F-X3 da Coreia do Sul: estaria o F-15 ‘Silent Eagle’ em vantagem?

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F-15 Silent Eagle - teste de túnel de vento - foto Boeing

Com a proposta final em andamento para o programa de aquisição do próximo caça sul-coreano, o preço estimado em ₩ 8.300.000.000.000 (7.5 bilhões dólares americanos) está no centro das discussões, o que coloca o Boeing F-15 Silent Eagle (SE) na posição de forte concorrente.

No entanto, observadores militares dizem que a seleção com o foco no preço pode condenar o objetivo da Força Aérea Coreana de aumentar o seu poder em função das capacidades menores do F-15SE.

O F-15 luta contra o Lockheed Martin F-35 Lightning II e o Eurofighter Tranche 3 Typhoon da EADS no programa de aquisição de 60 caças para a Força Aérea com o propósito de substituir sua frota obsoleta de caças F-4 e F-5.

A licitação de três dias começou terça-feira e está prevista para durar até sexta-feira.

A agência encarregada da avaliação (Defense Acquisition Program Administration -DAPA) realizou um total de 55 sessões ao longo de três semanas entre junho e julho, mas nenhuma proposta ficou dentro do orçamento projetado, sendo que a Boeing teria o valor mais próximo do teto estipulado.

“Embora a preço represente apenas 15% do processo de seleção, ele controla totalmente a licitação, o que não faz sentido”, disse Shin In-Kyun, presidente da Korea Defense Network.

F-15 Silent Eagle - teste de túnel de vento - foto 2 Boeing

“A indústria de defesa está temerosa de que a agência de aquisição de armas escolha o F-15 com base apenas no preço, em vez de desempenho e outras características. Tal seleção pode vir a ser um desperdício típico de dinheiro”, disse Yang Uk, pesquisador sênior do Fórum de Defesa e Segurança  Coreano (KDSF).

A Força Aérea está interessada em comprar o F-35 para equilibrar o poder militar na região Ásia-Pacífico, considerando a sua capacidade furtiva. Atualmente a China está desenvolvendo caças furtivos e o Japão planeja adquirir um total de 42 F-35.

A fim de recuperar o atraso em relação ao jato F-35, a Boeing remodelou o seu F-15 Strike Eagle com algumas características de baixa observabilidade. Ela propôs baias conformais para armas (CWB), material absorvente de radar e caudas verticais inclinadas – embora isto não tenha contido os críticos sobre a funcionalidade destas mudanças. De acordo com a DAPA, a introdução de caudas verticais inclinadas 15 graus para fora vai requerer investimento coreano direto.

F-15 Silent Eagle - foto Boeing

“O Silent Eagle é assim chamado por causa de sua discrição, mas sem inclinar as caudas verticais, a aeronave não será capaz de reduzir a seção radar (RCS)”, disse Shin.

“O F-15 é uma aeronave com RCS é elevado juntamente com o Sukhoi Su-27. A CWB também não terá a performance desejada”.

Yang disse que a introdução de características ligadas à redução do RCS afeta diretamente a principal vantagem  do F-15K Slam Eagle, a sua  grande e diversificada carga de armas e alcance. O Slam Eagle é um derivado avançado do Strike Eagle.

“A CWB impede a Silent Eagle de carregar várias armas”, disse Yang.

Ele acrescentou que a capacidade furtiva de uma aeronave deve ser introduzida no projeto desde a sua origem.

“Com as dúvidas sobre as características furtivas, por que temos que comprar o Silent Eagle por ₩ 8.300.000.000.000”, disse Yang.

FONTE: The Korea Times (tradução e adaptação do Poder Aéreo baseado no original em inglês)

FOTOS: Boeing

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Ricardo Cascaldi

Quem dera nós com esse lixo de F-15, que tem um desempenho inferior e blá blá blá…

Ainda aposto que 1 F-15 com AESA é melhor do que muita coisa do inventário chinês.

Abraço!

Edgar

Como os europeus conseguiram deixar o Typhoon mais caro que o Silent Eagle??

Seria apenas o câmbio? Devem ter fechado a proposta em Libras.

