As lições aprendidas pelo Gripen na Líbia

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Após a primeira missão operacional dos caças Gripen como parte da campanha da Otan na Líbia, militares suecos começam a avaliar quais as melhorias nos equipamentos e nos processos que precisam ser feitas para futuros desenvolvimentos do caça.

Embora as autoridades da Real Força Aérea Sueca estão, no geral, satisfeitas com a experiência na Líbia, onde voaram mais de 650 missões, equipamentos e lições de treinamento surgiram. Uma delas diz respeito ao sistema de comunicação segura com salto de frequência “Have Quick” do Gripen e como ele pode ser utilizado adequadamente dentro do sistema da OTAN, disse o major Anders Gustafsson, que serviu como o líder do esquadrão do FL02 na base de Sigonella (Sicília), na segunda leva do esquema rotativo de tripulações da Suécia.

Durante as operações na Líbia, o Gripen, embora equipado com o sistema de comunicação segura “Have Quick”, não pôde se conectar à rede segura da OTAN, obrigando os pilotos a serem os únicos a operar de forma não segura e usar palavras em código para trocar informações.

O problema é que a OTAN estava usando o modo “treinamento” da rede “Have Quick” ao invés do “operacional”, mas com chaves de segurança operacionais. No Gripen, quando o sistema reconhece que a chave de segurança é operacional, o sistema de comunicação passa a automaticamente para a rede operacional. A correção para este caso deve estar pronta para próximo ano, disse Gustafsson.

A robustez de alguns dos equipamentos também precisa de melhorias. Por exemplo, os pods de reconhecimento usados ​​no Afeganistão eram conjuntos mais antigos, criando alguns problemas de confiabilidade, informou Gustafsson. O sistema também precisa ser atualizado com um sensor infravermelho e um sistema de retransmissão de dados em tempo real, ele sugere, que já estão sendo planejados.

Além disso, os Gripens sofreram porque levou-se um certo tempo até os caças recebessem os kits de criptografia, embora o pessoal sueco estivesse qualificado para o equipamento. Oficiais da Força Aérea Dinamarquesa e Norueguesa ajudaram os suecos a remover esse obstáculo, bem como a fornecer acesso às informações-chave, tais como as informações das missões que foram represadas na fase inicial da missão.

No geral, porém, Gustafsson diz que a experiência validou muitos dos elementos do sistema Gripen. “A interface homem-máquina é muito boa”, diz ele, com os vários dados fornecidos pelo radar, pelo pod designador a laser, pelo sistema de guerra eletrônica e pelos subsistemas que prestam “muito boa consciência situacional”.

Ainda existem outras melhorias que devem ser implementadas como a ampliação das funcionalidades do Link-16 na função ar-superfície, algo que deve se materializar no próximo ano. Outras melhorias previstas para ajudar na consciência situacional incluem um HMS (helmet-mounted display), o que também é provável que ocorra no final do ano que vem, e upgrades no cockpit para melhor visualização de informações, tais como as ordens de coordenação aérea.

A Suécia também precisa verificar a precisão dos pod de designador a laser Litening III do Gripen. Até agora, o Gripen pode usar o pod por conta própria, mas não por outros sistemas de armas porque a validação ainda não ocorreu.

Gustafsson também disse que um conjunto de armas mais amplo, como o emprego de bombas de pequeno diâmetro, também está no cronograma.

Outra área de foco é a necessidade de aumentar o treinamento de reabastecimento aéreo (REVO), disse Gustafsson. A localização da sonda de reabastecimento do Gripen, localizada um pouco atrás do piloto, necessita de treinamento extra para que o processo se torne mais confortável. Isso também significa um maior acesso aos C-130 de reabastecimento da Força Aérea, que estava ainda na sua fase de demonstração durante a operação na Líbia

FONTE: Aviation week

COLABOROU: ‘Justin Case’

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Poder Aéreo

 

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Marcelo

“O sistema também precisa ser atualizado com um sensor infravermelho e um sistema de retransmissão de dados em tempo real, ele sugere, que já estão sendo planejados.”

nem para reconhecimento está no nível do Rafale, o Reco NG já possui transmissão em tempo real.

Mauricio R.

“…um conjunto de armas mais amplo, como o emprego de bombas de pequeno diâmetro, também está no cronograma.”

Não são somente os suecos, que percebem essa necessidade.

“The conflict also reinforced the need for smaller, low-collateral-damage weapons.”

(http://www.aviationweek.com/aw/generic/story_generic.jsp?channel=defense&id=news/asd/2011/11/10/02.xml&headline=Libya%20Ops%20Show%20Need%20For%20Lower-Cost%20Strike)

Antevista aliás pelo emprego da Brimstone, pelos britânicos.