Portões Abertos – BASP 70 anos

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Como parte das comemorações dos 70 anos da Base Aérea de São Paulo (BASP), foi realizado o evento “Portões Abertos” no último sábado, 17 de setembro, naquela importante Organização Militar da Força Aérea Brasileira (FAB).

Foi uma oportunidade rara que o Poder Aéreo aproveitou para comparecer, com os editores Guilherme Poggio e Fernando “Nunão” De Martini, já que ocasiões como essa raramente acontecem na BASP – de fato, o evento foi divulgado como o Primeiro “Portões Abertos” da Base Aérea de São Paulo.

Diversas bases no país dividem a sua pista com aeroportos civis – mesmo porque, na maioria dos casos, o aeródromo militar precedeu o civil. O caso da BASP não é diferente, com a peculiaridade de estar ao lado do mais importante e mais congestionado aeroporto internacional do país, o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos – Governador André Franco Montoro – mais conhecido como Cumbica.

E exatamente por esse motivo o tráfego aéreo no local é muito intenso, praticamente não permitindo apresentações aéreas. Mas para quem simplesmente gosta de acompanhar decolagens e pousos de pequenas, médias e grandes aeronaves civis,  de forma intensa, o local é um “prato cheio”.

As atividades foram concentradas no pátio em frente aos dois grandes hangares da base, sendo que um deles abriga o 4ºETA (Quarto Esquadrão de Transporte Aéreo – Esquadrão Carajá) e o outro o Esquadrão de Suprimento e Manutenção da BASP.  Dentro deles, estavam diversas barracas para alimentação, exposição de equipamentos, recolhimento de donativos, e podia-se ver um C-95 Bandeirante com diversas de suas partes abertas e expostas para o público (veja matéria amanhã mostrando detalhes dessa aeronave).

Na parte externa estavam estacionados alguns aviões e helicópteros, que o público pôde ver de perto:

  • Dois F-5EM, dos esquadrões Pampa (1º/14º GAV) e Pacau (1º/4º GAV), baseados respectivamente em Canoas e Manaus;
  •  Helicóptero Águia 21 da Polícia Militar de São Paulo;
  •  T-27 do 1º EIA – Esquadrão de Instrução Aérea da AFA (Academia da Força Aérea);
  • T-27 do EDA (Esquadrão de Demonstração Aérea – “Esquadrilha da Fumaça”), também baseado na AFA;
  • Helicóptero Fenec da Aviação do Exército Brasileiro
  • C-95 Bandeirante do 4º ETA;
  •  C-97 Brasília do 4º ETA;
  • Helicóptero VH-35 do GTE (Grupo de Transporte Especial), baseado em Brasília;
  • C-95 Bandeirante do PAMA-SP (Parque de Material Aeronáutico de São Paulo);
  • Um Global Express, de transporte executivo (aeronaves executivas não militares estacionam no pátio com certa frequência).

Os caças F-5EM despertaram especial atenção do público, mesmo porque não são operados normalmente na BASP – de fato, a base é por onde passam os caças desse modelo quando chega o momento de realizar suas grandes inspeções, o que é feito no PAMA-SP, no Campo de Marte (Zona Norte de São Paulo). Porém, como a pista do Campo de Marte é curta, os F-5 são recebidos na BASP pelo pessoal do PAMA-SP, e depois são transladados por carreta para o Parque de Material Aeronáutico, onde são desmontados, revisados / reparados e remontados, para depois seguirem novamente de carreta para a BASP, onde realizam seus primeiros voos antes de serem devolvidos aos seus esquadrões.

 

 

O público pôde olhar os F-5 bem de perto, inclusive suas cabines. Os mais atentos puderam reparar que ambos os caças já estavam sem diversos de seus equipamentos (por exemplo, trilhos de lançamento de mísseis nas pontas das asas, motores, telas multifunção do painel etc), retirados para instalação em caças que estão terminando suas revisões no PAMA-SP. Este procedimento é normal, pois frequentemente a célula de um caça atinge o tempo para a IRAN (Inspection and Repair As Necessary – Inspeção e Reparo Conforme o Necessário) enquanto seus motores ainda estão em condições de pleno uso, no tempo entre suas próprias revisões, ou TBO (Time Between Overhaul). Numa próxima matéria, vamos mostrar vários detalhes interessantes desses dois F-5EM.

 

 

A Banda da BASP realizou várias apresentações, e o tempo foi também preenchido com palestras sobre a base e seus esquadrões, assim como demonstrações de cães da Infantaria da Aeronáutica (responsável pela guarda da base), apresentações de jipes antigos, gincanas, atividades médicas e odontológicas. Viaturas do Exército Brasileiro também estavam em exposição – o que mostraremos no site das Forças Terrestres. As decolagens e pousos de aviões comerciais, na pista logo ao lado, também foram atrações à parte para quem compareceu ao evento, assim como a saída de algumas das aeronaves expostas. Foi o caso, por exemplo, do T-27 da “Esquadrilha da Fumaça”, que após a decolagem pôde realizar algumas passagens sobre a pista e o pátio. Um Bandeirante do 4º ETA também foi acionado para decolagem e, ao fim do dia, também decolaram o Fenec do Exército, o Águia da PM-SP e o T-27 da AFA.

 

Um pouco sobre a história da base:

As origens da BASP remontam ao Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo, antes de ser transferida para a atual localização. Com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 20 de janeiro de 1941, organizações da Marinha e do Exército passaram ao novo Ministério. Entre elas, o Campo de Marte, no qual o 2º Corpo de Base Aérea foi criado em 22 de maio de 1941, e que em 29 de agosto de 1944, recebeu a nova denominação de Base Aérea de São Paulo.

Com o crescimento da cidade de São Paulo, em 26 de janeiro de 1945 a base foi transferida para uma área da Fazenda Cumbica, no município de Guarulhos, que havia sido doada pouco antes pelo seu antigo proprietário, sr. Eduardo Guinle.

Ao longo dos anos, a base abrigou esquadrões como o 1º/10º GAV, Esquadrão Poker, que no final dos anos 1970 foi para Santa Maria. O esquadrão, que na ocasião operava jatos AT-26 Xavante, compartilhava a base com o 4º EMRA (Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque), que também operava essa aeronave (também no fim daquela década o esquadrão foi dissolvido com a criação do 3º/10º GAV, que recebeu em Santa Maria a dotação de AT-26 da unidade). Também o 2º/10º GAV, o Esquadrão Pelicano, que é uma unidade da FAB dedicada a missões de busca e salvamento, operou na BASP. Hoje, o único esquadrão sediado na base a operar aeronaves é o 4º ETA, dotado de aviões de transporte C-97 Brasília e C-95 Bandeirante. Mas a BASP abriga importantes atividades logísticas, a cargo do CECAT (Centro de Catalogação) e do ILA (Instituto de Logística da Aeronáutica), e frequentemente recebe diversas aeronaves da FAB em desdobramentos, especialmente as do GTE (Grupo de Transporte Especial), além de aviões de transporte de autoridades de diversos países.

Nos próximos dias, você verá novas matérias sobre este singelo (comparado, por exemplo a outros “Portões Abertos” realizados no estado de São Paulo) mas significativo evento festivo. Parabéns à BASP por mais esta comemoração de seus 70 anos!

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Taz Miranda

Pô meu… Vocês vem aqui e não passam lá em casa?!! (rs)

Oh… Não esqueçam que fui eu que avisei… (brincadeira)

Parabéns ao “Poder Aéreo” e a trilogia “Forças de Defesas”, sem querer puxar o saco, mas as matérias estão cada vez melhores!!!

Grande Abraço!!!