F-X2: se Rafale ganhar, Omnisys deverá quadruplicar força de trabalho e abrir unidade em São José dos Campos

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Em coletiva de imprensa realizada na Omnisys, braço industrial do grupo francês Thales no Brasil (veja matéria acima), não poderia faltar o assunto F-X2, 0 programa de caças da Força Aérea Brasileira. Afinal, a Thales faz parte do consórcio liderado pela fabricante da aeronave, a Dassault, que concorre com a sueca Saab (Gripen NG) e com a norte-americana Boeing (F/A-18 Super Hornet).

Perguntado sobre o que a empresa teria a ganhar com uma vitória do Rafale no programa, o presidente Edgard Menezes disse que a força de trabalho da empresa, entre técnicos e engenheiros, teria que quadruplicar de tamanho para atender à produção de sistemas da Thales para o caça, chegando a mais de 1.000 pessoas.

Segundo Menezes, o radar e os sistemas de contramedidas eletrônicas do caça seriam produzidos no Brasil, havendo também desenvolvimento local de softwares. Todas essas atividades têm previsão de envolver um processo extenso de transferência de tecnologias, no caso de vitória do caça francês.

O executivo disse ter participado de vários entendimentos para montagem da proposta de transferência de tecnologias desses sistemas. Os conhecimentos seriam absorvidos pelos engenheiros brasileiros da subsidiária da Thales, que precisariam também se capacitar para o apoio local aos equipamentos.

Além da ampliação de pessoal nas instalações de São Bernardo do Campo, onde seriam produzidos os componentes para os sistemas citados, também será necessário abrir uma nova unidade da empresa em São José dos Campos. Com isso, seria facilitado o trabalho junto à Embraer, que como maior indústria aeroespacial do país deverá ser envolvida no programa do caça (qualquer que seja o vencedor). Na nova unidade, seriam realizados os trabalhos de integração do radar e dos sistemas de contramedidas eletrônicas às aeronaves.

E no caso do Rafale não ganhar? Isso dependeria da disposição ou necessidade de outros eventuais vencedores  (Saab ou Boeing) em envolver a Thales / Omnisys nos seus programas. O executivo disse que haveria interesse da Omnisys em participar, nessa hipótese, mas que a empresa não foi procurada nem pelos suecos nem pelos norte-americanos para tratar do assunto.

FOTOS DO TOPO E DE BAIXO: Thales e Dassault

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Marcos

Como assim o software teria de ser desenvolvido no Brasil.
O sistema será diferente do atual sistema que o Rafale usa?
Seria um Rafale do B? Uma espécie de fusca pé de boi dos ares?

Justin Case

Verdade, Nunão.

Além disso, a FAB costuma colocar requisitos particulares, necessários ao seu cenário de utilização da aeronave. Entre esses há grande chance de estarem vários requisitos para o radar. Tradicionalmente, uma compra “de prateleira”, venha de onde vier, nunca será capaz de atender a todos os requisitos FAB.
Alguns requisitos às vezes envolvem hardware (como um novo radar para o Gripen), para atender a um desempenho, mas, normalmente, podem ser resolvidos apenas com alteração de software (modos de operação) em um radar mais evoluído.
Abraço,

Justin

Mauricio R.

O software já existe, somente sofrerá um processo de localização, nada mto diferente disto. Tá bom que vão desenvolver software novo, somente p/ uns 40 sets de equipamento, entre radar, ecm, esm, osf, etc, etc, etc… Agora tô prá ver aonde vão arrumar tdo esse pessoal, c/ uma certa vivência em RF e micro ondas; sem contar o povo do software. Mas esses aí, nem serão assim tão críticos. No mais, ficam a impressão de certa arrogância e mta cara de pau, pois a “laranja” local da Thales não tem nem de perto infra necessária p/ lidar c/ sua parte… Read more »

Nick

Famosa transferência de tecnologia da “mão direita para a mão esquerda”.

Vai continuar tudo sob nosso controle (Thales).

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