b737-aew

Em 1997 a Austrália procurava uma aeronave que pudesse servir de base para o seu projeto AIR 5077, um sistema de vigilância aérea e marítimas com capacidades multiplas. Renomeado “projeto Wedgetail”, a concorrência definiu três finalistas (short list) e o escolhido foi uma variante do Boeing 737-700 equipado com um radar MESA.

O Ministério da Defesa australiano selecionou o projeto 737 AEW&C em Julho de 1999 e o contrato foi assinado em dezembro do ano seguinte. Além das quatro aeronaves originalmente contratadas, existia a opção por outras três. Em maio de 2004 a Austrália decidiu por mais duas aeronaves, totalizando seis exemplares.

O elemento principal do programa “Wedgetail” é o seu radar MESA (multi-role electronically scanned array radar), desenvolvido pela Northrop Grumman Electronic Sensors and Systems Division. O princípio de funcionamento dele é semelhante ao dos radares AESA dos caças mais modernos, sendo capaz de realizar vigilância aérea e marítima. O equipamento fornece uma cobertura de 360° no entorno da aeronave até uma distância de 200 milhas náuticas (300 milhas no caso do IFF) em qualquer condição meteorológica. O sistema pode monitorar simultaneamente 3.000 alvos.

b737-aew-corte

O projeto caminhava lentamente porém, dentro do cronograma inicialmente estabelecido. No entanto, no começo de 2006 apareceram os primeiros problemas. A integração entre o radar e o sistema ESM (Electronic Support Measure) começou a apresentar problemas. Os problemas assumiram uma espiral crescente, tornando-se público. Em Junho de 2006 o ministro da defesa australiano declarou oficialmente que o projeto estava atrasado e a Boeing informou que o programa demoraria mais 18 meses para estar completo.

Uma nova data para a entrega das primeiras aeronaves à RAAF foi marcada, passando de Novembro de 2006 para março de 2009. Março passou, os problemas de integração continuaram, e agora a RAAF espera receber os 737 AEW&C somente em 2010, sendo totalmente operacional a partir de 2011.

737aewc-cabina

Ainda durante o desenvolvimento do programa australiano, a Turquia interessou-se pelo projeto. Em maio de 2002 o governo daquele país assinou um contrato com a Boeing para o fornecimento de quatro 737 AEW&C, denominados “Peace Eagle”, com opção para outras duas. A aprovação oficial do governo dos EUA veio em setembro de 2003. Das quatro aeronaves, três terão seus sistemas integrados pela Tusas Aerospace Industries (TAI) de Ancara. A entrega das mesmas para a Força Aérea turca é esperada para 2010.

Em agosto de 2006, a aeronave da Boeing foi novamente selecionada como plataformas AEW&C para o programa E-X da Coreia do Sul. O contrato foi assinado em novembro de 2006. São quatro aeronaves a serem entregues em 2012.

Tanto as aeronaves turcas como as aeronaves sul-coreanas terão sistemas um pouco diferenciados do projeto original, encomendado pelos australianos. Assim, serão atendidos os requisitos específicos de cada país, permitindo a integração de componentes fabricados localmente.

b737_aewc_wedgetail

FOTOS: Boeing, DID

Subscribe
Notify of
guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Bronco

Se tivessem escolhido os Embraer R-99A, já teriam recebido. Rs

Francisco AMX

Qual a diferença de poder de detecção entre este e o R-99??

Robson Br

A plataforma R-99 (EMB145) é de operação muito simples e econômica e possui a vantagem do número de avões entregues. Mas acho que a Embraer já deveria iniciar uma nova família militar baseada no EMB-190 ou, talvez no novo KC-390.

João Curitiba

Li por aqui mesmo que a FAB não teria gostado do desempenho do R-99. Procede?

Felipe TP

Escolher o 737 é uma ótima escolha, além das unidades militares, tem um número muito grande na área civil.

