MMRCA: ‘short list’ deve demorar um mês

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Apesar das especulações a respeito da competição para o programa “Aeronave de Combate Média Multitarefa” (Medium Multi-Role Combat Aircraft – MMRCA), de 11 bilhões de dólares, podem ser necessárias pelo menos mais quatro semanas para a lista ser finalizada.

A equipe técnica da Força Aérea da Índia (Indian Air Force – IAF) ainda está realizando o processo para finalizar os relatórios dos ensaios, fontes no Ministério da Defesa informaram ao Financial Express (FE).
“O Relatório da avaliação técnica analisa os ensaios de campo, durante os quais os seis competidores estrangeiros no páreo foram testados por pilotos da Força Aérea Indiana, tanto na Índia como no exterior, sob diferentes condições climáticas”.

“Nós ainda temos um longo caminho a percorrer antes de listarmos os caças que desempenharam bem durante os ensaios. Não há data determinada para serem divulgados os resultados dos ensaios. Tudo o que está sendo publicado é especulação, e serão necessárias várias semanas para a apresentação do relatório completo”, disse uma fonte.

Mudanças recentes nos requisitos da Índia estão alterando o posicionamento relativo entre os competidores. Considerações geopolíticas também terão importância crucial, pois a maioria das opções consideradas tem possibilidade de incrementar as relações com um importante aliado potencial.

O que (Programa) começou como uma competição de caças leves para substituir a decrescente frota de interceptadores MiG-21 agora está dividido em (aeronaves de) duas categorias. O contrato para os caças, no valor de bilhões de dólares, é uma competição entre os caças americanos F/A-18 ‘Super Hornet’ (Boeing) e F-16 ‘Falcon’ (Lockheed Martin), o sueco Gripen (Saab), o francês Rafale (Dassault), o russo MiG-35 (United Aircraft Corporation) e o Eurofighter Typhoon (consórcio de empresas do Reino Unido, Alemanha, Espanha e Itália). A Índia deve estender sua competição por um ano, pois os ensaios em voo dos competidores não pôde ser completado em maio, como inicialmente planejado. Consequentemente, a validade de dois anos para as ofertas expirou e o Ministério da Defesa solicitou aos fabricantes que apresentassem ofertas válidas por mais um ano.

Os ensaios em vôo foram realizados em três localidades-chave: próxima a Leh, no Himalaia; uma base no deserto, em Rajasthan; e no clima tropical de Bangalore.

A Lockheed Martin (F-16 Block 60+) e a Boeing (F/A-18 E/F Super Hornet) disseram que modificaram suas ofertas comerciais; a sueca Saab (JAS-39NG) estendeu a validade de sua oferta sem modificações; enquanto que a Dassault (Rafale), a EADS (Eurofighter) e a RAC-MiG (MiG-35) não apresentaram compromisso público em uma ou outra direção. Apesar de um ano de atraso poder causar aumento de custos, isto proporcionará aos competidores, por outro lado, mais tempo para aprofundar a parceria com os indianos e revisar essas informações em suas ofertas.

FONTE: The Financial Express

TRADUÇÃO: ‘Justin Case’

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ZE

Bem, como sempre,não sabemos em quem acreditar.

Já foi amplamente divulgado que os ensaios tinham sido completados (o que essa nota “desmente”).

Agora, há esse papo de mudança de critérios (o que também nunca tinha sido publicado antes).

Bem, pelos critérios que conhecemos, o mais importante (o que tem, de longe, o maior peso) é o CRITÉRIO DO MENOR PREÇO.

Nesse critério importantíssimo, podemos vislumbrar quem NÃO vai vencer.

Os perdedores SÃO o Rafale e o Typhoon.

[ ]s

Mauricio R.

O link abaixo foi postado pelo Hornet, lá no tópico do “Super Hornet nervoso”, talvez faça mais sentido:

(http://www.8ak.in/8ak_india_defence_news/2010/07/first-eliminations-in-mmrca-expected-this-month.html)

Alexandre Galante

Segundo minhas fontes indianas que conheci na Suécia, esses bimotores da concorrência estão fora, menos o F-18.

