Franceses esperam entregar primeiro Rafale à Índia em 2016

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Rafale - foto Dassault

Orçamento de defesa francês está se baseando na suposição de que em 2016 começariam as entregas do caça da Dassault à Índia

O Ministro da Defesa da França, Jean-Yves, Le Drian espera que seu país faça as primeiras entregas de caças Rafale à Índia por volta de 2016-2017. A informação, reproduzida pelo jornal indiano Times of India, saiu no diário financeiro francês Les Echos.

Conforme a reportagem do jornal francês, o próximo orçamento de Defesa da França, atualmente em fase de planejamento, está baseado na suposição de que as primeiras entregas à Índia do Rafale, produzido pela francesa Dassault Avition, começariam em 2016. Ainda segundo o Les Echos, Le Drian deverá ir para a Índia para conversações sobre o contrato, cuja negociação envolve a compra de 126 caças multitarefa.

Em abril, fontes indianas haviam dito à Reuters que o acordo poderia ser atrasado. Isso porque os dois países lutavam para conseguir atingir um acordo sobre o papel da subcontratada estatal indiana (a HAL). A Índia selecionou o Rafale da Dassault para negociações exclusivas em janeiro de 2012, após uma disputa acirrada com outros competidores. Porém, ainda precisa finalizar o acordo estimado em 15 bilhões de dólares, que poderá ser uma das maiores encomendas de importação de material de defesa do mundo.

Caças Rafale com pós combustores acionados - foto K Tokunaga - Dassault

“A defesa está bastante otimista sobre a exportação do Rafale”, diz a chamada do jornal francês Les Echos.

A matéria original do jornal Les Echos, publicada nesta quarta-feira (12 de junho), após afirmar que se espera uma assinatura do contrato para este ano e que a lei de programação militar fala em entregas à Índia em 2016, começa seu texto questionando se esse otimismo não seria exagerado.

A reportagem destaca que o próximo orçamento militar, em desenvolvimento, inclui a hipótese de exportação do Rafale, e que esse otimismo quanto às entregas se iniciarem em 2016 pressupõe a assinatura do contrato, pelos indianos, neste ano. Isso porque, segundo o fabricante, leva três a quatro anos para produzir a primeira aeronave. Isso não seria impossível, mas a janela poderá se fechar em breve, com a aproximação das eleições parlamentares de 2014, na Índia.

A informação do Ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian sobre entregas em “2016 ou 2017” foi dada no dia 11 de junho (ontem) numa reunião informal com alguns jornalistas. A visita do ministro à Índia para tratar desse assunto, entre outros, está planejada para o mês de julho. Apesar do ministro citar um ano ou outro, o jornal conseguiu informações de que foi o ano de 2016 o escolhido para a lei de planejamento militar.

No ano de 2016, a DGA (Diretoria Geral de Armamento) francesa e o Estado-Maior querem adquirir apenas quatro caças Rafale, dos onze produzidos anualmente.

Essa cadência de onze caças Rafale anuais continua a ser defendida com “unhas e dentes” pela Dassault, segundo o jornal. A empresa diz que não se pode baixar essa taxa, pois isso quebraria o equilíbrio econômico do programa, com riscos para danos irreversíveis à cadeia de fornecedores.

Rafale - linha de montagem - foto Dassault

Ainda segundo o Les Echos, as Forças Armadas continuarão recebendo os 11 caças Rafale produzidos anualmente pela Dassault nos anos de 2014 e 2015, o chamado “curto prazo”, como disse Le Drian. São gastos 1,2 bilhões de euros anualmente para a compra dessas 11 aeronaves, e o alívio de parte desses gastos no orçamento será bem-vindo. Afinal, é necessário encontrar dinheiro para outros programas, como drones e aviões reabastecedores.

FONTES: The Times of India e Les Echos (compilação, tradução e edição do Poder Aéreo a partir de originais em inglês e francês)

FOTOS: Dassault

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Almeida

Deixa ver se entendi: o DGA quer baixar a atual cadência de produção, já mínima, de 11 para 4 aeronaves por ano a partir de 2016? É isso?

Realmente se não fechar a venda para a Índia, já era Rafale. E mesmo fechando, eles só devem produzir 18 unidades na França, o que só seguraria a linha de produção até 2018. Em 2019 a França já teria que voltar a receber pelo menos 11 Rafales por ano. Complicado isso.

E tem gente aqui achando que vamos fabricar Rafales no Brasil, aham, senta lá.

Almeida

Mas foi exatamente isso que eu disse Nunão, sem a encomenda da Índia como fica a linha de produção do Rafale? Ou mantem-se a quantidade de 11 entregas por ano para a França ou diminuem a produção para 4 unidades/ano, o que é inviável.

O que farão? Continuarão recebendo 11 Rafales por ano e entubando o custo ou vão encomendar somente 4 entregas e com isso botar o último prego no caixão?