Reuters: custo do programa KC-46A está US$ 1 bi acima do previsto

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KC-46 reabastece bombardeiro B-2 em voo - foto USAF

A Força Aérea dos EUA estimou na última sexta-feira (21/3) que o desenvolvimento do novo avião de reabastecimento da Boeing custará cerca de 1,1 bilhão dólares americanos a mais do que o inicialmente previsto, mas de acordo com os termos do contrato do governo a Boeing deve cobrir os custos adicionais.

A última estimativa do escritório da Força Aérea que executa o programa de reabastecedor aéreo KC-46A especifica o custo total de desenvolvimento em 5,85 bilhões dólares. A Força Aérea planeja gastar 52 bilhões de dólares para desenvolver e comprar 179 novos aviões de reabastecimento para substituir a sua frota de antigos KC-135, que são usados ​​para reabastecer caças e outros aviões durante em voo.

O porta-voz da Força Aérea, Ed Gulick, disse que a nova estimativa está US $ 250 milhões acima da projeção do ano passado para o custo de desenvolvimento do programa, mas não deu mais detalhes sobre o que levou ao aumento. Ele disse que as estimativas anuais obrigatórias poderiam aumentar ou diminuir à medida que o programa avançasse.

“Apesar do aumento estimado, a responsabilidade do governo permanece limitada ao preço máximo do contrato de US $ 4,9 bilhões, e a Boeing continua a cumprir todos os marcos contratuais, incluindo o desenvolvimento e entrega de quatro aeronaves EMD (Engineering and Manufacturing Development) “, disse Gulick.

A Força Aérea tem elevado várias vezes suas estimativas de custo da parte de desenvolvimento do programa do reabastecedor, mas insiste que os termos de preço fixo de seu contrato com a Boeing não afetarão o orçamento federal. No ano passado, ele previu uma elevação dos custos em cerca de $ 700 milhões.

A Boeing, sediada em Chicago, disse que continua no caminho para cumprir a sua estimativa inicial de 5,1 bilhões para o desenvolvimento do novo avião, que irá substituir alguns dos velhos KC- 135 da Força Aérea.

A empresa também disse que espera fazer um lucro sobre o programa global e que continua a olhar para encomendas adicionais dos Estados Unidos e outros países.

“A estimativa de custo da Boeing para completar a fase EMD do programa do KC-46 é consistente com nossa estimativa no momento em que desenvolvemos a nossa oferta”, disse o porta-voz Jerry Drelling. “E a natureza de preço fixo do contrato garante que não há custos adicionais para o governo dos EUA”.

Drelling se recusou a fornecer quaisquer detalhes sobre o lucro esperado da empresa, dizendo que a Boeing não fraciona os dados por programas específicos. Ele disse que a Boeing continua a trabalhar na redução do custo do programa em uma base diária.

“Esperamos ganhar dinheiro no programa do KC -46”, disse ele, acrescentando que o contrato do KC-46 abre mais oportunidades, “incluindo potencialidades nos EUA e vendas internacionais e serviços relacionados para as próximas décadas”.

A Boeing disse que continua no caminho certo para entregar os primeiros 18 aviões de reabastecimento em agosto 2017, como previsto, apesar de um relatório do chefe da seção de testes de armamentos do Pentágono ter advertido sobre um possível adiamento dos ensaios em pelo menos seis a 12 meses.

A Boeing disse que está usando uma série de medidas para minimizar o risco de atrasos, incluindo acordos com agências externas e uso de vastos recursos de ensaios em voo comerciais da Boeing.

O programa também está usando um conceito “Test Once” baseado em práticas comerciais da Boeing , segundo a qual os ensaios em voo satisfazem diferentes requisitos mapeados pela Boeing, pela FAA (Federal Aviation Administration), pelos avaliadores de desenvolvimento e, onde fizer sentido sentido, pelos testadores operacionais.

FONTE: Reuters (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

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Clésio Luiz

Pelo visto os responsáveis pelo programa do KC-46 fizeram (parte) do seu dever de casa, e não assinaram um cheque em branco como fizeram com o JSF.

Mas o que me deixa estupefado é como pode a Boeing gastar 5 bilhões para converter o 767, uma aeronave madura, em produção e serviço a décadas, para um reabastecedor. Inclusive com unidades já operacionais no Japão e Itália.

O que será que a USAF pôs nas especificações que levaram a esse custo todo?

Mauricio Silva

“O que será que a USAF pôs nas especificações que levaram a esse custo todo?”

Ahhh… velocidade de dobra???

Brincadeiras à parte, acho que o pessoal de Seattle deveria fazer uma visitinha a Tel Aviv…
SDS.

Mauricio R.

As aeronaves italianas e japonesas são baseadas no 767-200LR, o KC-46A é uma versão única, a 767-2C.
Não incorrendo em uma situação de “requirement creep” com o F-35 e o LCS, o projeto tem tdo p/ dar certo.
Mas gostaria de saber o que a IAI teria a ensinar a Boeing, Pois os israelenses somente modificam uma aeronave existente, já a empresa americana está criando uma nova aeronave; do zero.
Situações bem diferentes, portanto.

Mauricio Silva

“Mas gostaria de saber o que a IAI teria a ensinar a Boeing, Pois os israelenses somente modificam uma aeronave existente, já a empresa americana está criando uma nova aeronave; do zero.” Desempenho x custo x benefício. E não é um desenvolvimento “do zero”, uma vez que o KC-46 é baseado no 767, como o KC-135 era no 707. Trocar experiências é sempre produtivo, principalmente vindo de uma fonte que não tenha vínculos diretos com o fabricante original; os israelences podem ter usado soluções com pensamento “fora da caixa” (pois não fabricam o modelo). Ninguém sabe tudo, ninguém não tem… Read more »

Mauricio Silva

E, como bem disse o Clésio, se a USAF mudou/acrescentou especificações que elevaram os custos do programa, se faz mais do que necessário buscar novas maneiras de economizar recursos.
SDS.

Ivan

É a mesma foto das matérias anteriores, o ‘KC-46 reabastece bombardeiro B-2 em voo – foto USAF’?

Ou será que meu PC está com problema de FU?

Mauricio R.

“Desempenho x custo x benefício.”

Jura???
Somente modificando 1/2 dúzia de células por ano???
Não mesmo.

“E não é um desenvolvimento “do zero”, uma vez que o KC-46 é baseado no 767, como…”

É sim um desenvolvimento “do zero”, pois a versão do 767 é especifíca p/ o programa do KC-46.
Não é usada em nenhum outro produto pela Boeing, ao contrário do E-767 ou do KC-767.

Mauricio Silva

“Jura??? Somente modificando 1/2 dúzia de células por ano??? Não mesmo.” Ao custo final mais baixo que a proposta americana (incluindo a compra da aeronave). Se tiver dados e fatos consistentes, por favor coloque em palta para discussão, pois são sempre bem vindos. Seu “sarcasmo” é desnecessário. Peço que evite, pois pode transparecer má educação e/ou falta de conhecimento do assunto… “É sim um desenvolvimento “do zero”, pois a versão do 767 é especifíca p/ o programa do KC-46.” Bom, ai a questão é o que significa “desenvolvimento do zero”. Para mim, significa adoção de soluções inéditas e exclusivas. Concordo… Read more »

Joker

Mauricio R.,

apesar do seu tom acido ja ser costumeiro, nem todos que acompanham o site possuem intimidade com o assusnto e algumas informacoes mais basicas precisam ser enunciadas.