Hornet

Não há perdedor e nem vencedor claro no MMRCA. neste link que deixei e o Mauricio reproduziu, deixa claro que tudo está em aberto. “It is 8ak’s expectation that the final selection will be purely politics and will not be based on cost. Russia may have been eased out with the Sukhoi deal and US is in danger that its restrictive policies may become unpalatable in India (transport planes restrictions are different from fighters). Eurofighter and Rafale are great platforms and if cost was not an issue, then these would win. But budget and numbers are an issue so, if… Read more »

Alexandre Galante

Até o MiG-35, que a gente no Brasil pensa que é um dos favoritos, também foi descartado pelos jornalistas indianos.

Todos esses bimotores da concorrência entraram meio como loosers, porque a IAF quer um caça leve para substituir o MiG-21. Não faz sentido comprar um avião caro e pesado para essa função.

Hornet

Galante,

acho pouco provável essa sua avaliação. Por ela teríamos F-16, F-18 e Gripen.

Dois caças americanos numa short list acho irreal, sinceramente.

E deixar de lado o MIG-35 também acho irreal.

mas beleza, logo saberemos se suas fontes são bem informadas ou não.

E quem fez a análise no link que deixei também é indiano. E a ponderação que ele faz é bem mais equilibrada e ponderada ao meu ver. Não afirma nada, até porque, quem é que pode afirmar algo nesses casos, não é mesmo?

abração

Alexandre Galante

Pois é Hornet, eu também achava que o MiG-35 era o favorito, mas tanto como você não vivo na Índia e não tenho a mesma percepção que dois jornalistas especializados indianos, um deles é do jornal India Today e outro editor de umas revistas de aviação mais conceituadas da Índia, a VAYU.

O cara só tem 30 de anos de experiência na área de Defesa da Índia e é fundador da The Society for Aerospace Studies.

Entre a sua notinha, eu fico com a opinião dele.

Mauricio R.

Em prevalecendo isto: “The threat driving the competition is a two-front war with Pakistan and China. With both states having nuclear weapons a deep-penetration strike is virtually ruled-out as per Brig Kanwal of CLAWS (Centre for Land Warfare Studies) since it would risk over-flying an enemy’s secret nuclear installations. He further says that there is an 80 percent to 90 percent probability that the next war will break out in the mountains and at least a 60 percent probability that the next war will remain limited to the mountains. In this scenario, the requirement of extended range is minimal.” O… Read more »

Hornet

Maurício, eu não descartaria tão rapidamente o Super Hornet. Acho ele um dos fortes concorrentes. Aliás, acho que os EUA estão com muitas chances no MMRCA, devido a idéia da India de se aproximar da Casa Branca. O que atrapalha no caso dos EUA é o de sempre: TT. Mas dependendo de como a India quiser trabalhar com a TT americana, os caças dos EUA são fortíssimos concorrentes. creio que a questão toda está aqui (no imponderável, pois a escolha será política): “Uma fonte disse ao 8ak que seria melhor para o MoD a IAF dizer quais os caças que… Read more »

Nick

A Índia impressiona pela ansia de aquisições e desenvolvimentos locais. Mas é compreenssível visto o contexto geopolítico em que se encontram. Alguns programas parecem se sobrepor. LCA(Tejas) MMRCA(médio-leve?) MCA(médio) SU-30MKI e PAKFA(pesados).

Nesse contexto, apostaria nos caças mais leves da contenda, o F-16C B 60 e Gripen NG. Typhoon, F-18E, Rafale e MIG-35 se situariam mais no contexto do MCA.

Mas é claro questões políticas podem interferir na lógica tanto lá como aqui interferiu.

Aguardemos, de repente, a short list deles poderá dar uma luz no caça a ser adquirido aqui, até mesmo o Rafale.

[]’s

Hornet

Galanrte,

tudo bem. Logo saberemos se essa experiência toda dele servirá pra alguma coisa ou não…hehehe

abração

ps. A Cartanhede também é bem experiente e até agora não deu uma dentro…hehehe

Alexandre Galante

Hornet, desde quando a fulana é especializada em aviação? tá de brincadeira né?
Esse tipo de comparação não tem cabimento.

Mauricio R.

