Portugal paga mais 34 milhões de euros para programa de construção de novo avião militar da Embraer

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KC-390 - roll out - 21-10-2014 - foto 7 Nunão - Forças de Defesa

ClippingNEWS-PAVerba teve luz verde esta quarta-feira pelos ministros das Finanças, Defesa e Economia. Portugal participa com mais 30 países no programa da Embraer que desenvolve avião que pode substituir o C130.

O Governo vai reforçar a parceria com a Embraer para a construção do avião militar de transporte estratégico KC-390, disponibilizando mais 34 milhões de euros para o projeto. Segundo o despacho assinado pela ministra das Finanças, pelo ministro da Defesa e pelo ministro da Economia, publicado esta quarta-feira em Diário da República, este programa tem “importância estratégica” e há interesse para continuar a apoiar o projeto financeiramente.

Reprodução tela apresentação Embraer Roll Out KC-390 outubro 2014 - foto NunãoAinda segundo o despacho, “constatou-se a insuficiência do montante de 30 milhões de euros inicialmente fixado para as medidas alternativas” e isso levou a um reforço financeiro de 34 milhões e 800 mil euros por parte do Governo português.

Em outubro de 2014, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, disse que “eventualmente em 2015″ haveria uma “decisão do ponto de vista político e financeiro” sobre a possibilidade de compra por parte de Portugal dos aviões KC-390. Portugal assinou com a empresa aeronáutica brasileira – tal como outros 30 países – um protocolo em que está prevista a compra de até seis aviões KC-390. O primeiro destes aparelhos foi apresentado em outubro no Brasil e algumas das partes da aeronave são construídas em Portugal.

O KC-390 é o maior avião que a Embraer já construiu e poderá vir a substituir os seis aviões de propulsão a hélice Hércules C130 da Força Aérea Portuguesa – e cujo programa de substituição é uma das prioridades estabelecidas na revisão da Lei de Programação Militar.

FONTE: Observador

COLABOROU: Zampol

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Zampol

Lendo várias vezes o parágrafo só me fez aumentar a curiosidade em saber quais seriam as “medidas alternativas” que justificariam o investimento desses 64 milhões de euros (30 +34).

É muito dinheiro. Principalmente para um país que, a duras penas, começa a sair da crise severa em que se encontrava Portugal. Compra um avião e sobra.

Peço a ajuda dos colegas para esclarecer o possível destino dessa verba.

wfeitosa

Senhores, É sabido que o dono intelectual do projeto é a FAB, e sendo assim, como entram esses recursos no projeto? Via incentivos fiscais para as unidades de produção da Embraer por lá? Se houve essa verba na forma de incentivos fiscais, 30 +34 mil, considerando que cada unidade do KC está orçada em algo próximo a 60 milhões, podemos então dizer que Portugal já gastou algo corresponde a uma unidade do KC … Claro que houve contrapartidas industriais, geração de emprego local e outros desdobramentos positivos… Será que na hora “da verdade”, quando eles tiverem que escolher entre gastar… Read more »

eduardo pereira

Não nos esqueçamos de que estes milhões estão em euros que estam valendo mais de tres vezes o real.

Kojak

“wfeitosa
20 de fevereiro de 2015 at 14:46 #”

“Alguém conseguiria me dizer, quanto se gasta para modernizar um único C130 dos bigodudos?? E se eles tem capacidade para fazer isso em território local? (considerando capacitação local, lógico)”

Não, não tem essa capacidade;

IAI/LAHAV seria melhor destino, mas ……

Itália, USA também o fazem.

http://www.iai.co.il/2013/34047-23350-en/IAI.aspx

Kojak
Kojak
Kojak

wfeitosa

Cu$to$

Dependerá do que se fará e das necessidades que a célula exigirá.

Não tenho tais dados, são muito variáveis.

“Caso a EMBRAER raciocine tendo os Hércules(todos) como concorrentes, esse foco está incorreto.

Vai tomar muita “porrada”.

Ela terá que “criar” ou “enxergar” um novo nicho de mercado.

Associar-se a um player facilitará muito, Boeing ?

Vender para seus sócios no projeto muito importante e a FAB/GF/MD/top top honrarem a compra da FAB é vital.”

Mas com o custo de um KC 390, creio que se coloque dois ou três C 130 em estado de arte.

Saudações

Rafael Oliveira

Tem que levar em conta que um avião modernizado não é a mesma coisa que um avião novo, ainda mais no caso de trocar o Hércules pelo KC-390.

A fadiga da estrutura cobra seu preço e não é uma revisão que irá tornar o avião 0 km. O mesmo vale para motores.

Aí vai do potencial cliente escolher o quer. Modernizar o Hércules velho? Comprar Hércules novo? Comprar o KC-390?

Todas com suas vantagens e desvantagens.

