Chega de C-17, diz o Departamento de Defesa ao Congresso dos EUA

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Autoridades do Departamento de Defesa (Department of Defense – DoD) dos EUA disseram, em audiência realizada no Congresso norte-americano, que as Forças Armadas já têm uma frota suficiente de aviões de transporte e que, no caso da aquisição de mais aeronaves do tipo ser colocada no orçamento do próximo ano, deverá haver desativações prematuras na frota atual.

“Já temos C-17 suficientes”, disse uma autoridade do Departamento de Defesa, Mike McCord, e “dinheiro gasto em coisas que não precisamos faz falta para as coisas que precisamos”.

O Secretário de Defesa é contra a aquisição de mais aeronaves C-17 Globemaster III. Tanto essa aeronave quanto o C-5 Galaxy tem sido criticamente importantes para o apoio às operações do Iraque e Afeganistão, porém a frota atual de 223 C-17 e 111 C-5 é considerada mais do que suficiente para as necessidades militares até 2016, segundo estudos do DoD. O mais velho avião da frota, o Lockheed’s C-5, tem sua operação viável até 2025, e a frota como um todo deverá durar até 2040.

O DoD não vem requisitando C-17 desde o orçamento do ano fiscal de 2007, mas o Congresso dos EUA, desde então, vem gastando 1,25 bilhão de dólares em C-17 “que não precisamos”, segundo  McCord, que durante 21 anos foi do comitê das Forças Armadas no Senado dos EUA, antes de ir para o DoD.

Além do fato de que a incorporação de novas aeronaves implicaria em desativação de outras da frota atual, haveria custos adicionais em trenamento, manutenção e infraestrutura, como novos hangares, bases e ferramental. A solução de melhor custo-benefício, segundo o DoD, seria ampliar a vida útil dos C-5M para operarem em conjunto com os C-17. Este último é considerado a espinha dorsal da frota, enquanto que a combinação de longo alcance e grande capacidade do C-5 é inigualável – juntos, atendem à demanda por transporte a qualquer lugar do mundo, na visão das autoridades do DoD.

O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu vetar qualquer lei relacionada à compra de mais C-17.

FONTE / FOTO: USAF (reportagem do American Forces Press Service)

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Francisco AMX

Para quem é cego para com as “estranhezas” americanas… se eles “manipulam” e “lobeiam” desta forma para com eles mesmos… imagina para os de “fora”… isso ilustra bem a realidade das coisas! não só francês é “safadinho” como muitos aqui falam… nesse “negócio” não tem santo!

Sds!

Eduardo

Que inveja, enquanto la sobra, aki falta….

Antonio M

Pelo menos lá esse lobbys está sendo debatido por todos às claras por autoridades civis, militares e imprensa.

Já o de outros países principalmente quando se trata da compra de certa aeronave ….

Hornet

Antonio M,

concordo. O Lobby da SAAB aqui no Brasil está muito obscuro, muito por debaixo dos panos. Fica com essa coisa de fazer lobby na imprensa, nos sindicatos, nos blogs, entre reservistas da FAB…uma coisa estranha mesmo.

abraços

LIVRE PENSADOR

A inveja de pobre é uma merda né francisco?

Michel Lineker

O BRASIL bem que poderia comprar uns 12 desses, se tiver condição de opera-lo. Mas aí o GF ía querer TT.rsrsrs

Antonio M

“…O Lobby da SAAB aqui no Brasil está muito obscuro …”

Pois é. Obscuridade feita com convite à imprensa para conhecer suas instalações, projetos na Suécia, inclusive ao responsável por este blog, visita de chefes de estado da Suécia da Saab ao Brasil, inclusive a Saab que está a 70 anos no Brasil fabricando veículos de ótima qualidade, gerando empregos, pagando impostos etc. Tudo muito obscuro mesmo.

Já a Dassault …..

Dalton

Interessante, ao menos para mim, que as aeronaves das fotos, coincidentemente de aeronaves que prestaram socorro ao Haiti trazem nos estabilizadores verticais o nome das respectivas bases a que pertencem, Dover e Charleston são os nomes visiveis.

Antonio M

“…O BRASIL bem que poderia comprar uns 12 desses …”

Pelo que sei de sua performance e aviônica que possui, mais umas “garibadas israelenses” e podemos operá-los como bombardeiros estratégicos aqui na AL. rsrsrsrsrsrsr!!!

