Você adivinha qual caça um jornal britânico colocou à frente no MMRCA?

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Typhoon da RAF lidera a corrida para encomenda indiana de 7 bilhões de libras, segundo jornal britânico The Telegraph

 

Em matéria publicada no último dia 29 de outubro e assinada pelo correspondente de defesa Sean Rayment, o jornal britânico The Telegraph diz que o avião de caça Typhoon, utilizado pela RAF (Real Força Aérea Britânico) é o líder na disputa pelo contrato milionário para fornecer à Força Aérea Indiana um jato de combate comprovado em batalha. Trata-se do programa indiano MMRCA, para aquisição de um novo avião de combate multitarefa de porte médio.

Segundo a reportagem, o desempenho “sem falhas” do Eurofighter Typhoon no conflito da Líbia catapultou a aeronave à frente de seu principal rival para ganhar um dos mais lucrativos contratos de defesa dos últimos tempos. O Governo da Índia selecionou o Dassault Rafale e o Typhoon, ambos veteranos da campanha da Líbia, como finalistas de uma encomenda de 126 caças para sua Força Aérea, a um custo estimado de 7 bilhões de libras (aproximadamente 11,3 bilhões de dólares ou 19,2 bilhões de reais)

Ainda segundo o jornal, o Typhoon já estava liderando a competição após conquistar a maior pontuação na avaliação teécnica realizada por pilotos indianos, que voaram a aeronave numa série de exercícios em 2010. Mas acredita-se que será o desempenho do Typhoon no conflito da Líbia, onde completou mais de 600 missões de combate, que ajudará a ganhar o contrato, cujo resultado será tornado público antes do Natal.

Observação do editor: após uma leitura atenta à matéria do jornal, o Poder Aéreo não encontrou exatamente onde estaria sendo afirmado, de maneira clara, algum detalhe sobre esse possível desempenho superior do Typhoon em relação ao do Rafale, no conflito da Líbia. O jornal, porém, deixa os diferenciais para uma eventual liderança do Typhoon pós-campanha da Líbia para as entrelinhas, optando por tratar mais claramente do insucesso do Rafale em vendas internacionais, como mostram os trechos abaixo:

Tanto o Typhoon, que é fabricado em conjunto pela Inglaterra, Itália, Alemanha e Espanha, quanto o Rafale tiveram um desempenho admirável nos céus da Líbia, aplicando a zona de exclusão aérea, lançando ataques ao solo e realizando missões de reconhecimento e de presença, e muitos observadores acreditam que não há muito o que separe os dois caças em capacidade.

Mas o Rafale, até o momento, falhou em vender para clientes internacionais devido ao seu alto custo e complexidade técnica – uma mudança marcante em relação ao último caça francês bem sucedido, o Mirage. Ironicamente, em 2007 o Coronel Gaddafi iniciou conversações com o Governo Francês para comprar 14 caças, um acordo que se desvaneceu com o surgimento da “Primavera Árabe” e o reforço ao embargo de armas à Líbia.

Segundo uma fonte ligada aos altos escalões da defesa, “a guerra da Líbia apresentou uma vitrine inesperada para países compradores em potencial, como o Brasil e a Índia, que desejam modernizar suas forças aéreas. Tanto o Rafale quanto o Typhoon desempenharam bem, mas o Typhoon é a escolha popular porque oferece muito mais. Pode ser mais caro mas oferece muito mais pelo que se paga. Seu desempenho na Líbia foi sem falhas. ”

Tanto o fabricante francês do Rafale, a Dassault, quanto os fabricantes do Typhoon temem que o tempo está acabando para novas vendas de suas aeronaves. O caça multitarefa Typhoon, que entrou em serviço na RAF em 2003, com muitos anos de atraso e bilhões de libras acima do orçamento, está em serviço na Inglaterra, Alemanha, Espanha e Itália, assim como nas forças aéreas da Áustria e da Arábia Saudita. A BAE está buscando vendas também no Japão, Omã e Malásia.

FONTE: The Telegraph (tradução, adaptação e edição: Poder Aéreo)

FOTOS: Eurofighter

NOTA DO EDITOR: o Poder Aéreo publicou matéria com fotos do Rafale, Typhoon e Gripen (clique nos links nos nomes dos caças para acessar), complementando análise publicada no último número da revista Forças de Defesa, com o título “Eurocanards sobre a Líbia: bases pra que te quero“. A primeira página dessa matéria da revista pode ser degustada clicando aqui, assim como os links para adquirir a revista (cuja aquisição também permite o acesso a comentar no Poder Aéreo, Poder Naval e Forças Terrestres).

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Guilherme Poggio

Pode ser mais caro mas oferece muito mais pelo que se paga. Seu desempenho na Líbia foi sem falhas

Acho que o autor do texto entregou o ouro aqui. A oferta agora é financeira e não mais técnica.

jacubao

Isso é puxar o saco do Typhoo 😀

Mauricio R.

Ué qndo os franceses “falam” pelo cliente, sejam os UAE ou o Brasil, ninguém reclama.
Interessante que eles, os franceses, não se meteram a falar pela Índia.
No mais esperemos o 4 de Novembro, o que tiver que ser, será!!!
E se for Typhoon, melhor ainda.

Justin Case

Amigos, A batalha agora é na mídia, na Índia e na Suíça, onde os dois são concorrentes. http://www.defenseworld.net/go/defensenews.jsp?id=6202&h=%E2%80%9COmnirole%E2%80%9D%20Rafale%20%20Steals%20Lead%20Over%20Eurofighter%20Typhoon%20in%20Libyan%20Operations ““Omnirole” Rafale Steals Lead Over Eurofighter Typhoon in Libyan Operations Tue, Nov 1, 2011 07:34 CET While NATO forces fielded the Dassault Rafale and the Eurofighter Typhoon in the UN-mandated war against Gaddafi’s forces in Libya, details emerging from briefings by the U.K. and French air forces about the use of their respective fighters tell that the Rafale was the primary attack plane while the Eurofighter Typhoon provided intelligence through its targeting pods. With the Libyan hostilities over, the Rafale and the… Read more »