KFX/IFX: transição política atrasa caça da Coreia do Sul com a Indonésia

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KFX C100 - GOGUMA

Segundo reportagem da United Press International publicada na sexta-feira, 1º de março, questões políticas estão atrasando o progresso da cooperação da Coreia do Sul com a Indonésia para desenvolver conjuntamente um novo caça. O projeto KFX/IFX de “quarta geração e meia”, destinado a ser mais avançado que o Lockheed Martin F-16 Fighting Falcon e ligeiramente menos capaz que o F-35 da mesma empresa norte-americana, poderá receber a designação F-33. Porém, segundo o Ministro da Defesa da Indonésia, Pos Hutabarat, todo o projeto vai sofrer atrasos.

Segundo Pos Hutabarat, que falou em um seminário da indústria de defesa em Jacarta, o projeto “será adiado em um ano e meio devido à recente transição de poder na Coreia do Sul. O novo presidente acaba de tomar posse naquele país. O novo governo precisa de mais dados para convencer o Parlamento.” Na segunda-feira passada, Park Geun-hye assumiu a presidência na Coreia do Sul.

KFX C100 vs F-35A - GOGUMA via F-16 net

Ainda segundo o ministro da Indonésia, o atraso vai adiar a colaboração no projeto para junho de 2014. Ele também afirmou que o governo da Indonésia estava contribuindo com 20% dos custos de desenvolvimento do avião, sendo o resto responsabilidade da Coreia do Sul. Trinta engenheiros indonésios foram mandados à empresa KAI da Coreia do Sul para trabalhar no projeto conjunto (colaboração anunciada em 2010) que visa uma produção de 250 caças, 50 deles para a Indonésia, com previsão de entrega ao país em 2020.

Os requerimentos operacionais são para um caça monoposto bimotor, com capacidades furtivas superiores às do Dassault Rafale e do Eurofighter Typhoon. O preço do KFX/IFX é estimado em 50 a 60 milhões de dólares por aeronave. Em comparação o F-35 tem custo estimado substancialmente maior, e vem crescendo cada vez mais. A aeronave deverá ter um raio de combate 50% superior ao do F-16, além de uma vida útil da célula 34% maior. Aviônicos e capacidades de guerra eletrônica e de troca de dados também serão superiores ao do F-16.

Apesar da Coreia do Sul ser responsável pela maior parte da tecnologia do novo caça, o país busca cooperações em parcerias que vão além da empresa Indonesia Aerospace. Elas deverão incluir a Turkish Aerospace Industries, a Saab da Suécia e as norte-americanas Boeing e Lockheed Martin.

KFX C100 e C200 - GOGUMA

FONTE: UPI (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)

CONCEPÇÕES ARTÍSTICAS: Goguma (também via F-16.net)

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Giordani

Isso é desculpa de político para não investir no programa. Não adianta, para político, defesa é igual a gastos…

Mauricio R.

Bem a tecnologia p/ as ilustrações deste projeto parecem mto maduras.
Falta agora maturar as tecnologias necessárias a concepção da aeronave.
No mais se parece mto c/ o FGFA, pois da mesma maneira está precisando de alguém que pague a conta.

joseboscojr

CWB combinado com EWP?
Hummm!!!
O nome do engenheiro chefe do projeto por acaso seria “Ivan, o projetista”?

Ivan

Tô só esperando o pagamento… ka ka ka!

joseboscojr

Ivan, Só que nesse aí usaram o CWB e não o CFT como você havia sugerido. Devolve o dinheiro. rsrsrr Mudando de cueca pra coquilha (em homenagem ao Wand), cada vez mais veremos cabides, lançadores, tanques e armas conformais. Vai chegar uma hora que não será mais necessário os EWP. Por exemplo, as JDAM são pintadas com tinta RAM. Os mísseis JSOW, JASSM, SLAM-ER, etc, já são furtivos e pouco induzem a um aumento do RCS mesmo nos lançadores. Cabides e lançadores também têm sido fabricados usando a tecnologia stealth. A propulsão foguete com baixa emissão de fumaça estará sendo… Read more »

Nick

Vejo uma oportunidade de “ouro” passando pela frente…

TAI, SAAB, Boeing, LM, KAI(é claro) e porque não, Embraer….

