Politização e verba escassa freiam renovação militar

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Vulnerável, país busca defesa compatível com suas pretensões internacionais. Cortes e falta de diálogo entre as Forças fazem país pôr na geladeira projetos como compra de caças e de fragatas

Igor Gielow

De um lado, 36 caças modernos e uma conta que não sai por menos de R$ 10 bilhões. Do outro, oito carcaças estocadas no deserto do Arizona de um avião dos anos 1960, arrematadas por R$ 390 mil. Incomparáveis, os dois negócios ajudam a resumir problemas da modernização militar do Brasil.

Desde que começou a buscar espaço internacional comparável à sua crescente estatura econômica, e principalmente após descobrir um mar de petróleo sob a camada do pré-sal em 2007, o Brasil colocou em sua agenda a necessidade de ter Forças Armadas compatíveis às suas pretensões.

Hoje, o país não enfrenta ameaças, mas é vulnerável -e modernização militar é um processo de vários anos. Aí entra o primeiro negócio, a concorrência para a compra dos novos aviões de combate da FAB, que já se arrastava havia dez anos, afetada por pressões políticas e falta de verba.

Depois de idas e vindas e de ter fechado com franceses e seu caro Rafale, contra a preferência da Aeronáutica pelo sueco Gripen, o governo Lula deixou a questão para Dilma Rousseff. Pesou na decisão a contrariedade com a falta de apoio francês à posição brasileira sobre o programa nuclear do Irã.

Os EUA reforçaram então o lobby de seu F-18. Mas nada será gasto este ano, já que o governo está decidindo o corte de R$ 50 bilhões do Orçamento. Mesmo sendo uma conta a ser paga em vários anos, não há clima para um anúncio desses -estão na geladeira caças, novas fragatas e controle de fronteiras.

“POLITIZAÇÃO”

“É o maior exemplo de politização de um contrato de compra militar no Brasil. Isso causa preocupação para as empresas internacionais de defesa que buscam explorar oportunidades no país. E, claro, isso causa impacto nas capacidades militares brasileiras”, resumiu à Folha Guy Anderson, analista-chefe da Jane”s Defence Industry, unidade da principal consultoria de defesa do mundo. Ele assina um detalhado estudo sobre o Brasil, publicado no dia 27 passado, no qual prevê um aumento de 35% nas encomendas militares do país até 2015.

O relatório aponta questões como corrupção e burocracia, e um ponto central: “A modernização só será bem-sucedida se houver uma mudança nos processos de compra. Hoje elas são feitas pelas três Forças, em vez de um órgão central no Ministério da Defesa”.

Aí entram os aviões estocados desde 1985 no deserto do Arizona. A Marinha decidiu que tinha de colocar um aparelho de apoio em seu porta-aviões, o São Paulo, para adquirir capacidade de operação. O navio acaba de passar cinco anos parado para reparos, e seus caças A-4 servem só para treino.

Assim, a Força comprou em agosto as carcaças do americano C-1A Trader. Quer colocar quatro deles voando até 2014, e canibalizar o resto. Segundo estimativas, a modernização pode custar até R$ 6,5 milhões a unidade. “A Marinha terá o status orgulhoso de possuir o mais antigo porta-aviões e os mais velhos aviões em atividade nele”, ironizou a publicação russa “Periskop”.

Na Marinha, argumenta-se que ou é isso ou é esperar o governo dispor de dezenas de bilhões para um porta-aviões que use os caças que serão comprados pela FAB. O jeitinho parece funcionar para os almirantes, que modernizaram navios antigos com recheio eletrônico novo. “A Marinha é a mais equipada das Forças”, diz Felipe Salles, editor da “Base Militar Web Magazine”.

A Defesa, que não respondeu à Folha sobre o tema, criou em 2010 um órgão centralizado de compras. Mas só este ano ele será implantado.

