EC725 - 02 da MB na Flight Line da fábrica da Helibras em Itajubá - out 2012 - foto Nunão - Forças de Defesa

Por Virgínia Silveira | Para o Valor, de Itajubá (MG)

ClippingNEWS-PAO primeiro dos 50 helicópteros EC725 adquiridos pelas Forças Armadas brasileiras da Helibras acaba de ser entregue, montado e testado no país com participação da indústria local. Para o setor aeroespacial, a aeronave pronta, uma versão naval destinada à Marinha, mostra o sucesso do programa de nacionalização. A aeronave é equipada, por exemplo, com sistema de missão 100% nacional, que inclui a integração de sensores de guerra eletrônica, armamento e radar marítimo.

Segundo o presidente da Helibras, Eduardo Marson, o sistema foi desenvolvido pela companhia e as empresas brasileiras parceiras do programa. O software e a integração do console tático foi feito pela Atech, controlada pela Embraer Defesa e Segurança, e a motorização do míssil, pela Avibras.

Com esta configuração única no mundo, a versão naval possui equipamentos para atividades de esclarecimento e ataque para várias missões. “A Helibras está pronta para atender a qualquer país no mundo que necessite de um helicóptero com estas características, tornando a nossa cadeia de fornecedores locais apta também a esse crescimento”, diz Marson.

Pelos cálculos da Helibras, já foram implementados € 535 milhões em obrigações de cooperação industrial e outros € 190 milhões em offset (transferência de tecnologia) para o Brasil. O programa de produção dos helicópteros no país envolve a participação de 37 empresas, sendo que treze delas são beneficiárias de acordos de transferência de tecnologia.

Marson cita o exemplo da Inbra Aerospace, que utilizou material composto na fabricação do conjunto estrutural que une a cabine ao cone de cauda do helicóptero. Um processo inédito foi a colagem a quente desse tipo de material (estruturas do tipo sanduíche, compostas de fibra de vidro, carbono e colméia de aramida), que dispensa o uso de rebites estruturais.

O cone de cauda, um dos conjuntos estruturais mais importantes do helicóptero, foi fabricado pela primeira vez no Brasil pela Aernnova. Segundo a Helibras, o projeto de produção da estrutura do cone de cauda compreende a manufatura de peças aeronáuticas primárias, assim como a montagem de subconjuntos e a junção do cone com o pilone (estrutura que sustenta o motor).

De acordo com Marson, a Comissão Coordenadora do Programa de Aeronaves de Combate (Copac), responsável pela aquisição e modernização de aeronaves na Força Aérea Brasileira (FAB), já reconheceu € 285 milhões em transferência de tecnologia e investimentos na indústria nacional. Desde o início do projeto a Helibras contratou mais de 600 funcionários para a unidade de Itajubá.

O presidente da Helibras disse que ainda tem € 10 milhões em offset indireto (não relacionado diretamente com a compra dos helicópteros) em fase de reconhecimento. “Neste conjunto estão incluídas a modernização do pacote de dados do helicóptero Pantera e o suporte técnico para a qualificação do simulador do helicóptero Esquilo do Exército, ambos desenvolvidos pelo Centro de Tecnologia do Exército (Cetex).”

Pelo acordo feito com o Ministério da Defesa, no âmbito do contrato firmado em 2008, a Helibras tem de implementar um total de € 1,7 bilhão em cooperação industrial e transferência de tecnologia com empresas brasileiras. O valor do contrato envolvendo a compra de 50 helicópteros gira em torno de € 1,9 bilhão.

O presidente da Helibras diz que a empresa cumprirá o objetivo de atingir um valor agregado de conteúdo nacional de 50% nos helicópteros EC725, mas lembra que precisará resolver alguns problemas de competitividade que o Brasil apresenta em relação a custos.

“A indústria aeroespacial é muito globalizada e busca a competitividade para reduzir seus custos. Ao longo do tempo teremos de atacar a questão do custo, pois ficou caro produzir no Brasil”, afirmou. Até 2020, segundo Marson, a Helibras pretende colocar em prática o projeto do “helicóptero brasileiro”, que será concebido, desenvolvido e produzido no Brasil.

FONTE: Valor Econômico

Subscribe
Notify of
guest

11 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
juarezmartinez

“O cone de cauda, um dos conjuntos estruturais mais importantes do helicóptero, foi fabricado pela primeira vez no Brasil pela Aernnova”

Esta aí de cima eu vou ligar amanha para o Jose Simão e passar como a piada pronta do dia.

