Bolívia minimiza polêmica por exercício militar no Chile

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vinheta-clippingO ministro da Defesa da Bolívia, Walker San Miguel, disse hoje que os países sul-americanos não devem se incomodar com a realização do exercício militar Salitre 2009, que ocorrerá ainda neste mês no norte do Chile, e anunciou que enviará um grupo de observadores para acompanhar o operativo.

Em uma breve visita a Santiago, San Miguel se reuniu com seu homólogo chileno, Francisco Vidal, e com o chanceler Mariano Fernández, com os quais já havia se encontrado em Quito, durante a cúpula do Conselho Sul-Americano de Defesa, no dia 15 de setembro.

Entre os dias 19 e 30 de outubro, a Força Aérea chilena realizará exercícios militares em conjunto com efetivos de Estados Unidos, França, Brasil e Argentina. “Todos os exercícios militares, sem exceção, partem de uma hipótese de conflito, mas a realidade nos mostra que estamos em outro momento na região”, declarou o ministro, em entrevista ao jornal El Mercúrio, de Santiago.

Walker San Miguel ressaltou que a realidade hoje “é completamente diferente” e que, “deste ponto de vista, não há porque se inquietar”. O ministro também elogiou a postura do Chile de convidar a Bolívia para participar da operação como observadora. “Em relação à confiança mútua, os exercícios conjuntos são positivos, ainda mais se forem compartilhados com outros países que os assistam”, ressaltou San Miguel, que também refutou a ideia de que a região viva uma corrida armamentista, como tem insinuado o governo do Peru.

“Enquanto alguns consideram [a operação] o reinício da corrida armamentista dos anos 60, outros a veem como reposição de material. A Bolívia não está em corrida armamentista. Acredito que, no caso do Chile, haja uma modernização da frota aeronáutica”, explicou. Ele ainda garantiu que a “Bolívia não é uma ameaça para nenhum país e nem se sente ameaçada por ninguém”.

Bolívia e Chile não mantêm relações bilaterais desde que travaram a Guerra do Pacífico, entre 1879 e 1883. Por causa do conflito, a Bolívia perdeu sua saída para o Oceano Pacífico, o que ainda hoje é reivindicado. O Peru, por sua vez, tem manifestado preocupação com o exercício Salitre 2009 e com compras de armamentos feitas recentemente pelo Chile e demais nações sul-americanas. O presidente do país, Alan García, chegou a sugerir a assinatura de um pacto de não-agressão no subcontinente.

FONTE: ANSA

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Rodrigo

Alguns analistas peruanos acham que a repentina mudança de tom do governo boliviano para com o Chile, seria um indício de que estão avançadas as negociações para que a Bolivia tenha uma saída para o Pacífico.

Isso pode ter conseqüencias graves, pois a área a ser cedida era originalmente peruana(antes da Guerra do Pacífico) e o mar territorial é alvo de contestação: http://www.naval.com.br/blog/?p=6697

De pacífica, nossa América do Sul não tem nada.

ronaldo

“O presidente do país, Alan García, chegou a sugerir a assinatura de um pacto de não-agressão no subcontinente.”

se esses pactos de não agressão funcionassem não teria havido a segunda guerra mundial e nem as guerras que aconteceram antes e depois.

Patriota

Pacto de não agressão é coisa para inglês ver, os peruanos tambem estão preparando uma nova estrategia nacional de defesa e inclusive algumas licitações para compra de armamento já estão em andamento.
A unica forma de desencorajar de forma eficiente uma ameaça estrangeira é possuir forças armadas bem equipadas.

Leigo

“A unica forma de desencorajar de forma eficiente uma ameaça estrangeira é possuir forças armadas bem equipadas.”

Ou realizar concertos de musica clássica em praça pública, para assim verem o nosso bom gosto e terem medo.