Prognósticos sombrios a favor do F-35 na Austrália – parte 2

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Defendendo o futuro (Defending the future) – segunda parte


Para ler a parte 1 da tradução desse artigo escrito por David Ellery para o jornal Canberra Times, clique aqui.

O planejamento de defesa é baseado em capacidades militares emergentes e ameaças potenciais; não é limitado a quem você gosta ou não em uma dada época. Além disso, leva em conta problemas emergentes como o possível impacto político da mudança climática.

”As relações mudam”, disse ao Canberra Times o vice marechal do ar Kym Osley, o homem que gerencia o programa de aquisição do F-35 JSF pela Austrália. 

Ainda segundo Osley, “o risco estratégico de ter uma lacuna na capacidade de combate aéreo (entre a Austrália e outros poderes regionais) é algo que o Governo já indicou que não irá aceitar. A Austrália sempre se posicionou para ter uma vantagem nessa capacidade (dentro da região)”.

É por essa razão que, para substituir os Hornets “clássicos” e os F-111, muito amados, porém muito controversos a seu tempo, é que foi escolhido o F-35 para ser a espinha dorsal da força de dissuasão aérea da Austrália para a primeira metade do século XXI – e não foram escolhidos para esse fim o Super Hornet e nem mesmo o caça furtivo F-22 Raptor, mais rápido e mais poderoso e recentemente defendido pela Air Power Australia.

Diferentemente de caças inimigos que poderiam se unir contra eles na nossa hipotética batalha de Port Moresby, os F-35 deverão oferecer a seus pilotos uma consciência situacional sem rivais. Esses caças inimigos poderiam ser uma mistura de envelhecidos F-16 fabricados nos EUA, versões do Sukhoi 30 construídos na Rússia ou na Índia, caças russos MiG 29 e MiG 35 e os chineses Chengdu J-10s e J-20 – esse último furtivo porém propenso a acidentes. 

Essa consciência situacional é a chave para sua habilidade de operar no que é chamado de ambiente de combate centrado em redes, um conceito que tem sua origem na “super ala” (super wing) desenvolvida pela RAF (Força Aérea Real Britânica) durante a Segunda Guerra Mundial. Na ocasião, sob a direção de Douglas Bader, pesadas concentrações de caças lutavam como uma só unidade para esmagar as formações de bombardeiros da Luftwaffe (Força Aérea Alemã).

A doutrina estratégica, que pode ser tão válida em 2030 quanto foi há 71 anos, é que controladores recebam informações de muitas fontes para tomar decisões estratégicas que podem ser comunicadas para os caças. O que coloca o F-35 JSF numa classe à parte é que qualquer piloto tem toda a informação e pode também atuar como um controlador.

Na ordem do dia, estarão respostas coordenadas, permitindo que o F-35 utilize sua capacidade de comunicar-se em rede para desenhar o quadro, contando com uma ampla gama de recursos que inclui mísseis superfície-superfície (SAMs), lançados de terra ou de navios, e até mesmo outras aeronaves.

Um F-35 ameaçado por qualquer caça inimigo poderia, por exemplo, responder de modo que esse inimigo fosse derrubado por outra aeronave ou por uma bateria de SAM que o atacante não esteja alerta sobre a existência.

Isso oferece o que é chamado de efeito multiplicador de força.

O piloto poderia até lançar um míssil em um inimigo posicionado à sua ré (posição das seis horas) ou em um de seus lados, sem ter que mudar de direção.

O vice marechal do ar Osley, um declarado entusiasta do F-35, disse que enquanto a aeronave teria um desempenho praticamente igual ao de um “legacy” F-18 Hornet em um combate clássico (dog fight), suas outras capacidades, incluindo tecnologias furtivas, fariam com que ele não tivesse que entrar nesse tipo de luta.

Ele disse que, diferentemente de pilotos que lutaram a Batalha da Inglaterra e as Guerras da Coreia, Vietnã e do Golfo, os seus sucessores na RAAF (Força Aérea Real Australiana) pilotando F-35 estarão sentados no coração de uma excepcional “bolha” de dados, do tipo nunca antes visto.