Eu gosto da idéia de usar o KC-390 para essa função, assim como o EC-1 Kawasaki.

Poderíamos fazer com o KC-390 o mesmo que os americanos estão fazendo com o 737. Fazer o KC-390 assumir as funções dos E-99, P-99 e P-3AM (como o P-8).

Mas falando com algumas pessoas, falaram que certas características são ruins para fazer esses tipos de alterações.

Clésio luiz

Esse não é o único programa de defesa australiano com problemas. Na verdade quase todos os programas militares da força aérea de 10 anos pra cá estão com atrasos e problemas técnicos. O negócio anda feio por lá.

Tiago Jeronimo

Achoque não seria necessário usar o KC-390, poderiamos usar o Embraer 195 que te praticamente o mesmo tamanho do Boing 737-700. A questão seria qual radar usar? Estaria disponivel esse mesmo radar para nós? Duvido. Teria a Ericsson um novo radar melhor do que o Erieye? E o mais importante de tudo, a FAB compraria esse avião com os R-99A ainda praticamene novos?

Wolfpack

Acredito que é a evolução natural para o programa de AWACS da FAB e da Embraer utilizar a família EMB 170/ EMB190 para esse fim. Lembro que quando foi pensado os três modelos EMB145 AEW&C /RS/AGS e P99 a família de aviões de emprego civil da embraer se resumia aos EMB145. Os Projetos EMB170 e EMB190/5 são mais recentes. Acredito que as plataforma para este fim da Embraer são superiores a estas conversões de um avião Boeing 737 de maior tamanho e assinatura que os EMB190. Basta a Embraer encontrar a parceria correta para isso e o mercado de AWACS… Read more »

Wolfpack

Só mais um comentário. O Boeing 737 é um dos aviões mais operados no mundo, uso civil. Tomará que em nenhum momento um destes transporte seja confundido com um AWACS como ocorreu com o 747 da Korian Air Lines na década de 80. Bater na madeira 3 vezes…

Mauricio R.

“Se tivessem escolhido os Embraer R-99A, já teriam recebido. Rs” Ah sim, claro e tb um sistema de capacidade bastante inferior. “Acredito que as plataforma para este fim da Embraer são superiores a estas conversões de um avião Boeing 737 de maior tamanho e assinatura que os EMB190.” Ao contrário das plataformas da Embraer, desenvolvídas p/ a aviação regional e portanto de menor alcance e capacidade volumétrica de carga, o B-737NG é uma aeronave do mercado doméstico “mainstream”, tem maior volume interno o que se traduz em maiores espaços p/ equipamentos de missão, combustível e melhor habitabilidade; sendo portanto mto… Read more »

RJ

Os americanos tão aprendendo português: radar em forma de MESA.

hehehe…

Jacubão

Farei um desenho de um EMB-190 AEW&C e pedirei ao meu amigo Galante, para publicálo. Quem viver verá.

Wolfpack

“e assinatura de radar não é em função do tamanho, mas sim da forma de uma aeronave em particular e nisto os americanos até o momento são mais bem sucedidos em usar.”
Ambos os projetos não têm desenho furtivo, portanto o tamanho da aeronave influi sim senhor.
Segundo este conceito a melhor plataforma para um AWACS para o mercado europeu seria um A380. Por favor!

Mauricio R.

“Segundo este conceito a melhor plataforma para um AWACS para o mercado europeu seria um A380. Por favor!”

Espaço é o que não faltaria, se eles lá tiverem um radar que o ocupe.

Wolfpack

“If the RCS was directly related to the target’s cross-sectional area, the only way to reduce it would be to make the physical profile smaller. Rather, by reflecting much of the radiation away or absorbing it altogether, the target achieves a smaller radar cross section. σ = 4π A2 / λ2 (where A=area, λ=wavelength).” Bem, não sou especialista em furtividade, porém acredito que o RCS de uma aeronave, independente de materias RAM, ou forma, depende também do volume que esta aeronave ocupa no espaço. Senão os Israelenses quando destruíram um reator nuclear no Iran na década de 90 não teriam… Read more »

Leigo - BR7

E o Embraer dando sopa …

Jaique Sparro

Não foi no Iraque e na decada de 80 o ataque da operação Ópera?

