Este ano, um total de seis alunos do curso de Engenharia Aeronáutica estão tendo oportunidade de estagiar nas empresas do grupo EADS na Europa

vinheta-clippingOs estudantes do último ano do curso de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP-São Carlos), Stefano Cerchiari e Reynaldo Oioli Neto, ambos de 22 anos, embarcam no próximo domingo (07/12) para a França. Eles iniciam na segunda-feira, estágio de cinco meses nas instalações da Eurocopter, a maior fornecedora de helicópteros do mundo, associada no Brasil pela Helicópteros do Brasil – Helibras.

O estágio é resultado de parceria entre a USP-São Carlos e a EADS – European Aeronautic Defense and Space Company, que controla a Eurocopter. Quatro estudantes da mesma universidade, também do último ano, já estão atuando na Airbus, outra empresa do grupo, com atividades na França e na Alemanha.

Na manhã de ontem (02/12), os novos estagiários foram recebidos por diretores da Helibras e da EADS. Eles visitaram as instalações da Helibras em São Paulo, no Campo de Marte, onde funciona uma oficina de manutenção, e receberam material informativo a respeito do projeto em que estarão envolvidos, de construção de 50 modelos EC725 para as Forças Armadas Brasileiras.

O convênio que visa oferecer estágios a alunos de Engenharia Aeronáutica da USP/São Carlos nas empresas da EADS será mantido em 2010, quando mais alunos poderão ter a oportunidade de estagiar em uma das unidades do grupo na Europa.

Os estagiários foram selecionados devido ao interesse pela área, empenho tanto nas aulas quanto nas atividades extracurriculares e nível de inglês. “Acredito que a experiência no exterior vai facilitar a entrada no mercado de trabalho”, comentou Cerchiari, que será destacado para a linha de produção do EC725. Oioli, por sua vez, acredita que a participação nos eventos da faculdade e o interesse pelo que acontece de novo no setor foram essenciais para obter o estágio.

Para o presidente da Helibras, Eduardo Marson, este intercâmbio de conhecimento vem ao encontro do compromisso que as empresas assumiram de transferência de tecnologia entre França e Brasil na produção dos EC725. A meta é atingir até 50% de nacionalização até o final da construção das aeronaves. Com isso, a Helibras poderá fornecer o EC725 para o mercado mundial.

“É como sonho”, comemora o coordenador do curso da USP, o PhD em aerodinâmica Fernando Martini Catalano, ao comentar sobre a importância deste tipo de parceria para a faculdade. Ele ressaltou que está satisfeito com os primeiros resultados do intercâmbio. “Constatamos que o aluno brasileiro tem qualidade, porque eles estão atuando em setores estratégicos e não só nos burocráticos”. Na opinião de Catalano, o estudante com uma experiência no exterior obtém um diferencial que vem atender justamente uma necessidade de profissionais com uma visão globalizada do mercado.

FONTE: Assessoria de Imprensa da USP

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ZE

Até hoje eu não consegui engolir essa porcaria do EC725. Já postei a história dessa coisa aqui neste blog, e não ao farei mais. A França, que não é boba nem nada, comprou só 14 helicópteros e não vai comprar mais nenhum. O México tem 6 pedidos (não sei se são firmes ou não). A Malásia cancelou os pedidos que tinha. Já o Brasil…Como salvador da pátria….Francesa e não brasileira, comprou 50. Seremos os maiores operadores dessa jaca. Em tempo: Como a França não é boba nem nada, ela comprou o NH90. Os nossos “parceiros” franceses tem 61 NH90 contratados… Read more »

Hornet

Como eu venho dizendo várias vezes aqui: TT sem inclusão das universidades brasileiras e/ou centros de pesquisas (militares ou não) do país é enrolação, é conversa mole. Neste assunto não sou exatamente um leigo. Tenho uma certa experiência no assunto, pois trabalho na universidade e conheço muito bem a universidade brasileira, conheço-a de perto, tenho mais de 15 anos dedicados à pesquisas realizadas na universidade brasileira (e muitas feitas em parceria com vários pesquisadores estrangeiros). Uma coisa que precisa ser esclarecida: o Brasil não é mais o mesmo país de 30 ou 40 anos atrás, no campo da C&T. Muita… Read more »

RodrigoMF

Isto vale para quem acredita que helicópteros são fabricados há 30 anos no Brasil.

flaviodepaula

Hornet, Também convivo muito com universidade, apesar de a universidade do Amazonas não ser tão boa quanto as do sul. Não acredito que estes estágios signifiquem TT. Ainda mais os estagiários sendo da USP e não do ITA(de preferência alunos militares). Ora, estes podem muito bem, depois do estágio, ir embora do Brasil, ou ir trabalhar em areas não diretamente ligadas a pesquisa. Enquanto alunos militares do ITA ficariam pelo menos um tempo na FAB para “pagar” o conhecimento. Acredito que temos que formar massa crítica sim, e muita, mas para trabalhar em areas de pesquisa. Trabalhar em linha de… Read more »

Francisco AMX

tava demorando virem criticar… não esperam nada! quem garante que serão só esses? provavelmente não!

flaviodepaula

“Pelo que eu entendi, estes estagiários TRABALHARAM na produção”

Desculpem meu erro de português: TRABALHARÃO.

Hornet

flaviodepaula, é como eu disse e como o Chicão disse: esses estágios são apenas um exemplo. No caso dos AMX, por exemplo, conheço (um grande amigo de infância) um engenheiro que na época (ele era estudante no ITA ainda) foi fazer seu doutorado na Itália (por causa do programa AMX). Hoje ele é engenheiro da Embraer e trabalhou em vários projetos da empresa, incluindo os jatos executivos. Então, vc tem (ou deveria ter, ou pode ter) em TT uma relação industrial (mais direta) e uma relação de formação. A relação industrial capacita a indústria, mas a relação, digamos, acadêmica, te… Read more »

flaviodepaula

Perfeito Hornet.

Como você eo chicão disseram, estes estágios ai são apenas um exemplo, e eu espero que tenham muitos mais.

O que não acho muito aproveitável é pegarmos um aluno formando em engenharia aeronáutica e colocar para estagiar em areas de produção. Claro, é válido, sim, e muito. Mas acho que o aluno com este perfil, poderia estagiar em uma area de P&D, e não na area de produção.

Alguém sabe informar quais tecnologias serão transferidas para o Brasil?

Saudações

Hornet

flaviodepaula, eu entendo sua posição. E vc tem uma certa razão. Digo certa razão, pois precisáriamos saber que tipo de estágio será feito. Ou melhor, visando que finalidade. Pode-se estar na produção, mas atuando em P&D. Uma coisa não necessariamente exclui a outra. É que a matéria não informa qual o foco principal do estágio, então ficamos sem saber este “pequeno detalhe” (hehe). Em princípio, não me parece ser nada de muito avançado em termos de P&D, pois tratam-se de alunos de graduação ainda (salvo engano). Para se obter um aprofundamento em C&T precisaria ser em nível (no mínimo) de… Read more »