Apesar do alcance exato dessa “bolha” ser um dado secreto, ela deverá se estender por centenas de quilômetros em qualquer direção. Os pilotos saberão o que está acontecendo no solo, incluindo quais veículos pertencem a quem; o que está acontecendo no ar, incluindo quem é amigo ou inimigo e, caso estejam sobre o mar, que navios estão lá, onde se localizam e em que direção se movem.

Em resumo, essa é a extensão da revolução da informação no combate aéreo.

Os poderosos computadores embarcados no F-35 têm a capacidade de receber imagens de radar e de infravermelho, de câmeras ao vivo e até o visual de outras aeronaves e juntar tudo isso numa só imagem, coerente. As informações e as mudanças nas imagens são mostradas ao piloto por meio de telas instaladas em seu capacete.

Se o piloto move a cabeça, a imagem também o faz, de forma que ele pode olhar para baixo e “ver” através do chão da aeronave.

O uso de tantos sensores externos sofisticados significa que o F-35 não precisa nem apontar o nariz para onde quer disparar seus mísseis, uma vantagem que o distingue da maioria ou mesmo da totalidade dos aviões de combate existentes.

Tecnologia de reconhecimento de voz também deverá ser utilizada para permitir ao piloto, pela primeira vez, utilizar comandos de voz em uma aeronave de asa fixa de origem norte-americana.

O vice marechal do ar Osley complementa que, “no passado, você teria que estar voando em um AWACS (Aircraft Warning and Control System – sistema de alerta antecipado e controle) ou em um centro de operações no solo para ter todas essas informações”.

Ele não está preocupado com o fato de que o F-35 não pode voar tão rápido ou tão longe quanto as aeronaves que ele substituirá. Tanto o F-111 quanto o F-18 Hornet foram projetados para operar com tanques de combustível instalados sob as asas. Apesar desses tanques externos poderem ser instalados num F-35, o avião deixa de ser furtivo com os mesmos, e é por isso que a principal carga de combustível e as armas são acondicionadas dentro da fuselagem.

Essas limitações de projeto também existirão para seus futuros competidores, atualmente em desenvolvimento na China, Rússia e Índia.

Sendo um ex-navegador de F-111, que acumulou quase 2.000 horas de voo nessa aeronave carinhosamente chamada de “Porco”, Osley disse que a comparação da respeitável velocidade máxima de Mach 2,5 do caça-bombardeiro de asas de geometria variável, frente aos Mach 1,6 do F-35, é basicamente uma questão acadêmica no ambiente operacional da atualidade.

O vice marechal afirmou que “só um par de vezes eu voei num F-111 a Mach 2,5, e não foi uma experiência confortável. Naquela velocidade, você só tem 11 ou 12 minutos de tempo de voo.”

A alta velocidade tinha um único propósito: permitir ao grande caça-bombardeiro fugir das ameaças o mais rápido possível após completar sua missão. “Ninguém combate a Mach 2”, completa Osley.

De acordo com a organização de material de defesa, o F-35 substitui velocidade por furtividade, possui contramedidas para guerra eletrônica reservadas (secretas) e uma capacidade do tipo do iPhone para se comunicar em rede com seus amigos.

E, se chegar o momento decisivo, sua velocidade e capacidade de manobra são tais que ele pode, numa metáfora, entrar numa briga de faca portando um revólver.

A esse respeito, o vice marechal do ar Osley afirma que “a manobrabilidade do F-35 em combate aéreo é considerada excelente por operadores seniores de armas e de táticas. Ele pode brigar com qualquer aeronave atualmente em serviço, mas seu ponto forte real é a sua habilidade de atuar como um nódulo de informação.”

Essa capacidade, que se espera ser a maior força do F-35 quando ele entrar em serviço, está provando ser sua maior fraqueza durante a fase de desenvolvimento. Isso porque, tal qual o F-111 há quase 50 anos, o F-35 está ampliando as atuais fronteiras e introduzindo novas tecnologias de forma pioneira.  

Ele tem mais linhas de código de computador do que qualquer outra aeronave já construída e o seu excepcional capacete, sem o qual esse pássaro não voa, está levando mais tempo do que o esperado para ser desenvolvido.