Rodrigo

SAAB e Dassault jogam igualmente sujo aqui… Os franceses fizeram o dever de casa antes, entraram pela porta de trás e foram falar direto com quem manda. Não vou entrar no mérito do quanto isto vai ser nefasto para o Brasil e a FAB, mas que eles fizeram o jogo deles corretamente é uma verdade. Se vai dar em alguma coisa em nível concreto é outra. Como já disse o plano B segue, o prazo final para ASSINAR ALGO CONCRETO ESTE ANO JÁ FOI e a probabilidade de algo ser decido de fato este ano a cada dia fica menor,… Read more »

Antonio M

“…Os franceses fizeram o dever de casa antes, entraram pela porta de trás e foram falar direto com quem manda….”

Fizeram isso na Índia?

Edcreek

Olá,

Cada coisa que leio, a SAAB compra reportagens e paga viagens a membros da impressa e formadores de opinião para ir a fabrica dela(que é muito interessante por sinal), isso é ilegal? não!

Agora dizer que isso está as claras e defender a ideia é torcida demais para um caça que não passará de demo enquanto a Suecia não comprar e impulsionar as vendas.

Cada um imagina a realidade que quer….

Abraços,

Hornet

Antonio M, Tudo é uma questão de saber fazer. Lobby, neste mundo do mercado de defesa, é o que mais existe. Mas se uma empresa acha que está fazendo corretamente seu lobby tentando convencer o Marinho, a Catanhede, o sindicato etc, tudo bem? Fazer o quê? A Boeing criou uma “agência 24 hs” em Brasília. Para fazer seu lobby junto aos congressistas. A Dassault já foi direto na fonte, foi discutir (ou “lobbiar”, se preferir) com quem manda de fato: MD e presidência. Cada um traça sua estratégia. Se eu fosse vender caças a um país não faria lobby junto… Read more »

Antonio M

“..Tudo é uma questão de saber fazer…”

Concordo. Se os franceses fizessem certo, não abandonariam o projeto eurofighter para fazerem sozinhos um projeto do mesmo porte, que consumiu bilhões e não vende colocando em risco de falência a Dassault, precisando de artimanhas do tipo “entrar pela porta de trás” desesperados para empurrar uma jaca caríssima para nós que ninguém quis até agora…..

Giordani RS

Bah…o que dizer? Nada…
Essa nave é perfeita para um país de dimensões continentais…
Recentemente li que 54% do PIB dos EUA é gasto com o meio bélico…e nós se batendo por meia dúzia de caças…

PS.:
Antonio M disse:
14 de julho de 2010 às 13:37
“..Tudo é uma questão de saber fazer…”
Concordo. Se os franceses fizessem certo, não abandonariam o projeto eurofighter para fazerem sozinhos um projeto do mesmo porte

Cara, dá uma lida, aqui no posto mesmo, sobre o desenvolvimento de caças europeus…torcedor à parte, o Rafaele e o Typhoon não são do mesmo porte…

Antonio M

“…o Rafaele e o Typhoon não são do mesmo porte……”

Brincadeira ……

Galileu

Concordo, França, Suécia, Russia……são meros alunos perto do “Tio San” quando o assunto é lobby!!!

Antes do Galente ser convidado a ir pra Suécia, acho que só eu e mais 3 defendiam o Gripen abertamente aqui, Depois que o Galante publicou as matérias o que teve de “vira casaca” hahahaha.

Nada contra, mas mostra como manipulável e importante é essa História…..

grifo

concordo. O Lobby da SAAB aqui no Brasil está muito obscuro, muito por debaixo dos panos. Caro Hornet, o engraçado é que a SAAB divulga publicamente quem são as pessoas que trabalham para ela. Fez até um press-release sobre isso. A Dassault podia seguir o exemplo e divulgar quem são os lobistas (ou seriam “contra-lobistas”?) que ela contratou. Começando por um conhecido mercador de armas de ascendência judaica, muito amigo de políticos e atuante nos bastidores. Além dos ex-oficiais da Copac que trabalham para ele, e os oficiais mais em cima. Não que eles tenham feito nada de errado, mas… Read more »

Vader

Hehehehe, “chega de C-17” foi ótima, rsrsrs…

Que penúria que está esse USA… Desse jeito “O Império” quebra antes do fim do ano, rsrsrs… 🙂

Vader

Ah e detalhe: lá é o CONGRESSO que manda comprar…

LIVRE PENSADOR

Qousque tanden abutere ignacius patientia nostra?”Quem nasce para chinelo de dedo não morre mocassim”

Alexandre Galante

Putz, F-X2 em post de C-17 não, por favor senhores, respeitemos o assunto do tópico.