Imagino quanto outro consórcio europeu cobraria por seu bimotor à SK…

Vader

Edgar, o Typhoon é naturalmente caro pois, por razões políticas, suas linhas de montagem são na maior parte redundantes, ou seja: a mesma peça/parte é fabricada por dois dos países consorciados (Alemanha, Itália, GB e Espanha). Nenhum dos parceiros quis ficar inteiramente “na mão” de outro, de modo que quase tudo no Typhoon é fabricado ao menos por dois dos parceiros; assim, caso algum deles resolva “encrencar” e não fornecer a sua parte, sempre se pode recorrer ao parceiro-redundante do consórcio. É um modelo engenhoso e mais seguro de consórcio. Mas isso tem um preço. Não fora isso e, com… Read more »

Joner

Ricardo Cascaldi disse:
14 de agosto de 2013 às 23:54

“Quem dera nós com esse lixo de F-15, que tem um desempenho inferior e blá blá blá…

Ainda aposto que 1 F-15 com AESA é melhor do que muita coisa do inventário chinês.”

Ricardo, eu arisco a dizer que o F-15 mesmo sem AESA é melhor que QUALQUER COISA CHINESA!!!!
O F-15 possui records dificeis de superar!

Vader

Na boa, mas esse F-15 “Silent” é um remendão.

Um remendo de respeito e que talvez compense para quem já possui F-15 no seu inventário, caso da Coréia.

Mas ainda assim, não passa de um remendão. Para qualquer um que já não opere F-15 seria uma tremenda de uma furada.

HMS TIRELESS

Vader:

É com muito pesar que eu discordo de você. Não vejo o SE como remendão! É uma bem pensada atualização daquele que é fortíssimo candidato a ser o melhor caça jamais construído. Segundo informações com esse pacote a assinatura frontal do F-15 se aproxima dos valores do F-35. E tudo isso levando os mísseis em compartimento interno. Certamente seria uma surpresa desagradável para qualquer oponente.

Vader

HMS TIRELESS disse: 15 de agosto de 2013 às 10:31 Caro Tireless, truco, seis, nove e doze que isso aí tenha o mesmo RCS de um F-35. Duvideodó um quintizilhão de vezes, e basta olhar para a foto frontal dele e ver as enormes e escancaradas entradas da turbina para constatar que isso simplesmente não pode ser verdade. Por melhor que seja a Boeing em termos de materiais RAM, o F-15, ao contrário do Super Hornet, por exemplo, teve pouquíssimas alterações em suas formas. Por outro lado, consta que a Boeing inclusive desistiu da deriva vertical, o que sabidamente não… Read more »

Vader

Ops, “deriva inclinada”.

Blind Man's Bluff

Eu também tenho que duvidar na questão do RCS frontal. Para reduzi-lo, não basta esconder o armamento em baias internas. Além da forma característica dos stealth, o material da construção e o revestimento também tem grande peso na equação; sem falar na abertura dos intakes, que aparentemente não foi modificada em nada na nova versão SE. No fim das contas eu duvido que seja possível aproximar o RCS frontal, de qualquer aeronave já existente, ao de uma desenvolvida a partir desse ponto primordial. Não é por nada que depois de 20 anos da aparição da primeira aeronave stealth, ninguém fora… Read more »

Joner

A deriva inclinada certamente diminuiria sim o RCS quando “iluminado na perpendicular”.
Pois segundo uma lei da propagação das ondas, quando uma onda eletromagnética se choca com um material metálico dotado de ângulos retos, essas ondas serão refletidas para a origem da irradiação, ou seja, a antena do radar inimigo!
Não é a toa que o SH é dotado desse artificio, agora o quanto isso iria custar para ser incrementado, é pergunta para a Boing, já que esta aparentemente desistiu ou não encontrou quem pagasse pela auteração.

Joner

Leia-se “alteração”. rsrsrsrs

Guizmo

Pra mim, o mais incrível da reportagem é o coreano dizer que a questão financeira representa 15% do processo de decisão.

Ou seja, as preocupações com a parte técnica, de capacidade militar, de desenvolvimento de parceria – são o que realmente contam…..interessante perspectiva

Joner

É Guizmo, é uma perspectiva de quem se importa com a soberania nacional.

Fighting Falcon

Olha uma outra ótima opção ai.
Pena que os custos de operação sejam tão elevados.
Dizem cerca de US$ 30 mil a hora de voo.

Guizmo

Pois é Joner……mas sabemos que essa mentalidade só mudaria com uma ameaça real à nossa soberania. Enquanto isso, assunto militar é tabu em nossa sociedade……