A Saab, empresa sueca fabricante do caça Gripen, afirma que se convenceu de que será a escolhida pelo Comando da Aeronáutica para equipar a Força Aérea Brasileira. “Oferecemos uma proposta que atende aos itens da Estratégia Nacional de Defesa, valorizando a transferência tecnológica com participação no desenvolvimento do projeto”, disse o diretor geral da Saab, Bengt Janér.

Ele lembrou que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem dito que o Brasil não aceita mais comprar produtos de prateleira e que, usando essa lógica é que fez a opção pelo submarino francês de propulsão nuclear. “Seguindo este raciocínio o nosso produto é o que realmente oferece condições de preencher todos os requisitos da FAB, porque está em desenvolvimento e é um projeto novo em fase de concepção. Os outros dois já estão prontos. São produtos de prateleira, exatamente como o ministro Jobim diz que o Brasil não quer”, declarou Bengt.

“Essa proposta é tudo que nós pilotos sempre sonhamos: participar de um desenvolvimento completo de um projeto, conhecendo cada passo do desenvolvimento do avião”, disse o brigadeiro da reserva Fernando Cima, da Axxa Consultoria, que assessora a Gripen. De acordo com o brigadeiro, o Gripen tem “dez anos de modernidade à frente de qualquer concorrente e é mais eficiente, mais leve, mais econômico, mais barato, oferecerá mais postos de trabalho e é o único que será verdadeiramente produzido na Embraer”.

Na reta final para o anúncio do governo, a guerra de lobbies está cada dia mais forte e a cada dia as empresas concorrentes apresentam novos atrativos para o Brasil no pacote de compra de 36 caças. O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, informou que até o final do mês de novembro a avaliação pela Comissão da FAB estará concluída. Depois, será apreciada pelo Alto Comando e será encaminhada para o Ministério da Defesa. Bengt Janér afirmou que a Suécia está se comprometendo a estudar a possibilidade de adquirir entre oito e 12 aviões KC-390, que serão produzidos pela Embraer e ficarão prontos em 2015. O KC-390 substituiria os oito aviões Hércules que a força aérea sueca possui e que precisam ser trocados nos próximos anos. Ele informou também que, como a Saab é responsável pelo treinamento do governo sueco, a empresa “se compromete a usar o Super Tucano de Embraer para treinar seu pessoal, adaptando-o ao Gripen”. A Saab quer ainda usar o cockpit do Gripen no Super Tucano.

À Embraer, a Saab oferece ser “co-proprietária do programa” do novo Gripen. “Será uma parceria efetivamente estratégica, compartilhando propriedade intelectual”, disse Bengt, acrescentando que o projeto sueco “é o único que oferecerá propriedade e não apenas acesso ao código fonte da aeronave porque o projeto será desenvolvido em conjunto com a Embraer”. E emendou: “Neste caso o domínio da tecnologia é real porque vai ser desenvolvida no Brasil, pela Embraer”.

O diretor geral da Saab disse que nos próximos 20 anos pelo menos dois mil caças serão substituídos no mundo. “De forma conservadora, poderemos ter pelo menos 10% deste mercado, que significam 200 caças sendo fabricados em conjunto com a Embraer“, declarou. Bengt lembrou que antes de o avião ficar pronto, ele já começará a render lucro para a Embraer porque as partes produzidas no Brasil serão exportadas para a Suécia, para equipar os caças daquele país. Explicou ainda que isto acontecerá porque “não haverá replique” de partes da aeronave. Ou seja, haverá partes da aeronave que serão fabricadas no Brasil e outras, na Suécia.

FONTE: Agência Estado

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Felipe Cps

Bem, nada de novo. É mesmo a melhor proposta para quem quer que o Brasil um dia desenvolva um caça inteiramente nacional.

As outras duas propostas são de excelentes aeronaves, mas não nos darão a independência que perseguimos, a um custo razoável. Serão, basicamente, apenas reposição dos defasados caças da FAB.

Só não entendi isso: “A Saab quer ainda usar o cockpit do Gripen no Super Tucano.” Alguém traduz?

Abs.

Luan

“se compromete a usar o Super Tucano de Embraer para treinar seu pessoal, adaptando-o ao Gripen”. A Saab quer ainda usar o cockpit do Gripen no Super Tucano.”

Felipe.Acho que querem compatibilizar o Super Tucanno com os avionicos do Gripen.

Seria o mesmo dizer que o “cockpit” dos nossos Super Tucanos é igual ao dos F-5M e dos A-1M,o que facilita a trasição de aeronave pelos pilotos.

abraços.

Felipe Cps

Luan: deve ser isso mesmo. Valeu. Abs.

flaviodepaula

Tou começando a achar que o Gripen é o melhor para o Brasil.

