Concorrência suíça poderá representar ponto de virada para os ‘Eurocanards’

21

Gripen em Axalp 2013 - foto 2 Sven Zimmermann via Saab

Primeiramente era a Dassault com o Rafale e depois o consórcio Eurofighter com Typhoon que disputava a preferência da Força Aérea dos Emirados Árabes Unidos. Em Omã a disputa foi entre o Saab Gripen e o Typhoon. No Qatar quem sabe? Ao redor do mundo os três caças europeus se  enfrentaram em combates virtuais. Para a Europa, isso não é necessariamente uma boa situação, mas o resultado da avaliação suíça destas três opções – sendo que o Rafale foi inicialmente favorecido e depois o Gripen da Saab foi selecionado, pode revelar-se fundamental em outras concorrências.

“Esta é uma situação muito ruim”, disse o chefe da Agência Europeia de Defesa, que completou dizendo que a Europa simplesmente não pode competir dessa maneira. Ao escolher um novo caça, cada país tem diferentes prioridades, critérios e metodologia. Além da avaliação técnica, a política, a transferência de tecnologia, as compensações industriais e pagamentos de comissões desempenharam um papel em escolhas anteriores. Então, quando a Suíça avaliou os três “eurocanards”, muitos observadores aguardaram essa escolha com antecipação considerável. Pela reputação, os suíços são minuciosos e metódicos. Além disso, eles são muito ricos e politicamente neutros.

No entanto, e talvez inevitavelmente, a escolha suíça pelo Gripen não poderia escapar da controvérsia. O governo rejeitou a escolha do Rafale (pela Força Aérea), alegando razões econômicas. A compra deveria ser “de prateleira” (off-the-shelf), mas o Gripen E é um novo desenvolvimento, alguns argumentaram. Uma minoria significativa de cidadãos suíços foi totalmente contra o programa de compra de novos caças – e suas vozes ainda podem ecoar se um referendo nacional for necessário para opinar sobre a decisão.

A avaliação suíça começou mal quando a Boeing decidiu não concorrer, porque (segundo ela) o Super Hornet superava as exigências. “Estava escrito Gripen, então nós nos retiramos”, informou um funcionário da Boeing ao AIN. A competição foi caracterizada por muitos como uma substituição dos 54 F-5E/F restantes da força aérea. Eles agora operam ao lado de 33 Boeing F-18C/D Hornet adquiridos na segunda parte da década de 1990. Ambos os tipos são dedicados ao papel de superioridade aérea.

Como o coronel Fabio Antognini, gerente do projeto, explicou em uma apresentação na Conferência de Caça, organizada pela Defence QI em Londres no ano passado, a Força Aérea também queria que o novo caça reintroduzisse as funções de reconhecimento e ar-superfície que tinham sido perdidas com a aposentadoria dos Mirage IIIRS em 2003. Apesar de sua neutralidade, a Suíça viu a necessidade futura de contribuir para as operações combinadas no exterior com esses recursos adicionais. Além disso, o futuro caça complementará os F-18C/D sempre que houver uma exigência de maior proteção de espaço aéreo suíço. Isso implicaria em patrulhas que necessitariam estar constantemente no ar. Portanto, entre 30 e 50 caças seriam necessários.

Mirage IIIS foto 3
“a Força Aérea também queria que o novo caça reintroduzisse as funções de reconhecimento e ar-superfície que tinham sido perdidas com a aposentadoria dos Mirage IIIRS em 2003”

Três candidatos avaliados

No segundo semestre de 2008 a Força Aérea Suíça realizou avaliações em voo dos três concorrentes – o Eurofighter, o Gripen e o Rafale – na Base Aérea de Emmen, no própria Suíça. Em cerca de 10 missões cada, pilotos suíços (incluindo Antognini) e especialistas que atuam em terra avaliaram os três caças em cinco funções: policiamento aéreo; ações aéreas ofensivas, ataque e reconhecimento. Cada candidato também foi autorizado a realizar um voo para demonstrar as capacidades adicionais que não estavam na exigência da Suíça.

Após as demonstrações em voo os candidatos foram convidados a apresentar detalhes das melhorias que deveriam ser introduzidas nas aeronaves até a data de entrega para a Suíça, prevista para 2015. Entre março e agosto de 2009, a equipe de avaliação da Força Aérea visitou a Dassault, o consórcio Eurofighter e a Saab para testemunhar demonstrações de voo e de simulador.

