Concorrência para sucessor do KC-135 da USAF pode ter prazo prorrogado

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KC-135 - foto USAF

Na quarta-feira, 31 de março, o Departamento de Defesa dos EUA informou aos fabricantes interessados no programa KC-X, para uma nova aeronave de reabastecimento em voo, que se a EADS expressar formalmente sua intenção de competir, o prazo final para apresentar propostas será extendido por 60 dias. A EADS (European Aeronautics Defense and Space Co.) havia solicitado recentemente uma extensão de 90 dias no prazo final para entrega de propostas, 10 de maio.

O Departamento de Defesa afirmou que não é incomum oferecer uma extensão razoável no prazo para competidores em programas, e considera os 60 dias adicionais como suficientes. Com o novo prazo, as propostas da EADS e da Boeing poderiam ser recebidas até 9 de julho.

O Pentágono afirmou que está preparado para avaliar rapidamente as propostas, para garantir que a produção da nova aeronave vencedora possa ser iniciada no início do outono (do Hemisfério Norte – o que significa início de produção, grosso modo, em setembro / outubro de 2010).

Como todo o processo já atrasou bastante, o Pentágono não deseja que as datas de entrega atrasem mais ainda. O informe procura destacar que a política não faz parte do processo, e sim que a avaliação está baseada estritamente nas necessidades militares, na lei e no interesse dos contribuintes norte-americanos.

FONTE: (American Forces Press Service), via USAF (Força Aérea dos EUA)

FOTO: USAF

NOTA DO BLOG: a referência à questão política pelo Pentágono contrasta com a realidade dos últimos tempos dessa concorrência, que tem sido conturbada. Hoje, 1º de abril, a Boeing publicou nota em que desaprova qualquer extensão do prazo, alegando que a EADS já está há quatro anos engajada na competição, sendo responsável pela maior parte do trabalho de seu consórcio competidor.

Os quatro anos citados pela Boeing dão uma ideia de como está se arrastando o programa em que competem duas rivais da indústria aeroespacial, em que a guerra sobre subsídios para o desenvolvimento de seus aviões comerciais dá o tom da disputa. Primeiro, houve o cancelamento da avaliação inicial do programa KC-X, em que venceu (em fevereiro de 2008) o concorrente de origem europeia (EADS, em consórcio com a Northrop Grumman norte-americana), após protestos da Boeing e avaliação negativa do processo da USAF por autitores do governo dos EUA.

Foi feito um novo pedido para propostas que desagradou aos antigos vencedores, que alegaram que os novos requisitos eram sob medida para o produto da Boeing (uma versão do B-767). Assim, a Northrop Grumman publicou em 9 de março de 2010 uma nota sobre sua decisão de não responder com uma proposta.

Ao mesmo tempo, a EADS também publicava uma nota expressando sua insatisfação com os requisitos, que apontariam para uma aeronave de menor tamanho que o A330 MRTT e, consequentemente, com menor capacidade de carga e flexibilidade, mas deixando claro que isso não diminuía seu comprometimento com os EUA. A EADS solicitou 90 dias de prazo para entregar sua oferta e continuar na competição e, no dia 19 de março, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que estava estudando essa proposta.

Enquanto isso, a já “anciã” frota de KC 135 continua envelhecendo, e outros aviões reabastecedores mais novos, porém em menor número na frota da USAF, logo mostrarão mais os sinais da idade. Você pode acessar os informes (originais, em inglês) que mostram o conteúdo aqui resumido clicando nos links desta Nota do Blog. Para outras matérias já publicadas aqui, clique nos links abaixo.

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Latino

Parece piada de 1 de abril ,

Mas nossos amigos russos , o fabricante aeronáutico United Aircraft Corporation decide concorrer ao já controverso programa KC-X da força aérea norte-americana (USAF)

Se verdade o aparelho que a Russa UAC vai propôr será uma versão modificada do avião de longo curso Ilyushin IL-96 mais concretamente o IL-96T (Tanker) .

nessa eu não acredito ;e tambem acho muito pouco provavel nossa embraer conseguir vender os super tucanos para os yankes .
o congresso deles é muito fechado a venda militares de outros paises

sds

Ricardo GF

Apenas mais uma prova de que praticamente qq “licitação” militar é essencialmente uma transação política, como já confirmou o próprio Ministro da Defesa sueco aqui no Brasil. O processo americano é com certeza MUITO mais “vergonhoso” do que o que vemos no FX-2, estando amarrado por puro protecionismo há muito tempo. Outro exemplo? A decisão da Romênia de comprar velhos F-16 sem nem discutir tal proposta com seus parceiros da UE. Mas enfim, qual será o primeiro “gênio” a meter o pau no governo brasileiro por escolher uma aeronave com base em algo mais do que preço de prateleira? Será… Read more »

Robson Br

“” Primeiro, houve o cancelamento da avaliação inicialdo programa KC-X, em que venceu (em fevereiro de 2008) o concorrente de origem europeia (EADS, em consórcio com a Northrop Grumman norte-americana), após protestos da Boeing e avaliação negativa do processo da USAF por autitores do governo dos EUA. Foi feito um novo pedido para propostas que desagradou aos antigos vencedores, que alegaram que os novos requisitos eram sob medida para o produto da Boeing (uma versão do B-767 “” Não é só aqui que ocorre estas coisas…..Olha que os EEUU é o 1º mundo. Quem está dentro do processo só vê… Read more »

Theo Gatos

Depois decisão política é só por aqui… Não que eu goste de que ponham os interesses políticos acima dos interesses estratégicos da nação, mas que não é só no Brasil que isso ocorre,ah não é!