Nem tudo é má notícia. A compra em 2009 de 50 helicópteros franceses para Aeronáutica, Marinha e Exército é um divisor de águas. Na rigorosa Copac, órgão da FAB que seleciona aeronaves, as três Forças discutem juntas pontos do programa. A compra não impediu a FAB de ter adquirido, a conta-gotas, modelos de transporte Black Hawk americanos, com logística diversa. Mas é um começo.

A falta de dinheiro é outra questão. O orçamento militar brasileiro vem crescendo na década, saindo do patamar regional de 1,5% do PIB para 2,3% para 2011. Só que os números enganam: dos R$ 60,2 bilhões previstos para defesa neste ano, 73% são para pagamento de pessoal, 45% só para pensões. Para comprar equipamento, apenas R$ 2,5 bilhões. Isso se não caírem nos cortes.

Defesa aérea frágil é principal problema

Poderio do Brasil está obsoleto, mas vizinhos não representam ameaça. Proteção do pré-sal e alinhamento de Chávez com Rússia são usados como justificativa para reequipamento militar O poderio militar brasileiro está obsoleto, mas também não tem ameaças imediatas ou competidores avançados na região. Sofre gravemente em setores como defesa aérea, mas tem algumas ilhas de excelência.

Há dois focos usados para justificar o reequipamento: a defesa do pré-sal e a Venezuela. Nos últimos anos, muito se falou do alinhamento de Hugo Chávez com a Rússia, que passou a lhe fornecer equipamento militar. Os mais vistosos negócios são a aquisição de 24 caças Sukhoi-30, os mais poderosos do continente, e sistemas antiaéreos de ponta.

Nesse quesito, defesa aérea, o Brasil tem sua maior fragilidade. Dispõe de 66 lançadores portáteis de mísseis russos Igla, de curto alcance, e canhões antiaéreos antiquados. O Exército, responsável pelo setor, analisa a compra de sistemas russos similares aos da Venezuela, mas lentamente.

Os mais de 200 tanques de segunda mão que o Brasil comprou da Alemanha serviriam muito pouco no caso de um agressor com poder aéreo razoável atacar. Aliás, como a Argentina levaria décadas para voltar a ser uma preocupação estratégica, a aquisição não combina com as prioridades da Força terrestre, como a Amazônia.

Os Mirage-2000 baseados em Anápolis resolvem problemas pontuais no caso de alguém atacar Brasília, mas não passam muito disso. Há buracos no reabastecimento aéreo e transporte. Melhor se saem os antigos caças F-5 modernizados no Brasil. Tendo derrotado aviões modernos em exercícios simulados, inclusive o Rafale oferecido à FAB, eles deverão “segurar as pontas” quando os Mirage forem aposentados a partir de 2015-16.

É nesse contexto que existe pressa para a escolha dos novos aparelhos, porque sua adoção é gradual e os F-5 não devem voar depois de 2020. Concebida no espaço de atuação do Sivam na Amazônia, a vigilância feita pelos aviões-radar R-99 em conjunto com SuperTucano e F-5, ambos da Embraer, não tem rivais locais.

A Marinha opera submarinos convencionais eficazes e conseguiu manter seus navios atualizados. E já toca a renovação de sua frota submarina, dentro do acordo militar de 8,5 bilhões de euros (R$ 20 bilhões) assinado com a França em 2009.

“A intenção de ter um submarino nuclear (em 2025) colocará o Brasil como a nação mais poderosa em termos navais na região”, disse Russell Jones, analista de América Latina da consultoria Jane”s.

SEM AMEAÇAS

Comunicações são um problema, com Exército e Marinha visando ampliar capacidades com planos bilionários. Há ainda bases aéreas grandes no Sul-Sudeste, refletindo uma ideia antiga de guerra com a Argentina.

Não existe, porém, ameaça direta ou mesmo capacidade de algum de nossos vizinhos de nos causar problemas mesmo em simulações delirantes de conflitos.