O resultado gerou dois relatórios de ensaios em voo confidenciais que foram aprovados para distribuição em novembro de 2009. Eles foram posteriormente vazados para a mídia suíça , proporcionando aos estrangeiros uma visão fascinante sobre o respectivo desempenho de voo dos três candidatos, segundo a visão da Força Aérea Suíça. O Rafale foi o claro vencedor das demonstrações em voo em cada um dos cinco papéis. Além disso o jato francês manteve a sua posição dianteira na avaliação suíça de como os três candidatos seriam melhorados em 2015.

Rafale - foto 2 Cyril Amboise - SIRPA Air via Dassault

“Os pontos fortes do Rafale foram a qualidade de seus sensores, como o radar PESA (varredura eletrônica passiva), o conjunto optrônico frontal e a suíte EW (guerra eletrônica) Spectra”, informava o relatório sobre os voos realizados em 2008. “A boa fusão de dados de todos os sensores proporciona ao piloto uma boa consciência situacional”, continuava. “O ponto fraco do Rafale foi a falta de um sistema de mira montado no capacete”, comentaram os avaliadores.

O relatório elogiou o desempenho aerodinâmico do Eurofighter, principalmente a sua capacidade de voar supercruzeiro a Mach 1.4. Mas a fusão de dados de sensores e a suite EW eram “pontos fracos”, enquanto o alcance e a confiabilidade dos sistemas foram anotados como “fatores limitantes”. Além disso, segundo o relatório, “as capacidades do Eurofighter para cumprir missões de reconhecimento e ataque foram classificadas como insatisfatórias.”

O relatório reconheceu que, devido ao projeto do Gripen – o menor dos concorrentes e o único impulsionado por apenas um motor – a sua resistência, performance e carga bélica estavam entre os principais fatores limitantes.” Os avaliadores disseram que não haver nenhuma fusão de sensores de dados entre o radar e a suite EW, embora este último “tenha sido um dos pontos fortes do Gripen.”

Somente o Rafale atingiu as Capacidades Mínimas Esperadas (minimum expected capabilities – MEC), em todas as cinco funções. O Eurofighter falhou nas categorias de reconhecimento e ataque. O Gripen não atingiu o MEC em todas as cinco funções.

Esse veredicto não se alterou, mesmo quando foram apresentadas as melhorias esperadas para 2015. O desenvolvimento da capacidade ar-superfície do Eurofighter teria ficado muito aquém da do Rafale. Mesmo assim, as melhorias propostas na versão Tranche 3 P1E para as Forças Aéreas dos quatro países do consórcio, avaliadas pela equipe suíça, não conseguiram igualar as melhorias do padrão F3+ para o Rafale, já contratadas pela Força Aérea Francesa. Elas incluem radar AESA e outras melhorias nos sensores. Além disso, os suíços observaram que: ” Se o Rafale for vendido para os Emirados Árabes Unidos, onze novos itens de atualização não considerados na avaliação farão parte da configuração a ser entregue.”

Quanto ao Gripen, a Saab disse aos suíços que tinha programado 98 itens de upgrade para a versão MS21 de 2015, incluindo o radar AESA e o sensor de busca e rastreamento por infravermelho. Mas estes não foram suficientes para empurrar o jato sueco acima do nível do MEC em qualquer um dos cinco papéis. O relatório de novembro 2009, portanto, recomenda o Rafale como o futuro novo avião de combate.

Relatórios de teste vazaram

Antognini recusou-se a comentar sobre os relatórios de ensaios em voo que vazaram. “Todos os três candidatos passaram pela avaliação … Eles atingem nossas necessidades”, disse ele durante a conferência. Ele disse à AIN que é importante observar que os dois relatórios não contam a história toda. Existiam outros oito relatórios produzidos, abrangendo a manutenção, ruído, potencial de crescimento e outros critérios. Estes foram todos ponderados de acordo com uma escala pré-determinada de prioridades. Esta escala também vazou para a mídia , mas os outros relatórios permaneceram confidenciais.

Então, o custo foi considerado na avaliação , disse Antognini, antes de um relatório principal final que foi enviado para o Conselho de sete membros autoridade federal do governo suíço. O custo de aquisição do Gripen era claramente menor do que seus dois maiores concorrentes. O pequeno jato também teve melhor pontuação na adaptabilidade para aeroportos suíços e nos custos do ciclo de vida.

