E o nosso ‘mini Tornado’? Daqui a quantos anos ele deveria ser desativado?

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Por Fernando “Nunão” De Martini

Na tarde de ontem (quinta-feira, 24 de fevereiro), o Poder Aéreo publicou a matéria “Toda a frota de Tornados da RAF poderá ser desativada em três anos”, com informações do jornal The Guardian e do Forecast International (clique na imagem ao lado para acessar). Segundo a matéria, o Ministério da Defesa do Reino Unido estaria cogitando desativar toda a frota atual de aproximadamente 100 Tornados de ataque ao solo nos próximos 3 anos, devido à necessidade de compatibilizar mais cortes orçamentários e de priorizar a entrada em serviço de novas versões multitarefa do Eurofighter Typhoon (tranche 3).

Essa possibilidade levou o Poder Aéreo a refletir sobre os cortes na Defesa aqui, no Brasil, e sobre a situação do “mini Tornado” da FAB, o A-1, vulgo AMX. Não seria interessante ponderar se vale mesmo a pena estender a vida útil desse vetor, aplicando recursos em sua modernização? Vale lembrar que, recentemente, a matéria “Aeronáutica diz que cortes afetam projeto de avião da Embraer” mostrou que o projeto de modernização do A-1, que já tem protótipos em execução e contratos anunciados, pode ser uma vítima dos cortes deste ano: “De acordo com Saito, outros programas da FAB serão atingidos pela contenção de gastos, como a parceria com a França na produção dos helicópteros EC-725 e a modernização dos caças AMX, que também é feita pela Embraer.”

Por um lado, o cancelamento do programa F-X, o posterior lançamento do F-X2, seguido de seus intermináveis adiamentos, vêm justificando a modernização do atual inventário de jatos de combate da FAB, de modo que a Força tenha meios disponíveis para cumprir suas missões constitucionais. Por outro, essas mesmas modernizações vêm sofrendo atrasos, o que leva a pensar se o que é necessário hoje ainda será no futuro.

Explicando melhor: hoje o A-1 é um elemento importantíssimo para as missões de ataque da FAB, destacando-se no inventário da Força. Leva uma maior carga de bombas e a maiores distâncias (sendo o único vetor capacitado para operações de cunho estratégico) do que a espinha dorsal da nossa aviação de caça, o F-5M. Deve-se lembrar que outro caça que teria um alcance compatível em missões de ataque, o F-2000, é empregado principalmente como interceptador e que, de qualquer forma, representa uma solução “tampão”, sendo operado em relativa pequena quantidade quando comparado ao A-1 e ao F-5M.

O A-1 também é mais rápido e carrega mais armamento que o A-29, o outro vetor da FAB que cumpre missões de ataque. Este autor reconhece que, caso estivesse hoje o A-1 na configuração modernizada A-1M, ou com seu programa de modernização já bem adiantado, as ponderações desse artigo fariam pouco sentido.

Mas, segundo a própria FAB (“Nota sobre Programa de Modernização das Aeronaves A-1 (AMX) da FAB“), esse programa começou em 2003, foi renegociado em 2008, com novos contratos divulgados em 2009 e 2010. Mas já estamos em 2011, recebendo mais uma vez anúncios de cortes orçamentários que podem afetar a conclusão desse projeto. É certo que, ao longo do tempo, também foram desenvolvidos os novos radares para a aeronave, a serem integrados numa aviônica similar às do A-29 e do F-5M. Mas, mesmo assim, o A-1M ainda é mais uma promessa que uma realidade. Levará pelo menos 5 anos para que a modernização de 43 unidades da aeronave se concretize (numa perspectiva otimista, levando em conta que o programa F-5M sofreu com atrasos).