Diferentemente da maioria dos analistas, o chefe de Jones afirma que há uma corrida armamentista em curso na América Latina. “Mas acho que ela não diz respeito a perigos no futuro, mas a movimento do Brasil para assumir a posição de primazia diplomática nos assuntos da região”, disse Guy Anderson.

Seja como for, nada disso se compara ao colosso militar ao norte, os EUA. A última superpotência, que pode destruir o mundo com suas 5.000 ogivas nucleares, gasta 25 vezes mais com suas forças do que o Brasil -e sete vezes mais que a segunda colocada, a badalada China.

FONTE: Folha de São Paulo, via Notimp

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Antonio M

“20/02/2011 – 07h00 Universidades federais podem perder 10% da verba por causa de cortes do orçamento As universidades federais podem perder até 10% do dinheiro utilizado para custeio por causa do corte de R$ 50 bilhões no orçamento determinado pela presidente Dilma Rousseff. Estão em estudo também restrições a diárias e passagens utilizadas pelas instituições. …” Os cortes atingem todas as áreas. Todas mesmo? “Câmara e Senado têm orçamento bilionário para 2011 Ter, 14 de Dezembro de 2010 13:00 O orçamento de Câmara e Senado para 2011 está previsto em R$ 7,4 bilhões, segundo a proposta de diretrizes orçamentárias em… Read more »

Antonio M

“…10% desse orçamento, seriam R$ 740 milhões ”

Desculpem (calculei o valor da economia somente do orçamento do Senado, que foi de R$2,7bi em 2009) …..

ZE

EXECELENTE essa reportagem !

A compra dos tanques foi uma BESTEIRA.

Aliás, o uso de tanques hoje em dia só é justificada em alguns casos.

Aquela ideia de guerra convencional com um monte de tanques é coisa do passado.

Parece que o exército ainda não aprendeu isso.

Tanque só é bom em desfile militar, para mostrar a “MASCULINIDADE” do Exército Brasileiro.

Melhor seria ter investido mais onde realmente é MAIS PRECISO: região NORTE !

Na Amazônia, amigos, tanque e nada é a mesma coisa.

[ ]s

ZE

Aliás, esse é um jornalista que, pelo menos nessa matéria, ESCREVEU BEM E COM CONTEÚDO: Igor Gielow.

Não me lembro de ter lido uma matéria tão boa quanto essa desse mesmo jornalista. Enfim…

DEZ MIL VEZES melhor do que aquelas matérias escritas pelo “JORNALISTA ESPECIALIZADO EM DEFESA”, Roberto Godoy !

[ ]s

Grifo

A compra dos tanques foi uma BESTEIRA.

Aquela ideia de guerra convencional com um monte de tanques é coisa do passado.

Caro ZE, será mesmo? Para quem pensava que tanques não tinham lugar em uma guerra irregular, os EUA estão introduzindo agora MBTs no Afeganistão. Boa discussão em http://www.forte.jor.br/2010/11/19/eua-enviarao-tanques-de-combate-pela-1%C2%AA-vez-ao-afeganistao/.

Na região Norte, se o Brasil tiver por exemplo um conflito com a Venezuela, eu gostaria de ter tanques para subir a BR-174.

ZE

Caro Grifo, lógico que é ! Como você pode ver, eu disse: Aliás, o uso de tanques hoje em dia só é justificada em ALGUNS casos. **************************************** A Guerra do Afeganistão tem 10 anos. Segundo o Link que você mandou, os EUA estão mandando 16 tanques. Isso tudo, depois de 10 anos de guerra. Haverá casos em que tanques poderão ser usados. Esse deve ser o caso. Repiso: Guerra convencional, com um MONTE de tanques é coisa do passado. Guerra assimétrica, com um MONTE de tanques nunca funcionou. Descarte os casos PONTUAIS que alguns tanques possam ser usados. Tanto é… Read more »