A primeira coisa que o Conselho Federal fez foi… nada! A crise nos mercados financeiros forneceu uma pausa para os suíços pensarem. O Conselho Federal queria cortar o orçamento de defesa do país. Dadas as propostas apresentadas pela Dassault, Eurofighter e Saab, o orçamento para o novo caça (aproximadamente cinco bilhões de francos suíços) parecia não ser suficiente, apesar de todos os três candidatos terem oferecido compensações de 100% e o fortalecimento do franco suíço diante do Euro.

Durante o ano seguinte o Parlamento suíço votou fundos extras para a defesa, e disse ao Conselho Federal poderia concluir a sua avaliação sobre o futuro novo caça. Os três fabricantes afiaram seus lápis, enquanto que, evidentemente, reduziam o número de aeronaves ofertadas.

De grande significância foi a apresentação do detalhamento das atualizações propostas para o Gripen, cujo demonstrador NG voou com um novo motor F414 e radar AESA, e sugeriu que o governo sueco deveria fazer o pedido em breve.

Escolha revelada

Em 30 de novembro de 2011 o Conselho Federal anunciou sua escolha. O Gripen foi a opção de menor custo, mas atendeu aos requisitos, e foi a escolha mais adaptável, disse o Conselho. A Ruag Aerospace e outras 200 empresas suíças participariam do co-desenvolvimento do Gripen NG (posteriormente redesignado Gripen E). Enquanto isso, o estatuto da Suécia como um país neutro, como a Suíça, foi considerado.

O ministro da Defesa Ueli Maurer disse aos jornalistas que o custo de aquisição seria de 3,1 bilhões de francos suíços (US$3,4 bilhões) para um pacote de 22 aeronaves, incluindo treinamento, suporte e peças de reposição. A mídia suíça havia informado anteriormente que a oferta do Rafale era de 3,5 bilhões suíços, e a do Eurofighter era de 4 bilhões, embora o número de aeronaves propostas nunca tenha sido esclarecido. Comentando a decisão, a Dassault insistiu que o Rafale poderia ter atendido ao requisito suíço “com um número menor de aeronaves e um custo equivalente ou inferior.”

Revendo a decisão há alguns meses, o ex-comandante da Força Aérea suíça, brigadeiro Max Gygax, admitiu que, no final, a escolha foi política.” O Gripen é um caça multimissão e os custos do ciclo de vida são muito importantes”, disse ele a jornalistas durante o Paris Air Show em junho.” O Gripen E é um grande passo à frente da atual versão C/D “, observou ele. Mas até mesmo o desempenho deste último durante os voos em 2008 foi muito próximo ao do Eurofighter e do Rafale do que a equipe de avaliação suíça havia antecipado, ele disse a AIN.

Eurofighter Typhoon espanhol - foto Força Aérea Espanhola

Como o vencedor da avaliação em voo, o Rafale ganhou a batalha, mas perdeu a guerra na Suíça. O Eurofighter não surgiu com muito crédito. Gygax disse à AIN que ele não esperava que o jato do consórcio tivesse uma pontuação pior que o Rafale no papel ar-ar. Além disso, acrescentou, os relatos sobre manutenção e treinamento não vazados não colocam o Eurofighter em melhor posição do que o Rafale. “Os sobressalentes são possivelmente mais baratos, devido ao grande número de aeronaves, mas é uma aeronave que necessita de mão de obra intensiva”, disse ele.

FONTE: AIN Online (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

VEJA TAMBÉM:

Subscribe
Notify of
guest

21 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Marcos

País rico e que não rasga dinheiro do contribuinte.
A decisão foi política, mas entendo que a tradução desse “político” foi o preço.
Agora, me assustei com o custo do Gripen: US$ 154 milhões por unidade, incluindo todo o pacote. Imagino quanto custaria o Rafale para Banânia, quer quer ToT irrestrita.

Evidente que os requisitos suíços podem (e devem) ser bem diferentes da República Bananeira.

Marcos

O interessante dos suíços é que eles se colocam como neutros, mais ou menos como Banânia, que diz não ter inimigos, amante da paz, etc, nós, evidente, mais para um estilo do Salsicha (aquele do ScoobyDoo), mas eles, os suíços, se mantem muito bem armados.

