Colisão entre avião da AFA e pássaro durante pouso
Oficial da Marinha fica ferido após colidir com pássaro durante pouso na Base Aérea de Natal
Um piloto da Academia da Força Aérea (AFA) ficou ferido durante um desfile aéreo na Base Aérea de Salvador (Basv). Segundo informações do capitão Marcelo Trope, chefe da Sessão de Comunicação Social da Basv, o comandante de corveta Marcos Alessandro Sell estava se aproximando da pista para fazer pouso quando houve a colisão com um pássaro. Com o impacto da batida, a ave rompeu o vidro de proteção da cabine de pilotagem e feriu oficial no rosto.
Mesmo ferido, Marcos conseguiu realizar o pouso normalmente. Ele foi socorrido inicialmente para o Hospital Aeroporto, onde foi medicado e passou por exames. Apesar de ser instrutor de voo da AFA, Marcos é oficial da Marinha e, por isso, será transferido para Hospital Naval. Segundo Trope, Marcos está fora de perigo, mas ficará em observação por segurança.
O acidente aconteceu por volta das 15h, quando o comandante de corveta pilotava a aeronave T27-Tucano, operada pela AFA para realizar treinamentos avançados. Outras três aeronaves estavam em voo durante o acidente.
O desfile aéreo fazia parte das comemorações ao 71º aniversário da Base Aérea de Salvador no evento Portões Abertos. Durante todo o dia, a base ficou aberta à visitação gratuita.
Além da exposição estática de aeronaves militares e civis, o público teve acesso a diversas atrações culturais, bandas de música, sobrevoo de aeronaves incluindo a Aeronave P-3AM, vetor de Patrulha Marítima operada pelo Primeiro Esquadrão do Sétimo Grupo de Aviação. Também houve exposição de aeromodelos e estandes das Forças Armadas.
FONTE: correio24horas
FOTO: meramente ilustrativa
NOTA DO EDITOR: o comandante Sell é, na verdade “capitão de corveta” da Marinha do Brasil e atua como instrutor da AFA. A equipe do Poder Aéreo deseja o melhor para o comandante Sell em sua recuperação.
Que falta de sorte, uma superfície arredondada daquela para um pássaro penetrar deve ter atingido no ângulo exato, incidentes com aves acontecem aos montes, no Brasil e fora dele, melhoras ao instrutor oficial.
Algumas questões:
1) (modo irônico) – Em tempos de proteção à Beagles, a FAB e o piloto serão punidos? Os aviões, com ordem da Governanta, serão groundados, evitando matarem mais aves?
2) Utilizar os T-27 como instrutores primários, em substituição aos T-25, é possível? Ou é muito avião?
Marcos,
Em relação à segunda pergunta, a resposta é que isso já foi estudado e foi considerado possível, porém não necessariamente ideal do ponto de vista econômico e de se estar, de fato, subutilizando a aeronave na instrução primária. Mas daria para padronizar a AFA só com T-27, se fosse necessário.
Porém, já está sendo desenvolvido o substituto dos T-25, que será o mesmo treinador primário de diversos outros países, conforme o planejamento: o UNASUL-I, derivado de um projeto argentino.
Porém, já está sendo desenvolvido o substituto dos T-25, que será o mesmo treinador primário de diversos outros países, conforme o planejamento: o UNASUL-I, derivado de um projeto argentino.
Sobre este assunto tem matéria com entrevista na revista Forças de Defesa mais recente.
http://www.aereo.jor.br/revista-forcas-de-defesa/
Marcos 11 de novembro de 2013 at 9:33 #
1) Não sei o porquê de tanta ironia. Não há porque o piloto ser punido (foi um acidente, e um dos até comuns) e tão pouco a aeronave ser groundeada. Muiíssimo menos por ordem da Presidente (ou Governanta como vc diz) que tem outras atribuições, duvido que esse tipo de acidente chegue até ela para que ela tome alguma decisão sobre.
2) Não. É muito avião (muita potência, velocidade, etc.)
Marcelo
Nunão:
Quando falam nesse tal de Unasul I, me dá arrepios.
Marcelo, tem FAs que usam jatos na instrução primária. Então só a questão econômica mesmo para impedir uma padronização dessa versão do Tucano como treinador primário. Voltando ao acidente, esse canopi do Tucano é bom do ponto de vista da visibilidade, mas ruim do ponto de vista da segurança. Ele não é resistente à impactos de aves, imagino por questões de peso e/ou custo, como é o canopi do F-16/22. No Viper, o canopi é tão grosso que não é possível o assento ejetável passar por ele, então existe um atraso de meio segundo na ejeção, que muitas aeronaves que… Read more »
Marcelo
Por isso da ironia! Não há motivo para o piloto ou a FAB serem punidos. E em tempo de proteção aos Beagles, sabe-se lá, alguém no Meio Ambiente pode querer achar cabelo em casca de ovo (ou pena em canopi).
