Ferraço sobre o F-X2: ‘governo foi indolente e lerdo neste processo’

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Presidente da CREDN acusa Dilma de descuidar da defesa do país por adiar compra de caças

 

F-X2-vinheta7-poder_aereo

vinheta-clipping-aereoO presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço, disse nesta quinta-feira que o governo foi negligente com a defesa do país ao adiar uma licitação para a compra de 36 caças, na qual participam empresas dos Estados Unidos, França e Suécia.

“O governo foi indolente e lerdo neste processo”, declarou o senador para correspondentes estrangeiros, mas disse que ainda acredita que a licitação “possa” ser concluída antes do fim do ano.

O processo para a compra dos 36 caças começou em 1995, mas foi postergado em sucessivas ocasiões (em 1998, 2003, 2010 e 2011), sempre devido a problemas orçamentários.

Segundo Ferraço, “faz 18 anos que os governos brasileiros não se decidem” sobre um projeto de modernização que a Força Aérea “propôs de uma forma preventiva e programada”.

Também sustentou que, ao mesmo tempo em que o Brasil “posterga várias vezes” a aquisição dos caças, outros países sul-americanos, como Venezuela e Chile, renovaram e “fortaleceram” suas forças aéreas.

Além disso, declarou que “enquanto não são tomadas decisões, os problemas do país aumentam” e o narcotráfico estende suas redes, sobretudo “na fronteira com a Bolívia”. O senador garantiu que “50% da droga” consumida no Brasil entra pela fronteira boliviana.

Ferraço afirmou que a compra dos caças é um “projeto de Estado” que chegou “ao limite do limite”, pois a própria Força Aérea informou que os 12 aviões Mirage 2000 que o país possui só poderão operar até dezembro, quando serão substituídos por aeronaves F-5, também antigas e que estão no final de sua vida útil.

O senador citou o comandante da Força Aérea, Juniti Saito, que disse em um recente comparecimento à Comissão de Relações Exteriores que a licitação poderia ser concluída no final deste ano.

“Esperemos que seja assim”, pois de outro modo o Brasil ficará em “uma situação de vulnerabilidade”, disse o senador do PMDB.

Para a última fase do processo foram selecionados os caças Rafale da empresa francesa Dassault, os FA-118 Super Hornet da americana Boeing e os Gripen NG da sueca Saab.

Ferraço disse que na próxima semana vai fazer uma visita à Suécia, convidado pelo governo desse país, e que aproveitará para conhecer “mais detalhes” do projeto apresentado pela Saab.

Também deve visitar a França para se reunir com representantes da empresa Dassault, mas esclareceu que isso ainda não foi confirmado, assim como uma visita às instalações da Boeing nos Estados Unidos.

Ferraço admitiu que a compra dos aviões de combate é uma “prerrogativa” do Poder Executivo, mas assegurou que a Comissão de Relações Exteriores do Senado tem o “dever” de “analisar” e “fiscalizar” essa operação, cujo valor é estimado em R$ 15 bilhões (cerca de US$ 6,5 bilhões).

FONTE: EFE, via portal UOL

COLABOROU: Henrique C. O.

NOTA DO EDITOR: a revista Forças de Defesa n.8, publicação trimestral associada ao blog do Poder Aéreo,  entrevistou com exclusividade o senador Ricardo Ferraço (PMBOP-ES),  presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal. Em breve ela estará em uma banca perto de você ou via compra direta pela internet. A versão digital para dispositivos móveis tipo tablet e smart phone também estará disponível em breve.

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Ozawa

“Enquanto não são tomadas decisões, os problemas do país aumentam” e o narcotráfico estende suas redes, sobretudo “na fronteira com a Bolívia”. O senador garantiu que “50% da droga” consumida no Brasil entra pela fronteira boliviana. Ferraço afirmou que a compra dos caças é um “projeto de Estado” que chegou “ao limite do limite”, pois a própria Força Aérea informou que os “12 aviões Mirage 2000 que o país possui só poderão operar até dezembro, quando serão substituídos por aeronaves F-5, também antigas e que estão no final de sua vida útil.” Mas para o establishment político do Brasil de… Read more »

Edgar

O Senador deveria protestar diretamente com a chefA, convocando a mesma para uma audiência na comissão a qual preside e sujeitá-la à sabatina de não governistas e, por que não, militares e especialistas em Defesa. Talvez uma audiência pública como essa, onde a gerentA fosse exposta, daria um tapa nas ideias dela e a acordaria pro tema.

Mas volto a afirmar que o Senador tem muito mais ferramentas que nós ou a própria FAB pra fazer o FX-2 acontecer. Afinal, seu partido governa de fato nosso país desde a volta da “democracia”.

Galeão Cumbica

Amigos, depois de ontem que o congresso absolveu o criminiso condenado pelo supremo por 13 anos de cadeia, nao posso acreditar mais em nada, nem que este cidadao, mesmo que seja de bom grado, va fazer alguma coisa pra mudar a quadrilha que esta no poder.

Agora nao leio mais links ligados a este defunto, somente coisas tecnicas, na minha opiniao, nos que ja sabemos o que vai acontecer nao e mais nada novidade.

sds
GC

ernaniborges

Deveríamos ingressar no judiciário com uma ação civil pública com a obrigação de fazer, para forçar uma decisão, seja ela qual for.

Ricardo Cascaldi

Esse cara anda fazendo barulho, temo que em breve alguém vai tentar silenciar ele assim como fazem com todos nesse país.

Abraço!

Mauricio R.

“Mas volto a afirmar que o Senador tem muito mais ferramentas que nós ou a própria FAB pra fazer o FX-2 acontecer.”

Então pq o ilustríssimo senador não passa uma emenda parlamentar, aproveitando a onda do recém aprovado “Orçamento Impositivo”, determinando a União a aquisição dos caças???
Empatar as páginas da revista, c/ a sua entrevista ele soube.