PAK FA - foto Sukhoi

Segundo RIA Novosti, delegação militar russa a caminho do Brasil vai oferecer desenvolvimento conjunto de um caça ‘do tipo’ do mais novo modelo russo

Reportagem da RIA Novosti sobre a iminente visita de uma delegação militar russa ao Brasil trouxe mais detalhes sobre a notícia, já publicada aqui, sobre oferecimento russo de participação no desenvolvimento de um caça de quinta geração. Um integrante da delegação disse à RIA Novosti que será oferecido a autoridades brasileiras de defesa o desenvolvimento conjunto de um avião de combate de quinta geração “do tipo” do mais novo caça russo.

A proposta, aparentemente, está apoiando uma oferta não-solicitada do caça Su-35, por parte do fabricante russo Sukhoi, após este não ter sido selecionado como finalista do programa F-X2 da Força Aérea Brasileira, que visa adquirir 36 caças por cerca de 4 bilhões de dólares. A Rússia ainda tem esperanças de vender o Su-35 ou aeronaves similares ao Brasil por fora da concorrência brasileira, e estaria adoçando essa possibilidade com a nova proposta.

“Durante as conversações com o Brasil, estamos prontos para oferecer a nossos parceiros a entrega de avançados caças como o Su-35, prontos para venda, mas também o desenvolvimento de um avião (de combate) de nova geração do tipo do T-50”, disse a fonte da delegação.

Sukhoi T-50 PAK FA - foto Ria Novosti

A delegação russa, escalada para visitar Peru e Brasil entre 14 e 17 de outubro, é liderada pelo ministro da Defesa Sergei Shoigu e inclui Alexander Fomim, chefe do Serviço Federal para Cooperação Técnico-Militar (FSMTC) e Anatoly Isaikin, chefe do monopólio de exportação de armas Rosobornexport.

O T-50 ou PAK-FA, que formará o núcleo da futura frota de caças da Rússia, é um avião de combate multitarefa dotado de tecnologia “stealth” (furtiva), supermanobrabilidade, capacidade de supercruzeiro e avançados aviônicos, o que inclui um radar de varredura eletrônica ativa. No final de abril, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que o primeiro T-50 vai entrar em serviço nas Forças Armadas Russas em 2016.

A Rússia e a Índia já estão desenvolvendo um derivado do T-50 para a Força Aérea Indiana. De acordo com executivos da estatal aeronáutica indiana HAL ( Hindustan Aeronautics Limited), que deverá fabricar a aeronave, os dois lados completaram no início deste ano o projeto preliminar do avião, denominado FGFA, e agora negociam um contrato para o projeto detalhado.

T-50 PAK FA - foto Sukhoi via RIA Novosti

Quanto ao Brasil, a concorrência F-X2 é a segunda tentativa brasileira de encontrar um substituto para seus envelhecidos caças Northrop F-5 e Dassault Mirage. Uma concorrência anterior, denominada F-X, foi cancelada em 2005 devido à falta de recursos. Três concorrentes restam oficialmente na disputa, o sueco Gripen NG, da Saab, o francês Rafale, da Dassault, e o norte-americano F/A-18E/F Super Hornet, da Boeing.

De acordo com o site Defense Industry Daily, o Super Hornet estava prestes a ganhar a concorrência no mês passado, mas revelações de que a Agência Nacional de Segurança (NAS) dos Estados Unidos espionaram o gabinete da presidente do Brasil, essa escolha foi adiada. O site brasileiro Poder Aéreo*, citando autoridades locais, afirmou que a presidente brasileira Dilma Rousseff decidiu, no mês passado, postergar a concorrência até 2015, após as eleições do próximo ano.

FONTE / FOTOS CENTRAL E INFERIOR: RIA Novosti (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

FOTO DO ALTO: Sukhoi

*NOTA DO EDITOR: na verdade, o Defense Industry Daily cita o Poder Aéreo como fonte para essa afirmação de que autoridades ligadas à presidente confirmaram o adiamento do F-X2 para 2015, embora isso seja parte de reportagem do Valor Econômico, publicada aqui como clipping em 26 de setembro. Por outro lado, o editor-chefe do Poder Aéreo havia sido solicitado dias antes (20 de setembro) a opinar sobre o assunto para o Jornal do Brasil, ocasião em que expressou a opinião de que a decisão provavelmente ficaria para 2015.

