P-3AM FAB - 2

A distância do local até a costa do Brasil é comparável ao trecho entre Rio de Janeiro e Manaus

Uma aeronave P-3AM da Força Aérea Brasileira realizou neste final de semana buscas a um homem perdido no mar a 2.825 quilômetros de distância da costa brasileira. O avião cobriu uma área de 888,3 km² nos dias 16 e 17/01. Nada foi localizado.

A missão de busca envolveu também navios mercantes que estavam na região. O pescador desapareceu na madrugada do dia 15 de janeiro, quando teria caído do navio Xiadas Duos, de bandeira hispânica. As buscas estão suspensas até surgirem novos indícios.

Com total de 22 horas e 15 minutos de voo, a missão se tornou um desafio para o Esquadrão Orungan, de Salvador (BA). O ponto inicial para busca, nas coordenadas 24°45´ Sul e 14°30´ Oeste, está bem no meio do Oceano Atlântico, entre a África e o Brasil. A distância do local até a costa do Brasil, 2.825 Km, é comparável ao trecho entre Rio de Janeiro e Manaus.

P-3AM busca

Os treze militares do Esquadrão Orungan realizaram dois voos, sendo um de 11 horas e 30 minutos no dia 16 e outro com duração de 10 horas e 45 minutos no dia 17 de janeiro. “Todos os fatores tiveram que ser cuidadosamente estudados, tais como altitude de deslocamento, tempo e a altitude de busca na área, o comportamento da aeronave, os diversos fatores climáticos da região e possíveis alternativas de pouso no continente africano, caso houvesse a necessidade”, explicou o Capitão Aviador Lenilson Fortes de Oliveira.

Capaz de realizar voos de até 16 horas de duração, o P-3AM é a principal aeronave da FAB para missões deste tipo sobre o mar. A frota de oito unidades é operada a partir da Base Aérea de Salvador.

A missão foi coordenada pelo Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Atlântico (RCC-AO), localizado em Recife, também conhecido como Salvaero Atlântico.

22 milhões de km²
Signatário de acordos internacionais, o Brasil é responsável por missões de busca e salvamento em uma área de 22 milhões de Km², compreendendo 8,5 milhões de km² de território continental, 3,5 milhões de km² da zona econômica exclusiva e 10 milhões de km² de área de mar internacional sob responsabilidade brasileira.

FONTE: FAB

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Antonio M

É um trabalho de excelência e humanitário mas, o P3M sendo utilizado para isso não é um tiro de canhão em uma mosca? Obviamente se estivesse na área e fosse chamado a ajudar, é claro que deve ser feito o uso. Mas já passamos da hora de termos meios feitos para esse fim ou mais aeronaves de uso geral que possam ser equipados com kits para esse fim. Sei que já existem meios de uso geral para isso mas, então não seria a hora, ou passamos dela a tempos, de um maior cuidado e foco com essa responsabilidade enorme que… Read more »

Antonio M

Gostaria muito da notícia que o pescador foi resgatado mas de qualquer forma, parabéns ao militares e civis envolvidos com a operação, são abnegados …..

eparro

Pois é!
Onde será que estão os NPaOc e seus helecópteros orgânicos?

Onde está a Marinha Brasileira, numa situação como esta?

Aliás, “Onde está você, Coriolano?”

Kojak

Senhores,

urgência e distância.

Kojak

“Capaz de realizar voos de até 16 horas de duração, o P-3AM é a principal aeronave da FAB para missões deste tipo sobre o mar. A frota de oito unidades é operada a partir da Base Aérea de Salvador.”

Kojak

“Com total de 22 horas e 15 minutos de voo, a missão se tornou um desafio para o Esquadrão Orungan, de Salvador (BA). O ponto inicial para busca, nas coordenadas 24°45´ Sul e 14°30´ Oeste, está bem no meio do Oceano Atlântico, entre a África e o Brasil.”

Antonio M

Kojak,

Devido exatamente a urgência, distância, complexidade das operações SAR, é que devem ter meios específicos para isso, o P3M é um avião preparado para guerra.

Como disse, não precisa ser descartado mas, se foi necessário seu uso então temos deficiência a ser suprimida principalmente pela responsabilidade com o país e dos acordos internacionais.