Hornet, Não descarto o SH, somente que se preço e número de células forem decisórios, o ac americano vai precisar de algo mais p/ se manter na disputa. Não creio que ToT seja o cerne do problema, pois os americanos entraram no negócio sabendo das regras. Então não tem choro e nem vela, vale o RfP. Mais problemático, já causou algum mal estar e pode ser mais sério é isto: “…and US is in danger that its restrictive policies may become unpalatable in India (transport planes restrictions are different from fighters).” As restrições que os americanos impõe ao uso de… Read more »

Hornet

ops! “Galanrte”…

apereceu um “r” a mais…desculpa aí…

Hornet

Mauricio,

concordo.

possibilidades são várias e o MMRCA está em aberto.

abração

Asimov

O mais relevante em termos de custos no MMRCA não é custo de aquisição, mas sim o custo no ciclo de vida.

Mauricio R.

“…não é custo de aquisição, mas sim o custo no ciclo de vida.”

Parece que os indianos têm algumas carências nesta questão.

“This is the first IAF tender where life cycle costs will be considered, but MoD officials complain that this may not be possible for some of the players whose aircraft have very short service histories. With limited skills to evaluate such technically complex calculations, MoD may put a higher weight back to the initial price though this may just be a negotiating tactic.”

Asimov

Nova edição da DTI:

]http://sitelife.aviationweek.com/ver1.0/Content/images/store/1/7/51709a2b-6479-46a6-8795-0d81b767c184.Full.jpg

Link: http://www.zinio.com/reader.jsp?issue=416131818

Pág. 41

Felipe

Não acho que caças leves vão levar.
Afinal para que eles estão desenvolvendo o Tejas?

Mauricio R.

“…e outro editor de umas revistas de aviação mais conceituadas da Índia, a VAYU.”

http://www.vayuaerospace.in/index.htm

Paulo Andrade

Felipe, perfeito o seu comentário na minha modesta opinião. Caça leve indiano deverá ser o Tejas por muito tempo. Basta vermos que há, inclusive, a versão naval que poderá ocupar o lugar das versões navais do MIG-29/35 Galante, no Brasil temos um jornalista com muita experiência chamado Roberto Godoy e já li várias pessoas aqui desqualificando seus comentários. Outro ponto que gostaria de colocar é que achei o termo “notinha”, utilizado por vc, extremamente descortez para o link citado pelo colaborador Hornet. Por fim acho que os finalistas do short list devem ser o SH, MIG-35 e Rafale e, no… Read more »

Elizabeth

Para que sirva de alento,

Existem concorrencias mais demoradas.

Existem concorrencias onde aviões de classes diferentes são avaliados por critérios nebulosos.

Existem concorrencias onde os niveis de honestidade são mais suspeitos

Parabéns a Índia, enquanto houver a MMRCA a FX ainda não sera “a pior”.

Hornet

“Hornet, desde quando a fulana é especializada em aviação? tá de brincadeira né?”

hehehe…estava só zoando.

Mauricio R.

“Afinal para que eles estão desenvolvendo o Tejas?”

Pq o MMRCA evoluiu p/ algo além do que simplesmente substituir ao Mig 21.
Então o Tejas ficará no lugar.
Qnto ao Tejas Naval, este servirá de complemento ao Mig-29K e é uma maneira de diminuir a influência russa na marinha indiana.

Hornet

Felipe,

bem observado. O Tejas já fará este papel do “leve”…

enfim…continuo achando que está em aberto, e a decisão será, como sempre, política…imprevisível.

abração

URUTAU

Caros senhores Caros amigos faz um bom tempo que não comento nada mas desta vez deu coceirinha nos dedos para teclar e deixar um breve comentário Eu li reli li novamente reli de forma exaustiva e devo diizer que na minha humilde opinião o analista indiano colocou coisas e se posicionou de forma bem diversa da colocada por alguns aqui que inocentemente ou de má fé pinçaram trechos convenientes as suas torcidas e opiniões pois vamos pinçar alguns também 01- Em 26 de março, Shiv Aroor informou que quatro candidatos não seus testes de alta altitude, em Leh 02- Com… Read more »

Robson Br

“”Mudanças recentes nos requisitos da Índia estão alterando o posicionamento relativo entre os competidores. Considerações geopolíticas também terão importância crucial, pois a maioria das opções consideradas tem possibilidade de incrementar as relações com um importante aliado potencial.”” Será que foi depois da visita do Jobim por lá ou a recente visita do pessoal da Força aérea da india aqui…rsrsr A Rússia já tem parceria com a índia e a França também, tanto nos Mirage, como nos SUB. Os EEUU correm por fora. F-16 —> O paquistão usa também—->pouco provável Grpen NG —> Em desenvolvimento —-> Já tem o Tejas—> improvável… Read more »