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nunes neto

Uma variante deste,como os indianos estão fazendo, nada muito diferente, lembrar que desenvolver algo novo, custa muito caro e o Brasil não quer gastar essa grana, por que ter grana o GF têm,a exemplo dos elefantes brancos da copa

Edgar

Isso me leva a pensar que o modelo indiano também vai ser “tipo” o PAK-FA…

nunes neto

Edgar, sim vai ser tipo, eles queriam uma variação com dois lugares!Assim como os nossos submarinos serão “tipo” scorpene

Edgar

Nunes, acho que o PAK-FA “Type-BR” seria +/- assim:

Stealth Fighter

😀

Nick

Uma versão MKBR do SU-50 não seria nada mal não.

Aviônica ocidental, linkBR2, etc, etc.

Não ser idêntico ao PAKFA ou mesmo ao FGFA (versão Indiana do PAKFA) pode ter suas vantagens, mas também é claro, existiria a necessidade de volume maior de investimentos.

[]’s

eduardo pereira

Ja estou ansioso pelas proximas noticias sobre a passagem dos russos por aqui, tomara que nossos estadistas nao melem tudo!

Baptista Jr

Amigos do Poder Aéreo, boa noite Mais uma vez, venho a este espaço de pessoas de bom senso, debate aberto e conhecimento aeronáutico para deixar minha opinião acerca de um tema de elevada importância. Nada me parece mais amador e subdesenvolvido do que o apoio a inúmeras “oportunidades de ouro” para nossa Força Aérea, que nos são apresentadas por países e empresas interessadas em “nos ajudar”. Acreditar em tais propostas, muitas delas que nem sequer podem ser classificadas como “folders”, beira a ingenuidade e amadorismo, aspectos que, com base nos valores envolvidos, deixei de acreditar há muito tempo. A FAB,… Read more »

nunes neto

Edgar, é esse mesmo, e vai custar o olho da cara,kkkk

Marcos

Prezado Brigadeiro Baptista Jr.:

O problema é que nossa Administração Federal tem justamente se lançado em aventuras, tudo embasado em um viés ideológico, cujos exemplos não faltam.

geobosco

É uma situação a ser analisada com muito cuidado, pois não envolve somente a compra e a tranferência de tecnologia, mas também toda uma mudança de operar caças , pois operamos há décadas material de origem ocidental( americanos e europeus), e assim teremos que analisar o apoio pós-venda, peças de reposição, armamentos, etc. Além disso, corremos o risco de passarmos uma imagem de não sermos um país sério- pois abrimos uma concorrência que se arrasta há mais de 10 anos e não decidimos nada ainda – e jogarmos todo um trabalho feito por empresas sérias e oficiais da FAB que… Read more »

Mayuan

Tudo muito bom e muito correto, especialmente Bosco e Baptista. Será talvez que não estamos assumindo pressupostos incorretos? O fato do Brasil ingressar de alguma forma no projeto PAK-FA não significa necessariamente a extinção do FX2. Nosso país deveria, em minha opinião, concluir o FX2 com a compra dos Gripens, adequados a nossas necessidades e orçamentos e de qualquer forma pelo menos analisar essa proposta. É óbvio ululante que 36 vetores não resolverão a situação de penúria vivida pela caça Brasileira. Já cansamos de debater aqui que aparentemente o ideal seria em torno de 120 vetores. Da mesma forma, também… Read more »

Bogaz

Concordo com o Geobosco. Sem desemerecer a capacidade dos avioes russos. Alias, adoraria ver um sukhoi voando na FAB, mas acho um decisao muito arriscada. Se fechassemos com os russos estariamos nos comprometendo ha decadas de dependencia russa. Operariamos pelo menos duas geracoes de cacas russos. o Su-35 e o T-50. Se considerarmos que no Brasil ha operacao de um determinado modelo dura decadas a exemplo do F-5 e so fazermos a contas. 70, 80 anos de cacas russos na FAB? E toda a experiencia que temos operando cacas ocidentais. Ferramentas, doutrinas, apoio dos fornecedores, manutencao. Jogamos fora? Para fazermos… Read more »

HMS TIRELESS

Birgadeiro baptista Jr, o Senhor foi irretocável! Parabéns!

Marcos

off topic

Em 02 de outubro passado a US Army definiu as quatro empresas que repartirão US$217 milhões para desenvolvimento dos protótipos do “Joint Multi-Role technology demonstration (JMR TD)”.

(by Aviation Week)

Marcos

Edgar:

Essa imagem é do FX-2.