O vice marechal do ar Osley disse que esse é um risco de cronograma, mas não de capacidade. Ele, que é um entusiasta de carros de alta performance e, obviamente, alguém que teve a oportunidade de aproveitar voos a bordo de ums das mais rápidas aeronaves já construídas, disse ao Canberra Times que a discussão sobre o F-35 foi extraordinariamente similar à vivenciada pelo F-111 há duas gerações: a questão da lacuna na capacidade de poder aéreo em relação a potenciais rivais na região. 

Soluções de compromisso, que incluiriam diminuir as compras de F-35 ou a aquisição de mais Super Hornets, simplesmente não são opções. “Eu estou aqui para entregar o F-35 JSF, não uma frota misturada de aeronaves. Uma frota mista poderia ser mais barata de adquirir, mas, no fim das contas, seria mais cara para manter”, disse Osley.

FONTE: Canberra Times  FOTOS: jsf.mil e Ministério da Defesa da Austrália

NOTA DO EDITOR – E O NOSSO BOM E VELHO F-X2?  Nos comentários da primeira parte dessa matéria, diversos leitores do Poder Aéreo já discutiram sobre a validade dos prognósticos mostrados no texto, e também debateram um pouco sobre o próprio F-35 (além de questões econômicas e políticas relacionadas à matéria). É interessante continuar aqui a discussão com base nas qualidades que o autor confere à aeronave, baseadas em informações do vice marechal do ar que é um dos maiores defensores do caça na Austrália, além da comparação histórica com o caso do F-111, décadas atrás.

Mas vale a pena também propor uma discussão local, a partir desse tema “prognósticos futuros versus poder aéreo futuro” (embora comparações devam ser feitas sempre com bastante cuidado, pois os contextos costumam variar muito geograficamente e temporalmente). 

Vejamos: a Austrália planejou a substituição de seus F-111 e F-18 Hornet por aeronaves F-35. Mas teve que preencher, no curto e médio prazos, a lacuna na desativação dos F-111 com a aquisição do F-18 Super Hornet. Como solução de longo prazo, o F-35, um autêntico caça de 5ª geração, deverá substituir o F-18 Hornet e, posteriormente, até o Super Hornet. Por volta de 2030 (ano que o autor do texto acima usa como baliza temporal), deverá haver tanto caças F-35 de quinta geração quanto F-18 Super Hornet da geração 4,5 no inventário da RAAF, com o primeiro cumprindo claramente a função de ponta de lança e de principal fator de dissuasão frente aos vizinhos da Austrália.

E aqui, no Brasil? A lacuna gerada pelo envelhecimento da frota de caças e aviões de ataque da FAB vem sendo preenchida, no curto e médio prazos, por programas de modernização do material existente (programas F-5M e A-1M), aquisição de turboélices (A-29, substituindo os AT-26 Xavante) e de “caças-tampão” (F-2000 / Mirage 2000 substituindo emergencialmente os F-103 / Mirage III).

No longo prazo, planeja-se que todas essas aeronaves (à exceção do A-29) sejam substituídas por caças adquiridos pelo programa F-X2, podendo a nova frota ser constituída por aeronaves Boeing F-18 Super Hornet,  Dassault Rafale ou Saab Gripen NG (aqui colocados em ordem alfabética do fabricante). Todos eles considerados caças da geração 4,5 independentemente dos “plus” ou da quantidade de sinais de “+” que se possa colocar após o número 4,5.

Por volta de 2030, é de se esperar que nenhum dos caças e aviões de ataque a jato atualmente em uso pela FAB esteja em serviço. Só o caça de 4,5 geração F-X2, acompanhado do A-29, respeitada a talvez remota possibilidade de alguns A-1M ou mesmo F-5M remanescentes ainda poderem voar em tarefas secundárias, aguardando a mais do que merecida aposentadoria. Os prognósticos da Austrália para daqui a quase duas décadas, segundo a matéria, justificariam um caça de 5ª geração por lá (os leitores podem concordar ou discordar disso).

Mas e por aqui? Caças de 4,5 geração bastariam para nosso poder aéreo de dissuasão em 2030, daqui a 19 anos? Isso se forem efetivamente  obtidos, é claro, mas é fato que a atual frota de jatos da aviação de caça da FAB não vai durar até lá, ao menos como uma frota efetiva, e algo deverá ser adquirido para subsitituí-la.