Tadeu Mendes

Os Blindados ainda sao validos em um TO convencional. Claro que em certas regioes do pais, os tanques seriam praticamente irrelevantes, mas o Brasil possui extensas areas relativamente planas Nas duas guerras do Golfo (Iraque), o papel da USAF foi importantissimo para “amaciar” as defesas, mas foram os tanques Abraham que ocuparam Bagada. Israel (uma experiente e moderna forca de combate) nao abre mao de seus blindados, tanto para os conflitos de baixa intensidade quanto os de alta intensidade. Nao precisava nem dizer que fui da arma de Cavalaria > Rsrsrsrsrs. Mas eu acho que depois do fim da END.… Read more »

ZE

Aliás, o link diz IRAQUE, mas como sabemos, grande parte deles estão indo para o AFEGANISTÃO, visto que as forças armadas americanas estão se retirando paulatinamente do iraque.

[ ]s

ZE
Vader

“Tendo derrotado aviões modernos em exercícios simulados, inclusive o Rafale oferecido à FAB, eles deverão “segurar as pontas” quando os Mirage forem aposentados a partir de 2015-16.”

Ahahahahaha, ganhei o dia com essa. Finalmente um grande meio de comunicação informa a realidade do fiasco que é o tal Rafale.

No mais, excelente reportagem.

Vader

Caro ZE, me perdoe, mas penso que a compra dos Leopard 1 da Alemanha não foi um erro do Exército Brasileiro. Trata-se de um bom CC, que a Cavalaria do EB já opera (mod 1A1), e que foi adquirido numa quantia razoável, totalmente revisado e a preço de banana, para recompor as unidades de cavalaria da nossa fronteira sul. Trata-se de uma arma muito mais capaz do que dispõem qualquer de nossos vizinhos, exceção feita aos Leopard 2 do Chile (que não faz fronteira conosco). O Leo 1 foi uma pechincha. O Exército fez o certo: ou comprava-os, ou acabava… Read more »

Observador

O comentário do Sr. Igor faz uma análise muito séria da situação. A interferência política nos assuntos militares é enorme, como em qualquer outro assunto neste país. As verbas das FAs são desviadas/retidas para ajudar a contruir a MENTIRA do superávit. Superávit é construído com economia, não com corte de investimentos e aumento de impostos. Nunca houve superávit no Brasil, só o velho défict de sempre. Voltando a interferência política, esta é evidente até mesmo pelas notícias aqui no Blog. O que mais se discute é a interferência política em favor do Rafale, a queda iminente do Ministro de Defesa,… Read more »

andersonrodrigues1979

TRISTE

ZE

Vader, eu concordo com você em partes. Concordo plenamente sobre a Amazônia. Na verdade, ao longo desses 2 anos, eu já coloquei a minha opinão acerca de certos temas “quentes”: Região Amazônica, pré-sal, invasão do Brasil pelos nossos vizinhos, e pelo Grande Satã do Norte, urgência de caças para a FAB… Amazônia e pré-sal são 2 grandes PARANOIAS BOBAS, que só servem para a AGENDA DE ALGUNS. Como já disse, NÃO se pode colocar o pré-sal debaixo do SOVACO e sair correndo. Só para se ter uma ideia, é preciso milhares de trabalhadores para explorar o pré-sal. Também é preciso… Read more »

Antonio M

O problema não é so o dinheiro e sim de continuidade politica, plano de governo e outras coisas. Seria coincidência justamente o Chile ter conseguido ter tantas melhoras sociais/econômicas apenas por causa da bonança econômica ou, por terem conseguido formar uma coalisão que gorvernou o país por 16 anos? Apesar de problemas que persistem, como a previdência, colocaram muita coisa nos trilhos, como a educação e forças armadas apesar da ditadura. A cada campanha eleitoral no Brasil aumenta minha descrença em nossa classe política. Por exemplo, ver campanhas na TV onde um governo simplesmente diz que no anterior as pessoas… Read more »