URUTAU

Caros senhores Caros senhores fazer gincanas culturais noite da pizza da feijoada noite do vatapa financiar viagens com hospedagem para grupos seletos para irem conhecer suas instalações montar escritório próprio para trabalhar diretamente no Congresso fazendo o famoso lobby para sua industria poder ganhar as vendas creio eu seja legítimo embora de certa forma imoral na minha forma de ver Mas o que realmente é pernóstico imoral ilegal sujo indecente é o corrompimento das autoridades ou membros que tenham o poder de decidir as vendas diretamente Corrompimento este feito ou por financiamento de futuras campanhas eleitorais ou por comissões pagas… Read more »

Dalton

Giordani…

Os EUA não gastam 54% do PIB com meio belico…fica em torno de
uns 5% sobre um PIB grosseiramente de 14,5 trilhões de dolares.

abs

Roberto F Santana

Here we go again!

Ivan

Alexandre Galante disse:
14 de julho de 2010 às 14:14

“Respeitemos o assunto do tópico.”

APOIADO !!!

O assunto transporte aéreo tem polêmica suficiente para debater.

Abç,
Ivan.

General

Se o Brasil comprasse uns 12 desses,mudaria significamente os padrões logísticos /militar na AL,mas infezilmente isso não acontecerá

Ricardo_Recife

A questão é a seguinte: nos EUA quem decide tudo na área de defesa é o Congresso Norte-americano (Câmara dos Deputados e Senado). A comissão de defesa é uma das mais importantes e é composta por parlamentares dos dois principais partidos (Democrata e Republicano) e sua burocracia é de funcionários que são especialistas no assunto. Ao contrário do Brasil lá o tema é tratado com seriedade, por pessoas que entendem do assunto. As discussões e deliberações não são feitas em mesas de jantar regadas a vinho francês, mas feitas no plenário e com todas as partes envolvidas fazendo lobby, que… Read more »

Vitor

Imaginem se nosso congresso decidisse o que comprar? Com cada lei que inventam por la provavelmente teriamos muita verba desperdiçada. E la no Norte estao brigando pra nao comprar mais enquanto aqui se compra de menos. Socorro ne :p

Giordani RS

Interessante as aletas sob o cone da cauda. Será por causa da porta de carga(aberta em voo) ou porque o avião voa com o nariz alto?

grifo

A questão é a seguinte: nos EUA quem decide tudo na área de defesa é o Congresso Norte-americano (Câmara dos Deputados e Senado). Caro Ricardo_Recife, excelente descrição do modelo americano. Se me permite, existe uma outra diferença no modelo americano que dá ao Congresso americano muito mais poder do que o seu homólogo brasileiro. Nos EUA o presidente não pode vetar somente uma parte da lei, como é feito aqui (o chamado “line-item veto”). O presidente só pode vetar a lei inteira. É tudo ou nada. Desta forma, o Obama por exemplo não pode somente vetar o programa C-17, ou… Read more »

Ivan

Nunão, Já havia notado. E olha que sou a favor do Lobby LEGAL, como meu conterrâneo Ricardo defende, mas não creio que deva prolongar esta linha de debate neste post. Muito mais interessante seria discutir parcerias Low / High com a Boeing, por exemplo, para fornecer um pacote logísico completo com KC-390 e C-17. Como? Usando aviônicos comuns, o que simplificaria o treinamento e certificações das tripulações; Usando pallets padronizados, que poderiam ser usados nas duas aeronaves, inclusive retirando de uma e embarcando na outra. Usando equipamento de solo comum a ambos os aparelhos, para reabastecimento por exemplo. Interessante seria… Read more »

Hornet

grifo disse:
14 de julho de 2010 às 13:45

caro Grifo,

talvez ineficiente e amodorístico fossem as palavras certas…mas enfim…

abração

Ivan

Nunão,

Um possível C-17 B, mais magro, não é idéia minha.
Eu li em algum lugar e não lembro agora onde foi…

Ivan.

cal

?

Craveiro

Não sou tão ingênuo, mas penso que a Boeing teria interesse no 390. Ele seria uma oportunidade para ela dar um olé na Lockheed. Bem desenvolvido e colocado no mercado no tempo certo ele tomaria quase todo o mercado do C130.

Lobby bom é lobby regulamentado. Em nosso país não há isso, então resta o lobby ruim. Mas porque será que não há regulação? Interesse de quem(ns)?

Roberto F Santana

Ivan,
De fato, existe o projeto mas não mais magro, mais curto.

Ivan

Roberto,

Vc tem razão.
Esse era de 2007, para operações táticas.

Mas a pouco houve algo sobre uma versão mais magra e mais eficiente em questões de custo.
Infelizmente não lembro e estou no escritório ainda, com tarefas profissionais. Talvez mais tarde, em casa, possa tentar achar.

