Canadenses comemoram 100 anos do primeiro voo no país

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Fotos que fazem refletir sobre a importância dos “Warbirds” para a preservação da história e da memória da aviação

As fotos de cima e do meio desta matéria mostram três aeronaves, entre operacionais e históricas, da Força Aérea Canadense voando em formação no último dia 7 de junho, como parte das comemorações do centenário do primeiro voo motorizado no Canadá, e que estão sendo realizadas ao longo de todo este ano de 2009.

Tratam-se de um CF-18 Century Hornet, um Snowbird tutor pintado nas cores  do “Golden Centennaire”e um  F-86 Hawk One Sabre. A formação, chamada de “Centennial Heritage Flight”, é vista neste seu primeiro voo nas imediações do aeródromo Southport, como parte das comemorações do Portage Armed Forces Day.

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No evento, commpareceram mais de 10.000 espectadores de Manitoba e regiões circundantes, apesar do tempo frio e nublado. Antes de sobrevoar a área do show aéreo, a formação passou por Winnipeg.

No Canadá, o primeiro voo motorizado e controlado, de uma aeronave mais pesada que o ar, deu-se em 23 de fevereiro de 1909, em Baddeck, Nova Escócia. Nos comandos do biplano “Silver Dart”, que conseguiu atingir 65 quilômetros por hora num voo de aproximadamente 1000 metros de extensão, nove metros acima das águas congeladas da Baía Baddeck, estava o piloto J.A.D McCurdy.

O “Silver Dart” foi desenvolvido a partir da experiência ganha com três modelos construídos anteriormente pela Aerial Experiment Association (AEA), e denominados “Red Wing”, “White Wing” e “June Bug”. A Associação foi formada em 30 de setembro de 1907, em Halifax, sob a liderança do Dr. Alexander Graham Bell, famoso pela invenção do telefone.

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Fonte e Fotos do alto e do meio: Força Aérea Canadense – 410º Esquadrão, 4ª Ala de Cold Lake / Foto de baixo: www.canadiancentennialofflight.ca

Nota do Blog: Em 2006, como parte das comemorações do centenário do voo de Santos Dumont, aeronaves da FAB tiveram pintadas “bolachas” alusivas aos 100 anos do voo do “14-bis” e réplicas da aeronave pioneira e do Demoiselle, também concebido pelo inventor, puderam voar em formação. Muitas outras celebrações e voos foram realizados, mas é pena que uma formação histórica similar a esta, com aeronaves da Força Aérea de ontem e hoje, ainda não possa ser realizada por aqui, como é comum, por exemplo, também nos EUA (clique aqui para matéria do Blog do Poder Aéreo, com fotos, em que esse assunto também foi discutido).

Na época em que o Brigadeiro Baptista era comandante da FAB, quase foram autorizados os voos de aeronaves em exibição no Musal (Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos) restauradas em condições para tal, mas voltou-se atrás na decisão para evitar riscos de perda do acervo com acidentes, dado que diversas aeronaves não teriam como ser repostas – argumento justo que não pode ser descartado: há pouco mais de dez anos, em 1997, um dos raros Me-109 originais restaurados laboriosamente para plenas condições de voo (o famoso “Black 6”, da variante G) sofreu um grave acidente na aterrissagem (e que felizmente não foi tão grave como poderia ser, dado o histórico de acidentes nessas situações do Me-109) e somente com muito trabalho pôde, em 2002, voltar a ser exposto, porém sem  voar mais.

Acreditamos que este é um assunto que merece voltar a ser discutido, levando-se em consideração também o acervo de organizações como o Museu da TAM. Os vídeos abaixo, mostrando um voo do “Black 6”, com o inconfundível silvo do supercompressor de seu Daimler-Benz DB-605-A, assim como o noticiário sobre seu acidente, podem ajudar a pensar em como seria ver um P-47-D ou outras aeronaves históricas da FAB nas mesmas situações – gloriosa ou trágica.