E o que representará o A-1M daqui a dez, quinze ou vinte anos? Por volta de 2020 – 2025, planeja-se que o F-5M já tenha deixado o serviço ativo, substituído por um caça de nova geração. A vida útil das células dos “bicudos” não permite maiores devaneios sobre operá-los na “linha de frente” além dessa data, para não falar da disponibilidade de peças de reposição de itens não relacionados à parte modernizada.

Suponhamos que esse caça de nova geração seja qualquer um dos três concorrentes do atual programa F-X2.

Ao lado desse novo caça, provavelmente o A-1M não acrescentará qualquer capacidade que este não possua. Acrescentará, grosso modo, apenas em quantidade de jatos suficientemente modernos e aptos a cumprir missões de ataque. Alcance, carga de armamento, capacidade de sobrevivência, polivalência, flexibilidade, em tudo isso o caça de nova geração deverá superar o A-1M. É inegável que, numa hipótese de conflito de alta intensidade, um “F-X2” ofereceria sempre maiores capacidades que o A-1M. E para hipóteses de conflitos de baixa intensidade, que são a tônica nesse século XXI, as missões que o A-1 poderia cumprir seriam realizadas, com melhor custo-benefício e em alguns casos de forma mais eficiente, pelo A-29 (que para missões do tipo tem as vantagens da velocidade menor e da maior permanência sobre o objetivo).

Numa provável aviação de caça da FAB em 2025, equipada com o vencedor do F-X2, com o A-29 e o A-1M, é opinião deste autor que o A-1M estaria “sobrando”. Sua modernização faz sentido para que a FAB não fique, no médio prazo, sem jatos de combate equipados com sistemas avançados. Mas há sentido em prosseguir na sua modernização, quando os recursos necessários poderiam ser aplicados nos próprios vetores que um dia irão substituí-lo?

É certo que os milhões de reais, dólares e euros de sua modernização representam pouco para a aquisição de caças modernos, permitindo que apenas um punhado de novos jatos  pudesse ser adquirido. Mas devemos também ponderar se, daqui a uns 10 ou 15 anos, os custos anuais de manutenção de uma frota de 43 A-1M  serão muito diferentes dos custos anuais para operar uma mesma quantidade de caças novos. E mesmo no caso de serem menores esses custos, deve-se refletir se um menor número de caças de última geração não cumpriria a mesma missão (e melhor) que um número maior de jatos A-1M.

A pergunta que fica para os leitores é: vale a pena modernizar 43 aviões de ataque A-1 ao invés de aplicar esses recursos (se é que existirão, devido aos cortes) na preservação de outros programas, como os de desenvolvimento de novas bombas guiadas, mísseis, de aeronaves de transporte,  ou mesmo na incorporação de sistemas mais avançados no A-29, no desenvolvimento de veículos aéreos não tripulados e no próprio F-X2 e seus armamentos?

A modernização do F-5M mostrou-se necessária, até mesmo imprescindível (apesar de muito demorada), dados os sucessivos adiamentos da chegada de um novo caça. Quanto à modernização do A-1, talvez já tenha se fechado a “janela” temporal em que esta traria seu melhor custo-benefício, pensando no tempo que levará para ser concretizada, no emprego da aeronave daqui a 10 ou 15 anos e nas prioridades que a FAB deve encarar, mesmo levando-se em conta o que já se gastou nesse programa.

Talvez ligeiras atualizações nos sistemas e substituição de componentes dos A-1 dos últimos lotes, quem sabe aproximadamente 20 unidades, contribuam mais para que se mantenha uma dotação razoável de jatos de combate na FAB no médio prazo, mantendo também a capacidade atual de ataque estratégico, enquanto se trabalha para a obtenção de caças de novas gerações. Vale lembrar que as aeronaves do primeiro lote já têm mais de 20 anos de bons serviços prestados à FAB, não sendo assim tão “prematura” sua aposentadoria num espaço de mais uns 10 anos, ao invés de estender sua vida útil para além desse tempo. Os aviões dos lotes mais recentes estão em serviço há pouco mais de uma década.

