Pesquisa mostra que população suíça é contra a compra do Gripen

12

Gripen NG nas cores da Suíça - fotomontagem Saab

Uma pesquisa de opinião pública realizada pelo instituto de pesquisas Isopublic e publicada neste domingo pelo jornal SonntagsBlick revelou que 63% dos entrevistados se opunham à compra dos aviões.

Apenas 31% era a favor da compra enquanto 6% não tinham opinião. Cerca de 1.000 pessoas foram entrevistadas para o levantamento.

Os resultados foram semelhantes aos de uma pesquisa sobre a mesma questão no ano anterior, quando 64,1% eram contra a compra, 25,6% a favor e 10% não tinham opinião. Os resultados foram anunciados logo após a câmara baixa do parlamento votar a favor da compra dos 22 aviões Gripen para substituir os velhos F-5 Tiger do exército suíço.

O governo suíço anunciou inicialmente sua decisão encomendar os caças suecos em novembro de 2011, dizendo que eles eram os mais baratos das três opções. No final de agosto, uma comissão parlamentar votou a favor (14 a 9) da aquisição dos aviões Gripen, com duas abstenções.

O Senado, que no início deste ano procurou modificações no acordo, terá novamente que considerar o contrato proposto no final deste mês. Mesmo que ambas as casas apoiem a compra dos aviões, a questão está prevista para ser decidida num referendo nacional.

A população em geral ainda precisa ser convencida de que os caças são necessários. O último levantamento feito pela Isopublic descobriu que 60% dos entrevistados eram contra a compra de qualquer tipo de caça novo para o exército suíço, enquanto 40% apoiavam a ideia.

Gripen F em Axalp - foto Depto de Defesa da Suíça

NOTA DO EDITOR: como foi o caso da pesquisa do ano anterior (veja primeiro link da lista abaixo), números podem ser interpretados de várias formas. Quanto à pesquisa deste ano, infelizmente a reportagem original não informa um dado que revelou-se interessante no ano passado: naquela ocasião, dentre a parcela da população que se mostrava favorável à compra de novos caças a maioria preferia o Gripen. O que resta, de fato, é convencer parte dos 60% que são contra a compra de novos caças (independentemente de serem o Gripen ou qualquer outro) a ver essa aquisição de jatos de combate como algo necessário

Em recente entrevista a um jornal suíço de língua alemã, o chefe do Departamento de Defesa (Ueli Maurer, que neste ano também acumula o cargo de chefe de governo) disse que, no caso de não se efetivar a compra do Gripen, uma nova concorrência terá que ser aberta. E, caso isso aconteça, não se deve esperar qualquer nova decisão antes de 2020, o que faria com que um novo caça só estivesse efetivamente equipando os esquadrões quase na metade da próxima década. A mesma entrevista (em alemão – clique aqui para acessar original) e reportagens recentes indicam que essa opinião do público pode mudar ao longo da campanha informativa que anteceda a um referendo popular, pois partidos que formam a maioria na Câmara e no Senado já explicitaram seu apoio à compra do Gripen e haveria uma tendência histórica da população seguir o mesmo caminho de seus representantes.

FONTE: The Local (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês)

IMAGENS: Saab e Departamento de Defesa da Suíça

VEJA TAMBÉM:

Subscribe
Notify of
guest

12 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Corsario137

Manda pra cá então que aqui a vaca tá indo pro brejo.
Buaaaaaaaaaaa 🙁

Felipe Augusto Batista

Corsário, nós somos parte dos 40%, faça a mesma pesquisa no Brasil e eu garanto que a porcentagem do povo que defende a compra de um caça novo pra FAB vai ser ainda menor.

Fighting Falcon

Tomara que não tenham a mesma ideia aqui, aí tudo vai para o saco mesmo.

HMS TIRELESS

Se o Gripen, que e um aparelho barato de comprar e manter, que possui componentes de alta escala de produção como e o caso do motor GE F-404/414, esta enfrentando essa rejeição toda,o que dizer então da donzela francesa e seus altos custos de operação e manutenção além dos componentes de baixa escala de produção?

Fernando "Nunão" De Martini

“HMS TIRELESS em 09/09/2013 as 8:52” Na verdade, quando se cruza os dados com os que respondem a outra pergunta “genérica” sobre caças, sem explicitar o modelo, o resultado é praticamente o mesmo. Assim, percebe-se que cerca de 60% da população não quer caça novo algum, seja ele Gripen, Rafale ou Typhoon. Já no ano passado a mesma pesquisa trazia um dado interessante que não vi nesta (colocamos nota do editor para ressaltar o fato): dos que eram favoráveis a comprar caças, a maioria preferia o Gripen, e não os demais. Isso porque (na ocasião) 25% do total da população… Read more »

Apollo

Em época de paz quase todos os povos se comportam da mesma maneira na história moderna. A história está aí para provar. Vide o despreparo inglês, francês, belga, holandês…… às vésperas da segunda grande guerra. A história inglesa, particularmente bem documentada mostra a forte oposição ao armamentismo às vésperas da invasão da Polônia pelos alemães. Com os franceses foi exatamente a mesma coisa até o dia em que suas fronteiras foram violadas. Hoje na Europa acontece ciclicamente a mesma coisa, a maioria dos paises tem cortado os gastos militares fortemente com um grande apoio da população e isto vai acontecer… Read more »

Joner

Eu não sei o que passa na cabeça das pessoas que dizem: “não estamos em guerra, não temos inimigos, não estamos sofrendo ataque algum, ou no caso do Brasil, nossos vizinhos são amigos”. A pergunta que faço é a seguinte: E se? E se formos atacados, invadidos? Essas pessoas acham que as industrias vão entregar equipamentos bélicos em alguns dias? Ou pior, será que pensam que os pátios dos fabricantes são como as montadoras de veículos no Brasil? Se um contrato normal leva uns quatro anos para entregar as primeiras aeronaves, imaginem em um período de guerra, onde a procura… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Lembrando também que toda essa polêmica do Gripen está num contexto de discussões, também ásperas, a respeito de se manter ou não o serviço militar obrigatório na Suíça e que isso afeta igualmente a opinião pública. O tema também deverá ser debatido e votado no Senado daquele país nesta semana.

Vader

O Egito (Império Antigo) ficou 2.000 anos sem sofrer ameaça alguma. Sempre mantiveram superioridade tecnológica e numérica perante as ameaças. Quando decidiram desmobilizar seu exército permanente, foram invadidos pelos Hicsos, e ficaram 500 anos sob jugo. Roma foi durante um milênio a mais poderosa e gloriosa força militar que o mundo já vira antes da pólvora. Inexpugnável por 800 anos. Quando decidiram substituir suas legiões por mercenários bárbaros contratados, foi conquistada. A Europa Medieval Cristã, após as invasões bárbaras, achava que poderia prescindir de forças de combate organizadas. Acabaram dominados a leste pelos eslavos, ao sul pelos mouros e a… Read more »

Felipe Augusto Batista

Poggio, OK, lá o sim ganhou, mas caso o GF tivesse levado adiante aquela idéia de plebiscito e por algum motivo incluísse a compra de caças você acredita que o sim teria ganho aqui também? Eu tenho dúvidas…