Tiago Jeronimo

#
RJ em 03 mai, 2009 às 16:58

Os americanos tão aprendendo português: radar em forma de MESA.

^Melhor comentário até agora! Não é que parece uma MESA mesmo uahauhauha

trackback

[…] um ‘post’ recente abordamos o projeto Boeing 737 AEW&C. Agora, separamos alguns vídeos interessantes sobre o 737 AEW&C a partir do youtube. O […]

Mauricio R.

“Senão os Israelenses quando destruíram um reator nuclear no Iran na década de 90 não teriam utilizado uma formação serrada de F16 tornando o perfil próximo de uma aeronave de carreira.”

O reator em questão era o “Ozirak” e era no Iraque.
E sua afirmação desconhece por quais tipos de radar os israelenses passaram.

habbo

podem apostar depois do novo kc-390 virao projetos um atras do outro

Pemzkxzp

tjhwkZ comment1 ,

Fesgqazm

FBRroN comment3 ,

cialis lowest prices on the internet

Perfect work! ,

phentermine half life

Excellent site. It was pleasant to me.

phentermine package insert

Great. Now i can say thank you!

ordering phentermine pharmacy online

Great work, webmaster, nice design!

soma 350mg 150 pills

Great. Now i can say thank you!

Marco

É bom lembrar que o 737 é um avião desenvolvido na década de 60, e que a família 170/190 ja tem muitas melhorias de projeto em relação ao avião da Boeing, e não estou falando de mudar a cor do tecido da cabine e chamar de 737 700 e 737 800, é um avião TODO novo, Fly-By-Wire. Outro ponto importante é o fato de a Embraer já ter conseguido um alcance muito grande com a aeronave Lineage. A Embrar Pode sim desenvolver uma aeronave competitiva, para isso basta conseguir acesso aos mesmos radares. Talvez um acordo com a indístria Européia… Read more »

Bronco

Se tivessem escolhido os Embraer R-99A, já teriam recebido. Rs

Francisco AMX

Qual a diferença de poder de detecção entre este e o R-99??

Robson Br

A plataforma R-99 (EMB145) é de operação muito simples e econômica e possui a vantagem do número de avões entregues. Mas acho que a Embraer já deveria iniciar uma nova família militar baseada no EMB-190 ou, talvez no novo KC-390.

João Curitiba

Li por aqui mesmo que a FAB não teria gostado do desempenho do R-99. Procede?

Felipe TP

Escolher o 737 é uma ótima escolha, além das unidades militares, tem um número muito grande na área civil.

Eu gosto da idéia de usar o KC-390 para essa função, assim como o EC-1 Kawasaki.

Poderíamos fazer com o KC-390 o mesmo que os americanos estão fazendo com o 737. Fazer o KC-390 assumir as funções dos E-99, P-99 e P-3AM (como o P-8).

Mas falando com algumas pessoas, falaram que certas características são ruins para fazer esses tipos de alterações.

Clésio luiz

Esse não é o único programa de defesa australiano com problemas. Na verdade quase todos os programas militares da força aérea de 10 anos pra cá estão com atrasos e problemas técnicos. O negócio anda feio por lá.

Tiago Jeronimo

Achoque não seria necessário usar o KC-390, poderiamos usar o Embraer 195 que te praticamente o mesmo tamanho do Boing 737-700. A questão seria qual radar usar? Estaria disponivel esse mesmo radar para nós? Duvido. Teria a Ericsson um novo radar melhor do que o Erieye? E o mais importante de tudo, a FAB compraria esse avião com os R-99A ainda praticamene novos?