Fernando "Nunão" De Martini

Marcos, Quanto a neutralidade, a visão da Suíça é similar à da Suécia, ao menos no Governo (na sociedade, há grupos pacifistas relativamente fortes em ambos os países). E essa visão é de que neutralidade não pressupõe desarmamento, pelo contrário. Você deve ser forte o suficiente para poder impor sua neutralidade a eventuais aíses combatentes ao seu redor, e para defender ativamente sua posição neutra, pois se for fraco, a neutralidade será apenas um discurso e você poderá ser facilmente dominado por qualquer um dos lados. Sobre o preço do Gripen dividindo o valor total do pacote por 22 caças,… Read more »

Baschera

Eu também gostaria muito de ter em minha garagem uma Maserati, uma Lamborghini ou mesmo uma “simples” Ferrari…. o problema é que a minha garagem é muito “apertada”…..

Sds.

nunes neto

É Lè jaque é lá melhor, porém mais cara, agora me assustei com as revelações sobre o Gripen, pensava que a fusão de dados do mesmo era a melhor!Abçs

Fernando "Nunão" De Martini

Nunes Neto,

Esses dados são sobre fusão de dados da versão C/D testada em 2008. De lá pra cá, houve avanços não só nessa versão (já que os upgrades do Gripen são mais frequentes, e essa melhoria foi mostrada nas missões sobre a Líbia) como na versão E, em desenvolvimento.

Marcos

Olhando o preço total do Gripen (de US$154 milhões por unidade), resta saber quanto seria o custo total do F-18, porque, nessas alturas, começo a achar que de fato o Hornetão começa a ficar mais barato.

Fernando "Nunão" De Martini

Marcos, É importante ressaltar que esse preço total unitário do Gripen (pacote total dividido por 22 aeronaves) é no contexto específico do pacote para a Suíça, e que isso é provavelmente diferente do oferecido ao Brasil. Quanto ao caso específico suíço, é certo que o Super Hornet, quando do início da disputa, por volta de 2008, custava mais do que custa hoje ao menos no básico “fly away”, sem os diversos adicionais dos pacotes (treinamento, peças, sobressalentes, participação industrial etc), pois houve grandes ganhos em escala de lá pra cá. Aliás, não entendo o porquê de tanta surpresa com o… Read more »

Iväny Junior

Neste cenário, podemos concluir algumas coisas:

1º- A necessidade da Suíça difere dos exercícios Red Flag;

2º- O Gripen não é um “caça de segunda”, como muitos pregam em relação a super ‘lobby’ hornet e rafale;

3º- Se banânia recebe uma oferta mais em conta do que a Suíça, cada caso é um caso.

Marcos

Con permesso! Peguei em um outro site uma entrevista de LAURO NEY BATISTA, empresário da área aerespacial, que vale a pena ser publicado e mostra o estado atual de nossa política industrial para a área de defesa. Passo alguns pedaço. “Infelizmente, como sabemos, o Programa F-X2 tornou-se um fiasco e o programa do KC quase seguiu o mesmo caminho, devido aos cortes no orçamento. Isso só não ocorreu porque a EMBRAER “passou o chapéu” mundo afora, em busca de parceiros de risco e conseguiu manter o programa. Infelizmente, porém, devido a esse fato, exceto pela própria Embraer hoje não existem… Read more »

Marcos

… alguns pedaços:

Nick

Os suiços foram racionais, como era de se esperar de uma nação desenvolvida.

Apesar de ser um país rico, não tem cheat de money infinito, portanto fizeram uma escolha adequada ao orçamento deles.

Mas foram responsáveis, fazendo postergações que prejudicariam a defesa deles.

Por aqui, existe o cheat do money infinito, mas aplicado a áreas improdutivas. Para a Defesa, o esquecimento.

