , eles ainda são tops em matéria de força aérea .. abraços

Renato Vieira

O caso da USAF difere até um pouco daqui, lá com tantas outras oportunidades falta mais mesmo é o interesse para alistar novos cadetes, aqui, são os anos de defasagem salarial aliado as sucatas voadoras e ao lobby das CIAs aéreas!

Clésio Luiz

O problema de retenção de pilotos é antigo e atinge a maioria das forças, arrisco dizer. Nos EUA o problema se agrava pelo fato de eles estarem em conflito no Oriente a 15 anos seguidos, fazendo com que a vontade de se alistar dos jovens esfrie muito.
.
Talvez um novo Top Gun melhore as coisas 🙂 Tom Cruise ainda está na ativa…

Rinaldo Nery

“Lá o piloto militar treina pra ser guerreiro, soldado, antes de se tornar aviador”.
É diferente em outras Forças Aéreas? Na nossa?

André Bueno

Roberto F Santana 9 de março de 2016 at 19:35

Rinaldo Nery 10 de março de 2016 at 8:23

Sem querer me meter, certa vez li que os Marines treinam seus membros, antes de tudo, para serem soldados, possivelmente pensando em infantaria e, depois, escolhem os caminhos dentro da corporação.

Gustavo

Roberto F Santana e André Bueno…Que tal passar por um mês como cadete do primeiro ano da Academia da Força Aérea? Você acha q o aviador militar brasileiro é formado como? Nada sabem…

Christian

Marines – segundo a doutrina TODOS são treinados para combate; já assisti inúmeros vídeos e documentários onde se enfatiza que até os cozinheiros são adestrados no uso de armas.

Dan

Não vou citar o país, mas tem pilotos que se preocupam mais com happy hour, arrumar namoradinha aos 35, posar de gostosão e se sentirem mais que outros. Inclusive dentro da classe há desentendimentos originados pelo ego. Quer ferrar com a USAF, chamem-nos.

Carlos Crispim

Dan, concordo com vc.

Jose Souza

e por aqui………..nos idos de 2013
A Primeiro Tenente Fabrícia Liane Souza Aguiar Oliveira primeira aviadora da FAB,…pediu as contas e foi para a CGU (passou no concurso) … na minha humilde opinião ela viu que era mais negocio “pilotar escrivaninha” que virar “chofer” de políticos.

Rinaldo Nery

Então posso assegurar que dão bons frutos, até porque fui cadete na AFA, e instrutor lá de 91 a 94, formando as turmas que por que lá passaram. Se são mal formados (todos Tenentes Coronéis hoje), eu devo ter sido um péssimo instrutor. Cuidado pra não confundir gritaria na cara dos calouros (na AFA também tem) com formação. É óbvio que os aviadores da USAF, dos Marines, da Navy e do Army são bem formados. E pra mostrar que a FAB não está muito atrás, o Ten Cel Av Saint Clair (foi meu aluno), passará 3 anos na USAFA como… Read more »

Rinaldo Nery

A Fabricia, que era do 1°/6° GAV, foi embora porque no CGU se paga bem mais. E o marido dela, Tenente do Exército, não conseguia transferência pra Recife. Qual o problema de ela querer uma vida melhor? Milico tem que fazer voto de pobreza, igual frei franciscano?

Maria do Carmo Lacoste
Rinaldo Nery

Que boa notícia! Inimaginável nos idos de 1992, quando a idéia foi apresentada no EMAER.

Sanguinius
lynx

Pela declaração do General de que a USAF está perdendo pilotos para a aviação civil, já mostra que o setor de pessoal da Força está desorientado. Em forum de discussão de pilotos civis, onde há americanos, estamos exatamente debatendo a falta de pilotos na aviação civil americana. E o motivo unanimemente apontado pelos americanos são os baixos salários, que não pagam as despesas de formação, manutenção dessa formação e deslocamentos constantes exigidos na profissão. A carreira de piloto civil tem glamour mas não resiste à realidade financeira. Se a USAF acha que o problema é essa concorrência, vai continuar em… Read more »

dieter91360

“Contratar pilotos de outras nações seria o mesmo que contratar mercenários, o que seria desastroso e de certa forma desonroso.” Sinto muito amigo, mas aqui nos Estados Unidos a pratica de contratar mercenarios vai de vento em popa. Mudaram o nome de mercenariea a contractors para P.R, mas é a mesma coisa.
Enquanto isso, em certo pais latino americano, o deficit é de 500 aviões de caça dignos do nome…

Jose Souza

Rinaldo Nery…. em absoluto ela tem que buscar sua felicidade….e tudo indica que não era ser piloto.

Delfim Sobreira

Prefiro acreditar em perda de glamour do trabalho, que se traduz de outra maneira : a atual juventude não se sente mais estimulada.
Traduzindo mais ainda : não quer saber de coisa alguma.
Há um vácuo motivacional, moral, nacional, e a gente pensando que isso só acontecia aqui,
.
Enquanto isso, as grandes corporações pensam como lucrar, os radicais islâmicos sentem nossa fraqueza e os chineses esperam.