Só a Turquia+Coréia do Sul já garantem no mínimo 300 desses caças. O Brasil poderia entrar com 100(que depois virariam 60 :)).

E de preferência na versão C-200…. 😀

[]’s

joseboscojr

Para ficar claro: As bombas que receberam o kit JDAM na guerra do Golfo foram pintadas com uma tinta RAM.
E não duvido que salvo força maior esta tem sido a norma para todas as bombas independente de receberem ou não um kit de orientação.

Ivan

Diante das novas IADS russas e chinesas, com boa mobilidade tática, organizadas em camadas e em profundidade, integrando SAMs de curto, médio e longo prazo, inclusive com armas Counter-PGM cobrindo postos de comando, sítios de radar e lançamento de mísseis de maior alcance, as novas munições guiadas precisam ter alguma capacidade furtiva, mesmo que seja apenas uma “mão-de-tinta” RAM.

Sds.

joseboscojr

Ivan, Ainda bem que junto com a tal mobilidade da IADS veio outros fatores a contribuir para sua sobrevivência. A mobilidade chegou atrasada e já não é mais fator significativa na sobrevivência da IADS na medida em que alvos são alocados em tempo real dentro do conceito de NWC, onde cada arma lançada é passível de receber atualização em voo inclusive de outro que não a plataforma lançadora. O desligamento do radar por parte da IADS há muito deixou de ser uma defesa eficaz com a adoção por parte dos mísseis anti-radar de um sistema de navegação inercial e GPS… Read more »

Mayuan

Faço coro com o Nick. Essa oportunidade é melhor ainda que a do Gripen, que já perdemos. Participar desse projeto seria alçar não só a Embraer como outras empresas brasileiras a um patamar muito superior ao atual além da possibilidade de mobiliar a FAB com algo muito melhor que esses F5 de hoje. Falando nos F5, achei até graça de alguém reclamando porque se reclama do F5. Pergunta se o sujeito tem um Ford T, Jeep Willis, um Opala, um Fusca 66. Ah, mas são ótimos carros diria ele. É, ótimos pra casar com o mecânico que nem aquela propaganda… Read more »

joseboscojr

Correção:
“cada vez mais veremos cabides, lançadores, tanques e armas conformais.”
Quis dizer “…armas FURTIVAS” e não “conformais”.

Mauricio R.

“TAI, SAAB, Boeing, LM, KAI(é claro) e porque não, Embraer….”

Pq o nível tecnológico da cuja dita, se resume a jatos regionais e executivos.

“…sendo os tais 400 km maior que a distância em que o radar dessas aeronaves consegue identificar os componentes da IADS.”

Pode-se montar a ORBAT dessas IADS, a partir das emissões desses componentes, bem de fora desses 400 Km.

Vader

joseboscojr disse:
3 de março de 2013 às 17:39

Hehehe, Bosco, fiquei quebrando minha cabeça pensando no que seriam “armas conformais”, hehehehe… 🙂

Abraço.

joseboscojr

Maurição, Não sei se entendi seu comentário, mas a implicação dessa minha afirmação: “…sendo os tais 400 km maior que a distância em que o radar dessas aeronaves consegue identificar os componentes da IADS.” é que as aeronaves de reconhecimento da OTAN têm que se aproximar bem mais que os tais 400 km para poderem detectar, classificar e designar alvos para os caças atacarem o sistema antiaéreo russo. Digamos que um E-8 tenha que se aproximar a 200 ou 250 km de uma bateria S-400 para que seu radar possa ter uma visão clara dos componentes do sistema de mísseis… Read more »