Será que precisaríamos de caças de 5ª geração em 2030? Que prognósticos justificariam isso? Ou que prognósticos justificariam os nossos futuros caças da geração anterior (4,5), cuja aquisição estamos levando tanto tempo para decidir, como fator válido de dissuasão?

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DrCockroach

1) Gripen NG;
2) FS2020 (http://www.aereo.jor.br/?s=FS2020)
3) Muitas Vants e P & D (quem realmente sabe o estado da arte/tecnologia daqui 10 anos?)

[]s!

P.S.: Esquecam o F-35 p/ o Brasil.

Wagner

Olhem, eu virei um desiludido: acho que virão mais Mirages em 2012, que se arrastarão ate 2020…

Quanto a Austrália, acho que está exagerando: Ninguem no mundo está preocupado em ataca-la.

Mas o F 35, se for tudo isso que tão falando ( do jeito que falam, só falta ele assar uma pizza para o piloto), tá ótimo. Em tese ele irpa combater os J 20 chineses.

Daí é todo mundo stealth e um esquadrao vai passar do lado do outro sem se verem…

edcreek

Olá, Os caças Suecos citados pelo amigo DrCockroach não tem qualquer prognostico de futuro muito pelo contrario, ou mesmo de avanço de projeto, seria sem duvida o AMX-2…. Sobre o texto, será que ele serve café? me parece que a qualidade do caça no texto está super-estimada. Sem falar que o autor diz que o J-20 é propenso a quebras, como eles sabem disso? Vamos tomar por base o J-10 que em mais de 120 unidades produzidas teve perda de 5 unidades, não é uma maravilha, mas não é pessimo. No texto de descrito o F-35 é exagero sim, a… Read more »

Nick

Baseado no ditado “Espere pelo melhor, mas se PREPARE para o pior”, eles estão certos. Planejamento tem de ser feito sobre as tecnologias emergentes e ameaças potenciais. Nesse aspecto, o F-35 se não é o supra-sumo em termos aerodinãmicos, será o supra-sumo em termos de capacidade eletrônica embarcada, aliado à capacidade furtiva. Possíveis ameaças de caças de 4ª e 4.5ª geração, como o F-16, F-18, MIG-29, SU-30 MK, SU-35S, Rafale, J-10 e Typhoon não serão páreo para o F-35 A. Agora, o PAKFA(SU-50?) e J-20 são ameaças potenciais para a década de 30. Caças que se conseguirem atingir um bom… Read more »

Wagner

Obviamente, Ed, isso tudo é porpaganda industrial para justificar o injustificavel.

Não tem guerra na Australia, não tem nada disso, os caras tem que falar sobre ASTRO INTRUSO E NIBIRU para justificar a compra dessa piramide voadora !!

Wagner

Ollha to avisando vcs estão super-estimando o F 35…

Wagner

E pior: ta todo mundo equivocado sobre as ameaças futuras. Fala sério: Quem que vai ter interesse em brigar com a Austrália ?? Vão pegar o que lá ? Cangurus ? O F 35 é simplesmente fruto de propaganda industrial. Fabricaram o mito antes mesmo da primeira aeronave sair do chao, e agora invetam ameaças para justificar a grana enorme que gastaram. Nova Batalha de Mar de Coral ??? A China não vai brigar com a Austrália. Primeiro, a MB precisa de Porta Aviões para ganhar de Kirovs chineses. Depois é preciso F 35s para deter Nibirú. O que vão… Read more »

Wagner

Digo todo mundo com relação a esses caras aí da reportagem…

Vader

Quem não entende o que é o F-35 deveria ler e reler esse texto, atentamente. É a palavra de um veterano piloto de F-111. Parabéns ao Aéreo por traduzir e divulgar. Destaco: “e nem mesmo o caça furtivo F-22 Raptor, mais rápido e mais poderoso e recentemente defendido pela Air Power Australia” Como se verifica, o Air Power Austrália do Sr. Carlo Kopp não tem credibilidade para falar do F-35, pois é um site lobbysta descarado do F-22. E o comando australiano sabe disso. “Diferentemente de caças inimigos que poderiam se unir contra eles na nossa hipotética batalha de Port… Read more »

Wagner

Proximo capitulo “: A Ameaça de Botswana e da necessidade de mais 40 BIlhoes de dolares para substituir os caças de 5ª geração pela 6ª geração…”