Rodrigo

Eu não tenho fonte alguma do MMRCA, mas esta semana chegou para mim e para alguns colegas a info de um “conceituado jornalista especializado” em defesa, que deu uma série de infos “secretas”( a grande maioria de folders de fabricantes rsssss) Como ele tem sido um grande fator de desinformação sobre o FX2, não é de se estranhar que seja também para o MMRCA. Se for como no FX2 que tudo que ele fala acaba acontecendo justamente o inverso, a lista final bate mais ou menos com o que o Galante falou. Dos bimotores ficarão apenas o SH. Uma concorrência… Read more »

Bluejacket

Guilherme Poggio disse:
11 de julho de 2010 às 12:07

Hornet escreveu:

Felipe,

bem observado. O Tejas já fará este papel do “leve”…

O primeiro “M” (medium) do MMRCA já diz tudo. Será um caça intermediário entre o pequeno Tejas e o gigante Sukhoi.

——————————————-

Então vai ser o Rafale… huahua

aí vem pedrada.

kwhvelasco

O problema do Tejas é que suas linhas de produção são lentas e não vão atender a enorme necessidade da FAI em retirar os MiG-21 e os MiG-23ML estragados pela HAL… Vai ter Tejas e o outro caça light em proporção variada, mas faria até sentido o F18 pelo simpels fato de este poder ser reaproveitado em outras funções quando da integração plena do tejas na FAI. Esta lógica vale para o MiG-35 e o Rafale. F-16 e Gripen, não vai rolar. Um, o Paquistão tem e os EUA gostam muito desta relação… Outro, ocuparia exatamente o mesmo espaço que… Read more »

ZE

Meus caros,

O Hal Tejas é um programa muito verde.

Seu motor é um fiasco de difícil reparação.

Parece que a ajuda francesa não está dando bons frutos.

Todos os primeiros Tejas terão motorização norte-americana (F-404).

Sua futura motorização, ao que parece, será o F-414. A necessidade atual gira em torno de 120 motores.

Parte de sua eletrônica e seus computadores de bordo estão defasados (e o caça nem se encontra operacional ainda).

Portanto, muito molho curry ainda vai passar por debaixo da ponte, até que a opção Tejas seja factível.

[ ]s

Hornet

Poggio,

“O primeiro “M” (medium) do MMRCA já diz tudo.”

precisamos saber o que a India entende por “médio”.

O Super Hornet é um peso médio? Se é, o Gripen é o quê? Peso mosca…hehehe

E o que Super Hornet está fazendo no MMRCA, e com chances, segundo o próprio Galante?

abraços

ps. Quando comparado com o SU-30, que é o que a India usa, o “médio” em questão pode variar muito…pra nós, que usamos F-5, qualquer coisa vira “peso pesado”, mas não é o caso da India.

Rodrigo

O MMRCA é muito zoneado. Ao permitirem tantos modelos com características de desempenho e custo tão díspares, não tem como comparar nada com nada. Expressões como “carga total”, “distância de decolagem” e outros absurdos que um famoso jornalista especializado anda falando por aí, não tem como comparar com aparelhos de categorias tão distintas. Apenas distorcem uma frágil verdade, para favorecer o pensamento do GF. Eu acho que lá da SH, pela possibilidade de crescimento do modelo e principalmente o custo. NG, F16, Rafake, Typhoon e Mig35, vão voltar para casa. Peço desculpas pelo OFF, mas é algo que faz parte… Read more »

grifo

Ao permitirem tantos modelos com características de desempenho e custo tão díspares, não tem como comparar nada com nada. Caro Rodrigo, ao que eu saiba neste estágio do MMRCA não estão sendo feitas comparações. O que a IAF está fazendo é simplesmente verificando se os concorrentes atendem aos seus requisitos operacionais. Nesta fase custo não importa, e na verdade a IAF sequer sabe o custo de cada um (as propostas financeiras estão em envelopes lacrados). Sobre o “famoso jornalista especializado”, seria aquele amigão da Dassault? Não satisfeito em espalhar mentiras sobre o FX-2, agora ele resolveu atacar no MMRCA também?… Read more »