Fernando "Nunão" De Martini

Antonio M, O P-3AM é multiuso. Tem como missão principal (no sentido de seus principais equipamentos mais sofisticados) a guerra antissubmarino, mas é equipado para outras missões, que incluem busca e salvamento. Além disso, a distância do local de busca é um fator importante a considerar, sem falar nos sensores embarcados, que o tornam o mais apto à missão. Os Hercules C-130 também podem realizar esse tipo de busca, mas com menos eficiência pois não têm os mesmos sensores sofisticados e, ainda que tenham os mesmos motores, têm autonomia menor por serem aeronaves de transporte e não de patrulha. E,… Read more »

Antonio M

Fernando “Nunão” De Martini 21 de janeiro de 2015 at 12:47 #

Valeu Nunão.

É que quando se falar em missões SAR, sempre me vem a cabeça meios navais e aéreos pintados de vermelho e branco ! rsrsrsrsrsrsrsrsr …..

eparro

Fernando “Nunão” De Martini 21 de janeiro de 2015 at 12:47 #

Mas só o P-3AM, por mais capaz que seja e não se duvida disso e nem de empenho, mas sozinho não conseguirá tirar o “cara d’água”!
E aí? Cadê o Salvamento e o Resgate?

Kojak

eparro

creio que ele tenha meios de “jogar” kit sobrevivência e contatar a nau(qualquer uma) mais próxima para o resgate, dar suporte aéreo, etc …..

Kojak
Oganza

Antônio M, eparro e Nunão, concordo com vc’s, mas tem um “se” ai e dos grandes, na verdade junta as perguntas e as respostas de vc’s todos: “Se” colocarmos “todas” as nossas responsabilidades no Atlântico Sul e considerarmos mais atentamente as missões ASW, SAR, Salvaguarda da Vida no Mar, Policiamento Marítimo, Controle Ambiental e colocarmos em perspectiva com a capacidade de nossos meios, equipamento, material humano e orçamento disponível, o nosso P-3M sendo o “único” vetor para SAR a tal distância é um desperdício de capacidades. Explico. Falando em FAB, que é quem tem a responsabilidade dessas missões utilizando vetores… Read more »

Oganza

…só completando:

– Mas é um vetor fantástico e estaríamos infinitamente pior sem ele. O P-3M, dada a nossa realidade, foi um aumento de 1.000% em nossas capacidades para cumprir o mínimo que se espera de nossas responsabilidades.

Parabéns a FAB.

Grande Abraço.

Clésio Luiz

O desperdício do uso do P-3 nessa tarefa é relativo. Ele foi usado (penso eu) por causa da distância envolvida. Lembrem-se que temos ainda o C-295 para essa missão, que é menor e de custo operacional menor também. Acho que até o EMB-111 é usado nessas missões também, de custo operacional ainda menor, mas obviamente apenas para uso costeiro.

Marcos

O cara que está lá no meio do oceano deve estar se perguntando:

– Será que vão mandar o P-3 ou Bandeirulha? Acho que deveriam mandar o Bandeirulha… mais barato de operar… não tem tanto alcance assim, mas é mais barato…

—-

O avião está ai, usa-se o que tem. Ou vão guardar a aeronave só se aparecer algum submarino russo?

nunes neto

Nunca salvar uma vida vai ser um gasto ou desperdício,se fosse o meu pai ou qualquer parente de qualquer um de nós queria ver falarem em disperdício; uma das funções é SAR ? têm alguém no meio do mar perdido, longe do litoral então esta cumprindo sua função, dinheiro muito bem gasto, salvando a vida de um cidadão que pagas seus impostos e que têm o direito que seu país se preocupe com o seu bem estar.Abçs

Alexandre Galante

O P-3AM pode levar balsas salva-vidas com suprimentos e lançá-las aos náufragos para que estes possam aguardar o resgate final por navios.

Aldo Ghisolfi

Parabéns aos Fabianos e aos operadores do P-3!

Penso que os Amazonass e os Banderulhas poderiam raspar o setor de busca, se a missão SAR fosse em nível costeiro. Não há dúvidas de que o alcance do P-3 o coloca de pronto na missão.

Lástima que o marinheiro não foi encontrado.