Wolfpack

Acredito que é a evolução natural para o programa de AWACS da FAB e da Embraer utilizar a família EMB 170/ EMB190 para esse fim. Lembro que quando foi pensado os três modelos EMB145 AEW&C /RS/AGS e P99 a família de aviões de emprego civil da embraer se resumia aos EMB145. Os Projetos EMB170 e EMB190/5 são mais recentes. Acredito que as plataforma para este fim da Embraer são superiores a estas conversões de um avião Boeing 737 de maior tamanho e assinatura que os EMB190. Basta a Embraer encontrar a parceria correta para isso e o mercado de AWACS… Read more »

Wolfpack

Só mais um comentário. O Boeing 737 é um dos aviões mais operados no mundo, uso civil. Tomará que em nenhum momento um destes transporte seja confundido com um AWACS como ocorreu com o 747 da Korian Air Lines na década de 80. Bater na madeira 3 vezes…

Mauricio R.

“Se tivessem escolhido os Embraer R-99A, já teriam recebido. Rs” Ah sim, claro e tb um sistema de capacidade bastante inferior. “Acredito que as plataforma para este fim da Embraer são superiores a estas conversões de um avião Boeing 737 de maior tamanho e assinatura que os EMB190.” Ao contrário das plataformas da Embraer, desenvolvídas p/ a aviação regional e portanto de menor alcance e capacidade volumétrica de carga, o B-737NG é uma aeronave do mercado doméstico “mainstream”, tem maior volume interno o que se traduz em maiores espaços p/ equipamentos de missão, combustível e melhor habitabilidade; sendo portanto mto… Read more »

RJ

Os americanos tão aprendendo português: radar em forma de MESA.

hehehe…

Jacubão

Farei um desenho de um EMB-190 AEW&C e pedirei ao meu amigo Galante, para publicálo. Quem viver verá.

Wolfpack

“e assinatura de radar não é em função do tamanho, mas sim da forma de uma aeronave em particular e nisto os americanos até o momento são mais bem sucedidos em usar.”
Ambos os projetos não têm desenho furtivo, portanto o tamanho da aeronave influi sim senhor.
Segundo este conceito a melhor plataforma para um AWACS para o mercado europeu seria um A380. Por favor!

Mauricio R.

“Segundo este conceito a melhor plataforma para um AWACS para o mercado europeu seria um A380. Por favor!”

Espaço é o que não faltaria, se eles lá tiverem um radar que o ocupe.

Wolfpack

“If the RCS was directly related to the target’s cross-sectional area, the only way to reduce it would be to make the physical profile smaller. Rather, by reflecting much of the radiation away or absorbing it altogether, the target achieves a smaller radar cross section. σ = 4π A2 / λ2 (where A=area, λ=wavelength).” Bem, não sou especialista em furtividade, porém acredito que o RCS de uma aeronave, independente de materias RAM, ou forma, depende também do volume que esta aeronave ocupa no espaço. Senão os Israelenses quando destruíram um reator nuclear no Iran na década de 90 não teriam… Read more »

Leigo - BR7

E o Embraer dando sopa …

Jaique Sparro

Não foi no Iraque e na decada de 80 o ataque da operação Ópera?

Tiago Jeronimo

#
RJ em 03 mai, 2009 às 16:58

Os americanos tão aprendendo português: radar em forma de MESA.

^Melhor comentário até agora! Não é que parece uma MESA mesmo uahauhauha

trackback

[…] um ‘post’ recente abordamos o projeto Boeing 737 AEW&C. Agora, separamos alguns vídeos interessantes sobre o 737 AEW&C a partir do youtube. O […]

Mauricio R.

“Senão os Israelenses quando destruíram um reator nuclear no Iran na década de 90 não teriam utilizado uma formação serrada de F16 tornando o perfil próximo de uma aeronave de carreira.”

O reator em questão era o “Ozirak” e era no Iraque.
E sua afirmação desconhece por quais tipos de radar os israelenses passaram.

habbo

podem apostar depois do novo kc-390 virao projetos um atras do outro