Talvez uma opção interessante seja manter por um pouco mais de 10 anos, até 2020, um único esquadrão equipado com aproximadamente 20 jatos A-1, como citado acima. Um esquadrão voltado a missões em que o vetor realmente se destaque em relação aos atuais vetores da FAB (como as missões de ataque estratégico).

Talvez  outros dois esquadrões que hoje estão equipados com a aeronave possam prestar melhores serviços à FAB, a curto e médio prazo, sendo reequipados com o A-29 (numa redistribuição da dotação ainda a ser atingida de 99 unidades) pensando em reequipá-los, a longo prazo, com o F-X2. Ou mesmo sendo convertidos para operar veículos aéreos não tripulados (VANTs). Ou, quem sabe, equipados no futuro com um mix de A-29 e VANTs operando de forma conjunta, uma possibilidade que outras forças aéreas no mundo vislumbram para vetores de outra faixa de desempenho (como a possível “dupla” Rafale-Neuron, para citar um exemplo).

Talvez seja tarde para parar o processo de modernização, devido aos equipamentos já adquiridos e compromissos já assumidos, incluindo off-sets. Mas talvez o que já se adquiriu para esse fim possa ter melhor serventia como material de reposição para o F-5M ou o A-29, ou mesmo na modernização de uma quantidade menor de A-1, minimizando prejuízos.

E talvez, é claro, esse autor esteja completamente errado nessas opiniões acima. Dê a sua opinião.

NOTA: quero deixar claro que não nego as contribuições que o A-1 trouxe e ainda traz, operacionalmente, à FAB.  Nem o que ele representou e ainda representa para a indústria aeroespacial do Brasil. Lia com entusiasmo adolescente sobre o seu desenvolvimento, nos anos 1980. Ainda guardava um pouco desse entusiasmo quando lia sobre sua possível modernização, no início deste século XXI. Mas  o tempo passa e, como dizem por aí, a fila anda.

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Vader

Com o relator. O A-1, em que pese as excelentes considerações sobre o que representou e representa para a FAB e a Embraer, já perdeu sua “janela” de modernização. Houvesse sido modernizado no começo da década passada (até 2005) e seria bastante útil até 2020/25, no aguardo das novas aeronaves multirole da FAB. Modernizá-lo agora é gastar vela boa com defunto ruim, pois trata-se de uma aeronave limitada, e que terá suas funções compreendidas pelo tal multi-tarefa. A verdade é que não podemos mais ficar na lenga-lenga FX. Ou vem logo a nova aeronave, e em quantidade suficiente (pelo menos… Read more »

Mauricio R.

Mini Tornado???
O Tornado da RAF, avisou que ficou magoado…
E no mais é isso mesmo, a fila anda e têm aeronaves mais modernas, usadas, disponíveis no mercado.
A aproveita e leva o acervo de museu aeronaval junto!!!
No mais, o que é bom p/ a Embraer, necessáriamente não é bom p/ a FAB ou o Brasil.

Nick

Diante de um cenário com recur$os escassos para a FAB, modernização dos A-1 apesar de importante, não é prioridade.

Prioridades da FAB na minha opinião:
KC-390 -> não pode sofrer atrasos
F-5E Jordanianos -> precisam ser modernizados com os M-2000 sendo desativados.
A-Darter -> esse programa também não pode sofrer atrasos.
Bombas guiadas Stand-off -> precisamos desenvolver nosso “JSOW”
Satélite Nacional Militar, para comunicação e navegação.
e claro, os FX-2.

Agora não concordo a substituição de esquadrões de A-1 por A-29, são para missões diferentes.

[]’s

Mauricio R.

Entre KC-390, A-Darter e as tais bombas stand-off, fico c/ os 2 últimos.
Esse KC-390 não vai a lugar algum, alem de assistir ao C-130J continuar vendendo e aumentar sua já larga penetração no mercado.