Oganza

Marcos e nunes neto, a discussão não é de forma alguma moral… vc’s estão misturando as coisas. O linha é Capacidades Vs Missão Vs Nossa realidade. E em nossa Realidade o P-3AM é superlativo para missões SAR mas não o é para ASW. Mas é claro que essa é minha opinião e que dentro dela, nossos P-3AM manteriam a capacidade SAR mas as cumpririam em casos de urgência/emergência, sendo uma exceção e não a regra como é hj. Hj, admitindo sua capacidade SAR como regra, é sim um desperdício se levarmos em conta nossa realidade de FFAA do Terceiro Mundo.… Read more »

Antonio M

Oganza 21 de janeiro de 2015 at 20:03 # Brilhante Oganza ! E como escalarece o Galante, o P3M é capaz e sobra mas é uma missão “secundária” pois apesar de multimissão ele veio a preencher uma lacuna em nossa doutrina de defesa e o faz ! Penso sim como se eu estivesse no lugar do pescador e pouco me importa se fosse salvo, resgatado pelo Zepellin ou um B52 mas, creio que o blog discute entre outros assuntos, os meios para que a FAB cumpra sua missão e para isso deva contar com meios e pessoal dedicado a isso… Read more »

Antonio M

Aproveitando, estou procurando por algum tópico para saber o motivo pelo desuso de hidroaviões para essa missão. Creio que o desenvolvimento de novas meios e doutrinas navais e aéreas, por causa do aperfeiçoamento do helicóptero entre outras coisas possam ter tornado o hidroavião obsoleto mas seria isso mesmo? Li uns 8, 10 anos atrás uma matéria com Ozires Silva falando do Catalina, que fora piloto desse avião e como era um avião fantástico. Já incoporava um tipo de soldagem de sua fuselagem (na verdade um casco!) que era impossível as chapas se soltarem devido a vibrações e afirmou que se… Read more »

eparro

Kojak 21 de janeiro de 2015 at 15:32 # Oganza 21 de janeiro de 2015 at 17:07 # Muito legal os esclarecimentos, entretanto ainda permanece minha dúvida. Tá, jogam lá um kit de sobrevivência, mas será que o cara lá, dentro d’água, sei lá como e a quanto tempo vai aguentar chegar a esse kit, sei lá se será necessário ou não ativar o tal kit e aí conseguir pular dentro dele? Ainda penso que deve haver um trabalho conjunto da FAB e da Marinha do Brasil. Se a responsabilidade sobre essa tal de Amazônia Azul (olha acho este apelido… Read more »

Oganza

eparro, essas “balsas/quites” que são lançados, eles se desdobram e inflam automaticamente ao atingirem a superfície do oceano, dai não tem jeito, o naufrago tem que nadar até ela e se virar lá dentro até o resgate chegar. Mas a galera dos aviões geralmente jogam (lançam) bem pertinho… 🙂 . A coisa pode complicar se o naufrago estiver de alguma forma incapacitado fisicamente, ou por ferimentos ou a simples exposição prolongada aos elementos. Mas a coisa é completinha… tem principalmente água, manta térmica, sinalizadores, e em alguns casos tem primeiros socorros e uma comidinha (ração). O conteúdo pode variar de… Read more »

Oganza

eparro,

“Não me entra na cabeça ficar expendido aviso de auxílio para que navio mercante faça o resgate, embora acredite que haja um código marítimo que determine isso, sei lá, parece-me furtar-se a cumprir dever de ofício.”

– Isso faz parte tb da deficiência horrenda que temos nas capacidades/disponibilidade SAR em nossa área de responsabilidade no Atlântico Sul que mencionei no post de 21 de janeiro de 2015 at 17:07.

Grande Abraço.

Oganza

Um vídeo de instrução aplicada ao pessoal de Óleo e Gás. Por sinal a didática do instrutor é zero… ele mesmo parece que não saber o que está fazendo.

http://www.youtube.com/watch?v=5PGwQmzDwuk

Ps.: no caso do lançamento por aeronave, a “cordinha” que aciona a Válvula que infla o dispositivo, fica presa a aeronave, muito semelhante ao lançamento de paraquedista que saltam “enganchados”.