Os cara estão debochando da inteligência dos contribuintes Brasileiros.

Grande abraço

Oganza

Meu Deus… essa matéria só pode ser comprada ou o jornalista não sabe escrever, pq de defesa ele não sabe nada: no trechos: “com sistema de missão 100% nacional, que inclui a integração de sensores de guerra eletrônica, armamento e radar marítimo.” – Para o leigo, deixa a entender que os sensores de ECM e o radar são 100% nacionais. Ninguem sabe o que vem a ser INTEGRAÇÃO. “O software e a integração do console tático foi feito pela Atech, controlada pela Embraer Defesa e Segurança, e a motorização do míssil, pela Avibras.” – Que míssil? Não tem míssil no… Read more »

Penguin

Qual o “multiplicador” utilizado para o cálculo desses offsets?

Justin Case

Penguin, Creio que os valores ficam entre um e quatro. Normalmente a produção local tem o valor mais baixo (1) e o conhecimento tecnológico pode alcançar os valores mais altos. Os multiplicadores são recursos do Governo para indicar para a empresa (e premiar) os offsets e a transferência de tecnologia de maior relevância. Embora tenham um valor inicial padrão estabelecido no RFP, esses multiplicadores podem ser aumentados por interesse do Governo, principalmente para buscar o atendimento de objetivos tecnológicos e estratégicos. Deixei sem resposta a sua pergunta, mas então: podem ser variados e, pela reportagem, não sabemos se o valor… Read more »

Rinaldo Nery

Para entender os multiplicadores, acessar a dissertação de mestrado, no site da UNIFA, do Brig R1 Rogério Luiz Veríssimo Cruz, sobre off set.

Baschera

A propaganda é a alma do negócio. Ponto.

Agora…. e vendas querido ????

Depois que entregarem as 51 unidades vão montar para quem ???

Como é que vão manter a “fabrica” rodando ??

Eu gostaria de saber se ao menos estão correndo atrás…. porque meu amigo, aqui as coisas estão derretendo.

SDs.

juarezmartinez

Baschera! Eles vão vende ar 52 unidade para o bispo da igreja, e este como é Italiano vai pagar cinquenta milhões de dólares a unidade, enquanto poderia comprar o mesmo heli no “mercado livre” via internet por 15 milhões…. E tem gente que acha este negópcio o ó do borogodó. Seguramente se não foi maior vai para o hall dos maiores negócios lesa pátria já feito pelos políticos. E vou dizer mais: Vai morrer gente neste troço, e aí vocês vão me ver brabo, vou cobrar inclusive dos meus ex colegas qeu deram “corda” para esta coisa a vou, vou… Read more »

Mauricio R.

E se não bastasse ser o “porta-recadinhos” da Embraer, o jornal Valor Econômico tb se presta a divulgar as “conquistas” da tranqueira francesa: “O primeiro dos 50 helicópteros EC725 adquiridos pelas Forças Armadas…” 50 que na verdade são 34. Desses 50, 16 vieram montadinhos e prontos(?), da França. “O cone de cauda, um dos conjuntos estruturais mais importantes do…” O tal do cone de cauda, tb é fabricado na Indonésia. Será que lá a AH tb conta esse papinho furado??? “…mas lembra que precisará resolver alguns problemas de competitividade que o Brasil apresenta em relação a custos.” Ué não sabiam… Read more »

Carlos Alberto Soares

Amigo juarezmartinez,

olha nossa salvação ai, dá mais certo heim ….

https://www.youtube.com/watch?v=Pov_XwvMLYg

Carlos Alberto Soares

Amigo juarezmartinez,

Manda para o Zé Simão, ele vai adorar ….rs….

https://www.youtube.com/watch?v=LhPlzQpZzQc

Carlos Alberto Soares

“Pelo acordo feito com o Ministério da Defesa, no âmbito do contrato firmado em 2008, a Helibras tem de implementar um total de € 1,7 bilhão em cooperação industrial e transferência de tecnologia com empresas brasileiras. O valor do contrato envolvendo a compra de 50 helicópteros gira em torno de € 1,9 bilhão.”

Erro no texto:

É “Mistério da Defesa” …. pô !