Observador

O que Vader expôs é exatamente o que penso e venho dizendo faz tempo. Nossas FAs estão sendo transformadas em Guarda Nacional, Guarda Costeira e Polícia de Fronteiras. A nossa classe política, por revanchismo (há 16 anos somos governados pela esquerda ressentida), por falta de visão e incompetência acha que o Brasil entrar em guerra é algo tão fantasioso como enfrentar uma invasão alienígena. Sempre falei que investimento em defesa não dá voto. E a realidade está aí. Acho que estas modernizações de aviões (FAB e MB) tem que ser paralisadas mesmo. Se demora tanto tempo para efetivar a modernização… Read more »

Antonio M

“20/12/2010 – 21h00 Orçamento prevê gastos de R$ 8,9 bi com Legislativo Valor é 25% maior do que as despesas de Câmara, Senado e TCU no início da legislatura” Já havia comentado isso antes mas, não há como não voltar ao assunto. Tremendo gasto improdutivo pois sabemos que a décadas projetos importanttes ficam na gaveta dessas instituições. Nas câmaras municipais então o pouco caso é imoral. A maior parte de projetos aprovados são para dar nome à ruas ! Quais países no mundo gastam o equivalente a isso com seu legislativo? E como dizem que não há dinheiro? Não há… Read more »

Vader

Antonio M disse:
25 de fevereiro de 2011 às 12:44

Grande Antônio, mas nada disso importa, pois a semana que vem já tem carnaval, depois tem Copa do Mundo, Olimpíada…

Isso sim é que é importante.

Sds.

Rodrigo

Se fosse a FAR( Força Aérea do Rodrigo), mandava pro limbo os A1 e A4 monopostos e transformava os bipostos em EA1 e EA4.

Nick

Caro Antonio,

Essa notícia é que você postou mostra o absurdo que é esse país. R$8.9 bilhões com o Legislativo?!?!?!? Palhaçada.

[]’s

Antonio M

Srs., infelizmente é isso mesmo, quem quiser mais detalhes coloco o link:

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=35624

É muito dinheiro para pouco resultado……

Grifo

Nunão, excelente artigo. Sempre bom ver os nossos programas serem analisados friamente sob o aspecto de custo x benefício. Pessoalmente acho que é um programa que deveria continuar e ser prioritário, devido aos seguintes pontos: Este autor reconhece que, caso estivesse hoje o A-1 na configuração modernizada A-1M, ou com seu programa de modernização já bem adiantado, as ponderações desse artigo fariam pouco sentido. O programa já se encontra com um protótipo realizando ensaios desde 2009, e com a primeira entrega programada para o ano que vem, acho que já fomos muito longe para parar agora. Levará pelo menos 5… Read more »

Antonio M

Grifo disse:
25 de fevereiro de 2011 às 14:02

Por este Ângulo, também pode ser considerado o chinês Fantan (desafio aéreo 53) que apesar de projetado nos anos 60/70 ainda está em uso e sendo modernizado também.

Rodrigo

Mesmo que o protótipo esteja adiantado, ele não vai desintegrar se ficar no hangar. Por mim passa a faca no A1, EC725 e no inútil M2k e em programas que eternamente são programas, como o Piranha. Iniciaria no lugar uma campanha de ensaios de integração de armas inteligentes aos F5M e A29. Obviamente vai reduzir o nro de vetores, mas dara uma capacidade de combate superior a quem ficar. Não adianta ficar achando que o Governo Federal, vai mudar a visão devido a nossa nova posição no mundo e bla bla bla bla bla Neste ponto eu tiro o chapéu… Read more »

Grifo

Mesmo que o protótipo esteja adiantado, ele não vai desintegrar se ficar no hangar.

Caro Rodrigo, se o programa não for para frente todo o trabalho irá se perder.

Iniciaria no lugar uma campanha de ensaios de integração de armas inteligentes aos F5M e A29.