Giordani RS

“Vader disse: 7 de junho de 2011 às 15:55 …“a comparação da respeitável velocidade máxima de Mach 2,5 do caça-bombardeiro de asas de geometria variável, frente aos Mach 1,6 do F-35, é basicamente uma questão acadêmica no ambiente operacional da atualidade” Ou seja: velocidade final por si só não serve para NADA. Vader, Neste ponto discordo. Na moderna guerra aérea, ambientada em redes e BVR´s, a velocidade será essencial. Vencerá o “Dog-BVR-fight” quem atirar primeiro e só atira primeiro quem vê primeiro e quem vê primeiro é quem chegou primeiro. Sobreviverá quem manobrar para fora do envelope primeiro. Resumindo: Tudo… Read more »

edcreek

Olá,

Hehehe e segue o Mon Calamari Cruiser, dos caças….

Imagino que o F-35 será uma maquina de guerra fantastica, a segunda ou primeira já construida, mas terá seus problemas como qualquer outro avião e a baixa manobrabilidade será um, com a entrada de caça de baixa assinatura ele terá problemas sim, querendo ou não os Americanos, ou a torçida do caça.

Abraços,

Vader

Giordani RS disse:
7 de junho de 2011 às 16:31

“Sobreviverá quem manobrar para fora do envelope primeiro”

O loco Giorda, vc acredita mesmo que um caça não-stealth será capaz de escapar de um míssil que viaja a Mach 3 ou 4?

Sobreviverá quem não for visto. O resto, como diria Dona Armênia é “chom”… 😉

Abraço.

Marine

A cada novo projeto, novo orcamento e nova revisao de custos mais chego a conclusao de que os paises ocidentais devem se lembrar do exemplo da Alemanha nazista. O foco (a meu ver exagerado) em terem o supra-sumo de qualidade de sistemas de armas em detrimento dos numeros disponiveis foi uma das grandes razoes pela sua eventual derrota. Os custos de sistemas hoje supra-sumos e a insistencia de possuir somente o melhor tera apenas dois resultados: 1- Quebrara os paises insistindo nisso ou 2- Simplismente os deixara com numeros disponiveis muito menores do que rivais com meios mais distribuidos entre… Read more »

Marine

Completando,

Sorte do pais que poder ter toda sua frota de cacas composta por F-35, mas do que adianta ter so eles se nao sobrar dinheiro para a aviacao de Revo, AEW, Transporte, Patrulha e Helis?!

Sds!

Marco Antônio

Marine disse: 7 de junho de 2011 às 17:13 Sou também um defensor da estratégia Hi-Low. Nas poucas discussões a respeito do FX2 em que opinei, sempre defendi T50/Su35 ou F35/SH ou Gripen como ideal ou uma de menor envergadura: SH/Gripen. Sobre disposição geográfica das nossas bases e esquadrões, considero o número de 12 esquadrões como ideal sendo as bases: 2 no S (SM e CO), 2 no SE (SC e algum em SP), 3 no CO (AN, Campo Grande e uma no MT), 2 no NE (Salvador ou Fortaleza e Natal) e 3 no N (PV, BV e Manaus).… Read more »

Marine

Marco Antonio, Tiro minhas colocacoes partindo do numero de esquadroes que a FAB possui hoje. Se estamos na situacao que nos encontramos hoje, a criacao de outros esquadroes com todo o requerimento de pessoal, treinamento, meios e infraestrutura necessarios seriam um esforco herculeano a FAB no orcamento e efetivo atual. Sendo assim nao retirei esquadroes do NE ja que eles atualmente nao existem e peco desculpas se no meu comentario anterior nao deixei claro que manteria um esquadrao da FAB no RJ somado ao esquadrao da MB que continuaria na BAN Sao Pedro da Aldeia. Sendo assim o Leste-Sudeste ainda… Read more »

Marco Antônio

Marine, Bem percebido o equívoco meu na hora da redação. Leia-se retirar base do SE e não realocar/criar no NE. Sobre o número de esquadrões, a sua frase : “Olhando para um mapa do Brasil com as posicoes da FAB fica claro a minha pessoa que os 8 esquadroes de avioes a jato da FAB hoje ainda sao suficientes.” Diz claramente que a sua opinião é de que 8 esquadrões são suficientes. Eu divirjo disto, apesar de concordar com o fato de que limitações orçamentárias impedem este incremento a curto prazo. E exatamente pq levo em consideração as limitações orçamentárias… Read more »