Baschera

Vader disse: 20 de fevereiro de 2011 às 12:55 Caro Vader… providencial, verdadeiro e preciso vosso comentário. Alguns acham muito virulentos e sarcásticos os vossos comentários e os meus também, mas pessoas como nós temos a obrigação de continuar chutando o s…. destes cretinos dos governantes até que eles entendam que não seremos mais que um exportador de bananas e minério de ferro barato sem um porrete dissuassório condinzente com o nosso tamanho verdadeiro e nossas aspirações político-econômicas e estratégicas. No mais, só uma pequena correção, os últimos MBT recebidos pelo EB são os Leopard 1A5…. os 1A1 em grande… Read more »

Baschera

ZE disse:
20 de fevereiro de 2011 às 13:37

Hehehehe…. meu caro…. quase esqueço que o seu porrete verbal dissuassório é mais letal do que o das nossas depauperadas FFAAs…

Torço sempre para que aqueles babacas lá do Planalto os leiam…..

Sds.

Wagner

Os americanos querem nos invadir sim ! Vejam só : Eles fazem uma Blitzkrieg, e tomam todo o RJ. Então, terão de cintrolar o tráfico, quantos marines para isso ? sei lá, só sei qe seria bom negócio !! Quem sabe o tráfico acaba!! ah ah ah !!

deveríamos convidá-los…

🙂

Wagner

ops, controlar

Marco Antônio

Um ponto mencionado no texto, e não abordado nos comentários, que revoltou-me demais foi o percentual DESPERDIÇADO com pensões. Como ter FFAA decentes se os governos destinam considerável quantia à Defesa (tanto em proporção com o PIB quanto em termos absolutos) e METADE vai para os bolsos de filha de militar falecido ou pra aposentadorias esdrúxulas? Concordo com o Vader sobre a necessidade e oportunidade da compra dos MBT Leo1. Não podemos prescindir da nossa arma de cavalaria pois, em que pese não termos vizinhos poderosos nas fronteiras sul/centro-oeste, devemos lembrar que os EUA não fazem fronteira com o Iraque,… Read more »

Renato Oliveira

Marco, sempre digo isso, mais problemas que ter ou não recursos é usá-los adequadamente. Bota esse povo no INSS e azar. Aliás, todos tinham que estar no INSS. Transfere o equivalente atual da grana para o INSS, e deixa as pensões serem reajustadas pelos mesmo parâmetros. Economiza uma grana e ‘salva’ o INSS.

Grifo

Incrível, não existe nenhum post aqui no blog sobre a pindaíba das FFAA que alguém não venha falar das pensões às filhas de militares. Para os que acham que isso é o problema, lembro que: – Não existe previdência militar (os que acham que existe, por favor citem a lei). Militar pode estar na ativa, na reserva ou ser reformado. Pela lei não existe militar aposentado. Este é um dos motivos pelo qual a verba para os militares inativos está na rubrica da Defesa. – Pensão é aquilo que é pago quando o militar morre. Muita gente inclui o custo… Read more »

andresvital

Grifo às 22:03 h de 20.02.11

Brilhante comentário

Vader

Baschera disse:
20 de fevereiro de 2011 às 15:57

“No mais, só uma pequena correção, os últimos MBT recebidos pelo EB são os Leopard 1A5…. os 1A1 em grande parte, mas não todos, virarão panela de ferro.”

Grande Bascha, no meu comentário estava referindo-me ao fato de que o EB já usa o Leo 1A1, que é semelhante ao 1A5 ora adquirido, em muitos aspectos da cadeia logística.

Abraço.