Ivan.

André Castro

No ultimo dia 26 de junho estava bem tranquilo no portão da minha casa aquie em SJCampos ,vi um barulho pesei que fosse mais um jatinho passando ,me surpreendi quando olhei para cima era um gigante desse passando em cima da minha cabeça ,este avião é impressionante ,achei mais incrível ainda o barulho ,quase não tem nenhum se eu não tive se olhado com certeza ele se passaria por um avião de pequeno porte tranqüilamente,como um avião desse porte pode ser tão silencioso?A visita do C-17 referia se ao transporte para as instalações do INPE do satélite argentino SAC/D- Aquarius… Read more »

Rodrigo

Fixando somente no C17, eu acho sensacional muitos defensores de mantermos os gringos a distância bradarem aos quatro ventos que o C17 é a opção perfeita para a FAB.

Devem pensar que o C17 é um grande Hércules com motores a reação.

Fabio Mayer

Não houve há pouco tempo uma discussão paa comprar uns dois ou três C-17 para uso conjunto de Brasil, Argentina e Chile?

Fabio Mayer

O Brasil tem pouca utilidade para esse monstro… melhor investir em C-390(s) e aviões que substituam os Bandirantes. Sonhemos com o que precisamos!

Leandro Requena

“porém a frota atual de 223 C-17 e 111 C-5”

Como diria minha avó: Meu Santo Padre!!!

Os caras não são o que são a toa…

Francisco AMX

Uia!
O título e a matéria sugerem coisas “estranhas” acontecendo nos “bastidores” do poder americano! sendo mais claro: esquemão de venda “eterna” do C-17…
“Chega de C-17″… não entendi, então, o que o blog espera que se comente…
Se é sobre a utilidade e a grande quantidade do C-17, tem outros meios e linhas para se chamar a atenção… penso eu…

Sds!

Gilberto Rezende-Rio Grande/RS

“O Brasil tem pouca utilidade para esse monstro…”. Fábio Mayer acho que estás bem equivocado. A Estratégia Nacional de Defesa privilegia as forças de emprego rápido e grande mobilidade. Quem tem forças armadas pequenas e território continental SEMPRE achará bom uso de uma aeronave deste porte. Igualmente, as aspirações de tornar o Brasil um player geopolítico mundial do governo federal petista praticamente OBRIGAM que o Brasil venha a considerar seriamente uma frota PRÓPRIA de 6 a 12 aeronaves C-17 Globemaster para futuras e mais distantes participações em operações de Paz na ONU. Justamente o estabelecido lobby da Boeing para compras… Read more »

Luiz Eduardo

Ivan disse:
14 de julho de 2010 às 16:03
Craveiro disse:
14 de julho de 2010 às 17:01
Gilberto Rezende-Rio Grande/RS disse:
14 de julho de 2010 às 21:52

Pensamos igual, façam-se suas palavras as minhas! 😉

E qnt ao Nunão tbm acho interessante o KC-390 ter em comum tbm as turbinas do C-17… mas seria mais potencia do que a Embraer quer? Bom, como o 390 ainda esta em fase de projeto pode-se testar como ficaria pelo menos e seu custo-benefício, sem problemas ao projeto todo em si…

Sds.

Fabio Mayer

Gilberto Rezende,

As aspirações geo-políticas brasileiras são apenas aspirações. Concordo que quem que ter influência mundial tem que estar munido de aviões dessa classe e magnitude, mas sinceramente, duvido que um país que não consegue seque comprar míseros 36 aviões de caça possaum dia influir globalmente.

Para nossa realidade, os C-390 e uma nova geração de Bandeirantes cumprem a função das FFAA.

Harry

“Noticiado em – site Intelog – 20/8/2006 A fabricante norte-americana de aviões Boeing anunciou que vai iniciar a desativação da produção do modelo militar C-17, para transporte de cargas, uma vez que o Congresso não aprovou novas compras. A Boeing ainda tem pedidos suficientes para manter a produção até meados de 2009. A empresa informou, no entanto, que a produção poderá ser retomada, no caso do Congresso aprovar o financiamento de novas unidades –o que, de acordo com a Boeing, poderia acontecer em breve. A interrupção da produção deve afetar os 5.500 empregados da Boeing nas fábricas nos Estados da… Read more »

Fabio Mayer

A FFAA dos EUA simplesmente não têm como cessar a aquisição constante de novos armamentos, o complexo industrial do país tem dependência disto. É um círculo virtuoso: o governo compra armas, as empresas lucram e empregam, os empegados consomem e geram impostos…