Marine

Marco Antonio, Concordo quando diz que 8 nao sao ideais mas acho que sejam suficientes ate porque nos tem sido ate agora. De qualquer forma partindo do numero ja regurgitado inumeras vezes pela net e midia de possiveis 120 (numero do qual tenho minhas duvidas ja que ate hoje nao escolhemos 36), diria que o possivel dentro do cenario atual seriam 9 esquadroes ativos de linha de frente e 1 esquadrao de exclusividade para treinamento – cada um com 12 avioes, totalizando os 120 propostos. Mas nao adianta termos X numeros de esquadroes de caca se nao houver Revo, Transporte,… Read more »

Control

Senhores O F35 é um ótimo conceito e, se corresponder a ele será um ótimo avião, porém corre o risco, como todos os projetos engendrados nos setores de planejamento dos estados maiores, de se tornar uma equação com excesso de requisitos muitas vezes contraditórios, o que acaba criando um avião que é tudo e faz tudo, mas não consegue fazer bem nada. Se todos os requisitos forem realmente atendidos, será uma máquina incrível, porém se o forem com restrições será, mais uma vez, um tiro no pé dos planejadores e projetistas. Oxalá que seja um ótimo avião. O conceito da… Read more »

Marco Antônio

Marine, Concordo que com 120 não teremos 11 esquadrões, como aventei. Quando cogitei 11 esquadrões, o fiz como uma derivação da ideia de aquisição de caças no conceito Hi-low, levantada por vc, com a qual concordei. Portanto, os 11 esquadrões fazem parte do meu devaneio de que o FX2 resultaria em um Hi-low SH/Gripen (esta hipótese, infelizmente, é ainda mais remota do que as outras que coloquei). Colocaria SH em bases estrategicas (esquadrões de 15) como CO, SC, AN e Manaus e Gripens nas outras. isso seria o ideal dentro do plausível para o brasil no horizonte 2030. E, claro,participação… Read more »

Augusto

Não concordo com a alegação de que é ilusão a perspectiva de acirramento de conflitos futuros em todo o mundo, inclusive na Austrália. As FFAA devem estar preparadas a todo momento e devem ter em perspectiva os piores cenários, exceto no Brasil, onde sempre se espera pelo melhor, eternamente. Não fosse assim, o que justificaria países organizados como Alemanha, França, Inglaterra, etc. insistirem tanto em se equipar militarmente? Estariam errados? Então devemos presumir que países desorganizados como os africanos e a maioria dos sulamericanos é que estão com razão. A Austrália está correta, pensar no futuro e na segurança de… Read more »

Marine

Nunao,

Obrigado entao pelo esclarecimento. Havia esquecido de e necessario tambem algumas aeronaves a disposicao de testes e ensaios de armas.

Esta explicado entao como os numeros principalmente nos EUA as vezes nao batem (sobram aeronaves nos esquadroes), como por exemplo no USMC que conta hoje com cerca de 99 AV-8B para 7 esquadroes mais 1 de adestramento.

Semper Fidelis!

Marco Antônio

Nunão disse: 7 de junho de 2011 às 21:59 Exatamente, nunão. Por isto, “propus”: Marco Antônio disse: 7 de junho de 2011 às 19:11 “Diante disto, proponho comprar, por exemplo, 60 SH e 120 Gripen (chamem o Vader pra fazer as contas comparativamente . Com esta quantidade, é possível criar até mais de 11 esquadrões.” Concordo com o número de 15 por esquadrão. Marco Antônio disse: 7 de junho de 2011 às 19:40 “Portanto, os 11 esquadrões fazem parte do meu devaneio de que o FX2 resultaria em um Hi-low SH/Gripen (esta hipótese, infelizmente, é ainda mais remota do que… Read more »