Ou seja, além do trabalho já feito ser perdido ele teria que ser refeito nos outros vetores, e que teriam no final um desempenho inferior ao A-1 nesta função.

Rodrigo

O trabalho não é perecível, EMBRAER e Elbit não irão fechar por causa disto. Se já estivesse tudo pago concordaria com você, mas está muito longe disto. Se existe um defeito na FAB é justamente a dificuldade em cancelar algo, preferem add eternum com a barriga. O A1 poderia ter um desesmpenho superlativo, o que não é nem perto da realidade. Na hora de carregar o piano, nas missões operacionais, mais que o F5M, quem o faz é o ST. O A1 é bacana, orgulho nacional, mas nada mais do que isto. Digamos que o que você tenha dito sobre… Read more »

Grifo

Se já estivesse tudo pago concordaria com você, mas está muito longe disto. Se existe um defeito na FAB é justamente a dificuldade em cancelar algo, preferem add eternum com a barriga. Se já estivesse tudo pago nós nem estaríamos tendo esta conversa. Mas não estando, a questão envolve saber se vale a pena cancelar um programa em estágio tão avançado, e para suprir uma necessidade tão importante. O A1 poderia ter um desesmpenho superlativo, o que não é nem perto da realidade. Na hora de carregar o piano, nas missões operacionais, mais que o F5M, quem o faz é… Read more »

Antonio M

Entre esse bons resultados: http://freepages.military.rootsweb.ancestry.com/~otranto/fab/amx.htm “…Um ensaio decisivo foi realizado em agosto de 2004, quando dois deles saíram da base de Santa Maria, RS e permaneceram no ar, por mais de 10 horas ininterruptas, realizando 3 reabastecimentos em vôo. Cobriram 6.900 Km, não foram detectados e teriam destruído qualquer alvo na América Latina ou até mesmo chegado à África. ..” “…Em agosto de 1998, seis AMX do primeiro lote e 22 pilotos voaram 52 saídas de ataque em 18 missões nas duas últimas semanas da operação. Os AMX atuaram junto com os F-5E Tiger III chilenos, F-16A/B MLU belgas e… Read more »

Mauricio R.

O problema é que o entorno do cenário está mudando, e de uma forma que mesmo reformado, o A-1 poderá não ser assim tão efetivo.

Justin Case

Notícia: http://www.rondoniaovivo.com/noticias/aviao-tucano-acaba-de-cair-em-porto-velho-piloto-ejetou-as-buscas-comecaram/72696 *Matéria atualizada às 18h35 Um avião modelo EMB-312 Tucano da Força Aérea Brasileira caiu em Porto Velho no final da tarde desta sexta-feira (25). De acordo com testemunhas oculares, o avião vinha em parafuso e o piloto da aeronave utilizou o banco ejetável para se salvar. Foi iniciado um grande esquema de buscas envolvendo as Força Aérea, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros para encontrar o piloto.O aeroporto de Porto Velho está fechado, assim como várias avenidas que dão acesso ao local. O avião caiu próximo ao aeroporto de Porto Velho, Rondônia, entre o Parque Circuito da capital… Read more »

Rodrigo

Grifo disse: 25 de fevereiro de 2011 às 17:29 O A1 não dura 10min contra um ADS descente. Vai ver onde ele operou no Kosovo, que esta lenda cairá por terra. Desempenho em treinamento vale para o AMX e não vale para o Rafale ? O A1 para ter o alcance “ultra-mega-estratégico” leva como carga duas Mk83 ou quatro MK82, não me lembro ao certo… Pergunto aos entendidos… É isto mesmo ? Quantos vão ter que enviar para neutralizar uma base área ? Quantos irão voltar ? Além de superados, são poucos. Mais um problema. Em comum com o Tornado… Read more »