Augusto

Off-topic

O CADE aprovou acordo entre Embraer, Avibras e AEL: http://www.valor.com.br/empresas/3304142/cade-aprova-acordo-entre-embraer-avibras-e-ael-sistemas

Observador

Senhores, Começando do óbvio: Os russos só querem uma coisa: nosso suado dinheirinho. A conta do desenvolvimento do T-50 sobe sem parar e eles precisam de mais um bando de trouxas para ajudar a dividir a conta além dos indianos. Não querem parceiro estratégico, e vão criar todos os obstáculos que imaginarem para transferir tecnologia. Agora o não tão óbvio: A complicadíssima logística russa. Muitos equipamentos são produzidos em fabriquetas de fundo de quintal em uma escala artesanal. Com isto, ou você tem falta de escala (só pode contar com um único fabricante) ou sérios problemas de controle de qualidade… Read more »

Max

O Ria Novosti está citando o Poder aéreo como fonte de algumas informações :
” Brazil’s Poder Aero magazine, citing local officials, says Brazil’s President Dilma Rousseff decided late last month to postpone the tender until 2015, after next year’s elections. ”

http://en.ria.ru/military_news/20131014/184141077/Russia-to-Offer-Brazil-Stake-in-Future-Advanced-Fighter-Project.html

Que moral hein?

Gilberto Rezende

É compreensível a posição do Brigadeiro Batista de valorizar o trabalho da Copac e defender a manutenção do FX-2. ACONTECE que o esforço do FX-1 deu em nada e nada impede de que o esforço do FX-2 tenha o mesmo amargo fim. Quem DECIDE não é a COPAC, não é o Comando da Aeronáutica e nem o Ministério da Defesa é o poder CIVIL através do Presidente da República e do Conselho de Defesa. É uma decisão de política-estratégica com assessoria técnica e econômica. Dito isso SE o governo considera a opção pelo Rafale como economicamente inviável e ainda mantém… Read more »

Control

Srs Uma capacitação tecnológica, mesmo que seja o simples assentamento de tijolos, precisa ser desenvolvida fazendo. Infelizmente, talvez pela nossa cultura básica indígena de coletores, somos propensos a querer fugir desta realidade, buscando adquirir a capacitação sem o esforço de desenvolver a habilidade por si, o que nos leva a tristes resultados. Pior, expertos de todos os naipes, continuamente nos acenam propostas que atiçam esta nossa tendência irrealista. Temos mais uma vez, em discussão, a possibilidade de, com pouco esforço, com o dispêndio de alguns poucos bilhões de dólares, chegarmos ao nirvana das aeronaves de 5ª geração. Num estalar de… Read more »

Fighting Falcon

Se para comprar caça tampão não temos dinheiro para adquirir nem operar o que dirá participar disso ae.
Mais um tiro no pé se for aceito.

nunes neto

Fighting Falcon, dinheiro tem, só que o governo elegeu outras prioridades! Construir elefantes brancos da copa, estádios de bilhões onde se jogará 3 partidas, e onde os clubes não colocam nem 3 mil espectadores nos maiores clássicos, cidades onde o futebol pelada faz mais sucesso que o profissional!Tem dinheiro para olimpíadas militares, para perdoar dívida de país cumpanheiro, etc….

HMS TIRELESS

Gilberto: Mesmos as escolhas políticas precisam ser tecnicamente exequíveis. Assim, o processo de seleção de caças para a FAB deve, sob pena “destepaiz”ser (mais uma vez) objeto do escárnio internacional, ser um dos finalistas do FX-2. A proposta russa é indevida e inoportuna. Indevida pelo fato de que essa “atravessada”apenas terá o condão de bagunçar ainda mais o processo de escolha no momento em que ele já se encontra em seu estágio final. E inoportuna pelo fato do desenvolvimento do PAK FA estar enfrentando problemas sendo o mais constangedor deles o fato de não estrem conseguindo reduzir o RCS do… Read more »

Vader

PAK-FA tipo NET?

🙂

Antonio M

E a Suiça comprou aviões de papel da Suécia ?!

HMS TIRELESS

A questão Antônio M é que o Gripen NG representa um risco tecnológico bem menor que o PAK FA. Ou seja, ele certamente vai se materializar. Já o PAK FA corre o risco de, ao ver a luz do dia, não ser essa coca-cola toda e constituir-se meramente em um híbrido de 4.5-5ª Geração.

Baschera

Imprensa russa….. I don’t belive…. hahahaha…. esta deve ser a 465º matéria sobre o assunto.

Sds,

Mayuan

Nem a Russa nem qualquer outra prezado Baschera. A observação e pesquisa mostram que na maior parte das vezes existe muito mais nas entrelinhas que no texto em si.