🙂
Clécio
Observe no vídeo abaixo, em um teste no canopi do F-16, que o mesmo não se rompe, antes se deforma. Segue:
http://www.youtube.com/watch?v=ibJ3aXrvaCs
E o teste no canopi do F-35:
http://www.youtube.com/watch?v=yqsytx5RNmw
Lembro até hoje de matérias, no início da década de 1980, sobre os testes de impacto de aves no canopi do T-27 Tucano, para os quais se utilizou uma máquina de arremessar carcaças de frango (acho que foi adquirida pela Embraer naquela época). Ou seja, o canopi do Tucano é feito para resistir a impactos de aves até um certo limite (não me lembro qual). Resta saber se esse limite foi superado (por exemplo, ave maior do que o certificado ou combinação velocidade / peso da ave / atitude da aeronave), se alguma fadiga do material levou ao rompimento ou… Read more »
Marcos, eu sei que o canopi do F-16 é resistente à impactos. Acho que a forma como escrevi deixou margem a dúvida. Eu já tinha visto esse vídeo e a onda de choque que descrevi aparece nele.
Nunão, realmente eu me equivoquei ao dizer que ele não é resistente ao impacto de aves. O correto seria dizer que ele não oferece o mesmo nível de proteção que um canopi com duas peças, como o adotado no Super Tucano. Inclusive o Tucano britânico, fabricado pela Shorts, tem canopi diferente do nosso, mais reforçado.
Clésio Luiz 11 de novembro de 2013 at 10:25 #
Opa! Tudo bem? Só acho um tanto contra a segurança, o 1o voo de um cadete (ou civil) ser feito em um turbo-helice com 750shp, quando se pode fazer isso em uma aeronave a pistão, mais dócil, menos veloz et, etc. Então, na minha opinião (e parece que da FAB também) isso é melhor feito em uma aeronave mais simples.
Abraços!
a não ser que exista uma aeronave na AFA antes do T-25…alguém sabe?
abraços
Clésio
Entendi o que você quis dizer.
Marcelo
Tínhamos o T-6, com 550 HP.
Evidente que a AFA tinha outro nome.
Gente… teve uma época lá pela década de 90 que estavam implicando com a fumaça que os aviões da Fumaça produziam… Gente que NÃO TEM O QUE FAZER.
Na minha humilde opiniao o T-27 é ótima opçao para se padronizar a instruçao dos futuros pilotos da Fab, os caras ja teem que começar voando rápido mesmo e com muita potencia de motor pois em outros paises ja treinam direto em jatos .
Sds.Eduardo o observador.
Essa semana o pessoal da imprensa da CRUZEX tava discutindo o assunto do perigo aviário. Deu uns 45min de conversa e a conclusão foi: “Isso vai sempre acontecer, só se pode tentar prevenir.”
Sobre a padronização da instrução em T27, possível é! Se é viável, já é outra história. Não tenho bases pra opinar as vantagens e desvantagens de tudo no T27 ou dividido em 2 ou mais aeronaves. Pessoalmente acredito que tudo numa só é mais racional, agora essa aeronave ser a UNASUL I eu sou contra completamente. Sou contra a UNASUL I do começo ao fim, espero do fundo do coração queimar minha língua.
Joker
Existe uma discussão, que é entre as companhias aéreas e algum órgão (des)regulador, sobre os lixões, que atraem uma quantidade imensa de urubus e outros pássaros, constituindo um risco ainda maior, mas ai é outro assunto.
E além de urubu, tem asa delta. Certa vez cruzei com uma a 7.000 ft. Não faço a menor ideia o que aquele cara estava fazendo lá. Toc… toc… toc…
Estive mês passado na AFA, realizando um voo de T-27 para matar as saudades, e conheci o oficial da Marinha em questão. Ele será um dos pilotos dos C-1A Trader, adquiridos pela Marinha do Brasil. Possuo 2.300 horas nas aeronaves T-27, e fui instrutor da AFA por 4 anos (1991 a 1994). Na minha opinião, a instrução primária nos T-27 é possível, mas não é adequada. Haveria a necessidade de um bom simulador e de mais horas de voo para os cadetes. Importante ressaltar que o T-27 já está próximo de atingir o limite da sua vida útil, que é… Read more »
Salvo melhor juízo, esse foi o segundo caso de ruptura do canopy do T-27 devido a impacto com pássaros. Só me recordo de um caso com uma aeronave da Fumaça, em 1995, na chegada em Manaus. O então Ten Siqueira (hoje comandante de ATR na Azul), que ocupava a nacele traseira, teve uma fratura na mão.
Prezado Rinaldo Nery
Lembro de ter visto um canopy de Tucano rompido dentro das instalações do 1º EIA (Esquadrão de Instrução Aérea). Minha mente pode me trair, mas eu acredito que este canopy também foi destruído por um choque com uma ave.
Em 1992, ou 1993 (se não me engano), a SSIPAA da AFA fez um teste, no solo, do uso da ferramenta para quebra do canopy, usada em caso de falha da ejeção do mesmo (em caso de pouso forçado). O então Ten Nogueira, da minha turma, foi quem fez o teste. O canopy foi quebrado durante o teste. Não sei se foi nessa época que você o viu (o avião).
Vi só o canopy quebrado em exposição. E isso foi em 2010.