[]’s

champs

Esse relatório reforça a qualidade do Rafale, que segundo a Dassault, também venceu a concorrência sul-coreana, mas como na Suíça, perdeu por fatores políticos. É relevante o fato de se mostrar, segundo o relatório vazado, superior ao Eurofigther, já que o caça do consórcio europeu é mais caro, mesmo tendo uma escala melhor. Então o problema do Rafale se resume ao preço, é um caça para quem precisa ter um sistema de ponta. Isso reforça a escolha da India no MRCA, naquele cenário sim, o Rafale é necessário e se justifica. Para nós, com nosso orçamento, uma caça dessa qualidade… Read more »

Justin Case

Amigos, No meu entender, os suíços ficaram amarrados na solução Gripen porque tinham dois parâmetros fixos. O valor do orçamento e o número de aeronaves. Se a decisão tivesse vindo uns anos mais cedo, eles teriam o valor suficiente para comprar 22 Rafales. Se o processo demorasse mais alguns anos, provavelmente teriam que comprar 22 treinadores. O critério de decisão tinha que ser custo versus resultado operacional, e não custo versus número de aeronaves. Como a complexidade, a capacidade, os requisitos e os preços crescem com o tempo, fica difícil conduzir um processo de seleção. Ainda assim, esse processo precisa,… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“O critério de decisão tinha que ser custo versus resultado operacional, e não custo versus número de aeronaves.” Justin, Na verdade, para a Suíça é uma combinação dos dois. Existe, para a Suíça, um número mínimo de 22 aeronaves que a princípio não pode ser diminuído, a não ser no caso de uma bruta virada de mesa (que até o momento não houve). E existe um valor mínimo de resultado operacional que foi superado com alguma folga pelo Gripen, independentemente de ter sido superado com mais folga pelos demais. Além disso, não é verdade que o número de aeronaves pretendidas… Read more »

nunes neto

O super-hornet supera as espectativas? Se é mais barato que Lé jaca e Eurofighter, por que não comprar?Outra o eurofighter é um fiasco na arena ar-ar,ar-terra, agora ralou , a primeira capacidade dele foi a ar-ar do Tranche 1, os franceses conseguiram fazer um avião melhor que Itália , Inglaterra, Espanha e Alemanha juntas,que coisa eim só país de tecnologia de ponta!

Justin Case

Nunão, boa noite.

Essa conta de número versus capacidade não é simples de fazer.
Quando os números de aeronaves diminuem, com eles também diminuem os custos logísticos, de infraestrutura e de pessoal.
Mas podemos ver uma tendência. Os países de primeiro muindo estão diminuindo drasticamente o numero de aeronaves, mas não estão perdendo capacidade nem correndo para aeronaves de menor performance.
Outro dia eu apresentei, não lembro onde, um cálculo operacional que analisava o aumento do número de aeronaves necessárias para estabelecer PAC contínua, considerando o tempo inferior que as aeronaves “leves” poderiam permanecer na área a proteger.
Abraço,

Justin

Fernando "Nunão" De Martini

Justin, boa noite.

De fato, mas precisamos relativizar a comparação de “jatos leves”.

A diferença em tempo de PAC para Typhoon, Rafale e Gripen E, pelo que já foi divulgado em mais de uma fonte que não apenas o fabricante, é substancialmente menor do que era para o Gripen C, e pelo que já li os suíços puderam comprovar isso amplamente em testes realizados no demonstrador (e isso levando em conta que se trata de um demonstrador biposto).

PS – enquanto você escrevia, estava consertando um erro de digitação no meu comentário anterior e aproveitei para ampliá-lo.

Fernando "Nunão" De Martini

“Quando os números de aeronaves diminuem, com eles também diminuem os custos logísticos, de infraestrutura e de pessoal.”

Justin, eu concordo em parte mas discordo também.

Isso porque, até certo ponto, há infraestruturas mínimas que são necessárias para atender a uma dúzia de aeronaves (apenas exemplificando) e que atenderão também a três dúzias, e o número maior dilui esse custo básico, tornando o valor operacional unitário mais atrativo e, consequentemente, entregando mais valor por menos custo relativo.

Iväny Junior

Não tenho procuração para defender nenhuma empresa aeroespacial, nem caça, nem qualquer marca que seja aqui. Mas a galera vem avaliando com emoção a cena de caças internacionais. Eu acho que pelo visto, tem muita gente ligada com a dassault pelos deltas, principalmente mirage III e 2000. O rafale tem relatórios superiores a todos os aviões envolvidos neste teste? Sim. Mas também é preciso levar em conta que este teste foi extremamente específico, ao ponto da Boeing nem inscrever seus super hornet e eagles. Principalmente o eagle em suas variadas versões mostra que em termos de aeronave baseada em terra,… Read more »

Marcos

Há uma lenda que diz que o escolhido teria sido o F-18.

Lenda ou não, confio na avaliação da Copac, qualquer que tenha sido o escolhido.