Baschera

Dos comentários acima, todos tem razão. O que fazer ?? Na boa, do jeito que as coisas vão, acho melhor passar a régua e fechar tudo….. não adianta ficar dando cabeçada no muro. O muro sempre será mais duro que a cabeça. Talvez seja eu o mais pessimista dos comentaristas de fóruns de defesa brasileiros. Discutir defesa, no Brasil, convenhamos… não dá mais….. é muito humilhante, saber dos recursos que temos e sermos uma nada, sem nada e sabendo que continuaremos sendo nada. Eu não tenho mais esperanças. Nunca seremos nada em termos de defesa, de país desenvolvido, de potência… Read more »

Cesar

Vendo o andar da carruagem do FX-2, vamos ter que nos contentar com as modernizações, para pelo menos, manter operacional o que já temos. O A-1, até onde eu sei, tem baixa leitura de radar e voa em baixa altitude, creio que pode ser eficiente em combate com a maioria de nosso vizinhos mequetrefes (incluindo Venezuela e Peru). Agora, pensar em A-1 operacional em 2025, para mim, é lamentável (40 anos!!!!). Pode-se dizer que vários países, inclusive os EEUU, ainda utilizam aviões da década de 60-70, porém, a velocidade de avanço tecnológico do séc. XXI é muito maior que a… Read more »

Observador

Baschera: Olha, é um contraste ver as opiniões dos participantes dois anos ou um ano atrás. Não que você tenha mudado de opinião, muitos outros é que mudaram. Eu era a favor das modernizações do F-5, do A-1 e até mesmo do A-4 da MB. O que se gasta nestes “retrofittings” é uma fração da aquisição e manutenção de outros modelos mais modernos, mesmo usados. Mas mudei de idéia ao perceber que as nossas FAs não tem dinheiro garantido nem para isto. As modernizações, para valerem a pena, teriam que ser feitas rapidamente. O A-4 foi comprado há mais de… Read more »

Grifo

O A1 não dura 10min contra um ADS descente. Vai ver onde ele operou no Kosovo, que esta lenda cairá por terra. Caro Rodrigo, não deixa de ser um curioso argumento vindo de quem defende o uso de A-29 para este tipo de missão. Na campanha do Kosovo os Ghibli fizeram exatamente as mesmas missões que os Tornado IDS italianos (daí o apelido “mini-Tornado”). A diferença é que eles só operavam de dia devido a incompatibilidade do painel com NVG, uma limitação que foi depois resolvida na modernização feita pela AMI, e que também está sendo tratada na nossa modernização.… Read more »

ivanildotavares

Para o cenário sulamericano, o A1 é uma boa arma de dissuassão. Acredito que nossos vizinhos (o Chile não o é) têm uma certa preocupação com os A1 ao analisarem as capacidades estratégicas da FAB. Eu, até bem pouco tempo, sonhava com a possibilidade de fazermos uma oferta pelos equivalentes da AMI e aumentarmos o número de vetores em condições de atacar (bombardeio) usando mais bases pelo país, notadamente na Amazônia e Centro-Oeste. Foi difícil aprovar o programa de modernização, cancelar agora? O que a FAB tem que fazer é convencer o governo, a classe política, etc, de que é… Read more »

Dioge

Depois de toda essa palhaçada, não seria melhor comprar um lote de F-16? não vejo possibilidade de compra de novos vetores, o Governo é populista, todos os cortes não afetaram o bolsa família, não afetaram o PAC.

Baschera

Observador disse: 26 de fevereiro de 2011 às 1:23 Perfeito seu comentário, não há como ser otimista e só nos resta sermos …..teimosos. Para resumir, deixo a manchete de reportagem do OESP de ontem: “Dilma paga contas do governo Lula e ajuste fiscal atinge PAC e investimento. Governo já pagou R$ 3,4 bilhões de contas do ano passado e ainda restam quase R$ 30 bilhões; nenhum pagamento do PAC foi feito este ano.” Meu amigo, a farra com o dinheiro do contribuinte foi grande…. e não há, como sabemos, almoço grátis !! Aquele fanfarão e seus “bolsa otário”… “nunca antes”… Read more »

Cesar

Baschera disse:
26 de fevereiro de 2011 às 19:13:

Perfeito o seu comentário também, falou tudo, acabou a farra, e na hora de cortar, sobra para as FFAA.