É realmente uma proposta muito boa, apesar de o avião ser um projeto e não se conhecer suas reais capacidades.

Por isso acho que Hi-Low seria uma boa opção, mas, como não da pra se ter o que quer….

Espero que venha o melhor

BRASIL!!!

RodrigoMF

O problema do Gripen é o baixo nro de células que serão construídas. No fim vai resultar no mesmo custo astronômico do Rafale.

Felipe Cps

Rodrigo MF: O Gripen C é um pouco inferior (tecnicamente) ao Rafale, mas já vendeu muito mais do que esse. Assim sendo, não entendo porqvocê acha que o Gripen NG, que nada mais é do que uma melhora significativa no Gripen C, sem grandes alterações estruturais, vai vender como o uniencomenda francês? A propósito: isso significa que as previsões de troca de 5.000 caças ao redor do globo estão erradas? Ou vc em sã consciência acha que a SAAB não tem capacidade pra levar uma única concorrência? Por fim, vale lembrar que o Gripen NG é monoturbinado. Para ele custar… Read more »

Ivan

Amigos, Algum de vcs sabe onde fica a probe de reabastecimento em vôo do Gripen NG. Se alguém tiver a foto é melhor. O Gripen é pequeno, mas é mais econômico para comprar e manter. O NG não está pronto, mas poderemos ser co-proprietários do projeto. Amigos, Uma idéia maluca, mas que tenho insistido, uma combinação HI/LOW: HI – Comprar um pacote de 30 ou 40 SuperHornet, aeronaves grandes com alcance suficiente para impor respeito à qualquer um. Ao mesmo tempo usar todos os benefícios oferecidos pelos Gringos da América, inclusive com possíveis vendas para USAF e USNavy. LOW –… Read more »

RodrigoMF

Acredito que você seja engenheiro aeronáutico para afirmar que poucas mudanças estruturais sejam necessárias, senão for use a lógica e entenda que se o NG full, mesmo que com eletrônicos provisórios não voou até hoje é porque os cálculos não são tão simples assim como você sugere. A SAAB está enrolando com o Demo já tem dois anos, algum motivo tem. Um Gripen “E”, seria mais interessante que o NG justamente por ter uma base já implantada. Seria uma excelente opção para a FAB. A SAAB disputa várias concorrências, ganha poucas, com poucas unidades e as que vence fornece Gripens… Read more »

Ivan

Rodrigo, Não sou engenheiro aeronáutico, nem muito menos engenheiro. Desculpe meus limitados conhecimentos. Sou apenas um entusiasta sobre o assunto Defesa desde a infância, quando comprei minha primeira revista Flap, com o Mig-25 na capa e uma reportagem da fuga do piloto soviético Victor Belenko (acho que era este o nome) para o Japão. O mercado de 5.000 caças são os suecos que dizem, não tenho a menor condição de aferir o número, mas acho que chega a cerca de 2000. Certamente existe um mercado de caças, que será preenchido por diversas opções, mas não o Mirage 2000. Mais provável… Read more »

RodrigoMF

Não foi para você, foi para o companheiro de cima 🙂 Mas voltando ao mercado de caças. Não basta apenas ter mum bom produto e a preço acessível, vender aviões de combate é uma decisão política, temos o nosso caso aqui. Se fosse uma decisão puramente técnica o SH já teria vencido. A Suécia não tem peso político para empurrar o NG para ninguém, juntando com o Brasil continuará com o peso nulo. O Gripen continua inexpressivo no mercado mundial, porque os suecos não aperfeiçoaram o avião. Dá para afirmar um Gripen com um F16 Block 60 ? O Gripen… Read more »

Felipe Cps

RodrigoMF em 02 nov, 2009 às 12:27:

“Um Gripen “E”, seria mais interessante que o NG justamente por ter uma base já implantada. Seria uma excelente opção para a FAB.”

Companheiro, “NG” é o apelido dado ao projeto (Next Generation), quando a aeronave ficar operacional será o Gripen E/F!!!

Ó, vamos fazer o seguinte, como eu não sou engenheiro aerospacial, e você pelo visto também não, deixa quieto… Um cidadão que afirma que o Gripen C está “parado no tempo junto com Mirage” não merece resposta…

Sds.

Clésio Luiz

O Gripen é o único dos concorrentes que tem chance de ser vendido para algum país da América Latina. Se queremos um parceiro comercial, o único viável é a Saab.

motta_eiras

Escolher uma dessas aeronaves pra conquistar o mercado na America Latina eh partir e uma premissa errada. Quais paises latino americanos tem bala pra comprar um aviao desses , o maior cliente seremos nos mesmos portanto q o criterio de escolha seja pelo melhor para nossa defesa. Ai estah a grande dificuldade haja visto a total falta de convergencia sobre qual deve ser o escolhido.

abc,