Sds.

Fabio Silva

e tem boneco reclamando do FX2!!!!
mas barbaridade santa politicagem!!!

claudio

Se por um acaso os grandes fabricantes Boeing, EADS, Tupolev ou Mitsubishi oferecessem um produto similar ao futuro KC 390 por preço menor ou condições mais vantajosas para a FAB, qual seria a opinião dos foristas que criticam a atitude do DoD ?

Com certeza o comentário seria que o GF/MD deveria fortalecer a indústria nacional, criar empregos e etc, argumentos validos para os Brasileiros mas simples protecionismo para a concorrência.

Trata-se simplesmente de “proteger o contribuinte americano”, algo a que nós, contribuintes Brasileiros não estamos acostumados por parte de nosso governo.

Alex

aiaiaia, quem deres que os políticos do Brasil, estivesse a metade d empenho, em proteger o interesse nacional.

Robson Br

claudio em 01 abr, 2010 às 18:56

La o comando seria da Northrop Grumman. Também seria uma oportunidade de voltar ao mercado e quebrar a hegemonia da LM-Boeing. Também geraria os mesmos empregos.

Agora, se você acha que NG iria fortalecer a industria nacional produzindo apenas 36 aparelhos so com muito investimento estatal. O que vai acontecer que so iria produzir o charuto no brasil e olhe lá, pois o resto tudo é de outros países.

nodbr

intervir em favor de uma empresa nacional contra uma empresa estrangeira que oferece um produto melhor a um preço mais baixo? na década de 90 quem defendesse isso no Brasil era trucidado.

[]´s

claudio

Caro Robson, é bem neste caminho. Com certeza apenas 036 unidades do 390 não mudam muita coisa, mas eu estava me referindo ao tipo de comentário que classifica de protecionismo, imperialismo e outros ismos qualquer atitude dos americanos do norte e medidas justas, eficazes e sabias as mesmas atitudes tomadas aqui. Indústria Aeroespacial e algo muito sensível em qualquer nação séria, cheia de proteções e medidas consideradas contra o pensamento normal de negócios, simplesmente para manter a indústria ativa. Boeing e EADS brigam de foice no mercado internacional com produtos similares, neste caso B767 X A330, pode ser que a… Read more »

Harpia

Vida longa a velha família do BOEING 707.

Clésio Luiz

A concorrência anterior, vencida pela Northrop, iria fabricar a maior parte do aparelho nos EUA. Vejam o caso do T-6 Texan II. Nada mais é do que um Pilattus PC-9 modificado, que a Raytheon tem o direito de revender por aí com o nome dela. Se a Northrop tivesse levado o contrato para casa, certamente ela poderia fazer a mesma coisa. Seria o tanqueiro mais vendido neste século, com certeza. Mas DoD pisou na bola e agora os EUA vão exportar muito menos tanqueiros do que poderiam, porque a EADS está vendendo muito bem o A330 MRTT. Este com certeza… Read more »

Mauricio R.

A EADS chiou, esperneou, choramingou, reclamou, mas vai chorar na rampa, e vai apresentar proposta p/ a concorrência da nova aeronave de reabastecimento em voo americana. O Sarkozy arregou feio, disse que a concorrência era justa e transparente, na frente do Obama. Na América não é do jeito que o Galois da EADS, fez c/ os otários compradores do A-400M. Esse senhor gosta mto de dizer que o KC-30 é o mais avançado, o que mais carrega, o melhor; mas o FSTA da RAF está 5 anos e meio atrasado. Um outro pto é que a estrutura do contrato foi… Read more »

vassilizaitsev.manoel36

A USAF realmente necessita de um substituto para o KC-135. Mesmo eles não sendo mais propulsados pelos antigos turbo jato, ainda são muito gastões. A eletrônica embarcada é sofrível, mesmo com alguns componentes tendo sido substituidos pelo longo do tempo.

Mas o projeto ja é por demias de ultrapassado, e merece um descanso. Nem que seja no meio do deserto, ou que continue operando por mais alguns anos (em outras mãos, é claro).

abraços.

vassilizaitsev.manoel36

E nós, com a versão de exportação KC-137????????? não nos encaixamos na mesma dança?????????

devemos lembrar que ja aconteceu de um dos nossos B707 serem impedidos de pousarem am alguns aeroportos internacionais, por causa do imenso ruído provocado por seus turbo jatos.

abraços.

eduardo

Essa concorrência e os comentários indicam bem como expressões “interesse estratégico” , “aliança estratégica” e outras são ótimas para mascarar o que se quer fazer. Dá para argumentar tanto a defesa da Boeing quanto da Northrop-Grumman usando as expressões acima.

O mesmo ocorrre aqui com o FX e outros programas como submarinos e helicópteros…