Como disse, milagre e almoço grátis não existem. Póe na conta do molusco arrogante, que pensava que era Deus.

Sds.

Mauricio R.

O Min. Def. tem mais é que pensar com o bolso, a FAB deve enxugar a diversidade de tipos de aeronaves do inventário.
Já a MB tem mais é que desistir de restaurar o seu inventário de museu.

“Três A-1M levando duas GBU-32 cada um colocariam Guri…”

Parece aquela época pré-São Carlos Bay, a FAA c/ quase 200 aeronaves, dizimaria a TF britânica.
Nós vimos quem é que foi dizimado.

Grifo

O Min. Def. tem mais é que pensar com o bolso, a FAB deve enxugar a diversidade de tipos de aeronaves do inventário.

Caro Mauricio R., acho que é exatamente isto o que a FAB está fazendo, com a aposentadoria do Xavante e muito em breve do F-2000.

Parece aquela época pré-São Carlos Bay, a FAA c/ quase 200 aeronaves, dizimaria a TF britânica.
Nós vimos quem é que foi dizimado.

A comparação se deve ao fato da FAV estar no mesmo nível da Royal Navy e a FAB da FAA?

Mauricio R.

“A comparação se deve ao fato da FAV…”

Não, é o tremendo “e se” que a suposição abriga.

Tadeu Mendes

Agora comeco a entender que a END nao passou de um mito.

O FX-2 foi outro fiasco do GF. O Brasil nao merece respeito.

O problema esta relacionado com a rivalidade entre a esquerda vermelha e as forcas armadas.

Os esquerdistas esnobam os militares (revanchismo) em detrimento da defesa nacional.

Dos BRICs, o B de Brasil significa bullshit.

A grande nacao desarmada do hemisferio, so se preocupa com o mesmo de sempre; carnaval, futebol, mulher e cachaca.

O Brasil nao e, e nunca sera uma potencia. Nao existe pontencia sem armas.

Observador

Caro Tadeu: Bem-vindo ao Clube dos Desiludidos, amigo. A realidade das FAs só vai mudar – como todo o resto no país – com uma reforma política. Outro dia defendi que o quadro de desprestígio das nossas FAs só vai mudar quando houver um partido de centro-direita ou mesmo de direita no poder. Pena que não existe um partido assim no nosso país. Aliás, nem partidos de verdade temos, pois os que estão aí são uma agremiação de interesses puramente particulares, com um verniz de interesse público. Antes que me chamem de nazista, vou esclarecer que entendo por partido de… Read more »

Tadeu Mendes

Caro Observador, Impressionante como essa gente do GF nao vejam e/ou nao entendam o que esta passando no mundo atual. A escassez de agua potavel, o aumento da populacao, secas, falta de alimentos, fantismo religioso, o desaparecimento de ogivas nucleares na antiga Uniao Sovietica (durante o desmantelamento do Estado Sovietico) e que ninguem sabe aonde esta. O conhecimento (por parte de celulas terroristas) de metodos de disseminacao de agentes biologicos e ou radiologicos. O mundo esta entrando em uma fase extremamente perigosa, dada a instabilidade geopolitica, a radicalizacao religiosa e a presenca de recursos energeticos localizados em areas politico e… Read more »

Observador

É Tadeu, Como disse antes, nossa classe política pensa que um conflito externo é algo tão distante como uma invasão alienígena. Concordo com você: o escudo do Brasil é o mesmo país que tratamos à pontapés, os EUA. Eles são nosso escudo não porque são bonzinhos, mas por ter os mesmos interesses (são exportadores de commodities). Quando a superpotência no mundo for um importador de commodities (não preciso dizer quem, não?), aí será como você falou: será o fim do mundo confortável em que vivemos. Eu creio que o próximo grande conflito mundial será por causa de COMIDA. O que… Read more »

