Destino do contrato do Rafale na Índia só será decidido depois de março

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Rafale AeroIndia 2015 - foto via Business Standard

Relatório do Comitê de Negociação do Contrato será entregue por volta do início de março, e só então uma decisão poderá ser tomada, conforme declarou em coletiva de imprensa do evento Aero India 2015, nesta quarta-feira, o ministro da Defesa Manohar Parrikar

Segundo reportagem da Reuters, o ministro da Defesa da Índia, Manohar Parrikar, afirmou que o país só vai decidir o destino do já muito adiado contrato do caça francês Rafale após março. A declaração foi dada nesta quarta-feira, 18 de fevereiro, durante coletiva de imprensa no evento aéreo Aero India, que está sendo realizado em Bengalore.

Um relatório do Comitê de Negociação do Contrato (CNC) do ministério, a respeito da compra dos 126 caças só deverá ser recebido no início de março, segundo o ministro. Ele não quis dizer quando será tomada uma decisão final sobre o contrato, inicialmente cotado em 12 bilhões de dólares mas hoje estimado em 20 bilhões. A oferta do caça Rafale da fabricante francesa Dassault foi selecionada para negociações em 2012, derrotando ofertas de fornecedores dos Estados Unidos, Rússia e Europa, mas uma decisão vem sendo postergada devido a impasses sobre componentes cruciais do contrato, como as garantias do fabricante para os 108 exemplares que deverão ser manufaturados na Índia pela estatal HAL (a Dassault fornecerá diretamente apenas 18 unidades iniciais).

O analista Richard Aboulafia, vice-presidente da consultoria Teal Group para assuntos aeroespaciais e de defesa, tem a opinião de que seria clinicamente insano para a Dassault garantir os aviões produzidos pela HAL. A única maneira de seguir em frente com o programa é abandonar essa ideia absurda.” Apesar de algumas notícias da mídia indiana indicam que o contrato pode estar com problemas, uma fonte francesa disse à Reuters na quinta feira que o repentino e inesperado contrato do Egito para a compra de 24 caças Rafale, recentemente anunciado, poderia ajudar a acelerar diversas conversações, o que incluiria a Índia.

Rafale no Aero India 2015 - Vishal Jolapara

A França, segundo a fonte, está no “estágio final” de negociações para vender até 36 caças Rafale para o Catar, além de conversar com a Malásia e os Emirados Árabes Unidos.

Outra notícia veiculada nesta quarta-feira, desta vez pelo jornal indiano Business Standard, traz mais detalhes sobre as declarações do ministro da Defesa da Índia. Segundo o Business Standard, o ministro afirmou que o CNC deverá entregar seu relatório final sobre a aquisição do caça francês tanto no final de fevereiro ou início de março, e que a decisão não está sendo postergada pelo governo da Aliança Democrática Nacional (National Democratic Alliance – NDA).

Parrikar declarou nesta quarta: “Eu pedi o relatório mas ainda não recebi. Até que o relatório detalhado seja submetido, eu não poderei comentar sobre o acordo multibilionário de aquisição de aeronaves”. Quando perguntado sobre os três anos de atraso na modernização da Força Aérea Indiana, na qual o Rafale é uma parte importante, ele destacou que o governo da NDA chegou ao poder apenas há dez meses, acrescentando: “Eu pedi ao CNC para apressar o processo de finalização do relatório. O relatório é inevitável para que o governo tome uma decisão final sobre o acordo. Estamos determinados a reforçar nossas forças de defesa. Mas também focamos em maximizar o uso dos aviões de combate atualmente disponíveis. Isso também é importante.”

Por fim, Parrikar disse que não há atrasos na finalização do acordo, e acrescentou que o governo está no processo de ajustar a política de compras do setor de defesa para permitir que pequenas e médias empresas sejam mais beneficiadas nas cláusulas de offset (compensações): “Temos consciência dos problemas enfrentados pelo setor MSME (Micro, Small & Medium Enterprises – micro, pequenas e médias empresas). Também sabemos que eles podem contribuir de uma bela forma para que a produção de defesa, dentro do conceito ‘Make in India’ (produzir na Índia) seja um maior sucesso.”

Três caças Rafale no Aero India 2015 - Posina Venkata Rao via Vishal Jolapara

FONTES: Reuters e Business Standard (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês)

FOTOS (Rafale no Aero India 2015) via Business Standard,  Vishal Jolapara e Posina Venkata Rao

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Ivan

Com o contrato para duas dúzias de Rafales assinado com o Egito fica mais fácil negociar com Nova Déli.
http://www.aereo.jor.br/2015/02/17/assinatura-do-contrato-de-venda-rafale-com-o-egito/

Mas há uma curiosidade nisso tudo.
Os pilotos paquistaneses poderão no futuro próximo treinar no Egito, pilotando F-16 contra Rafale, tudo dentro da força aérea egípcia.

Sds.,
Ivan.

Kojak

Sei não ……… caro esse contrato né ?

Vader

Novela de Bolliwood…

Vader

A propósito, parece que a coisa tá mesmo feia para Le Jaquê na Índia: “descobriram” que a proposta da Dassault não era a mais barata… O foda é lembrar que uns e outros por aí ainda apontavam o MMRCA como “exemplo” de concorrência honesta, e o FX2 como desonesta… Segue: Rafale proposal ‘effectively dead’ as Dassault bid not cheapest Ajai Shukla | New Delhi Feb 16, 2015 12:25 AM IST Even as three Rafale fighters line up in Bengaluru for eye-popping aerobatics displays at the Aero India 2015 exhibition this week, senior ministry of defence (MoD) sources say the proposal… Read more »

Galeão Cumbica

OFF

Lockheed outlines F-35 cost-cutting production changes

ncluding the engine, an F-35A now costs between $110 million and $115 million.

sds
GC

Vader

Pois é, e a Índia insistindo com essa “birosca” Rafale… 🙂

Pena que o F-35 é “demais pra nós” (segundo Nérso Jobim, Min Def do Governo Lula, c. 2008)… 🙁

Augusto

Vai ter Rafale para Egito, Catar e talvez para EAU e Malásia, mas em se tratando de Índia… o telhado está aí: é só subir!

Iväny Junior

Depois de tudo parece que vai dar Su-30 na Índia, ou Typhoon.

O interessante é que uma parte da grana da venda do Egito ainda vai pra Airbus. A dassault tá em maus lençóis.

Iväny Junior

Nunão, então ainda vão uns 38% do lucro. Ainda uma parte considerável.

Wellington Góes

Novela de Bolliwood, essa foi boa. Kkkkkkk É mais ou menos por ai. Tratar de negócios com indiano é fogo, não que brasileiro seja melhor, mas os indianos são mais cara de madeira. Quando ainda trabalhava na secretaria de transporte do estado, eu participei de um grupo para definir os acertos da concessão, dos direitos de operação da ferrovia estadual, de uma mineradora canadense a um grupo indiano. Os cara prometem de um tudo, metem na maior cara dura, sem pudor, depois é um trabalho fazfazê-los cumprir…….. cansa! Enrola, enrola, enrola até fazer você desistir. É difícil! Com os franceses… Read more »