Virgínia Silveira

vinheta-clippingA Embraer está desenvolvendo um programa de melhoria dos custos de manutenção dos seus jatos, ampliando o intervalo de tempo entre as revisões programadas feitas pelos operadores. O objetivo do programa, segundo o diretor de Suporte ao Cliente da aviação Comercial, Maurício Rodrigues Aveiro, é chegar a uma redução de 10% nos custos de manutenção das aeronaves, num prazo de três anos. O trabalho será feito com base em informações coletadas em campo e através do monitoramento do desempenho da frota junto às companhias aéreas.

Numa primeira etapa, segundo Aveiro, a empresa espera aumentar de 6 mil para 7,5 mil horas o intervalo de tempo para a manutenção pesada e de 600 para 750 horas as atividades de manutenção leve. Entre 2001 e 2008, mais de 40 projetos foram implantados pela empresa e seus operadores, visando à redução de custos de manutenção.

“Esses projetos resultaram em uma economia de US$ 50 por hora de voo, no caso dos jatos da família ERJ-145”, disse Aveiro. As aeronaves acumulam mais de 15 milhões de horas de voo, o que significa um ganho de US$ 750 milhões com a redução nos custos de manutenção dos operadores. A Embraer já entregou mais de 1,1 mil jatos ERJ-145 e outros 600 E-Jets, operados por 60 companhias aéreas de 36 países.

Segundo o diretor da Embraer, o mesmo tipo de trabalho feito com os jatos da família ERJ-145 será aplicado aos E-Jets, aeronaves de 70 a 120 assentos. “Já existe um plano de trabalho que será desenvolvido com os clientes desses jatos, que entraram há pouco tempo em operação no mercado e hoje já acumulam um total de 3 milhões de horas de voo”, explica o executivo da empresa.

Atualmente, segundo Aveiro, o índice de despachabilidade dos jatos Embraer, ou seja, o tempo que eles ficam disponíveis para voo, é de 99,8%, considerado um dos mais altos do mundo. “De cada 1000, só dois ficam parados por algum problema técnico.” O executivo ressalta que, nos últimos 12 meses, o nível de satisfação dos clientes da empresa com os serviços de suporte técnico e suporte às operações foi próximo de 100%.

Chegar a esse estágio, segundo o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, não foi fácil. “Conquistamos o padrão dos melhores aviões e das linhas aéreas mais exigentes do mundo.” Além de aviões confiáveis, segundo Curado, a Embraer tem hoje uma estrutura de peças bem distribuída no mundo e uma infraestrutura de suporte compatível. “Isso não se aprende em um ou dois anos. Além de fazer o avião, dominamos a tarefa de apoiar esse avião por 20 ou 30 anos”, completou.

O monitoramento da frota total de aeronaves fabricadas pela Embraer, assim como da frota individual de cada cliente, é realizado através da rede de serviços da empresa, que conta hoje com três centros de excelência próprios e cinco oficinas autorizadas.

Os centros de serviços próprios estão em Gavião Peixoto (SP); Nashiville, nos EUA; e em Alverca, nas instalações da Ogma, em Portugal, responsável pelas operações de manutenção da Embraer na Europa. Adquirido em 2002, o centro de Nashiville desenvolve atividades de assistência técnica para a frota que opera nos EUA, Canadá e México.

O Suporte de Campo Embraer é baseado no trabalho dos chamados gerentes de conta. Todo proprietário de aeronave Embraer tem a sua disposição um gerente de conta, responsável por atende-lo em todos os aspectos de suas operações, incluindo manutenção, operações de voo e peças de reposição.

A Embraer mantém estoques de peças de reposição que podem ser disponibilizadas para seus clientes 24 horas por dia. Os serviços são prestados pelos Centros de Venda e Distribuição em São José dos Campos (Brasil), Fort Lauderdale (EUA) e Villepinte (França), ou pelo Centro de Distribuição da Embraer em Weybridge (Inglaterra).

O acesso dos clientes da Embraer aos seus serviços de pós venda também é facilitado pelo portal “FlyEmbraer”, uma ferramenta que oferece dados on-line para o suporte às atividades de engenharia e manutenção da frota de aeronaves, com maior nível de segurança e eficiência.

FONTE: Valor Econômico

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Hornet

Pois é, empresas e profissionais pensam em custos de operação…já leigos, pensam em custos de hora de vôo. São coisas muito diferentes.

abraços a todos

RodrigoMF

Por favor nos esclareça a diferença.

Hornet

Rodrigo MF, No custo da hora de vôo vc leva em conta basicamente o consumo de combustível, o desgaste da aeronave (motor, aviônicos, armas – se tiver embarcado com elas – e coisas assim) e o custo do pessoal em terra para fazer essa aeronave voar durante uma hora (o cálculo é sempre colocado em termos de hora). Ela pode ser calculada em termos gerais ou em função de uma determinada missão. Se, por exemplo, numa dada missão, precisar de Revo, esse custo aumenta, pois deve-se somar o combustível extra e os custos da hora de vôo do outro avião… Read more »

Thierry

Hornet,

youi are right.When buying an aircraft, buyers look the total cost on the life time(here 40 years )
again I put this link here(but nby never interested discuting it!-people prefer sticking always and always to their pre conceived ideas)
http://www.pro-kampfflugzeuge.ch/f/kosten-f.php

Then,just for you or Dassault fans(others:don’t look!), check at
5:38/5:53 the flight above Egypt pyramids!…;faraonica faraonicos he he
http://www.youtube.com/watch?v=aeMtPhdLAwU&feature=related

Abc
Thierry

RodrigoMF

Se o custo maior fosse só o combustível eu não pagaria tão caro as minhas horas de vôo. “Operational costs” como utilizado nas maioria das referência em inglês engloba tudo. Raras vezes vi “flight cost by hour” ou coisa parecida. O custo operacional, falando em português não é só o combustível, mas vem de toda a manutenção, ferramental e logística. Os 14mil dólares por hora do M2000C em Anápolis não são na maior parte de combustível, até porque eles voam pouco. Vem toda a logística francesa, que não é um tráfego pequeno de ida e volta de material, tempo de… Read more »