JapaMan

Caro Observador: Acredito que a próxima grande guerra, vai ser movida por falta de água, comida, e combustível, o mundo esta caminhando para um colapso, é só olhar para a grandes potências, que estão passando por um momento nada agradável, acho que países primários como o Brasil, serão alvos no futuro, infelizmente não teremos como nos proteger, nossa política de defesa não existe, e vai continuar assim por um bom tempo, com esse governo populista, distribuindo bolsa isso bolsa aquilo, principalmente no nordeste, onde tem crianças fazendo filho pra receber o benefício, teremos pelo menos mais uns 3 mandatos presidenciais… Read more »

JapaMan

Ja ia me esquecendo, desde moleque sou fã dos F-16, pra mim um dos melhores aviões já construídos no mundo.

Ivan

Observador, Faz tempo que alerto para o poder da “comida”. Nós temos, outros não. Nós temos condições de ter um enorme excedente em produção de alimentos. Em conjunto com outros países americanos do norte e do sul seríamos capazes de orientar o preços no mercado internacional. Entretanto muitos pensam que a ameaça está nos americanos do norte, produtores de “comida” como nós mesmos, acreditando que poderemos nos alinhar com a “economia de mercado” chinesa… um Dragão faminto de tudo que temos… Antes de ficar a fazer beicinho com a 4ª Frota da US Navy é melhor observar a costa da… Read more »

Tadeu Mendes

Obeservador,

Paises como a China e ou India (potencias militares nuclearizadas) tem o porrete grande o suficiente para chantagear qualquer outro pais que tenha os recursos naturais que eles precisam.

Ja pensou a China, com seus 2 bilhoes de habitantes sob ameaca de extincao por falta de comida???

Aonde e que ela ira buscar comida??? Advinha…

JapaMan,

Estou contigo nessa. Os F-15 Falcon ainda seriam uma boa solucao para um Brasil que possui uma forca aera desdentada.

Observador

Caros JapaMan, Ivan e Tadeu: É confortador saber que mais gente comunga da mesma visão. Isto não é paranóia nossa. É a mais pura realidade. Nas aulas de geografia, nos ensinaram que o Brasil é o quinto país mais extenso do Mundo. ERRADO. O Brasil é o país mais extenso do Mundo. A Rússia tem o dobro de nosso terrítório, mas a maior parte dele é taiga e tundra congeladas e imprestáveis. O Canadá também é maior, mas um terço do seu território é ocupado por lagos e rios. Sem falar no resto, congelado na maior parte do ano. Os… Read more »

JapaMan

Observador, Não podemos nos esquecer também do super aquecimento que também pode influenciar, principalmente em países poluídores como é o caso da China, como o amigo mesmo disse, 30, 50 anos estão logo ali, em se tratando de defesa, acho que países como o Brasil, não podem e não devem inventar, o problema é que o Brasileiro tem mania de grandeza, e acaba tropeçando em pedrinhas, sabemos do sistema político problemático que existe aqui, (para não dizer outra coisa) sabemos de quantos interesses existem, infelizmente é assim em todos os países colonizados, que sempre tiveram seus poucos “donos” que enriquecem… Read more »

Tadeu Mendes

Errata: aonde se le F-15 Falcon deveria ser F-16 Falcon.

JapaMan,

Eu gosto de subs. mas para suprir as necessidade imediatas da capacidade de dissuacao e protecao de espaco aereo, essa grana toda deveria ter sido usada no FX-2

Se usarmos as verbas destinadas ao FX-2 + as verbas destinadas aos subs, poderiamos montar uma forca aerea Hi-Low Mix (F-16 + F18 SH).