Almeida

Vamos falar de prognósticos? Segundo vários estudos de organizações governamentais e financeiras privadas, em 2030 o Brasil terá a 5a maior economia do Mundo, atrás apenas da China, EUA, Índia e Japão e na frente de todos os países desenvolvidos europeus. Em 2030, ainda segundo previsões de várias fontes confiáveis, o preço do barril do petróleo estará próximo de U$ 300 e seremos um dos principais fornecedores mundiais. Também teremos as maiores reservas naturais de água doce, além de enormes reservas de minérios (ferro e bauxita), urânio e gás natural, além da biodiversidade. Isso sem falar na produção de biocombustíveis… Read more »

Marco Antônio

Algo que eu gostaria de saber de alguém que tenha noção de custos de aquisição e operação é o seguinte:

Considerando a hipótese de que o Brasil, por meio do FX2, pretende adquirir 120 aeronaves a médio prazo e que, dentre os concorrentes, apresenta-se o Rafale: que composição (em termos de qtde) seria possível fazer em um mix hi-low SH/gripen ao custo de aquisição/operação de 120 rafale? Algo que se aproxime da ideia de 60 SH e 120 gripen?

Marco Antônio

Almeida disse: 7 de junho de 2011 às 23:28 Eu acredito em hipóteses plausíveis. Penso que uma qtde de 165-180 aeronaves de caça, divididas em 11-12 esquadrões, em um mix SH/Gripen (60/105-120) é uma hipótese plausível e que nos daria uma envergadura respeitável em termos de poder de aviação de caça, considerando o nosso posicionamento geográfico. Pensar maior do que isto em um horizonte de 29 anos é um pouco fora da casinha pelo simples motivo de que uma aquisição neste horizonte demandaria um início imediato deste processo e do seu planejamento, o que, sabemos, não existe, infelizmente. É só… Read more »

Marco Antônio

Opa…onde se lê 29 anos, leia-se 19 anos.

Almeida

Re: Marco Antônio disse em 7 de junho de 2011 às 23:43 O que eu quis dizer é que não podemos pensar apenas em posicionar esquadrões pelo nosso território nacional de acordo com as ameaças regionais, mas pensar também em como desdobrar essa capacidade de combate fora do nosso território, com ou sem aliados, em áreas de nosso interesse pelo Mundo. Exemplo? Temos 2 esquadrões de caça no RJ porque eles foram enviados à Itália na Segunda Guerra Mundial. Talvez não seja interessante manter esses 2 esquadrões ali, para que um possa ser desdobrado, dentro ou fora de nosso território,… Read more »

Marco Antônio

Almeida disse:
7 de junho de 2011 às 23:49

Aí eu já considero complicado, neste horizonte (2030). Capacidade de desdobramento, sem aliados, em áreas longínquas de nosso interesse pelo mundo……..é algo que me parece impossível. Em um contexto de operação conjnunta com aliados até vai. Mas me parece que a preocupação é garantir algum poder dissuassório e alguma capacidade de defesa territorial e de áreas adjacentes (América do Sul e Atlântico Sul). Fora destes limites, é muito duvidosa a possibilidade brasileira neste horizonte (2030).

Almeida

Levando em conta o que escrevi acima e falando agora de microgerenciamento que é a parte mais legal de se discutir aqui, 8 esquadrões e 12 aeronaves por esquadrão é pouco. Com 8 ou 9 esquadrões de 12 aeronaves cada conseguimos manter um guarda-chuva em cima das áreas sensíveis dentro do nosso território. Mas se precisarmos mandar reforço para alguma região quente, dentro ou fora do país, o cobertor fica curto. Não podemos deslocar um dos esquadrões nem dispor de parte de algum deles sem descobrir alguma área. Por isso tem-se, em países com alguma relevância mundial e sérios quanto… Read more »

Almeida

Re: Marco Antônio disse em 8 de junho de 2011 às 0:01: Opa, bem colocado Marco. Quando me referi sem aliados, queria dizer fora de uma aliança militar e não sem o apoio de alguma nação no teatro de operações. Capacidade de dispor de meios para ajudar algum aliado distante e não de intervir sozinho, apenas com meios próprios, em qualquer região do globo. Hoje só quem pode fazer isso, e mesmo assim limitadamente, são os EUA. Em 2030, talvez China, Índia, Japão e quem sabe uma Coréia ou Europa unificadas. No caso que eu levantei, basta ter um ou… Read more »

