F-5EM: por que é ‘bicudo’, entre outros detalhes interessantes

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Esta penúltima matéria do F-5EM será um pouco mais “curta e grossa”, afinal os leitores tiveram altas doses de detalhes da aeronave nos últimos dias e já devem estar um tanto saturados. A imagem acima acentua claramente uma característica do F-5: ele é “bicudo”, por uma opção de projeto (e esse é seu apelido na FAB). Com uma fuselagem pouco profunda e dois canhões na parte superior do nariz (hoje apenas um no modelo monoposto) e tendo um radar também a se instalar à frente, ocorre o que se chama “esconder um item atrás do outro”, ao longo do comprimento, de modo a manter a seção frontal a menor possível. O mesmo vai ocorrendo para trás da aeronave, com o canopi seguido dos tanques de combustível instalados apenas na fuselagem.

Vai se estabelecendo um padrão em que o caça fica cada vez mais esguio e, com a instalação dos motores bem para trás, o bico compensa o peso dos mesmos, ficando mais comprido (e vice-versa). No fim das contas, gerou-se um caça de baixa assinatura visual por ter uma área frontal bastante reduzida, o que também ajuda na aerodinâmica. Porém, o “bico” do “bicudo” é um tanto pesado, o que deixa o F-5 menos eficiente em manobras de “pitch” (levantar ou abaixar o nariz) do que em manobras de rolamento, consideradas o ponto forte da aeronave.

Mas como aqui falamos também de detalhes, vale a pena atentar, na foto do alto, num item instalado no F-5EM e que não existia no F-5E: o farol lateral para iluminação de alvos interceptados à noite, que pode ser visto logo atrás do número da aeronave. E, nas duas imagens acima, ressalta-se também a localização da sonda de reabastecimento em voo, que é o foco da imagem abaixo.

No ponto em que a sonda se junta à fuselagem, podemos ver outro farol, ulilizado para iluminar à frente em reabastecimentos noturnos, facilitando a visualização da cesta do avião reabastecedor. Repare que, logo abaixo da sonda, pode-se ver que a aeronave está sem o seu HUD (Head Up Display – visor ao nível dos olhos). Mudando nossa atenção para trás do canopi, logo acima da palavra “Força” (de Força Aéra Brasileira) vemos a luz de formação para voos noturnos, compatível com o uso de óculos de visão noturna.

Mais para trás, no dorso, pode ser vista a antena de V/UHF superior e, quase não aparecendo na foto, aparece parte da segunda antena de GPS. Esta pode ser vista mais de perto na foto abaixo, à esquerda, tirada em outro ângulo.

 

Logo abaixo da sonda de reabastecimento em voo (e praticamente na mesma posição na fuselagem, do outro lado) vê-se na foto acima à direita a portinhola de acesso ao mecanismo de separação de emergência do canopi, acionado de terra. Clicando na imagem, pode-se ler as instruções de operação desse sistema que emprega uma pequena carga explosiva. Mais abaixo, os dois pontos brilhantes são tomadas estáticas.

Amanhã, sexta-feira, é o dia da nona e última matéria desta série. Não perca!

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Clésio Luiz

Na época da Segunda Guerra, a ejeção do canopi era pela ação do vento, ou seja, o piloto abria a peça parcialmente e o fluxo de ar se encarregava de levá-lo embora. Mas quando uma aeronave se acidentava no pouso/decolagem e o piloto estivesse incapacitado, não se tinha uma maneira de abrir o canopi rapidamente por fora. Muitos morreram queimados nos destroços, pois o melhor que as equipes de terra poderiam fazer era abrir o cockpit na base do machado.

Hoje puxa-se uma alavanca, e o canopi voa fora, facilitando muito o trabalho das equipes de resgate.

Vinicius Donadio

hehehe como avançou e ainda avança a aviação, seja ela militar ou civil!!

Mauricio R.

Na verdade o canopy não sai voando, uma carga explosiva existente no mesmo, estraçalha o pexiglass, por onde o acento ejetor passa.
Se não me falhe a memória, somente aquele jato de Taiwan tem um sistema diferente, aonde o canopy inteiro é ejetado pela força de uns foguetinhos.
Mas mudando de “bicudo” p/ “pato”, a FAB não teve interesse no “nariz de pato”, que a Northrop desenvolveu p/ o F-5???