Grande Abraço.

eparro

Oganza 22 de janeiro de 2015 at 11:59 # Alexandre Galante 21 de janeiro de 2015 at 19:37 # Legal, acho que pulei alguns comentários e não vi as explicações. Bem, com todos os esclarecimentos parece que o melhor que se podia fazer pelo infeliz do marinheiro foi feito. Entretanto, ainda me espanto com apenas um P-3AM, executando missão no limite de suas capacidades operacionais e expondo a própria tripulação ao risco. O que demonstra a dependência de “heroísmo de pessoas” e não uma prontidão das instituições. Para um país que quer se arrogar como “cuidador/protetor” de um mar territorial… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Eparro, Sem querer polemizar ou defender alguma coisa, sinceramente não entendi o que você diz quanto a expor a tripulação a risco. A aeronave tem toda a capacidade de realizar a missão, foi feita para voos de longa duração a longas distâncias, é capaz de 16 horas de voo, e o relato mostra que foram estudados todos os aspectos das missões (dois voos, um com duração de 10 horas e outro de 11, ou seja, com razoável folga dentro do limite das capacidades operacionais). Se precisasse de outras aeronaves, seriam engajadas (como foi o caso do voo da Air France… Read more »

eparro

Fernando “Nunão” De Martini 22 de janeiro de 2015 at 18:09 # Olha lá Nunão, com todo o respeito, polemizar no meu entender é sempre bom quando há aproveitamento das idéias. E penso que seja o caso aqui. Insisto na questão pois não vi qualquer ação planejada da Marinha, o que acho um absurdo. Se o patrulheiro da FAB identifica a posição lá pelos 2.800Km da costa, lança o tal kit de sobrevivência, supondo que o cara consiga entrar no tal do kit, fico imaginando quanto tempo levaria um barco para resgatar o sujeito? Sobre o risco da tripulação do… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“eparro 22 de janeiro de 2015 at 20:40 Olha lá Nunão, com todo o respeito, polemizar no meu entender é sempre bom quando há aproveitamento das idéias.” Eparro, pode polemizar à vontade, dentro das regras do blog, e o espaço serve para debater, o que inclui polêmicas. Só escrevi que eu, pessoalmente, não tenho intenção de polemizar, e sim de dar a informação mais correta possível, dentro dos limites do que sei, frente a opiniões que considerei provavelmente baseadas em pressupostos incorretos, de sua parte. ” Insisto na questão pois não vi qualquer ação planejada da Marinha, o que acho… Read more »

eparro

Fernando “Nunão” De Martini 22 de janeiro de 2015 at 21:07 #

Mais uma vez, agradeço a atenção e os esclarecimentos prestados.

Saudações

Fernando "Nunão" De Martini

Eparro,

Só um complemento. Além de navios da Marinha, o náufrago poderia até mesmo ser resgatado ainda mais rapidamente por um mercante que estivesse mais próximo da área (o que não é incomum dado que os mercantes seguem rotas, e um outro poderia estar a relativamente poucas milhas de distância). Assim, caso localizado por um avião de patrulha, seria dado aviso a um eventual navio mercante próximo para colaborar no resgate. Há regulamentos internacionais para isso também.

nunes neto

O P-3AM foi utilizado porque é o único meio capaz de percorrer a distância e persistir horas na área de busca,simples assim,não sei porque tanta polêmica.

Mauricio Silva

Olá. Acredito que a “polêmica” gerada pelo tópico se deve a um outro questionamento: o Brasil deveria ter uma organização/força especializada nos moldes da Quarda Costeira Americana? Essa é uma pergunta pertinente, que gerou e tem gerados debates acalorados. Se assim fossem, a maior parte das missões SAR seriam realizadas por pessoal e equipamentos especializados, podendo (ou não) contar com o apoio de meios das demais FFAA. Porém o atual modelo das nossas FFAA pregam o uso/emprego de meios multi função em detrimento de equiamentos especialistas. Fazendo uma analogia, a escolha do Gripen como futuro caça da FAB permite a… Read more »

Kojak

Caros colegas, As três últimas intervenções do Nunão foram perfeitas e esclarecedoras em detalhes. A intervenção do Oganza idem. (21 de janeiro de 2015 at 20:03 #) Eparro, repeito suas afirmações apesar de ver “uma tempestade” num balde d’água, reitero com respeito. Os P-3AM são uma das melhores aquisições que a FAB fez nos últimos anos dentro da nossa realidade. Espero que os cortes orçamentários não as comprometam. São principalmente para missão ASW, mas estão desdentadas. Mas cumprem as missões de SAR de longa distância, com louvor. Brazil colegas, adoraria ver coisas nas FA’s realistas como P-3AM, Leo1a5, modernização dos… Read more »