Vader

Grifo disse: 20 de fevereiro de 2011 às 22:03 “O benefício das filhas que recebiam pensão à época consiste em direito adquirido e não pode ser retirado por emenda constitucional, lei ou o que quer que seja. Quem acha que isso pode ser mudado, favor consultar o STF.” Seu comentário é preciso Grifo. Não é preciso ser nenhum ministro do STF pra saber: a “pensão das filhas dos militares” consolidadas anteriormente à reforma de 2001 constituem DIREITO ADQUIRIDO, direito fundamental (Art. 5o da CRFB/1988) e cláusula PÉTREA da Constituição, ou seja: não podem ser objeto sequer de emenda constitucional, vale… Read more »

Tadeu Mendes

Caro Vader,

Voce foi um oficial da Infantaria, certo? A rainha das armas.

Receba um cordial abraco de seu irmao de farda (tenho um passado verde) , do 4 Esquadrao de Cavalaria Mecanizada (4 Rec. Mec. Juiz de Fora 1973).

Sera que se continuassemos no EB, hoje seriamos Generais???? Rsrsrssrssrs.

Eu provavelmente ja teria sido expulso por execesso de Caxiagem.
Imagine eu partindo para o bate boca com o meu superior: O excelentissimo Ministro da Defesa Nelson Jobim. kkkkkkkkkk.

Eu aprendi mais sobre defesa sendo civil do que militar. Por isso defendo a participacao de especialistas civis acessorando militares.

Grifo

Caro Vader, eu concordo com você, mas lembrando que por mais eficiente que seja a gestão acho que o dinheiro atual ainda seria pouco.

Por exemplo, a FAB precisa mesmo ter um laboratório farmacêutico? Precisa ter hotéis de trânsito em locais onde não tem unidades militares? Precisa manter escolas assistenciais (Newton Braga, Jenny Gomes, Brigadeiro Camarão, etc.)? Precisa ter oficial fonoaudiólogo? Precisa mesmo dar assistência média a dependentes, ao invés de fornecer um plano de saúde?

Mas lembrando, mesmo acabando com tudo isso os recursos que o governo fornece ainda seriam escassos.

Guilherme Poggio

, e principalmente após descobrir um mar de petróleo sob a camada do pré-sal

O petróleo não está sob a camada pré-sal. Ele está NA camada pré-sal. Abaixo das camadas do pré-sal está o embasamento cristalino.

DrCockroach

Segundo o SIPRI os gastos com defesa do Brasil em 1988 eram de 2.1% do PIB e em 2008 (ultimo ano disponivel no site) seriam de 1.5% do PIB. http://milexdata.sipri.org/ Duas semanas atras eu publiquei o link p/ seguinte materia “Prefeito negocia vantagens na escolha de caças da FAB” na qual o Marinho dizia que a Dilma deixaria a decisao p/ 2012 (mais uma que ele acerta). Ou seja, pode-se discutir se ele eh influente ou nao a vontade, mas ele eh um “fontado” verdadeiro. Sugiro uma entrevista com ele p/ saber se eh somente um adiamento ou enterro, se… Read more »

Rodrigo

Grifo disse: 20 de fevereiro de 2011 às 23:48 E em OMs localizadas no c* do mundo, vão ter que deslocar o pessoal até um grande centro ou ter um atendimento local plenamente insatisfatório ? O Brasil é muito grande e muito desigual, infelizmente. Eu sou fã do modelo inglês de terceirização, mas tenho dúvidas se ele funcionaria aqui. ———————————————- Guilherme Poggio disse: 21 de fevereiro de 2011 às 0:04 Eu já vejo o Pré-sal devidamente “auto-protegido”, até de nós pela sua distância do litoral e profundidade. Qualquer um que queira fazer uso deste recurso vai ter que bater um… Read more »

Vader

Tadeu Mendes disse:
20 de fevereiro de 2011 às 23:25

Grande Tadeu, como eu era temporário só poderia ter chegado a Primeiro Tenente.

E tirando a parte de tática de infantaria (até nível subunidade), da qual tive uma noção razoável (mas muito menos do que seria necessário para uma ação real), também aprendi mais como paisano que como militar. Concordo contigo que deveria haver especialistas civis nas FFAAs, mas viabilizar isso é complicadíssimo, por conta da hierarquia.