Vader

Mal comparando, Portugal está para o “Gordinho” como o Canadá para o F-35: é um investidor no projeto; mas se vai comprar o produto final, não sabe. Embora eu ache que nos dois casos vão.

Penso que no caso do Gordinho o projeto é PARA a FAB e não DA FAB. Se ela deverá receber royalties das vendas por isso já não sei; creio que não. Mas os países participantes e investidores com certeza receberão.

Rafael Oliveira

Zampol,

Como a reportagem não explicou, farei uma suposição.

O Governo Português tem 35% do capital da OGMA (empresa que fabrica partes do KC-390).

Talvez esses investimentos sejam aportes dos acionistas na empresa (ampliação das instalações, compras de ferramental, etc) sendo esta a parte que coube ao GP, cabendo à Embraer e demais acionistas aporte proporcional.

Zampol

Não entendo o vosso raciocínio: Um avião nasce dos requisitos de uma determinada Força Aérea para substituir (em alguns requisitos deve superar) os seus C-130, e, na hora de vender para outros países o fabricante não pode se propor como adversário da família Hercules? Porquê? Se não falar que é um suo concorrente a LM não vai notar e vai deixar a Emb sossegada conquistando novos clientes? Então tá fácil, combinamos todos de dizer que o KC-390 é para substituir os Casa espalhados pelo mundo. Aqueles bobalhões da LM nem vão perceber a nossa jogada e quando isso acontecer jà… Read more »

Zampol

Obrigado Rafael,

Pode ser isso mesmo.

Rafael Oliveira

Zampol, por nada.

E, aliás, concordo plenamente com seu comentário anterior.

Outros comentaristas daqui do PA defenderam essa tese de que a Embraer não deveria mexer com a LM, pois se daria mal. Mas eles se referiam mais ao marketing da Embraer, até poque ela já fez o avião que será naturalmente concorrente do Hércules.

Agora é encarar a realidade e tentar vendê-lo.

wfeitosa

Kojak 20 de fevereiro de 2015 at 15:38# Cu$to$ Dependerá do que se fará e das necessidades que a célula exigirá. Mas com o custo de um KC 390, creio que se coloque dois ou três C 130 em estado de arte. ………… Quando digo fazer uma atualização, penso que seja no mínimo no mesmo padrão do KC-390… E sendo atualizado seus avionicos e motores, qual passa a ser a vida útil da célula como um topo? Não se pode atualizar eternamente um equipamento… Comparando de maneira tosca, até a Kombi, que tem uma fração da complexidade do C130 teve… Read more »

Kojak

“Mas qual FFAA está com grana em caixa pra gastar a vontade?”

Já respondeu !

Rafael,

As variáveis meu amigo, as variáveis ……..

Quer que eu as elenque ?

Lembrando:

Sou EMBRAER de carteirinha, lembra-se ?

Mas dai a ……………

Saudações

Wellington Góes

Ou seja Nunão, o espectro de concorrentes é maior do que apenas um. Em determinadas situações, o KC-390 poderá concorrer com o C-130, em outras, com outros concorrentes com mais ou menos capacidade, neste caso o que estará em jogo é a capacidade da Embraer evidenciar as vantagens custo-benefício de se operar o KC-390 em detrimento de outros maiores e/ou menores e não, necessariamente, a faixa/categoria que ele se encontra. Pelo menos é este o meu entendimento.

Até mais!!! 😉

Mauricio R.

Inicia-se a fase de industrialização da aeronave, pois existe a encomenda da FAB a ser atendida.
Assim os parceiros industriais do projeto devem capacitar suas plantas de produção, para a fabricação seriada de partes e peças destinadas as 28 células brasileiras de produção.
Qnto aos C-130 Hércules no inventário da FAP, dependendo da complexidade de sua reforma, já autorizada pelo legislativo português, poderá ser executada no âmbito da própria força aérea, mediante o fornecimento de kits ou pela OGMA; pois é certificada pela LM na manutenção e reforma de aeronaves C-130.

rommelqe

A FAB e a Embraer ja são vitoriosas. Apenas o fato de ter conseguido fazer um primeiro voo seria o suficiente. Claro que o KC-390 vai ainda muito mais longe. Quanto aos lusitanos: sua participação é muito importante, mas sua soberba impede-os de admitir que são coadjuvantes neste processo. Suas fábricas em Évora e alhures só sobreviveram/ existem hoje, por que a Embraer as comprou e nelas investiu pesado. Inclusive com tecnologia desenvolvida em boa parte no Brasil. O “custo” adicional de €34000000 é irrisório frente aos benefícios e aos investimentos que lá já fizemos. Ao inves de ficarem amargando… Read more »

Luiz Fernando

Só um detalhe… as fábrica em Évora não foram compradas pela Embraer… foram construídas do zero pela Embraer.

Antes da Embraer chegar a Évora, no terreno das fábricas só havia mato.