Em tempo: este editor é fã “incondicional” do Me-109, e escolheu os vídeos abaixo para ilustrar a discussão justamente porque produzem emoções conflitantes, difíceis de serem conciliadas…

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Higgins

Alguém encheu de “pancada” o manicaca do “black 6”? Rsrsrsrsrs…

Clésio Luiz

Se eu não me engano o Musal possui mais de um P-47. O que está em condições de vôo foi restaurado justamente com essa intenção. O real porque de não autorizar seu vôo é uma pergunta sem resposta.

WDias

Compartilho do mesmo entusiasmo pelos Me’s, as versões “E”, “E-Trop”, G6 e G10, essas duas últimas o ápice da elegância, da beleza aerodinâmica – não se fazem mais caças assim, a meu ver somente superada, quiçá, pelos P51D seus contemporâneos. Tenho-os todos em meu escritório doméstico, “estacionadados” sobre a estante na escala 1:72 da coleção Easy Model.

PC

Coisa triste de ver pois ainda é um grande avião e não merece esse tipo de coisa.
No entanto, de acordo com seus pilotos (me baseio no escrito por Heinz Knocke) devido à sua carga alar e trem de pouso com banda muito estreita, sempre foi um aparelho bastante difícil de decolar e pousar sendo necessário tomar muito cuidado nessas horas – não era para amadores.
Dá para ver que o piloto entrou muito rápido e em vez de arremeter, ficou tentando jogar o avião no chão.
Como sugeriu o Higgins, alguém teria de enche-lo de pancada.
Sds

Nunão

Gente, só pra não malharem tanto assim o piloto do Messerschmitt… Pelo que já li sobre o acidente com o Me-109 “Black 6”, o piloto estava fazendo um rolamento durante a exibição e percebeu-se, de terra, que a aeronave parecia perder líquido do radiador (coolant). Em seguida, o motor apresentou problemas e o piloto teve que fazer um pouso de emergência que, felizmente, não destruiu a aeronave nem o matou. Após o pouso de emergência em que a aeronave tombou, o piloto, preso sem ferimentos no cockpit do avião, ainda exigiu que não cortassem a fuselagem para resgatá-lo, o que… Read more »

Nunão

Gente, só pra não malharem tanto assim o piloto do Messerschmitt… Pelo que já li sobre o acidente com o Me-109 “Black 6”, o piloto estava fazendo um rolamento durante a exibição e percebeu-se, de terra, que a aeronave parecia perder líquido do radiador (coolant). Em seguida, o motor apresentou problemas e o piloto teve que fazer um pouso de emergência que, felizmente, não destruiu a aeronave nem o matou. Após o pouso de emergência em que a aeronave tombou, o piloto, preso sem ferimentos no cockpit do avião, ainda exigiu que não cortassem a fuselagem para resgatá-lo, o que… Read more »

Clausewitz

A aviação de caça é dividida em antes e depois do BF (ME) 109. Foi a primeira vez que surgiu um caça Magistral.

Clausewitz

A aviação de caça é dividida em antes e depois do BF (ME) 109. Foi a primeira vez que surgiu um caça Magistral.

Higgins

Alguém encheu de “pancada” o manicaca do “black 6”? Rsrsrsrsrs…

Clésio Luiz

Se eu não me engano o Musal possui mais de um P-47. O que está em condições de vôo foi restaurado justamente com essa intenção. O real porque de não autorizar seu vôo é uma pergunta sem resposta.

WDias

Compartilho do mesmo entusiasmo pelos Me’s, as versões “E”, “E-Trop”, G6 e G10, essas duas últimas o ápice da elegância, da beleza aerodinâmica – não se fazem mais caças assim, a meu ver somente superada, quiçá, pelos P51D seus contemporâneos. Tenho-os todos em meu escritório doméstico, “estacionadados” sobre a estante na escala 1:72 da coleção Easy Model.

PC

Coisa triste de ver pois ainda é um grande avião e não merece esse tipo de coisa.
No entanto, de acordo com seus pilotos (me baseio no escrito por Heinz Knocke) devido à sua carga alar e trem de pouso com banda muito estreita, sempre foi um aparelho bastante difícil de decolar e pousar sendo necessário tomar muito cuidado nessas horas – não era para amadores.
Dá para ver que o piloto entrou muito rápido e em vez de arremeter, ficou tentando jogar o avião no chão.
Como sugeriu o Higgins, alguém teria de enche-lo de pancada.
Sds