Marine

Primeiramente gostaria de parabenizar a todos pelo nivel do papo hoje, faz tempo que nao falamos sobre isso enquanto a maioria fala so dos brinquedinhos e cita ficha tecnica. Almeida, Divido sua paixao e vontade vermos o Brasil com uma FAB da maneira que voce cita mas infelizmente posso ser pessimista mas nao vejo uma FAB expedicionaria em 2030 independente de nossa posicao economica ou geopolitica. Discordo quando diz: “basta ter um ou dois esquadrões de combate extras (ou esquadrões maiores capazes de dispor de aeronaves para forças tarefa expedicionárias), aeronaves de transporte e REVO de longo alcance, meios de… Read more »

DrCockroach

“FAB enfrenta contingenciamento inédito”
http://veja.abril.com.br/noticia/economia/fab-enfrenta-contingenciamento-inedito

E o que tinha de comentarista dizendo qye $$ nao era problema… (alguns brasileiros de ontem sao os indianos de hoje).

Muita coisa errada, muita gente errada na posicao errada, mas enfim…

[]s!

P.S.: Prezado Nick, na verdade vc concorda comigo por uma razao simples, eu “copiei” sua ideia do FS2020; assim, vc concorda com vc mesmo… 🙂 Um abraco!

DrCockroach

Uma pergunta p/ os amigos do ramo:

mas seu ponto forte real é a sua habilidade de atuar como um nódulo de informação.”

Em que medida o Avenger (http://www.ga-asi.com/) o Phamton Ray (http://en.wikipedia.org/wiki/Boeing_Phantom_Ray) e o Pegasus (http://en.wikipedia.org/wiki/Northrop_Grumman_X-47A_Pegasus) nao poderiam cumprir esta funcao de “nodulo de informacao”?

[]s!

P.S.: materia muito boa mesmo, mas tb ficaria muito legal se o Blog publicasse uma sinopse do relatorio do GAO que postei… 🙂

Nick

Pois é Caro Dr Barata, Mas convenhamos, que a combinação Gripen NG+ FS2020 faz sentido….hehehehe.. O Gripen NG viria agora, e renovaria boa parte da frota da FAB, e ao mesmo tempo, haveria ganhos nos aspecto de nacionalização do caça. Para um prazo médio, a entrada no FS2020, daria uma perspectiva para a FAB e ainda mais ganhos em termos de desenvolvimento do know-how brasileiro. Mas é claro que existem alternativas, como por exemplo, o AMCA Indiano, ou o FX -5G Turco. O que não pode haver é uma descontinuidade, a criação de um novo gap com a aquisição dos… Read more »

Wagner

Em 2030 estaremos com 20 F5, 25 AMX, nenhum Mirage, NADA de FX2 e nosso principal vetor será os cento e poucos super tucano.

Nossos vizinhos terão aviões chineses, e nosso governo vai ficar todo dia falando ” NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS ”

A MB continuará sonhando com Nimitz-BR e teorizando com inimigos como Moçambique Maputo…

E segue a vida…

Não que eu seja pessimista… ah ah ah !

Antonio M

Nick disse:
8 de junho de 2011 às 8:15

Para o Gripem NG vir agora, o que precisaria ser renovada é a mentalidade.

Infelizmente parece que isso pode ficar para a eternidade pois a prioridade é copa do mundo e olimpíadas que inflará os egos ufanistas até explodirem!!!

E temos três anos para corrigir problemas seríssimos de infraestrutura e segurança e acho que a tal prioridade é essa. E convenhamos em três anos gastaremos os tubo em “maquiagem”!

E que se dane a educação, saúde, FAs …..

Almeida

Re: Marine disse em 8 de junho de 2011 às 0:56 Acho que o amigo pulou o último e mais importante item da minha lista de necessidades para uma FAB minimamente expedicionária: a tal “vontade política”. Segundo os planos de reaparelhamento da FAB em curso, teremos todos os meios necessários citados no meu comentário. 120 caças de 4.5 geração, armamentos modernos para eles, 28 KC-390, 2 ou 3 Boeing ou Airbus MRTT de longo alcance, dos 16 Super Cougars 8 deverão vir no padrão CSAR completo além da previsão para se adaptar alguns UH-60 para esta missão também, mais A-29… Read more »