Grande abraço.

Vader

Grifo disse:
20 de fevereiro de 2011 às 23:48

Grifo, concordo 100%.

Abs.

Grifo

E em OMs localizadas no c* do mundo, vão ter que deslocar o pessoal até um grande centro ou ter um atendimento local plenamente insatisfatório ? Caro Rodrigo, hoje nas localidades “c* do mundo” a coisa já funciona à base de deslocamento. A FAB só tem hospital em cidade grande, onde os dependentes teriam acesso a assistência médica de melhor qualidade se tivessem um convênio privado. Hoje existe uma distorção onde o corpo médico da FAB existe principalmente para dar assistência a familiares e inativos, que incha o quadro e acaba prejudicando o atendimento aos próprios militares. Um exemplo desta… Read more »

Marco Antônio

Ok, Grifo. Então vamos esperar até 2036 (qdo o sistema será superavitário) para termos investimento decente nas FFAA. Só considero que tens que observar que não falei em nenhum momento em cortar as pensões das filhas……falei que é necessário examinar a questão e levantar eventuais valores exorbitantes que, provavelmente, existem. O direito adquirido que estas senhoras possuem (isto é indiscutível) é em relação à pensão, não ao seu valor.

No comentário que escrevi, não falei em cortar pensão de ninguém. Esta discussão está realmente está vencida. A discussão de revisar as pensões não está vencida…..aliás, pergunto, já foi discutido?

Vader

Marco Antônio disse:
21 de fevereiro de 2011 às 10:45

“O direito adquirido que estas senhoras possuem (isto é indiscutível) é em relação à pensão, não ao seu valor.”

Desculpe-me caro Marco Antônio, mas você está enganado. Pergunte a um (outro) advogado.

Abraço.

Grifo

Ok, Grifo. Então vamos esperar até 2036 (qdo o sistema será superavitário) para termos investimento decente nas FFAA. Caro Marco Antônio, acho que não fui claro. O sistema é superavitário hoje para os que militares que estavam na ativa em 2001 e optaram por contribuir para ele. Ele passará a ser deficitário em 2036. O verdadeiro rombo são as pensões já existentes àquela época, e quanto a estas nada pode ser feito. O direito infelizmente inclui o valor, na verdade elas têm o direito de receber o valor correspondente ao de um militar da ativa de determinado posto (a chamada… Read more »

Marco Antônio

Grifo, você escreveu no seu comentário das 22:03h o seguinte: “Já a contribuição dos que optaram por manter a pensão permite que se pague pelas suas futuras pensões, devendo o sistema ser superavitário até 2036.” Eu entendi que até 2036 o sistema tornaria-se superavitário. Agora, com a sua explicação, entendi que a partir de 2036 não o será. Vader, eu poderia consultar um advogado. Mas um advogado pode me dizer tanto que é possível quanto o contrário e pode embasar juridicamente as duas teses (daí a fama ruim, da qual discordo, dos advogados). Aprendi, também, no curso de Direito duas… Read more »

Vader

Marco Antônio disse:
21 de fevereiro de 2011 às 11:49

Então tá bom Marco Antônio, como queira.

Marco Antônio

Vader, não me entenda mal. Compreendi que ambos visualizamos as pensões como problema. Apenas divergimos, respeitosamente, quanto à pertinência da discussão. Na sua opinião, a discussão está superada. No meu entendimento, culpar os governos (refiro-me à governos tucanos e governos petistas) pelos cortes é fácil. Se a questão das pensões está superada e não tem solução, a questão dos cortes também não tem. Fatos diante dos quais não adianta “chorar”: Os governos, eventualmente, farão cortes. O orçamento da defesa é muito pouco flexível. A parte passível de corte é exatamente esta que sofre o corte agora e sempre sofreu (investimento… Read more »